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Acordo Extrajudicial – Pontos de Atenção para acordo extrajudicial na Justiça do

Trabalho

Ser razoável
O valor do acordo extrajudicial trabalhista deve ser razoável e sempre deve considerar a realidade fática
do contrato para ser entabulado. Valores muito baixos e totalmente desassociados dos dados do contrato
não são recomendados.

Não colocar no acordo o pagamento apenas das verbas rescisórias


O acordo deve ter um valor razoável além das verbas rescisórias para justificar a sua realização e facilitar
a homologação judicial, mitigando assim qualquer eventual arguição de nulidade/ fraude.

Ter 02 advogados independentes


O empregado sempre deve ser assistido por um advogado de sua confiança e sem indicação pela
empresa. Caso o empregado tenha dificuldade, deve procurar seu Sindicato, Defensoria Pública, Núcleos
de Prática Jurídica, etc.

Discriminar as verbas
Para uma melhor compreensão do que está sendo pago e facilitar a homologação é importante
discriminar todas as verbas de forma individualizada, com valor e natureza, preferencialmente
demonstrando por meio de uma tabela no corpo da petição ou em anexo.

Anexar documentos
Para uma melhor análise do juiz, instruir a petição de acordo com documentos básicos do contrato, tais
como por exemplo: Contrato de Trabalho, Ficha de Registro, Convenção Coletiva, TRCT, etc. Caso o
acordo seja posterior à rescisão e já tenha havido o pagamento das verbas rescisórias, recomenda-se
juntar os comprovantes de pagamento para demonstrar regularidade.

Contextualizar o acordo
Colocar em pelo menos um parágrafo inicial da petição uma contextualização fática da relação de
emprego. Informar também eventuais situações especiais que justificam a celebração do acordo entre as
partes.

Assinatura do empregado
Colher a assinatura de todas as partes, inclusive empregado como um reforço da boa-fé.

Forma de pagamento
Preferencialmente realizar o pagamento integral do acordo mediante depósito judicial ou diretamente na
conta indicada pelo empregado, não sendo recomendável pagamento total e/ou parcial na conta de seu
advogado para evitar fraudes e/ou arguições de nulidades.

Cláusula penal
Como demonstração de boa-fé e para facilitar a homologação inserir cláusula penal razoável no caso de
descumprimento.

Custas e recolhimentos
Deixar muito claro na petição como se dará o pagamento das custas e demais recolhimentos fiscais e
previdenciários de modo a facilitar a homologação.

Cuidado com prazos


Ao estipular prazos, não deixar de cumprir o prazo legal de pagamento de verbas rescisórias (Art. 477
CLT) quando da realização de acordo com empregados ativos cuja rescisão será coincidente com a data
da homologação.

Quitação
Elencar todas os pontos de algum modo controvertidos do contrato de trabalho que estão sendo quitados
com o acordo de modo a facilitar a sua homologação, já que uma quitação ampla e genérica não tem sido
bem vista pelos juízes.

Levantamento do FGTS
Deixar clara essa questão na petição de acordo de modo a mitigar problemas com a CEF.

Produzido pelo Comitê Jurídico do IBGTr (Instituto Brasileiro de Governança Trabalhista)

Reforma Trabalhista – Contrato de Trabalho em Regime de Tempo Parcial


Posted on 13 de setembro de 2018 by ibgtr

Com o advento da Lei 13.467/2017, popularmente conhecida como reforma trabalhista, o instituto do
Regime de Tempo Parcial foi aperfeiçoado e ganhou artigo próprio para concepção de seu regramento;

Desta forma, a partir de 11 de novembro de 2017, ficou permitido às empresas realizarem a contratação
de empregados pelo Regime de Tempo Parcial nas seguintes modalidades:

 Jornada de no máximo 30 horas semanais sem a possibilidade de realização de horas


extras;
 Jornada de até 26 horas semanal com a possibilidade de realização de horas extras
limitadas a 6 horas semanais.
Nestes casos o pagamento do salário será feito de forma proporcional ao número de horas laboradas
semanalmente, em relação aos empregados que cumpram as mesmas funções em tempo integral,
ressalvando sempre o fato de que nenhum empregado poderá perceber remuneração inferior ao salário
mínimo ou ao piso salarial fixado em Convenção Coletiva de Trabalho.

Outra mudança foi a possibilidade de realização de horas extras, sendo que estas poderão ser
compensadas até a semana posterior a sua realização. Nos casos de ausência de compensação o
pagamento destas horas deverá ser feito na folha de pagamento do mês subsequente.

Quanto às férias, outra modificação foi inserida e os empregados sujeitos a este regime também poderão
converter 1/3 do período em abono pecuniário.

O artigo 58-A da CLT, trouxe ainda a possibilidade de os empregados com contrato de trabalho ativo
adotarem o Regime de Tempo Parcial, desde que manifestem expressamente sua vontade perante a
empresa e que tenha previsão em Negociação Coletiva.

Os demais direitos trabalhistas e previdenciários são aplicados de forma ampla aos empregados optantes
pelo Regime de Tempo Parcial e nada diferem dos empregados contratados pelo Regime de Tempo
Integral.

Por Ana Rosa Gonçalves Dias Freitas, Advogada Trabalhista do Escritório BECKER DIREITO EMPRESARIAL.

Compliance e Tecnologia – 6 Pontos de Atenção para sua Organização

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