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I - BREVE SÍNTESE.
Cabe destacar que a Notificação foi encaminhada por e-mail e também via Correios, tendo
sido incluídos como anexos Planilhas de Orçamentos de medicamentos.
Pois bem, nesse sentido, reitera que o Sr. xxxxxxx, representante legal da empresa, esteve
internado no Hospital São Camilo, em Belo Horizonte/MG, desde o final de abril,
permanecendo em estado grave até a segunda quinzena de maio.
Diante disso, requer seja a situação ponderada em vista do contexto fático narrado e
devidamente comprovado pelos Atestados médicos em anexo.
Nesse sentido, roga seja reconsiderado o prazo estabelecido em Notificação, tendo em vista a
grave situação de saúde que acometeu o representante legal da empresa e deu causa à
paralisação/redução de suas atividades.
Por consequência, requer seja a presente resposta recebida como tempestiva, deixando-se
de aplicar qualquer sanção por ausência de atenção à Notificação, e, por fim, acatando as
razões aqui articuladas.
Nesse ponto, cabe esclarecer que a empresa encaminhou orçamentos constando listas de
preços dos medicamentos, e marcando com “Falta” aqueles que se encontram ou se
encontravam indisponíveis no mercado.
Lado outro, ressalta que sequer foram emitidas Notas de Empenho relacionadas aos
medicamentos faltosos, de forma que não há que se falar em atraso ou ausência de
cumprimento de obrigação por parte da empresa.
Nesse sentido, não há qualquer dúvida que as faltas tratam-se de fortuitos externos, cujos
efeitos são incontornáveis. Assim, vejamos a legislação pertinente. Dispõe o art. 78, da Lei
8.666/93:
Trata-se, como é sabido, de hipótese de rescisão amigável, firmada de comum acordo diante
da contingência dos fatos. Tal ponderação e remissão ao dispositivo legal se faz necessária e
pertinente ante o apontamento de sanções aplicáveis em razão do descumprimento contratual.
Nesse contexto, cabe trazer à tona trecho do documento “Soluções Jurídicas Para o
Enfrentamento dos Efeitos da Pandemia”, referenciado abaixo:
Uma última alternativa jurídica, a ser adotada nos casos mais extremos, é a rescisão amigável
do contrato administrativo, com fundamento no XVII do artigo 78 da Lei nº 8.666/93.
Esta possibilidade deve ser aventada quando as dificuldades encontradas pelo particular, ou
até mesmo pela Administração Pública, sejam tamanhas, que nem mesmo o reequilíbrio
econômico-financeiro contratual, o ajuste do cronograma de execução da obra ou a suspensão
do contrato, sejam suficientes para garantir a continuidade, ainda que futura, da execução da
obra.
Nestes casos, a empresa contratada fará jus ao direito de rescisão do contrato, sem a
aplicação de qualquer penalidade.1
No presente caso, conforme lição, fica evidente que a falta de medicamentos no mercado não
autoriza a aplicação de sanções em face da empresa notificada que, na hipótese mais grave,
poderia, no máximo justificar a rescisão amigável sem a aplicação de penalidades.
1 Ainda que escassos os exemplos em razão da novidade da questão, cabe citar o Parecer nº
1/2020/PTCE/GAB/PGE-PI/GAB/PGE-PI da PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ;. bem como o material
“Soluções Jurídicas Para o Enfrentamento dos Efeitos da Pandemia”, produzido por Vernalha Guimarães e Pereira
Advogados, e disponível em https://www.inovecapacitacao.com.br/wp-content/uploads/2020/04/Covid19-solu
%C3%A7%C3%B5es-jur%C3%ADdicas-para-o-enfrentamento-dos-efeitos-da-pandemia.pdf.
Diante disso, requer sejam acatadas as razões aqui expostas para que sejam afastadas
quaisquer sanções, ante a inocorrência de descumprimento contratual atribuível à empresa.
Por fim, destaca a empresa que deixou de participar do Pregão Eletrônico nº 014/2021, com
sessão de abertura prevista para 11/05/2021, justamente em razão dos motivos aqui expostos.
Nesse sentido, optou a empresa por não apresentar proposta na nova licitação, tendo em
vistas as dificuldades crescentes no fornecimento de medicamentos, que, como destacado,
encontram-se em falta ou extremamente encarecidos, o que vem causando grandes prejuízos
a sua atuação.
Destaca, assim, que sempre prezou pelo regular e eficaz cumprimento de suas obrigações em
atenção ao interesse público, acreditando ser de ciência da Administração os notórios efeitos
da pandemia na disponibilidade de inúmeros insumos, acrescentando que jamais orçou ou se
comprometeu a fornecer produtos que não estivessem disponíveis.
CONCLUSÃO.
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XXXXXX XXXXXX E ACESSÓRIOS LTDA - ME