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No ano de 2017 marcado por crises econômica e de desemprego, com

finalidade de retomar a competitividade e aumentar a geração de empregos é editada


a lei nº 13.467, conhecida populamente como reforma trabalhista. Nesse sentido, o
presente texto crítico visa discutir as consequências da flexibilização de direitos
trabalhistas para a classe operária. Assim, será utilizado como base o Artigo Científico
“Uma Visão geral sobre a reforma trabalhista” de autoria de Sandro Sacchet de
Carvalho.
Dessa forma, primeiramente é de suma importância destacar que a reforma
liberal supracitada, embora tivesse o objetivo alterar o mercado de trabalho, por
consequência atacou em vários pontos a proteção garantida pelo direito do trabalho.
Nesse aspecto, a lei nº 13.467 de 2017 vai de encontro, ou seja, diverge
completamente da razão da criação do direito do trabalho. Porquanto, o direito do
trabalho surge para garantir a proteção ao trabalhador, visto que em um relação de
trabalho o empregado é a parte vulnerável, mais frágil em detrimento do empregador
que detém os meios de produção e poder econômico.
Nessa perspectiva, aponta Carvalho (2017) que a função do direito do trabalho
é delimitar espaços para a livre negociação, a qual a discricionariedade do
empregador não pode ser livre e cabe ao direito trabalhista estabelecer condições
minímas de trabalho decente e que essas devem ser entendidas como invioláveis.
Desse modo, no que refere as condições minímas de trabalho explica Carvalho
que:
Quando se propõe que cabe à legislação trabalhista apenas garantir o
processo de negociação, e não seu resultado (ponto central do Projeto de Lei
n° 6.787), está-se propondo alterações que ferem a autonomia do direito do
trabalho, sob o risco de não se garantir condições mínimas de dignidade
humana aos trabalhadores. ( Carvalho, p. 87 – 88, 2017)
Posto isto, insta salientar os principais pontos negativos da reforma trabalhista,
entre eles estão:redução do poder de mediação e negociação dos sindicatos,
substituído pela negociação direta entre empregador e empregado; aumento do
trabalho informal e das condições menos estáveis de trabalho (ex: contrato de trabalho
intermitente); extinção das horas in itinere; flexibilização da remuneração; flexibilização
da jornada de trabalho; incentivo a tercerização
Ademais, vale ressaltar outros efeitos negativos que a reforma trabalhista
acarretou, tal como: enfraqueceu o poder de barganha da classe proletariada e
consequentemente a redução de salários; impactos sobre o bem-estar de forma geral;
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criou dificuldades ao litigante de boa-fé, embora que também combateu a litigância de
má-fé e entre outros.
Portanto, indubitavelmente, nota-se que no Brasil a reforma trabalhista não
logrou o êxito que imaginava, isto é, aumento do emprego. Todavia, pelo contrário
verifica-se a precarização do emprego pelo crescimento do trabalho informal. Nessa
conjuntura, pode-se concluir que a flexibilização de direitos trabalhista não parece ser
a solução para combater crises socioeconômicas criadas pelo próprio sistema
capitalista.
Referência

CARVALHO, Sandro Sacchet de. Uma Visão geral sobre a reforma trabalhista.
Disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br/handle/11058/8130.

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