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Art.

484-A CLT: Acordo na


rescisão contratual, quais as
regras?
Tendo conhecimento da prática ilegal que muito vem
ocorrendo em relação a “demissão sem justa causa”, o governo
decidiu incluir na Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467 que
entrará em vigor a partir de 11/11/2017), mais uma modalidade
de rescisão contratual entre empregado e empregador, o
famoso chamado “Acordo”.
Atualmente muitos cidadãos brasileiros, juntamente com seus
empregadores, simulam uma demissão sem justa causa de
“mentirinha”, onde o funcionário arca com as custas da multa
do FGTS, devolve as verbas indenizatórias ao seu empregador e
fica com o restante do valor correspondente ao 13º salário,
férias e saldo de dias trabalhados. Na maioria das vezes o
empregado continua prestando serviço para a empresa sem
registro durante o recebimento do seguro-desemprego.

Este método tem dois objetivos diretos: Saque ao FGTS e


encaminhamento do Seguro-Desemprego. Prática considerada
totalmente ilegal por se tratar de fraude aos cofres públicos.

Para extinguir, ou melhor dizendo, reduzir este tipo de prática,


o governo incluiu o Artigo 484-A na CLT, que legaliza o acordo,
porém, com algumas regrinhas. Vejamos:
“Art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por
acordo entre empregado e empregador, caso em que serão
devidas as seguintes verbas trabalhistas:
I – por metade:
a) O aviso prévio, se indenizado, e
b) A indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço, prevista no § 1º do art. 18 da Lei nº 8.036,
de 11 de maio de 1990;
II – na integralidade, as demais verbas trabalhistas.
§ 1º A extinção do contrato prevista no caput deste artigo
permite a movimentação da conta vinculada do trabalhador
do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na forma do
inciso I-A do art. 20 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990,
limitada até 80% (oitenta por cento) do valor dos depósitos.
§ 2º A extinção do contrato por acordo prevista no caput
deste artigo não autoriza o ingresso no Programa de Seguro-
Desemprego.”

Ou seja:

Item I letra A, se o funcionário tiver direito a 30 dias de aviso


indenizado, receberá 15 dias na rescisão;

Item I letra B, a empresa pagará 20% de multa do FGTS;

Item II, restante das verbas trabalhistas (dias trabalhados, 13º


salário e férias vencidas/proporcionais) continuam sendo
pagos integralmente, sem alterações;

§ 1º Está bem claro, o funcionário poderá sacar até 80% de seu


FGTS, os outros 20% devem continuar retidos na Caixa;

§ 2º Funcionário não poderá dar entrada no Seguro-


Desemprego.

Elaborado por: Andréia Ramires Gonçalves

Referência utilizada: Planalto LEI Nº  13.467, DE 13 DE


JULHO DE 2017.

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