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Para que servem os documentos de admissão?

A parte final do processo de contratação de um funcionário demanda que ele envie uma série
de documentos ao departamento de gestão de pessoas da empresa. Apesar de ser uma etapa
que às vezes é questionada como trabalho excessivo, há uma série de razões que justificam a
necessidade dessa documentação.

Os registros civis servem para que a empresa identifique e conheça melhor o novo
colaborador, além de ter acesso às suas informações básicas. Dados sobre dependentes
financeiros também são importantes para cálculos de direitos trabalhistas, salário-família, IRRF
e pensão alimentícia.

Também são importantes no caso de inclusão nos benefícios concedidos pela empresa
(convênio médico e odontológico, auxílio creche etc.)

A admissão de uma pessoa só pode ser efetivada a partir da apresentação dos dados contidos
nas certidões e a regularidade da organização depende disso, pois a qualquer momento fiscais
do Ministério do Trabalho podem realizar uma auditoria e é fundamental que a empresa
cumpra as exigências para se enquadrar na lei.

Quais documentos admissionais necessários para contratar um funcionário?

Os documentos admissionais que devem ser solicitados são:

Cópia do RG;

Cópia do CPF;

Original e cópia da carteira de trabalho (CTPS);

Inscrição no PIS/Pasep;

Foto 3×4;

Cópia do título de eleitor;

Original e cópia da carteira de habilitação (CNH) (caso o cargo utilize veículo, atentar para a
categoria exigida);

Cópia do comprovante de endereço;

Cópia do comprovante de escolaridade;

Original e cópia do registro profissional emitido pelo órgão da classe;

Cópia da certidão de nascimento (caso solteiro) ou certidão de casamento (caso casado);

Cópia do certificado de reservista (para homens entre 18 e 45 anos);

Original do atestado de saúde ocupacional (obtido em uma clínica de exame admissional);


Cópia da certidão de nascimento de filhos de até 21 anos;

Cópia do cartão de vacina e comprovante de frequência escolar para filhos de até 7 anos;

Original e cópia da carta de referência.

Quais documentos não podem ser exigidos na admissão?


Também existem documentos que não podem ser, de maneira alguma, exigidos pelo
empregador — e que, se feito, acarreta multas e penalidades. São eles:

Exame de HIV;

Exames que comprovem gravidez;

Registros de dívidas ou não do candidato, como certidão negativa no SPC e Serasa;

Dados de antecedente criminal;

Documento comprovando ausência de ações trabalhistas do candidato, ou seja, comprovando


que ele nunca entrou em uma ação contra uma empresa. Esses itens são considerados de
caráter discriminatório quando solicitados ao empregado e, caso uma empresa os solicite,
causando constrangimento e preconceito no ambiente de trabalho, ela pode sofrer uma ação
trabalhista e ser gravemente multada. A partir do momento em que o candidato entrega a
documentação solicitada, de acordo com a Lei nº 5.553, a empresa tem o prazo máximo de
cinco dias para devolver todos os documentos originais, mesmo se forem cópias autenticadas.
Além disso, segundo o artigo 29 da CLT, o prazo é reduzido a 48 horas para a entrega da
carteira de trabalho devidamente assinada pelo contratante. Com esse prazo definido por lei,
cabe ao setor de Recursos Humanos, responsável pelo cadastro do colaborador, a
responsabilidade de gerir esse processo da forma mais ágil e efetiva possível, para que a
empresa não sofra penalidades. Dependendo da quantidade de profissionais que serão
contratados, esse prazo pode ser bem curto, portanto, a equipe do departamento pessoal
deverá estar preparada para conduzir de forma eficiente o recebimento e a conferência da
documentação exigida. Com a implantação obrigatória do e-social nas empresas, evitar erros
de digitação e conferir detalhadamente os dados obrigatórios antes de lançá-los no sistema de
folha de pagamento custa um tempo precioso na finalização do processo, pois com o envio
automático das informações para os órgãos envolvidos é imprescindível atenção total nessa
etapa para evitar retrabalho e concluir o processo com eficiência.

Reforma trabalhista
A reforma trabalhista foi aprovada e sancionada pelo presidente.
Em quatro meses, as mudanças passarão a valer. Confira o que
mudou na legislação e como isso vai afetar o seu dia a dia.

Acordo com sindicatos valem como lei


A primeira grande mudança da reforma é que os acordos
coletivos poderão ser diferentes do que estabelece a CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho). Isso serve para pontos
específicos, como jornada de trabalho e salário.
Horas de trabalho
A jornada de trabalho pode ser negociada, mas deve respeitar os
limites da Constituição. Por exemplo, a jornada diária poderá ser
de 12 horas com 36 horas de descanso. Mas fica mantido o limite
de 44 horas de trabalho por semana e de 220 por mês.
O intervalo dentro do expediente também será negociável. Mas
é necessário ter o mínimo de 30 minutos nas jornadas maiores
do que 6 horas. E deixam de ser considerados como parte da
jornada atividades como descanso, estudo, alimentação, higiene
pessoal e troca de uniforme.
Férias
Uma das principais mudanças na Reforma Trabalhista são as
férias. Agora, elas podem ser divididas em até 3 períodos, mas
nenhum deles pode ser menor do que 5 dias corridos. E um deles
tem que ser maior do que 14 dias corridos.
Outro detalhe importante é que o período de descanso não pode
começar nos dois dias antes de um feriado ou do dia de descanso
na semana.
Contribuição sindical
O desconto na folha de pagamento que era obrigatório passa a
ser facultativo. Ou seja, só vai pagar quem quiser.
Deslocamento
O tempo que o trabalhador utiliza da sua casa até o trabalho e o
retorno, mesmo que o transporte seja fornecido pela empresa,
deixa de ser obrigatoriamente pago ao funcionário.
Feriados e banco de horas
Com a reforma trabalhista, os acordos coletivos poderão
determinar a troca do dia de feriado. Também será possível criar
um banco de horas, que terá 6 meses para ser compensado. Se
esse período terminar sem a compensação, as horas extras terão
que ser pagas com adicional de 50% no valor.
Rescisão
A homologação da rescisão não precisa mais ser feita no
sindicato ou por autoridade do Ministério do Trabalho. Agora,
ela pode ser feita na empresa, com os advogados da empresa e
do funcionário.
Outra novidade é a rescisão por “comum acordo”. Quando tanto
patrão quanto trabalhador querem encerrar o contrato, o
funcionário terá direito a receber metade do aviso prévio e da
multa de 40% sobre o saldo do FGTS. Neste caso, ele também
poderá sacar até 80% do FGTS, mas não receberá o seguro-
desemprego.
Remuneração
Benefícios como auxílios, prêmios e abonos deixam de fazer
parte da remuneração. Na prática, eles vão deixar de ser
contabilizados na cobrança de encargos trabalhistas e
previdenciários.
Gestantes
Na regra anterior, as gestantes ou lactantes eram afastadas de
qualquer atividade ou local insalubre. Com a reforma, elas só
serão afastadas das atividades consideradas insalubres em grau
máximo.
Negociação
Todas as empresas que tiverem mais de 200 empregados
deverão ter uma comissão de representantes para negociar com
a empresa. Eles serão eleitos e podem ser sindicalizados ou não.
Novas modalidades de trabalho
Intermitente: passam a ser aceitos os contratos por hora de
serviço. E o trabalhador contratado nessa modalidade terá
garantidos os direitos trabalhistas.
Parcial: será permitida a jornada semanal de até 30 horas, sem
hora extra, ou de até 26 horas semanais com acréscimo de até 6
horas extras.
Autônomo exclusivo: trabalhador poderá prestar serviço para
uma empresa de forma exclusiva e contínua sem que se
configure o vínculo empregatício.
Trabalho remoto (home office): antes não era regulamentado
pela CLT. Agora, empresa e trabalhador podem negociar as
responsabilidades sobre despesas relacionadas às funções.
Justiça gratuita
Poderá recorrer à justiça gratuita quem recebe menos do que
40% do teto do INSS e que comprovar que não possui recursos.
Direitos que não podem mudar
Os pagamentos do FGTS, 13º salário, seguro-desemprego e
salário-família;
O adicional de hora extra, a licença-maternidade (de 120 dias) e
o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço;
Também não podem ser modificadas as normas de saúde,
segurança e higiene do trabalho.
Algumas dessas mudanças, como jornada de trabalho de 12
horas, atividades insalubres para gestantes e lactantes e
representantes dos trabalhadores ainda podem sofrer
mudanças.
Além de acompanhar o que muda na reforma trabalhista, fique
de olho para não perder o prazo de saque das contas inativas do
FGTS!

15 AVANÇOS QUE A REFORMA TRABALHISTA TRAZ PARA VOCÊ E


PARA O BRASIL
1. Foram mantidos todos os direitos trabalhistas, como 13º salário, FGTS, férias de 30
dias, seguro desemprego, repouso semanal remunerado, aposentadoria, licença
maternidade e paternidade. Inclusive, a reforma proíbe que esses direitos sejam
objeto de negociação.

2. As férias poderão ser divididas em mais de um período, desde que o empregado


concorde.

3. O empregado poderá trabalhar em casa (home office).

4. Por meio de acordo, empregado e empregador poderão encerrar o contrato de


trabalho. Neste caso, serão pagas as verbas trabalhistas e será autorizado o saque de
80% do FGTS.

5. Procedimentos para retirada do seguro desemprego e para movimentação do FGTS


serão desburocratizados.

6. Empregados e empresas agora poderão ajustar condições de trabalho específicas, por


meio de acordo ou convenção coletiva. Será possível, por exemplo, negociar a redução
do horário de almoço para o empregado sair mais cedo ou ter folgas, a troca de
feriado que caia no meio da semana e as rotinas de trabalho mais maleáveis.

7. Agora, o empregado com nível superior e que receba salário mensal igual ou superior a
duas vezes o teto do INSS poderá ajustar com a empresa, por meio de acordo
individual, condições de trabalho específicas. Pode, por exemplo, negociar
compensação de jornada para trabalhar mais em um dia e sair mais cedo no outro.
8. As regras de contrato por tempo parcial foram aperfeiçoadas, contribuindo para gerar
empregos para profissionais sem condições de se dedicar ao trabalho em tempo
integral.

9. O trabalho intermitente (prestação de serviços esporádica e não contínua) foi


regulamentado, contribuindo para criação de empregos e para trazer para formalidade
trabalhadores contratados para demandas específicas de curto prazo. A medida facilita
a contratação de pessoas que não podem trabalhar, diariamente, 8 horas.

10. As novas regras garantem que as gestantes não trabalhem em locais insalubres de
grau máximo (trabalho com pacientes em isolamento por doenças infecto-
contagiosas). E também que, se um médico de sua confiança assim indicar, não
trabalhem em locais insalubres de grau médio ou mínimo.

11. A partir de agora está expressamente permitida a terceirização de qualquer atividade.


Por outro lado, fica proibida a contratação de pessoas jurídicas formadas por ex-
empregados desligados até 18 meses antes da terceirização. Estas regras buscam dar
segurança e proteção para empregados e empresas.

12. As empresas passam a ser penalizadas com multas mais altas caso não registrem seus
empregados ou não anotem os dados relativos à sua admissão no emprego, duração e
efetividade do trabalho, férias, acidentes e demais circunstâncias que interessem à
proteção do empregado.

13. A reforma regulamenta o dano moral, fixando critérios para sua caracterização quando
ocorrerem ofensas à honra, à imagem, à intimidade, à liberdade de ação, à
autoestima, à sexualidade, à saúde, ao lazer, e à integridade física do empregado.

14. Pelas novas regras, fica estabelecido que é de responsabilidade do empregador a


higienização de uniformes, quando necessários procedimentos ou produtos diferentes
dos utilizados para a higienização de vestimentas comuns.

15. Empregado e empregador agora podem pedir à Justiça do Trabalho a homologação de


um acordo extrajudicial relacionado ao contrato de trabalho.

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