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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

Campus Uruaçu
Atividade Avaliativa – Negócio Jurídico

Disciplina: Direito Civil I Data: 14/09/2020


Nome do discente:

Observação: As respostas devem estar acompanhadas da


justificativa, indicando a fundamentação jurídica com base no
ordenamento jurídico brasileiro e/ou jurisprudência.

QUESTÃO 1 - (FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI -


Primeira Fase [ADAPTADA]).
João, único herdeiro de seu avô Leonardo, recebeu, por ocasião da
abertura da sucessão deste último, todos os seus bens, inclusive uma casa
repleta de antiguidades. Necessitando de dinheiro para quitar suas dívidas,
uma das primeiras providências de João foi alienar uma pintura antiga que
sempre estivera exposta na sala da casa, por um valor módico, ao primeiro
comprador que encontrou. João, semanas depois, leu nos jornais a notícia de
que reaparecera no mercado de arte uma pintura valiosíssima de um célebre
artista plástico. Sua surpresa foi enorme ao descobrir que se tratava da pintura
que ele alienara, com valor milhares de vezes maior do que o por ela cobrado.
Por isso, pretende pleitear a invalidação da alienação.
A respeito do caso narrado, assinale a afirmativa CORRETA.

A) O negócio jurídico de alienação da pintura celebrado por João não está


viciado por lesão e chegou a produzir seus efeitos regulares, no
momento de sua celebração.

Errado. O negócio jurídico está viciado por lesão e apesar de ter produzido
seus efeitos, segundo o artigo 157 do Código Civil, ele pode ser anulado. O
artigo diz que “ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente
necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente
desproporcional ao valor da prestação oposta”.

B) O negócio jurídico de alienação da pintura celebrado por João está


viciado por erro e não chegou a produzir seus efeitos regulares, no
momento de sua celebração. Errado. Ocorreu uma lesão e não um erro,
e está sujeito ao prazo prescricional de 04 anos, segundo o artigo 178,
inc. II do Código Civil.
C) O negócio jurídico de alienação da pintura celebrado por João está
viciado por lesão e chegou a produzir seus efeitos regulares, no
momento de sua celebração.

Correta. Segundo o artigo 157 do Código Civil “ocorre a lesão quando uma
pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a
prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta”.

D) Se o comprador da pintura oferecer suplemento do preço pago de


acordo com o valor de mercado da obra, João poderá optar entre aceitar
a oferta ou invalidar o negócio.
Errado. Caso o comprador ofereça suplemento ao valor pago, o negócio
jurídico será válido. O artigo 157, §2º fala que “não se decretará a
anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a
parte favorecida concordar com a redução do proveito”.

QUESTÃO 2 – (FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX -


Primeira Fase [ADAPTADA].

Alberto, adolescente, obteve autorização de seus pais para casar-se aos


dezessete anos de idade com sua namorada Gabriela. O casal viveu feliz nos
primeiros meses de casamento, mas, após certo tempo de convivência,
começaram a ter constantes desavenças. Assim, a despeito dos esforços de
ambos para que o relacionamento progredisse, os dois se divorciaram pouco
mais de três meses após o casamento. Muito frustrado, Alberto decidiu reunir
algumas economias e adquiriu um pacote turístico para viajar pelo mundo e
tentar esquecer o ocorrido.

Considerando que Alberto tinha dezessete anos quando celebrou o contrato


com a agência de turismo e que o fez sem qualquer participação de seus pais,
o contrato é

A) válido, pois Alberto é relativamente capaz.


B) nulo, pois Alberto é absolutamente incapaz.
C) válido, pois Alberto é plenamente capaz. Correta.
Alberto se casou, logo adquiriu emancipação devido o matrimônio. No
que diz respeito a tal instituto, o professor Carlos Roberto em seu livro
diz que: um casamento válido produz o efeito de emancipar o menor. Se
a sociedade conjugal logo depois se dissolver, o menor não retornará à
condição de incapaz. Além disso, a emancipação, em qualquer de suas
formas, é irrevogável.
D) ineficaz, pois Alberto não pediu a anuência de Gabriela.

QUESTÃO 3 – (FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVII -


Primeira Fase [ADAPTADA].

Arnaldo foi procurado por sua irmã Zulmira, que lhe ofereceu R$ 1 milhão
para adquirir o apartamento que ele possui na orla da praia. Receoso, no
entanto, que João, o locatário que atualmente ocupa o imóvel e por quem
Arnaldo nutre profunda antipatia, viesse a cobrir a oferta, exercendo seu direito
de preferência, propôs a Zulmira que constasse da escritura o valor de R$ 2
milhões, ainda que a totalidade do preço não fosse totalmente paga.

Realizado nesses termos, o negócio

A) é nulo, por simulação, podendo ser tal vício alegado por qualquer
interessado, não havendo prazo para tal alegação. O negócio é nulo,
porque se trata de uma simulação. O ocorreu uma negociação simulada
entre os irmãos em relação ao valor, pois o valor mencionado na
escritura foi maior que o valor real.
B) é viciado por erro, que somente pode ser alegado por João. Errado. Não
se trata de erro
C) é nulo em virtude de lesão, o que pode ser suscitado por qualquer
interessado. Errado. Não se trata de lesão.
D) é ineficaz, em razão de fraude contra credores, inoponíveis seus efeitos
perante João. Errado. Não se trata de fraude.

QUESTÃO 4 – (FGV - 2018 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXVI -


Primeira Fase.

A cidade de Asa Branca foi atingida por uma tempestade de grandes


proporções. As ruas ficaram alagadas e a população sofreu com a inundação
de suas casas e seus locais de trabalho. Antônio, que tinha uma pequena
barcaça, aproveitou a ocasião para realizar o transporte dos moradores pelo
triplo do preço que normalmente seria cobrado, tendo em vista a premente
necessidade dos moradores de recorrer a esse tipo de transporte.

Nesse caso, em relação ao citado negócio jurídico, ocorreu estado de perigo.

A) estado de perigo.
B) dolo.
C) lesão. Certo. Segundo o artigo 157 do CC, “ocorre a lesão quando uma
pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a
prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta”.
D) erro.

QUESTÃO 5 – (FGV - 2012 - OAB - Exame de Ordem Unificado - VIII -


Primeira Fase [ADAPTADA]).

Em relação aos defeitos dos negócios jurídicos, assinale a afirmativa


INCORRETA.

A) A validade dos negócios jurídicos prescinde da emissão de vontade


livre e consciente. Errado. É requisito do negócio jurídico a
declaração de vontade livre e consciente. (artigo 104 do CC)
B) O erro acidental é o que recai sobre características secundárias do
objeto, não sendo passível de levar à anulação do negócio. Correta.
O erro substancial que gera a anulação, configura defeito segundo o
artigo 138 do CC
C) É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se
dissimulou, se válido for na substância e na forma. Correta.
Conforme o art. 167 do CC a simulação é causa de nulidade absoluta
do negócio jurídico: “é nulo o negócio jurídico simulado, mas
subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na
forma.

D) O objetivo da ação pauliana é anular o negócio praticado em fraude


contra credores. Correto.
QUESTÃO 6 – (CESPE - 2008 - OAB-SP - Exame de Ordem - 1 - Primeira
Fase [ADAPTADA]).

São negócios jurídicos unilaterais

A) testamento, a promessa de recompensa e a gestão de negócios.


Correta.
B) o comodato e o mútuo.
C) a troca ou permuta e a doação.
D) a fiança e a transação.
Negócios jurídicos unilaterais são os que se aperfeiçoam com uma única
manifestação de vontade, como ocorre no testamento, na renúncia de
direitos, na procuração, nos títulos de crédito, na confissão de dívida, na
renúncia à herança, na gestão de negócios e na promessa de recompensa,
segundo o professor Carlos Roberto.

QUESTÃO 7 – (CESPE - 2008 - OAB-SP - Exame de Ordem - 2 - Primeira


Fase).

Segundo a doutrina, são pressupostos de validade do negócio jurídico:

A) manifestação de vontade; agente emissor de vontade; objeto; forma.


B) agente emissor de vontade capaz e legitimado para o negócio; objeto
lícito, possível e determinado, ou determinável; forma.
C) manifestação de vontade livre; agente emissor de vontade capaz e
legitimado para o negócio; objeto lícito, possível e determinado, ou
determinável; forma legalmente prescrita ou não defesa em lei. Correta.
A doutrina acrescenta a manifestação de vontade livre, no que é
disposto no artigo 104 da CC.
D) manifestação de vontade de boa-fé; agente legitimado para o negócio;
objeto lícito, possível e determinado, ou juridicamente determinável.

QUESTÃO 8 – (CESPE - 2006 - OAB - Exame de Ordem - 1 - Primeira Fase.


Acerca dos fatos jurídicos, assinale a opção correta).

A) Configura-se o estado de perigo quando uma pessoa, por inexperiência


ou sob premente necessidade, obriga-se a prestação desproporcional
entre as prestações recíprocas, gerando lucro exagerado ao outro
contratante. Nessa situação, a pessoa pode demandar a nulidade do
negócio jurídico, dispensando-se a verificação do dolo, ou má-fé, da parte
adversa. Errado. Configura-se lesão.
B) É válido o ato negocial em que ambas as partes houverem
reciprocamente agido com dolo. A nenhuma delas é permitido reclamar
indenização, devendo cada uma suportar o prejuízo experimentado.
Correto. Conforme o artigo 150: “se ambas as partes procederem com
dolo, nenhuma pode alegá-lo para anular o negócio, ou reclamar
indenização”.
C) A simulação relativa é um vício social que acarreta a nulidade do
negócio jurídico, não subsistindo o ato negocial, mesmo que seja válido
na substância e na forma, por representar declaração enganosa da
vontade. Errado. A simulação é nula, todavia conforme o artigo 167 fala
que subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
D) A lesão consiste em declaração enganosa da vontade de um dos
participantes do negócio jurídico e inclui-se entre os vícios de
consentimento, acarretando a nulidade absoluta do negócio jurídico.
Errado. Não acarreta a nulidade absoluta.

QUESTÃO 9 – (FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIV -


Primeira Fase).

Eduardo comprometeu-se a transferir para Daniela um imóvel que


possui no litoral, mas uma cláusula especial no contrato previa que a
transferência somente ocorreria caso a cidade em que o imóvel se localiza
viesse a sediar, nos próximos dez anos, um campeonato mundial de surfe.
Depois de realizado o negócio, todavia, o advento de nova legislação ambiental
impôs regras impeditivas para a realização do campeonato naquele local.

Sobre a incidência de tais regras, assinale a afirmativa correta.

A) Daniela tem direito adquirido à aquisição do imóvel, pois a cláusula


especial configura um termo.
B) Prevista uma condição na cláusula especial, Daniela tem direito
adquirido à aquisição do imóvel.
C) Há mera expectativa de direito à aquisição do imóvel por parte de
Daniela, pois a cláusula especial tem natureza jurídica de termo.
D) Daniela tem somente expectativa de direito à aquisição do imóvel, uma
vez que há uma condição na cláusula especial. Correta. Condição, nos
termos do artigo 121, CC, é a cláusula, derivando exclusivamente da
vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento
futuro.

QUESTÃO 10 – (FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII -


Primeira Fase).

Em um bazar beneficente (princípio da confiança), promovido por Júlia,


Marta adquiriu um antigo faqueiro, praticamente sem uso. Acreditando que o
faqueiro era feito de prata, Marta ofereceu um preço elevado sem nada
perguntar sobre o produto. Júlia, acreditando no espírito benevolente de sua
vizinha, prontamente aceitou o preço oferecido. Após dois anos de uso
constante, Marta percebeu que os talheres começaram a ficar manchados e a
se dobrarem com facilidade. Consultando um especialista, ela descobre que o
faqueiro era feito de uma liga metálica barata, de vida útil curta, e que, com o
uso reiterado, ele se deterioraria.

De acordo com o caso narrado, assinale a afirmativa correta.

A) A compra e venda firmada entre Marta e Júlia é nula, por conter vício em
seu objeto, um dos elementos essenciais do negócio jurídico. Errado.
Anulável e não nula.
B) O negócio foi plenamente válido, considerando ter restado comprovado
que Júlia não tinha qualquer motivo para suspeitar do engano de Marta.
Correta. Conforme o enunciado 12, na sistemática do art. 138, é
irrelevante ser ou não escusável o erro, porque o dispositivo adota
o princípio da confiança.
C) O prazo decadencial a ser observado para que Marta pretenda
judicialmente o desfazimento do negócio deve ser contado da data de
descoberta do vício. Errado. Conforme o artigo 178, inciso II do CC, o
prazo de decadência para pleitear-se a anulação é contado do dia em
que se realizou o negócio jurídico.
D) De acordo com a disciplina do Código Civil, Júlia poderá evitar que o
negócio seja desfeito se oferecer um abatimento no preço de venda
proporcional à baixa qualidade do faqueiro. Errada

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