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Contrato de Experiência - Orientações e Procedimentos

1. Definição
2. Prazo
3. Extinção Automática
4. Sucessão de Novo Contrato
5. Auxílio – Doença
6. Serviço Militar
7. Empregado Preso
8. Estabilidade Provisória no Contrato de Experiência
9. Exames Médicos de Saúde Ocupacional
10. Cláusula Assecuratória
11. Indenização Adicional
12. Rescisão Antecipada
13. Experiência para Exercício do Cargo
14. Prazo de Pagamento das Verbas Rescisórias
15. Seguro-Desemprego
16. eSocial
16.1. Desligamento
16.2. Prorrogação do Contrato de Experiência

1. Definição

O contrato de experiência é uma modalidade do contrato por prazo determinado. A


finalidade deste tipo de contrato é verificar se o empregado tem aptidão para
exercer a função para a qual foi contratado e se o mesmo se adapta à estrutura
hierárquica dos empregadores, bem como às condições de trabalho a que está
subordinado.

Durante o período de experiência o empregador está obrigado a aplicar a CLT ao


empregado, com anotação da CTPS e o registro.
A legislação trabalhista não traz o contrato de experiência como obrigatório. Assim,
poderá o empregador adotar essa modalidade de contratação, como também
poderá optar por contratar seus empregados diretamente por prazo indeterminado.

2. Prazo

O contrato de experiência, forma de contrato a termo, não pode exceder a 90 dias,


ou seja, pode-se acordá-lo por qualquer prazo, desde que não exceda aos 90 dias
estipulados legalmente, já incluída neste prazo uma eventual prorrogação (CLT, art.
445, parágrafo único).

Celebrado por um período inferior a 90 dias, admite uma única prorrogação até o
limite máximo (90 dias), sob pena de vigorar sem determinação de prazo (CLT, art.
451, e Súmula do TST nº 188).

Por exemplo, o empregado com contrato de experiência de 15 dias pode ter este
contrato prorrogado por até mais 75 dias. O essencial é que o período prorrogado,
somado ao transcorrido, não ultrapasse 90 dias corridos.

Há divergência jurisprudencial a respeito da possibilidade de prorrogação


automática do contrato de experiência. Uma corrente não aceita a validade às
cláusulas de prorrogação automática do contrato de experiência, por deixar o
empregado na incerteza quanto ao verdadeiro término do contrato determinado.
Outra corrente admite, desde que o somatório do contrato inicial e a respectiva
prorrogação não ultrapasse 90 dias. Desta forma, recomendamos que a
prorrogação ocorra através de cláusula expressa no contrato de experiência,
assinada antes do termo ou na data em que atingiu o seu término.

3. Extinção Automática

Atingindo o termo avençado, o contrato de experiência se extingue


automaticamente pelo decurso do respectivo prazo.

Na hipótese, sem que qualquer das partes se manifeste em sentido contrário, no


dia imediato ao termo previsto, o contrato passa a vigorar por prazo
indeterminado. Portanto, se o empregador não desejar dar continuidade à
contratação deve:

1. comunicar o fato ao empregado até o último dia útil de trabalho


dentro da experiência, evitando o comparecimento ao serviço no dia
seguinte ao término do prazo;

2. impedir a compensação de horas de trabalho relativa a(os) dias(s)


que recaia(m) após o término da experiência.

Exemplo:

Término de experiência em 6ª feira. O empregado não deve trabalhar além do


horário normal durante a semana, evitando compensar as horas relativas à jornada
de trabalho do sábado.

4. Sucessão de Novo Contrato

Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de 6


meses, a outro contrato por prazo determinado (CLT, art. 452).
Logo, o empregado admitido com contrato de experiência só deve celebrar outro
contrato de experiência com a mesma empresa após 6 meses do término do
primeiro, sob pena de vigência automática do segundo sem determinação de prazo.

5. Auxílio – Doença

Conforme o artigo 75 do Decreto n° 3.048/99, o empregador fica responsável pelo


pagamento dos 15 primeiros dias do atestado médico.

De acordo com o artigo 476 da CLT, durante o prazo de auxílio-doença


previdenciário, o empregado é considerado em licença não remunerada, ficando
suspenso o contrato de trabalho enquanto durar o benefício.

A suspensão do contrato se efetiva somente a partir do 16º dia de afastamento,


quando o empregado passa a receber o benefício da Previdência Social.

Os primeiros 15 dias de afastamento são remunerados integralmente pelo


empregador, prazo este em que o contrato vigora plenamente, considerando-se o
período como de interrupção do contrato de trabalho.

Assim, se o empregado, durante o curso do contrato de experiência se afastar por


motivo de doença, os 15 primeiros dias de afastamento, durante o prazo de
experiência correrá normalmente. A contagem será suspensa somente a partir do
16º dia, quando o empregado recebe o auxílio-doença.

Exemplos:

1º) Os dias trabalhados mais os 15 primeiros dias ultrapassam o período do


contrato de experiência.

Empregado é admitido por um prazo de experiência de 30 dias em 1º.10.


transcorridos 18 dias do C.E., é afastado por motivo de doença, retornado ao
trabalho (alta médica) no dia 1º.12.

Neste caso, o C.E. está totalmente cumprido. Ao empregado é devida apenas a


remuneração de 12 dias (complemento do período de experiência) mais os 18 dias
trabalhados, além das verbas pertinentes quando da extinção automática do CE.

Não havendo interesse em dar continuidade ao contrato, a parte que tomar a


iniciativa deve comunicar à outra a sua intenção, e a data da baixa na CTPS
corresponde a do último dia do prazo fixado no contrato de experiência.

2º) Os dias trabalhados mais os 15 primeiros dias de afastamento não completam


o período de experiência.

Empregado é admitido por um prazo de experiência de 30 dias em 1º.10.


transcorridos 5 dias do CE, é afastado por motivo de doença, tendo alta no dia
1º/12.

Nesta hipótese, o empregado tem que trabalhar mais 10 dias, após a alta médica,
para completar os 30 dias de experiência, isto porque os 15 primeiros dias de
afastamento, remunerados pela empresa, são contados normalmente como que
trabalhados e somados aos 5 já cumpridos totalizam 20 dias, restando ao
empregado, quando retornar ao trabalho, cumprir mais 10 dias para completar o
prazo total de experiência. Neste exemplo, a rescisão do contrato e a baixa na
CTPS, se for o caso, ocorrem no dia 10.12, último dia de trabalho.

6. Serviço Militar

Nos contratos por prazo determinado, o tempo de afastamento, se assim


acordarem as partes interessadas, não será computado na contagem do prazo para
o término do contrato, conforme prevê o artigo 472, § 2°, da CLT.

7. Empregado Preso

No período em que o empregado estiver preso ou recluso, o contrato de trabalho


poderá ficar suspenso, devendo, então, a empresa requerer à autoridade
competente (Secretaria de Segurança Pública) certidão do seu recolhimento à
prisão. Ressaltamos que a legislação é omissa quanto a suspensão ou não do
contrato de trabalho.

Se a empresa decidir não rescindir seu contrato de trabalho, este permanecerá em


vigor, porém suspenso, devendo o empregado, quando se encontrar em liberdade,
voltar à empresa para reassumir a função que antes ocupava.

No decorrer da referida sentença judicial, o contrato de trabalho permanece


suspenso, não gerando qualquer efeito, tanto para a empresa como para o
empregado, até a sentença ser decretada. Logo, durante o período de reclusão o
empregado não terá direito a remuneração, férias (artigo 131 da CLT), 13º salário,
exceto o tempo já trabalhado, mas deverá ser informado na GFIP/eSocial com
afastamento temporário por outros motivos. E, neste caso, não terá salário-de-
contribuição nem valores a ser pagos a título de INSS e FGTS.

Na hipótese de relaxamento da prisão o empregado deverá cumprir o período que


faltava para o término do contrato de experiência, quando será efetiva a rescisão
por término do contrato de experiência.

É aconselhável que a empresa envie ao empregado um telegrama com aviso de


recebimento informando que o contrato de trabalho encontra-se suspenso e que
qualquer mudança em seu regime prisional deverá ser imediatamente comunicada
à empresa empregadora.

Poderá também a empresa optar pela dispensa sem justa causa de seu empregado,
contudo, é necessário observar os seguintes procedimentos:

a) a rescisão se fará sem justa causa, sendo devidas todas as verbas neste
tipo de rescisão;

b) comunicá-lo no local da reclusão, mediante autorização das autoridades


competentes;

c) como não existe a possibilidade do empregado comparecer ao serviço,


pela situação de estar preso, é necessário, portanto que a empresa o
notifique de sua rescisão contratual na prisão, através de comunicação
enviada via correio, com Aviso de Recebimento (AR);

d) tendo em vista, que o empregado não comparecerá para receber as


verbas rescisórias em virtude da sua reclusão, o empregador poderá efetuar
o pagamento das verbas rescisórias por meio:
1. de transferência eletrônica ou depósito em conta bancária de
titularidade do empregado (conta corrente, poupança ou conta-
salário);

2. de ordem bancária de pagamento em favor do empregado;

3. de depósito judicial;

4. ou a critério do empregado, poderá ser nomeado um procurador


com poderes específicos para receber as verbas rescisórias e dar
quitação e devendo a procuração normalmente ser outorgada por
instrumento público;

e) se a rescisão do empregado necessitar de homologação, o sindicato da


categoria respectiva deverá ser consultado acerca da questão.

Diante da ausência de previsão legal sobre extinção contratual na hipótese


apresentada, orienta-se, por cautela, consultar a respectiva entidade representativa
da categoria.

8. Estabilidade Provisória no Contrato de Experiência

A jurisprudência trabalhista é no sentido de que o contrato de experiência é


incompatível com a estabilidade provisória, visto que o seu termo está
predeterminado desde a celebração do mesmo.

Oportuno destacar que a estabilidade é uma garantia de emprego e não de salaries,


logo, não há previsão legal de indenizar o período de estabilidade.

a) Gestante

A jurisprudência trabalhista há tempos vinha se manifestando no sentido de que o


contrato de experiência é incompatível com qualquer forma de estabilidade,
inclusive a estabilidade provisória da gestante, visto que o término do contrato está
predeterminado desde a sua celebração.

Porém a Súmula do TST nº 244, trouxe alteração em relação a estabilidade da


gestante, existindo, inclusive nos contraltos a prazo determinado.

“SÚMULA Nº 244. GESTANTE.ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item


III alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012)

I. O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta


o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10,
II, "b" do ADCT).

II. A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta


se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-
se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade.

III. A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista


no art. 10, inciso II, alínea "b", do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo
determinado.”
Assim sendo, na hipótese de gravidez durante o contrato de experiência, este se
tornará automaticamente indeterminado, logo, a empregada não poderá ser
demitida sem justo motivo até o 5° mês a contar do parto, em razão de sua
garantia de empregado prevista na legislação.

b) Acidente de Trabalho

A legislação prevê por meio do artigo 118 da Lei nº 8.213/91, estabilidade ao


empregado segurado que sofreu acidente do trabalho, pelo prazo de 12 meses após
a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de
auxílio-acidente.

Assim, podemos entender que a partir do término do auxílio-doença acidentário,


será garantida a estabilidade ao empregado pelo período de 12 meses,
independentemente deste ter ou não recebido o benefício da Previdência Social
(auxílio-acidente), ou seja, bastando que o afastamento pela Previdência Social
tenha ocorrido.

Significa dizer que ainda que tenha ocorrido o acidente de trabalho e que a
empresa tenha emitido a CAT, se o retorno do empregado ao trabalho foi antes ou
até completar os 15 primeiros dias pagos pela empresa (sem que ocorra o
afastamento pela Previdência), este empregado não terá direito à estabilidade
provisória, tendo seu contrato (temporário ou de experiência) encerrado no prazo
previsto para término.

A corroborar com o disposto na norma previdenciária, o TST incluiu o inciso III na


Súmula 378, ratificando o direito à estabilidade provisória mesmo nos contratos
firmados a títulos precários (contrato determinado), conforme abaixo:

"Súmula 378 do TST:

....

III – O empregado submetido a contrato de trabalho por tempo determinado


goza da garantia provisória de emprego, decorrente de acidente de trabalho,
prevista no art. 118 da Lei nº 8.213/91. (Inclusão dada pela Resolução TST
185 de 14.09.2012)."

Conforme dispõe o art. 443 § 1º da CLT, considera-se contrato por prazo


determinado o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado, ou
seja, não há expectativa das partes da continuidade do contrato, pois ambas têm
ciência do seu término no ato da contratação.

No entanto, o entendimento extraído do inciso III da súmula do TST acima citada,


está consubstanciado no fato de que a estabilidade provisória objetiva exatamente
a continuidade do vínculo empregatício e a proteção do trabalhador, situação esta
que sobrepõe uma relação de emprego por tempo determinado.

Seja no contrato de experiência ou no contrato determinado (inclusive o


temporário) a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho - CAT vincula o
empregador à obrigação de que dispõe o art. 118 da Lei 8.213/91, garantindo
assim a estabilidade a todo empregado pelo período de 12 meses, a contar da
cessação do auxílio-doença acidentário.
Diante do exposto, entende-se que se a soma dos dias trabalhados e dos dias de
afastamento, resultar em prazo inferior ao do contrato de experiência, o
empregado retorna ao trabalho para completar o respectivo prazo. Se esta soma
resultar em prazo igual ao do contrato, este será considerado como integralmente
cumprido, dando-se a baixa do contrato na Carteira de Trabalho e Previdência
Social (CTPS) no último dia da experiência, conforme previsto no contrato.
Entretanto, se o empregado entrar em benefício previdenciário, terá estabilidade e
não poderá ser feita a extinção do contrato de experiência.

c) Dirigente sindical

A candidatura ao cargo de dirigente sindical, do empregado contratado em


experiência pode ser considerada pela Justiça do Trabalho como ato de má-fé do
empregado candidato, não se estendendo ao mesmo a estabilidade provisória
prevista para este cargo.

d) Membro da CIPA

Por analogia, da mesma forma que o dirigente sindical, entende-se que os


candidatos e/ou membros da CIPA não gozam de estabilidade durante o contrato
de experiência.

9. Exames Médicos de Saúde Ocupacional

A contratação do trabalhador mediante contrato de experiência não desobriga o


empregador de realizar o exame admissional, previsto no Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, regulamentado pela Norma
Regulamentadora n° 07.

No que tange o exame demissional, conforme dispõe o item 7.4.3.5 da NR 07, o


exame será obrigatoriamente realizado até 10 dias contados do término do
contrato, desde que o último exame ocupacional tenha sido realizado há mais de:

- 135 dias, para as empresas com grau de risco 1 e 2; e

- 90 dias, para as empresas com grau de risco 3 e 4.

Assim sendo, salvo previsão em norma coletiva da categoria profissional, dentro do


período de validade dos atestados médicos, 135 dias para as empresas de grau de
risco 1 e 2 e 90 dias para as empresas de grau de risco 3 e 4, segundo o Quadro I
da NR 4, não há necessidade de realização do exame médico Demissional.

10. Cláusula Assecuratória

O artigo 481 da CLT prevê a cláusula assecuratória de direito recíproco, nos


seguintes termos:

Artigo 481. Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula
assecuratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado,
aplicam-se, caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que
regem a rescisão dos contratos por prazo indeterminado.

A cláusula assecuratória é utilizada para exonerar o dever de indenizar tanto o


empregador, quanto o empregado (artigos 479 e 480 da CLT). Essa cláusula
assegura a rescisão do contrato de forma igual ao indeterminado, cabendo aviso
prévio.

A Súmula n° 163 do TST, confirmando esse entendimento, prevê que é possível o


aviso prévio nas rescisões antecipadas dos contratos de experiência, na forma do
artigo 481 da CLT.

11. Indenização Adicional

A indenização adicional, prevista no art. 9º da Lei nº 6.708, de 30.10.1979 e da Lei


nº 7.238, de 28.10.1984, só é devida na hipótese de rescisão do contrato sem
justa causa por iniciativa do empregador, conforme se vê da redação de ambos os
dispositivos legais:

"Art. 9º O empregado dispensado, sem justa causa, no período de 30


(trinta) dias que antecede a data de sua correção salarial, terá direito à
indenização adicional equivalente a um salário mensal, seja ele, ou não,
optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço ". (art 9º das Leis nº
6.708/79 e 7.238/84)

Ocorrendo extinção automática do contrato de experiência, no período de 30 dias


que antecede à correção salarial da categoria profissional (data-base), não há que
se falar na indenização adicional, por não se tratar de dispensa sem justa causa, e
sim extinção do contrato de trabalho por término do prazo de experiência, direito
que pode ser exercido por qualquer das partes.

Término do contrato pelo decurso do prazo não se confunde com rescisão unilateral
do contrato sem justa causa por iniciativa do empregador. Só cabe indenização
adicional se o contrato de experiência for rescindido antecipadamente no trintídio
que antecede a data-base da categoria profissional.

12. Experiência para Exercício do Cargo

Para fins de admissão, o empregador poderá exigir, no máximo, 6 meses de


experiência do candidato ao emprego no mesmo tipo de atividade. (CLT, art. 442-
A)

13. Rescisão Contratual – Modalidades

O contrato de trabalho é bilateral e, portanto qualquer uma das partes pode tomar
a iniciativa de solicitar a rescisão contratual, no término ou antecipadamente,
devendo ser observadas as regras previstas para cada caso, conforme segue:

a) Rescisão Antecipada por Iniciativa do Empregador

A denúncia antes do prazo acordado, por qualquer das partes, rescinde o contrato.
Nos contratos de experiência, não cabe a concessão de aviso prévio, por tratar-se
de direito específico à rescisão de contrato por prazo indeterminado.

Contudo, celebrado o contrato a termo com cláusula assecuratória de direito


recíproco de rescisão antecipada é devido aviso prévio de, no mínimo, 30 dias pela
parte que exercer este direito (CF/88, art. 7º, XXI, e Súmula do TST nº 163).
Nesse caso, aplicam-se os princípios que regem a rescisão dos contratos por prazo
indeterminado.
Na ausência de referida cláusula, o empregador, ao despedir o empregado, sem
justa causa, obriga-se ao pagamento de indenização igual à metade da
remuneração a que o empregado teria direito até o termo do contrato (CLT, art.
479).

Exemplo:

Empregado admitido no dia 13.04, com contrato de experiência de 30 dias, é


dispensado, sem justa causa, após 10 dias de vigência do mesmo, sendo que não
há cláusula prevendo o direito recíproco de rescisão antecipada do contrato.

Neste caso, o empregador obriga-se a pagar, a título de indenização, a metade da


remuneração a que o empregado teria direito até o término normal do contrato.

Importante notar que a indenização (CLT, art. 479) não se computa para fins de
pagamento de férias e 13º salário proporcionais.

Além, desta indenização, o empregado também terá direito a:

- saldo de salário;

- férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional;

- décimo - terceiro salário proporcional;

- salário família (se for o caso);

- multa do FGTS (40%);

- saque do FGTS (código de movimentação I1 e de saque 01).

b) Rescisão Antecipada por Iniciativa do Empregado

Em se tratando de rescisão antecipada por iniciativa do empregado, este pode ser


obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultar.
Aplica-se a regra trazida no artigo 480 da CLT, conforme se observa abaixo:

Artigo 480. Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar


do contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o
empregador dos prejuízos que desse fato lhe resultarem.

§ 1° a indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o


empregado em idênticas condições.

Serão devidas as seguintes verbas rescisórias:

- saldo de salário;

- férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional;

- décimo - terceiro salário proporcional;

- salário-família (se for o caso);


- o empregado não terá direito ao saque do FGTS.

Ressalte-se, entretanto, que a Justiça do Trabalho tem exigido a comprovação dos


prejuízos por meio de documentos, não bastando à simples alegação do
empregador de que tal ato (rescisão) resultou em prejuízo para a empresa.

Inexistindo meios de comprovação dos prejuízos causados pelo empregado,


orienta-se que tal desconto não seja realizado, sob pena de nulidade ante a
ausência de comprovação efetiva.

Quando a rescisão antecipada ocorre por iniciativa do empregador, a legislação não


menciona obrigatoriedade de comprovação de prejuízo.

c) Rescisão por Término de Contrato (iniciativa do empregador ou do


empregado)

Para a rescisão por término de contrato, serão devidas as seguintes verbas


rescisórias:

- saldo de salário;

- férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional;

- décimo - terceiro salário proporcional;

- salário família (se for o caso);

- saque do FGTS (código de movimentação I3 e de saque 04).

14. Prazo de Pagamento das Verbas Rescisórias

O prazo para o pagamento das verbas foi alterado nos termos da reforma
trabalhista (Lei n° 13.467/2017), independente da modalidade de extinção
contratual, o prazo de pagamento das verbas rescisórias passou a ser de 10 dias.

A atual redação do artigo 477, § 6° da CLT determina que a entrega ao empregado


de documentos que comprovem a comunicação da extinção contratual aos órgãos
competentes, bem como, o pagamento das verbas rescisórias deverá ser efetuado
até 10 dias contados a partir do término do contrato.

Assim sendo, no caso de extinção de contrato de experiência, qualquer que seja o


motivo, o prazo de pagamento das verbas rescisórias é de 10 dias, contados do
último dia trabalhado.

15. Seguro-Desemprego

Como já mencionado, o contrato de experiência é uma modalidade contratual por


prazo determinado. O benefício do seguro-desemprego não é devido para os
contratos por prazo determinado, quando o encerramento se dá no prazo final do
contrato.

O artigo 2°, inciso I da Lei n° 7.998/1990 prevê que o Programa de Seguro-


Desemprego tem por finalidade, prover assistência financeira temporária ao
trabalhador desempregado em virtude de dispensa sem justa causa.
Da mesma forma, o artigo 3° da Lei n° 7.998/1990 dispõe que “terá direito à
percepção do seguro-desemprego o trabalhador dispensado sem justa causa.

Apenas quando houver a antecipação do final do contrato de experiência por parte


do empregador, o trabalhador fará jus ao requerimento do seguro-desemprego.
Isso porque, tal modalidade de extinção contratual, equipara-se a uma rescisão
sem justa causa, pois seu contrato foi encerrado antes do prazo previsto.

Assim sendo, quando a extinção do contrato de experiência se der no termo final, o


trabalhador não terá o direito a requerer o seguro-desemprego.

16. eSocial

Conforme os Leiautes do eSocial - Versão 2.5.1, nas informações do evento S-2200


- Cadastramento Inicial do Vínculo e Admissão/Ingresso de Trabalhador, o campo
{tpContr} deve ser informado conforme opções abaixo:

1 - Prazo indeterminado;

2 - Prazo determinado, definido em dias;

3 - Prazo determinado, vinculado à ocorrência de um fato.

Valores Válidos: 1, 2, 3.

No campo {clauAssec}, deve ser indicado se o contrato por prazo determinado


contém cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antes da data de seu
término:

S - Sim;

N - Não.

Validação: O preenchimento é obrigatório se {tpContr} = [2, 3]. Não preencher


se {tpContr} = [1].

Valores Válidos: S, N.

De acordo com o Manual de Orientação do eSocial, no caso de empregado


contratado por experiência, o campo data do término {dtTerm} deve ser
preenchido com a data decorrente do prazo inicialmente acertado e, se houver
prorrogação, deve ser enviado o evento de S-2206 - Alteração contratual.

Com relação à previsão trazida pelo artigo 472, § 2°, da CLT, caso haja
afastamento no decorrer do contrato determinado, o tempo de afastamento do
empregado não será contado na duração do contrato por prazo determinado,
podendo haver outra prorrogação a fim de que seja terminada a contagem do
afastamento.

Exemplo extraído do Manual de Orientações do eSocial:

Num contrato de experiência de 90 dias, o empregado iniciou afastamento


aos 60 dias, com 60 dias de duração. Caso tenha havido ajuste para que os
dias de afastamento sejam computados na duração do contrato, o
empregador tem de, até o dia 7 do mês seguinte ao da prevista para o
término, enviar o evento S-2206, com a prorrogação do contrato por 30
dias. Ao final dessa prorrogação, o contrato será rescindido, devendo ser
enviado o evento S-2299. Caso tenha havido ajuste para que os dias de
afastamento não sejam computados na duração do contrato, o empregador
tem de, até o dia 7 do mês seguinte ao da prevista para o término, enviar o
evento S-2206, com a prorrogação do contrato por 60 dias. Ao final dessa
prorrogação, o contrato será igualmente rescindido, devendo ser enviado o
evento S-2299.

16.1. Desligamento

O Anexo I dos Leiautes do eSocial versão 2.5 - Tabelas traz os motivos de


desligamento na Tabela 19 - Motivos de Desligamento, podendo ser aplicado no
caso de contrato de experiência, os seguintes motivos:

- 01 - Rescisão com justa causa, por iniciativa do empregador;

- 03 - Rescisão antecipada do contrato a termo por iniciativa do


empregador;

- 04 - Rescisão antecipada do contrato a termo por iniciativa do empregado;

- 06 - Rescisão por término do contrato a termo;

- 10 - Rescisão por falecimento do empregado.

De acordo com o Manual de Orientação do eSocial, no Evento S-2299 -


Desligamento para os casos de rescisão antecipada de contrato por prazo
determinado contendo cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão
antecipada, o campo {mtvDeslig} deve ser preenchido com “02” ou “07”, se a
iniciativa for do empregador ou do empregado, respectivamente.

Quando houver rompimento antecipado de contrato de experiência, de acordo com


a Tabela 03 - Natureza das Rubricas da Folha de Pagamento do Anexo I dos
Leiautes do eSocial versão 2.5 - Tabelas devem ser informadas as seguintes
rubricas, conforme o caso:

- 6104 - Indenização do Art. 479 da CLT: Valor correspondente a metade da


remuneração devida até o término do contrato a prazo determinado em caso
de rescisão antecipada;

- 6904 - Multa prevista no Art. 480 da CLT: Valor descontado do empregado


pela rescisão antecipada, por iniciativa do empregado, do contrato de
trabalho a termo.

16.2. Prorrogação do Contrato de Experiência

Havendo a prorrogação do contrato de experiência, a empresa deverá enviar para o


eSocial o evento S-2206 (Alteração de Contrato de Trabalho), informando a nova
data prevista para término do contrato.

Esse evento deve ser transmitido até o dia 07 do mês seguinte à prorrogação, e
será exigido sempre que houver alguma mudança nos dados contratuais do
trabalhador.
Concluído o período de experiência, caso o empregado seja efetivado, a empresa
deverá informar no evento S-2206 (Alteração de Contrato de Trabalho), que o tipo
de contrato passou a vigorar por prazo indeterminado.

Fundamento Legal: citados no texto

14/04/2021

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