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E-BOOK

REFORMA
TRABALHISTA
2.0
O governo de Jair Bolsonaro (PSL) lançou o programa Verde Amarelo de olho na geração
de novos empregos, mas também aproveitou o texto da medida provisória (MP) para incluir
mudanças da CLT.

No pacote, o governo incluiu ainda uma série de outras alterações nas regras trabalhistas:
uma nova sistemática de homologação do acordo trabalhista, a regulamentação da gorjeta,
estímulo à contratação de pessoas com deficiência, aplicação de multas trabalhistas e até
alteração na regulamentação de profissões, como a dos jornalistas e publicitários.

Todas essas medidas estão na MP, que ainda precisa passar pela análise do Congresso Nacional
para, de fato, virar lei. Quem está à frente desse processo é o secretário especial de Previdência
e Trabalho, Rogério Marinho, que foi o relator da reforma trabalhista aprovada no governo de
Michel Temer.

Veja a seguir quais são as principais mudanças sugeridas pelo governo:

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RDO
STA
ACORDO TRABALHISTA
O governo alterou as regras trabalhistas para criar um novo sistema de homologação dos
acordos trabalhistas ao permitir o acerto extrajudicial entre patrões e empregados. Ele poderá
ser individual ou coletivo e valer para o encerramento dos contratos. Nesse caso, abre a
possibilidade de se chegar a um acordo entre as partes. Caberia a um juiz apenas homologar
o acordo.

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FISCALIZAÇÃO NA BERLINDA
O sistema de apresentação de recursos e de fiscalização trabalhista também muda para reduzir
o número de multas e flexibilizar a sua aplicação. A primeira visita do fiscal ao estabelecimento
não gerará multa, mas advertência, oferecendo a possibilidade de regularização. A multa só
será aplicada em caso de reincidência.

TRABALHO AOS DOMINGOS


O texto permite que todos os trabalhadores sejam convocados para trabalhar aos domingos e
feriados. Leis que vetavam convocação de 70 categorias, como professores e funcionários de
call centers, foram revogadas. Para comércio e serviços, está garantida folga em um domingo
a cada quatro fins de semana. Para a indústria, porém, está garantida a folga apenas em um
domingo a cada sete. A estimativa do governo é de que essa mudança possa gerar até 500 mil
empregos nos setores de indústria, comércio e serviço até dezembro de 2022.

BANCÁRIOS COM MAIS TRABALHO


A MP prevê o trabalho aos sábados nos bancos. O texto estabelece que a jornada diária de
seis horas vale apenas para os bancários que trabalham nos caixas em atendimento ao público.
Para os demais trabalhadores das instituições financeiras, a jornada é de oito horas.

REGISTRO PROFISSIONAL
O governo aproveitou também para retirar a exigência de registro profissional para jornalistas,
publicitários, radialistas, químicos, arquivistas e até guardador e lavador de veículos. Em
relação aos jornalistas, a MP acaba ainda com a exigência legal de diploma de jornalismo para
o exercício de algumas funções. A medida ainda revoga leis que regulamentam o exercício de
profissões como corretor de seguro e guardador e lavador de carros - uma lei de 1975 exigia o
registro na Delegacia Regional do Trabalho para guardar e lavar veículos automotores.

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GTS
RNO
SEM MULTA DO FGTS PARA O GOVERNO
A MP acaba com o adicional de 10% da multa rescisória sobre o FGTS pago pelas empresas
em caso de demissão sem justa causa. O adicional foi criado no governo Fernando Henrique
Cardoso com a finalidade de bancar o rombo deixado pelos planos econômicos Verão (1989)
e Collor I (1990). Até a assinatura da MP, as empresas pagavam 50% de multa nas demissões:
40% para o trabalhador e os outros 10% para os cofres da União, que repassava os recursos
para a administração do fundo. O fim do adicional da multa não diminui o quanto o trabalhador
recebe. Mas representa um alívio para as empresas.

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LUCROS E RESULTADOS
O texto da MP estabelece novas regras para a participação nos lucros e resultados (PLR) das
empresas. Será permitido definir diretamente com o empregado, caso ele receba pelo menos
o dobro do teto do INSS e tenha ensino superior completo. Também abre a possibilidade de
se negociar diretamente com uma comissão de empregados, sem participação de sindicatos.
O texto ainda permite a fixação de metas exclusivamente individuais para servirem de métrica
para o pagamento da PLR.

VALE-REFEIÇÃO E ALIMENTAÇÃO
A MP deixa claro que o fornecimento de alimentação, seja in natura ou por meio de tíquetes, vales
ou cupons, não tem natureza salarial e, portanto, não é tributável e nem pode ser contabilizada
para efeito da contribuição previdenciária. Esse auxílio, acrescenta o texto, também não integra
a base de cálculo do Imposto de Renda pessoa física.

GORJETAS
A medida provisória também trata das gorjetas recebidas por trabalhadores como os garçons e
deixa claro que se trata de uma remuneração do empregado. Ou seja, não pode ser apropriada
pelo empregador. O texto determina ainda que os valores recebidos a título de gorjeta devem
constar das notas fiscais emitidas pelos estabelecimentos e devem ser anotados na carteira
de trabalho dos empregados. O texto também coloca penalidades para empresas que
descumprirem essas medidas.

CONTRATO VERDE AMARELO


A MP também cria o contrato de trabalho Verde Amarelo, direcionado para trabalhadores com
renda mensal de até 1,5 salário mínimo e idade entre 18 e 29 anos. Nesse contrato, o recolhimento
do FGTS cai de 8% para 2% e a multa por demissão sem justa causa, de 40% para 20%. As empresas
ficam isentas da contribuição patronal, salário-educação e contribuições para o sistema S.

Em comum acordo entre empregador e trabalhador, o décimo terceiro salário e as férias,


acrescidas do terço de férias, poderão ser pagos em parcelas mensais dentro do Contrato
Verde Amarelo. Na prática, isso possibilita que o trabalhador faça uma gestão diferente desses
recursos. Não há perda financeira.

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