Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A assistência na rescisão do contrato de trabalho firmado há
mais de 1 (um) ano era devida antes da publicação da
Lei
13.467/2017, e consistia em orientar e esclarecer o empregado e empregador
sobre o cumprimento da lei, assim como
zelar pelo efetivo pagamento das
parcelas devidas.
Entretanto a citada lei (lei da
Reforma Trabalhista) revogou o
§ 1º e 3§ do art. 477 da CLT, desobrigando a empresa
de fazer a homologação do TRCT e do TQRCT junto ao sindicato da categoria ou ao Ministério do Trabalho, nos
casos de rescisão de contrato firmado por empregado com mais de 1 ano de serviço.
Antes da citada lei a homologação da rescisão do contrato de trabalho deveria ser assistida gratuitamente, inclusive
para o empregado doméstico, sendo vedada a cobrança de qualquer taxa ou encargo pela prestação da
assistência na
rescisão contratual.
Portanto, a partir de 11.11.2017 (quando entrou em vigor a lei da reforma trabalhista), empregado e empregador
estarão desobrigados da homologação junto ao sindicato, podendo acordarem em formalizar o desligamento na própria
empresa, independentemente do tempo de emprego, ficando o empregador obrigado apenas a comunicar a dispensa
aos órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias.
Nota: Vale ressaltar que há decisões do TST (como a
jurisprudência de 2018 abaixo) sendo publicadas depois da
Reforma Trabalhista, garantindo ao empregado com mais de um ano de serviço e que pediu demissão, o direito
ao pagamento das verbas rescisórias e à liberação do FGTS (como se demitido fosse), ante a ausência da
assistência sindical no ato da homologação. Isto porque o fato ocorreu antes da reforma trabalhista, quando
ainda havia a obrigação da homologação.
EMPREGADO ESTÁVEL - EXCEÇÃO
Nos termos do
art. 500 da CLT, o pedido de demissão do empregado estável só será válido quando feito com a
assistência do respectivo sindicato e, se não o houver, perante autoridade local competente da Secretaria Especial de
Previdência e Trabalho ou da Justiça do Trabalho.
Considerando que a reforma trabalhista não revogou o citado artigo, a assistência na rescisão contratual ao empregado
estável que pede demissão continua sendo obrigatória, conforme jurisprudência abaixo.
LIMITAÇÃO DA ASSISTÊNCIA
Antes da Lei 13.467/2017 já não era devida a assistência na rescisão de contrato de trabalho em que figurassem a
União, os estados, os municípios, suas autarquias e fundações de direito público.
APOSENTADORIA OU
MORTE DO EMPREGADO
Mesmo na ocorrência de morte do empregado, não haverá a necessidade da assistência na rescisão contratual aos
beneficiários habilitados perante o órgão previdenciário, reconhecidos judicialmente ou previstos em escritura pública
lavrada nos termos do art. 610 do CPC, desde que dela constem os dados necessários à identificação do beneficiário e
à comprovação do direito.
Art. 610 do
Novo Código de Processo Civil:
§ 1o Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilha poderão ser feitos por escritura
pública, a qual constituirá documento hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento
de importância depositada em instituições financeiras.
§ 2o O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas
por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial".
O empregado possui conta bancária: neste caso convém ao empregador efetuar o depósito do valor devido na
conta corrente do empregado até o dia agendado para a homologação;
O empregado não possui conta bancária: neste caso o empregador poderá efetuar um depósito extrajudicial na
consignação em pagamento em nome do empregado em qualquer agência bancária, conforme previsto no art.
539 do CPC/2015, comunicando o empregado por carta com AR de que o valor está disponível;
Via judicial: o empregador ainda poderá mover uma ação de consignação em pagamento junto à Justiça do
Trabalho, efetuando um depósito judicial (no prazo) do valor devido, extinguindo sua obrigação, nos termos do
art. 334 do Código Civil;
Homologação no Sindicato (previsão coletiva): havendo a necessidade de homologação junto ao sindicato de
classe, caso o empregado não compareça, cabe ao empregador comprovar o valor líquido em dinheiro, cheque
ou recibo de depósito bancário já efetuado, exigindo do sindicato uma ressalva na rescisão, isentando-o do
pagamento da multa prevista no art. 477 da CLT.
TRCT e Guias do FGTS e Seguro Desemprego: o TRCT e as guias para saque do FGTS e Seguro
Desemprego devem ser entregues ao empregado assim que o depósito for efetuado, com protocolo de entrega
(se for pessoalmente) ou sob a assistência do sindicato da categoria profissional (se houver
previsão coletiva).
MULTA
De acordo com o
§ 8º do art. 477 da CLT a inobservância do prazo previsto sujeitará o empregador à autuação
administrativa e ao pagamento, em favor do empregado, de multa no valor equivalente ao seu salário, corrigido
monetariamente, salvo quando, comprovadamente, o trabalhador tiver dado causa à mora.
O pagamento das verbas rescisórias em valores inferiores aos previstos na legislação ou nos instrumentos coletivos
constitui mora do empregador, salvo se houver quitação das diferenças no prazo legal.
O pagamento complementar de valores rescisórios, quando decorrente de reajuste coletivo de salários (data-base)
determinado no curso do aviso prévio, ainda que indenizado, não configura mora do empregador, nos termos do art.
487, § 6º, da CLT.
Nota: Importante ressaltar que a multa prevista acima só se aplica quando houver atraso na entrega dos
documentos e no pagamento das verbas rescisórias por culpa do empregador. Caso o empregado não apareça
na data marcada, mas o empregador efetua o pagamento dos valores nos termos acima dispostos, o empregador
ficará isento da multa mencionada.
Exemplo
Empregado foi demitido sem justa causa em 05/12
(aviso indenizado), cujo pagamento das verbas rescisórias foi
efetuado em 14/12 diretamente na conta bancária do mesmo.
Como o empregado não compareceu na empresa no dia 15/12 (data marcada para formalização da rescisão) em função
de uma viagem que fez, ainda que a entrega dos documentos tenha ocorrido depois do prazo acima descrito, o
empregador estará isento do pagamento da multa, uma vez que o depósito das verbas rescisórias foi feito no prazo
legal. (veja
jurisprudência)
FORMAS DE PAGAMENTO
Entretanto, serão aceitos, até 31 de outubro de 2012, termos de rescisão do contrato de trabalho elaborados pela
empresa, desde que deles constem os campos de TRCT aprovado na
Portaria nº 1.621/2010.
→ Destinadas ao saque do FGTS e solicitação do seguro-desemprego, nas rescisões de contrato de trabalho em que
não é devida assistência e homologação.
TRCT previsto no
ANEXO I, impresso em 2 (duas) vias, sendo uma para o empregador e outra para o
empregado;
→ Destinadas ao saque do FGTS e solicitação do seguro-desemprego, nas rescisões de contrato de trabalho em que é
devida a assistência e homologação.
TRCT previsto no ANEXO I, impresso em 2 (duas) vias, sendo uma para o empregador e outra para o
empregado;
Termo de Homologação de Rescisão do Contrato de Trabalho(THRCT), previsto no
ANEXO VII, impresso em
quatro vias, sendo uma para o empregador e três para o empregado.
Em rescisões de contrato de trabalho em que for utilizado o sistema Homolognet, deverão ser utilizados os seguintes
documentos:
O TRCT previsto no
ANEXO II, impresso em 2 (duas) vias, sendo uma para o empregador e outra para o
empregado;
Demais termos deverão ser impressos em quatro vias, sendo uma para o empregador e três para o empregado.
JURISPRUDÊNCIA
TRCT. QUITAÇÃO. ASSISTÊNCIA SINDICAL. (...). A reclamada alega que efetuou o pagamento das verbas
rescisórias em dinheiro, tendo a reclamante assinado o TRCT, sem que seja necessária a assistência sindical para a
validade da quitação. O TRCT de fls. 88/89 encontra-se assinado pela obreira e nele consta o pagamento do valor de
R$ 7.769,53. A reclamante alegou que nada recebeu em 01/07/2020 (TRCT) e que teve que devolver R$ 2.500,00, que
seria metade da indenização compensatória de 40% do FGTS, conforme valor sacado de sua conta bancária, em
06/07/2020 (fl. 33). Não faz sentido a reclamante não receber o valor das verbas rescisórias e, mesmo assim, entrar em
acordo com a reclamada e pagar-lhe R$ 2.500,00 para ter acesso à guia para recebimento do seguro desemprego. Nos
autos, há recibo assinado pela reclamante no TRCT, de que recebeu o valor de R$ 7.769,53 e não há comprovante de
que tenha pagado R$ 2.500,00 à reclamada. (...). Outrossim, quanto à alegação da autora, de que somente
trabalhadores analfabetos podem receber pagamento em dinheiro, sua interpretação do artigo 23, parágrafo 3º, da
Instrução Normativa 15/2020 está equivocada, eis que a norma estabelece que os analfabetos devem receber somente
em dinheiro e não que somente eles podem receber em dinheiro. Sendo assim, reputo válida a quitação efetuada pela
ré e julgo improcedentes os pedidos de verbas rescisórias e multas dos artigos 477 e 467, da CLT. Afasto a condenação
da ré ao pagamento de honorários sucumbenciais e condeno a reclamante a pagá-los à ré, no importe de 5% do valor
dos pedidos da inicial. Na fase de execução, poderá a autora pleitear a suspensão da exigibilidade da parcela ao Juízo
de piso, na forma do parágrafo 4º, do artigo 791-A, da CLT. Reformo. Independentemente de quando se iniciou o
contrato de trabalho, a rescisão ocorreu em 01/07/2020, sendo aplicável a reforma trabalhista, que revogou o
parágrafo 1º, do artigo 477, da CLT, que previa a assistência sindical ou do Ministério do Trabalho para a
homologação da rescisão e quitação das verbas rescisórias. (...). Por esses fundamentos, ACORDAM os
Magistrados da 17ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região em: Por unanimidade de votos,
CONHECER do recurso da reclamada e DAR-LHE PROVIMENTO, para julgar improcedentes os pedidos
formulados na inicial, afastar a condenação da ré ao pagamento de honorários sucumbenciais e condenar a reclamante
a pagá-los à reclamada, no importe de 5% do valor dos pedidos da inicial. Custas, de R$ 261,24, pela autora, isenta de
recolhimento. A ré poderá pleitear a devolução do valor pago junto à Receita Federal. Tudo nos termos da
fundamentação do voto da Relatora.. (TRT-2 10009421120205020203 SP, Relator: IVETE BERNARDES VIEIRA DE
SOUZA, 17ª Turma - Cadeira 4, Data de Publicação: 12/02/2021).
"AGRAVO. RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À LEI
13.467/2017 . PEDIDO DE DEMISSÃO. INICIATIVA DO EMPREGADO. EMPREGADO COM MAIS DE UM
ANO DE SERVIÇO. AUSÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SINDICAL. INVALIDADE. A ausência de assistência
administrativa ou sindical, segundo a jurisprudência dominante, gera presunção favorável ao trabalhador de que não
foi hígido seu pedido de demissão, prevalecendo a dispensa meramente arbitrária. Isso porque a formalidade rescisória
do art. 477, § 1º, da CLT, é imperativa, invertendo fortemente o ônus da prova contra o empregador quanto à
modalidade de ruptura contratual. Esse ônus probatório somente será cumprido se houver prova incontestável do
pedido e também prova incontestável de que houve convocação formal do trabalhador para a homologação
administrativa ou sindical, logo após a ruptura do contrato, e que o Obreiro é que, por seu não comparecimento,
inviabilizou a efetivação da assistência rescisória. Ausente, no caso dos autos , o segundo requisito, não se considera
atendido o ônus probatório empresarial . Para a compreensão jurisprudencial dominante, desse modo, a assistência
rescisória visa não apenas a zelar pela higidez do pagamento das verbas da rescisão, como a permitir o esclarecimento
cabal sobre a ausência de vícios no pedido demissional. Além do mais, a SBDI-1 desta Corte, em recente julgado, já
pacificou o entendimento de que o requisito de validade do pedido de demissão de que trata o art. 477, § 1º, da
CLT não é mera formalidade nos contratos de trabalho extintos antes da vigência da Lei nº 13.467/2017 -
hipótese dos autos. Assim sendo, a decisão agravada foi proferida em estrita observância às normas processuais (art.
557, caput , do CPC/1973; arts. 14 e 932, IV, "a ", do CPC/2015), razão pela qual é insuscetível de reforma ou
reconsideração. Agravo desprovido" (Ag-RR-1000987-60.2017.5.02.0028, 3ª Turma, Relator Ministro Mauricio
Godinho Delgado, DEJT 07/05/2021).
ESTABILIDADE PROVISÓRIA. RENÚNCIA. MEMBRO DA CIPA. Há renúncia à estabilidade, prevista no art. 10,
inciso II, "a", do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias ADCT, quando o membro da CIPA recusa-se a
retornar ao emprego, mesmo sendo convidado insistentemente pelo empregador, inclusive em audiência realizada
nesta Justiça do Trabalho, além da homologação do TRCT sem ressalva. (TRT-5 - RecOrd: 00012675920145050581
BA 0001267-59.2014.5.05.0581, Relator: MARCOS GURGEL, 1ª. TURMA, Data de Publicação: DJ 26/01/2016).
Í
Guia Trabalhista - Índice