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Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
Roteiro
1. Introdução
2. Reconsideração da Rescisão
2.1. Modelo de Solicitação de Reconsideração do Pedido de Demissão
3. Aviso Prévio
4. Férias
5. Décimo Terceiro Salário
6. Depósitos do Fgts
6.1. Valor Já Resgatado
6.2. Valor Ainda Não Resgatado
6.3. Devolução do Valor Não Resgatado
7. Procedimentos Práticos
7.1. Esocial
7.2. GFIP
7.3. CTPS
7.4. Livro Registro de Empregados
7.4.1. Modelo de Anotação
8. Acordo Individual
8.1. Modelo
9. Negociação Através do Sindicato
10. Procedimento Judicial
1. Introdução
Esta matéria traz considerações gerais sobre como as empresas devem lidar com a desistência da rescisão de contrato de trabalho, observados os ajustes
contratuais e procedimentos práticos para adequação das obrigações principais e acessórias.
2. Reconsideração da Rescisão
A reconsideração da rescisão é permitida na legislação trabalhista, prevista originalmente no artigo 489 e parágrafo único da
CLT.
No entanto, a maneira como será ajustada a situação não tem previsão legal. Desta forma, orienta-se que as partes envolvidas, empregado e empresa,
venham a negociar via termo escrito, para demonstrar que uma das partes gostaria de voltar atrás em sua decisão anteriormente comunicada.
Os seguintes procedimentos demonstram que os envolvidos estão de boa-fé, tentando ajustar a questão e deixar o contrato de trabalho fluir, como se não
tivesse existido a tentativa de desligamento anteriormente.
2.1. Modelo
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
_______________________________________________
Cidade e Data:
À: EMPRESA ______________________________________(Nome Empresarial)
Ref. : Desistência da Demissão.
Nome do Colaborador, CTPS (ou CPF se for a digital), por meio deste documento venho mencionar que reconsiderei o ato de meu pedido de
demissão, e que gostaria de permanecer trabalhando nesta empresa. Peço que reconsiderem minha demissão comunicada em ________________,
para que eu possa dar continuidade às minhas atividades na função de________________no setor ____________.
Isto posto, formalizo a solicitação do cancelamento de meu pedido de demissão.
Nada mais a declarar, peço-lhes que analisem e concordem com meu requerimento.
_______________________________________________
Assinatura do Empregado
________________________________________________
Assinatura do Empregador
3. Aviso Prévio
Nos termos do artigo 7°, inciso XXI da
Constituição Federal de 1988, e pela
CLT, artigos 487
ao 491, o aviso prévio é de 30 dias ao empregado, podendo ser,
em síntese, trabalhado ou indenizado.
Porém, quando o empregado ou a empresa observam que não deveriam ter iniciado os procedimentos para o pedido de demissão ou a rescisão do contrato
do empregado, por diferentes motivos, não há passagem na lei de como seriam ajustados os dias trabalhados do aviso prévio, após a desistência da
rescisão.
Salvo alguma recomendação operacional de acordo com o sindicato da categoria, orienta-se que os dias de do aviso sejam ajustados como salário ao
empregado quando a rescisão ainda não tiver se consumado e a empresa ainda não tenha depositado as verbas rescisórias.
Quando já tiver ocorrido o depósito das verbas, somente a negociação documentada poderá ser utilizada como metodologia segura, eis que a legislação
trabalhista não traz o procedimento.
Para que a empresa possa ter maior segurança jurídica neste ato, deve entrar em contato com a Superintendência Regional do Trabalho ou com o sindicato
laboral.
4. Férias
As férias constituem um dos direitos do trabalhador, amparados pela CF/88, em seu artigo 7°, inciso XVIII e pela norma trabalhista contida no artigo 129 da
CLT.
Confere ao empregado com 12 meses de trabalho o direto a 30 dias de descanso, com o pagamento da remuneração que lhe seria devida no período,
conforme o artigo 142 da
CLT.
Sendo assim, no caso da desistência da rescisão, a empresa deve observar que inexiste lei definindo como seria a devolução do valor das férias. Por
conseguinte, recomenda-se que a empresa realize um acordo por escrito especificando como seria a negociação das verbas e direitos no retorno à empresa.
Sendo possível, nos casos em que ainda não foram depositadas as verbas rescisórias, a empresa deve identificar a quantidade do direto de férias do
trabalhador, e somente fornecer a futura liberação das férias quando o empregado adquirir o direito conforme as regras do artigo 129 e seguintes da
CLT.
No caso do empregado ter recebido as verbas rescisórias, novamente a necessidade de documentar um acordo, para dar segurança em uma teórica
compensação, pois os valores das férias já estão em posse do trabalhador.
Como o contrato ainda não se encerrou em razão da desistência, a empresa futuramente poderia uma fazer uma compensação, eis que já pagou o valor total
ou parcial das férias. No momento do período concessivo a empresa pagaria apenas a diferença, se houver; ou somente liberaria o empregado para
descanso se ele já recebeu o valor de férias previamente em decorrência da rescisão.
Cabe ainda orientar que, neste caso, como não há legislação específica para solucionar estas questões, a empresa deverá consultar a Superintendência
Regional do Trabalho, ou o sindicato laboral, para confirmar qual seria o posicionamento interpretativo.
Porém, no caso de desistência da rescisão, a empresa deverá realizar uma negociação com o empregado, tendo em vista a omissão legal.
Nos casos em que a empresa ainda não tenha pago as verbas rescisórias, o direito ao pagamento permanece no contrato de trabalho, até que a empresa, no
momento legalmente oportuno, pague o 13° salário, determinado pelos artigos 1°, 2° e 3° do
Decreto n° 57.155/65.
DIREITO DO TRABALHO
Boletim Trabalhista n° 12 - 2ª Quinzena. Publicado em: 22/06/2021
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
Para a hipótese em que a empresa já pagou as verbas rescisórias, será necessário negociar com o empregado para que a empresa possa abater o valor já
remunerado quando for a época do pagamento da primeira parcela do 13°, entre fevereiro e novembro e, para a segunda parcela, limitado apenas ao
pagamento na competência dezembro até o dia 20.
Ressalte-se o fato de que não há lei abordando a questão, logo, toda negociação deverá ser utilizada como condição de boa fé, somada à prévia confirmação
de entendimento das autoridades trabalhistas locais, tais como a Superintendência Regional do Trabalho (antigo MTE) ou o sindicato da categoria
profissional.
6. Depósitos do FGTS
O FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, com origem na Lei n° 5.107/66, revogada pela Lei n° 7.839/89 e atualmente regida pela Lei n° 8.036/90,
traz a determinação no artigo 15, de que o empregador deverá recolher até o dia 07 de cada mês, uma importância de 8% sobre a remuneração de cada
empregado.
Observando que, nos manuais operacionais da CAIXA, não há um esclarecimento objetivo sobre esta situação.
É possível preencher o formulário de maneira física, sendo encontrado para impressão e preenchimento no sítio da Caixa:
Ou podemos utilizar o preenchimento on line, desde que seja o representante legal da empresa, acessando a Conectividade Social - ICP via certificado digital
no site:
Para preencher o formulário de maneira física, encontra-se para impressão e preenchimento no sítio da Caixa:
Ou podemos utilizar o sistema on line, observado que somente os representantes legais da empresa, devidamente qualificados e autorizados, podem
acessar o Conectividade Social ICP via certificado digital no site:
7. Procedimentos Práticos
Na verdade, os procedimentos práticos nada mais são do que ajustes que a empresa deverá executar para que as obrigações trabalhistas fiquem
compatíveis com as questões pertinentes ao contrato de trabalho no cenário de desistência da rescisão.
7.1. eSocial
Nos casos em que a empresa já tenha preenchido o evento de desligamento S-2299, será necessário que a empresa execute uma prestação de informação
de exclusão para que se interrompa a informação que o certo colaborado iria ser desligado (Manual de Orientação do eSocial, versão 2.5.01).
Neste caso a recomendação é utilizar o evento do eSocial S-3000 - Exclusão de Eventos, para invalidar a informação do evento S-2299, previamente
informado.
7.2. GFIP
Na GFIP, Manual Versão 8.4, após o aceite da desistência da rescisão, a empresa não terá nenhuma obrigação expressamente detalhada de como cancelar o
aviso.
A empresa deve retornar o empregado para o sistema SEFIP, dando continuidade nas informações do contrato de trabalho e nas movimentações mensais do
colaborador, retificando e excluindo as informações da rescisão.
DIREITO DO TRABALHO
Boletim Trabalhista n° 12 - 2ª Quinzena. Publicado em: 22/06/2021
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
7.3. CTPS
A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) é um documento no qual o empregador registra as principais informações dos contratos de trabalho.
Porém, após a publicação da Portaria SPREV/ME n° 1.065/2019, a CTPS física deixa de ser obrigatória quanto ao preenchimento e passou a ser digital, e as
empresas passam a alimentar os dados da CTPS Digital.
Para os empregadores que têm a obrigação de uso do Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas - eSocial, os
registros eletrônicos gerados pelo empregador nos sistemas informatizados da Carteira de Trabalho em meio digital equivalem às anotações a que se refere
a CLT (artigo 5° da
Portaria SPREV/ME n° 1.065/2019).
O preenchimento será através do sistema de folha de pagamento que repassa os dados ao eSocial, sincronizado com a CTPS digital do empregado.
E toda alteração significativa no contrato de trabalho deverá ser atualizada no Livro Registro de Empregados.
Pela negociação entre as partes, fica acordado de boa-fé a desistência da rescisão em __/__/____, desta forma, as condições da relação de
emprego permaneceram imutáveis, nos termos do artigo 489 da
CLT.
Data:
_______________________
Assinatura do Empregado
_______________________
Assinatura do Empregador
8. Acordo Individual
O acordo individual, será uma questão de segurança para a empresa e para o empregado que irão negociar a desistência da rescisão, tendo em vista que
diante de uma boa negociação, podem deixar de maneira clara e justa a relação de trabalho.
8.1. Modelo
DIREITO DO TRABALHO
Boletim Trabalhista n° 12 - 2ª Quinzena. Publicado em: 22/06/2021
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
O sindicato poderá, de certa forma, agir como um intermediador do acordo, sem que seja diminuído o direto do empregado, sugerindo formas de ajustar o
contrato de trabalho em decorrência da não continuidade da rescisão.
Desta forma, como o tema é extremamente interpretativo, as partes ainda que negociem de boa-fé recomenda-se confirmar com o sindicato se existe
alguma recomendação ou linha de interpretação que o sindicato irá sugerir no caso concreto.
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
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