Você está na página 1de 7

PROCESSO DE DEMISSÃO

Na Consolidação das Leis do Trabalho, a famosa CLT, existem três formas


específicas de dispensa, sendo que, em cada uma delas, as verbas rescisórias
a serem recebidas pelo trabalhador são diferentes. Na prática, há outras
modalidades comuns, e recentemente uma nova foi incluída pelo texto da
reforma trabalhista. 

Processo de demissão: 5 formas de desligamento


De modo geral, as empresas passam a compreender um processo de
demissão quando se deparam com sua primeira oficialização de pedido de
demissão ou dispensa. Antes da CLT sofrer alterações, existiam acordos
trabalhistas entre empregado e empresa, mas com a atualização das leis
trabalhistas os processos de desligamento se tornaram mais exigentes. 

Confira a seguir as principais formas de desligamento em vigor no país


atualmente. 

1. Demissão por justa causa

Esse processo de demissão ocorre quando o colaborador comete atos


graves que justifiquem seu desligamento da empresa. Nessa situação, o
trabalhador perde praticamente todos os seus direitos, restando apenas o
saldo de salário dos dias trabalhados no mês, eventuais férias vencidas
acrescidas de 1/3  referente ao abono constitucional. 

Mesmo que um funcionário tenha cometido uma falha grave que sirva
como motivo de sua dispensa, o empregador não possui o direito de fazer
referência ao assunto em sua carteira de trabalho. O prazo da empresa
para realizar o pagamento das verbas rescisórias se dá até o décimo dia
após a notificação de demissão.

Os principais motivos de um processo de demissão por justa causa por


parte do colaborador são:

 Mal procedimento ou incontinência de conduta;


 Ato de improbidade; 
 Insubordinação ou indisciplina;
 embriaguez em serviço;
 condenação criminal.
Ainda dentro dessa modalidade demissional, é importante dizer que existe
também a demissão por justa causa que ocorre quando a empresa não
cumpre com seus direitos e obrigações previstos no contrato de trabalho.
Os principais motivos que justificam esse tipo de pedido de demissão por
parte do trabalhador são:

 Assédio moral;
 Sobrecarga na jornada;
 Risco de vida.

Quando esse tipo de rescisão acontece, o empregado tem direito ao aviso


prévio, eventuais férias proporcionais, com acréscimo de 1/3, multa do
FGTS, além do seguro-desemprego.

2. Demissão sem justa causa 

Dentre os processos de demissão, essa ocorre quando o empregador já não


tem o interesse na prestação dos serviços dos colaboradores e decide por
efetuar o desligamento, mesmo que não tenha ocorrido atos que
justifiquem a dispensa. 

Nesse formato de demissão, não há necessidades de explicação do motivo,


sendo apenas necessário comunicar o funcionário de modo prévio – 30 dias
antes ou então, pagar pelo aviso prévio.

Esse é o modelo em que o empregado possui mais direitos. São eles:

 Saldo de salários dos dias trabalhados;


 Férias proporcionais, acrescidas de 1/3 constitucional;
 Décimo terceiro salário de modo proporcional;
 Aviso prévio indenizado;
 Aviso prévio indenizado proporcional;
 Saldo do FGTS;
 Multa referente ao FGTS;
 Seguro-desemprego.

3. Pedido de demissão pelo funcionário 

Esse processo de demissão ocorre quando o empregado demonstra seu


desejo de deixar o emprego e se desligar da empresa, mesmo que essa não
seja a vontade do contratante. Quando ocorre um pedido desses, o
trabalhador possui quase os mesmos direitos da demissão sem justa causa,
mas pode perder os seguintes:

 Aviso prévio, salvo se for trabalhado;


 Indenização sobre o FGTS;
 Saque do FGTS sem multa;
 Seguro desemprego.

4. Acordo entre as partes

Essa modalidade não está prevista na CLT, mas é muito praticada no


mercado de trabalho. Ela ocorre quando o colaborador quer ser demitido
por alguma razão, mas não a empresa não quer dispensá-lo.

Para manterem uma boa relação, o empregador e o empregado entram em


um acordo e combinam uma demissão sem justa causa, porém, com
condições diferentes. o colaborador saca o seu Fundo de Garantia, mas
devolve a multa à empresa, para que ela não fique no prejuízo. 

5. Demissão consensual 

Recentemente, a reforma trabalhista criou esse processo de demissão que


também não estava prevista na CLT. Trata-se na verdade de uma forma de
legalizar o acordo entre as partes que foi citado anteriormente. 

A ideia dessa nova forma de dispensa é que a empresa pague menos do


que quando opta pelo desligamento do funcionário e mais que quando o
pedido de demissão parte diretamente do colaborador. 

Nesse processo de demissão, o desligamento ocorre em comum acordo


entre ambas partes. Além das verbas a que o trabalhador teria direito em
caso de pedido de demissão, ele recebe a metade do valor referente ao
aviso prévio, 20% da multa do Fundo de Garantia e a possibilidade de
movimentação de até 80% do saldo do FGTS. Mas por outro lado, o
empregado perde o direito de receber o seguro-desemprego.

Como funciona o processo de demissão?


O processo de demissão se inicia a partir do tomador de decisão. O
processo de pedido de demissão solicitado pelo funcionário, funciona de
forma diferente da demissão requerida pela empresa. Confira, a seguir, as
principais informações para os casos nos quais a rescisão do contrato de
trabalho é uma iniciativa do funcionário. Caso você esteja procurando por
uma ferramenta que realize os cálculos de valores rescisórios de forma
correta e queira evitar atrasos nas homologações, fale com os nossos
consultores.

Carta de demissão

Quando o gestor recebe um pedido de demissão por parte do funcionário,


o primeiro passo consiste em solicitar que ele escreva uma carta de próprio
punho para formalizar a solicitação. Trata-se de uma medida indispensável
para proteger a empresa quanto a futuras questões trabalhistas.

Aviso prévio

Por lei, após comunicar seu desligamento, o colaborador deve trabalhar


por mais 30 dias. É o chamado aviso prévio. Todavia, é bastante comum
que o funcionário em questão tenha emprego garantido em outra
organização, não tendo, portanto, a intenção de cumprir esse período.

Nesse caso, a dispensa deve ser requerida na carta de demissão e os dias


não trabalhados devem ser descontados das verbas rescisórias.

O pedido de demissão pode vir, ainda, durante a vigência de contratos de


experiência. Quando isso ocorre, a empresa desconta o valor da metade
dos dias que restam para o término do acordo. Entretanto, se a solicitação
for feita no último dia do contrato, o cumprimento do aviso prévio não é
necessário.

Pagamentos rescisórios

O colaborador que pede demissão tem o direito de receber certos valores.


O saldo do salário do mês em curso deve ser pago observando a data de
demissão. Para calculá-lo basta dividir o salário por 30 e multiplicar pelo
número de dias trabalhados. Quando o último dia de trabalho cai em uma
sexta ou sábado, o dia de descanso semanal subsequente deve ser
contado.

O trabalhador recebe, também, o 13° salário proporcional aos meses


trabalhados. Cada mês acrescenta 1/12 do salário. Quando
existem férias vencidas, elas devem ser pagas, somando as férias do ano
corrente que, por sua vez, são remuneradas proporcionalmente mais o
adicional de 1/3. Comissões, horas extras e outros adicionais devem ser
incluídos.

No cálculo da rescisão, deve ser descontado o INSS e o FGTS. A empresa


recolhe o FGTS equivalente ao período trabalhado, mas o colaborador não
pode sacar o valor e não recebe a Desligamento por parte da empresa

Quando o empregador decide encerrar um contrato de trabalho, algumas


regras mudam. A rescisão pode ser sem justa causa ou com justa causa.
Veja as diferenças!

Sem justa causa

Além de todos os pagamentos mencionados nos casos de quem se demite,


o trabalhador que é desligado sem justa causa tem o direito de sacar o
FGTS mais multa de 40% sobre todos os depósitos feitos pela empresa
durante o contrato.

O trabalhador receberá o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço. A


empresa decide se o tempo de aviso será trabalhado ou não. Além disso, o
colaborador pode ter direito a receber o seguro-desemprego, pago pelo
Governo Federal.

Vale destacar que o aviso prévio tem o objetivo de garantir um tempo para
o empregado conseguir um novo emprego. Por isso, quando se opta pelo
seu cumprimento, o trabalhador pode escolher por reduzir em duas horas
diárias a sua jornada de trabalho ou faltar os últimos sete dias do trabalho
sem prejuízo do salário.

Com justa causa

Algumas situações excepcionais, como furto e falsificação de documentos,


que estão descritas na CLT, podem gerar demissão por justa causa.

Em tais ocasiões, o funcionário recebe apenas o salário do mês e as férias


vencidas. Ou seja, ele perde a garantia do 13º, o aviso prévio, o acesso ao
FGTS, a multa rescisória e o seguro-desemprego.

Prazos de pagamentos

Quando o aviso prévio é cumprido, a empresa tem o prazo de um dia útil


para pagar os vencimentos após a rescisão. Nas demissões sem o
cumprimento dos 30 dias ou em demissão por justa causa, o prazo muda
para até 10 dias corridos, a partir da data da comunicação de demissão.

Se o contrato de trabalho teve duração de 12 meses ou mais, a rescisão


deve ser homologada no Ministério do Trabalho ou no sindicato da
categoria. Na homologação, devem estar presentes o ex-funcionário e um
representante da empresa. Os comprovantes de pagamento dos valores
rescisórios, do FGTS e de outras obrigações devem ser apresentados.

Como fazer um processo de demissão ser menos


doloroso
Hoje em dia líderes e profissionais precisam saber como contratar e
também como conduzir um processo de demissão. O tamanho empresa
pouco importa quando um colaborador é desligado, uma vez que o
sentimento de fracasso por parte de quem é demitido, dificilmente será
inexistente.

No entanto, alguns fatores podem ajudar para que a demissão de


funcionários possa trazer menos tensão, e estas regras devem ser seguidas
por quem busca desligamentos de colaboradores sem desencadear
problemas ou dores.

Contar com a ajuda das políticas da empresa para justificar o afastamento


de um funcionário é uma das regras, mas importantes para que o processo
ocorra de maneira facilitada, uma vez que, por meio desse tipo de
informação, será possível apresentar os reais fatores que culminaram no
desligamento. Isso faz com que o colaborador possa ter uma base real para
entender os motivos que o torna não mais necessário à empresa.

Outro ponto importante para que o processo de demissão seja menos


doloroso é que o funcionário em questão não seja pego de surpresa pela
notícia. O colaborador cujo trabalho deixa a desejar deve ser e informado
sobre esta situação por meio de feedbacks de avaliação, que deixem claro
o que está acontecendo, caso não ocorram mudanças em relação a sua
performance, o desligamento, pode se tornar uma possibilidade real.

Regras do ambiente de trabalho também devem ser constantemente


expostas aos colaboradores, permitindo que não haja espaço para dúvidas
em relação ao que é considerado certo ou errado dentro da empresa. caso
um funcionário, por exemplo, deixa de exercer suas funções com
produtividade por passar muito tempo nas redes sociais durante seu
expediente, isso deve ser devidamente explicado – garantindo que seja
compreendido o descontentamento da empresa em relação às suas ações.

Assim como para quase qualquer outra situação da vida profissional, tratar
seus funcionários como gostaria de ser tratado é fundamental para que
colaboradores não saiam de uma corporação com um sentimento ruim.

Entrevista de desligamento
Todo e qualquer colaborador que deixa uma empresa, independente do
tipo de saída, pode contribuir de alguma maneira para melhorar a
organização no que diz respeito ao processo de desligamento. Essa é uma
ferramenta de grande importância, capaz de realizar diagnósticos, que
podem contribuir para o aprimoramento de processos internos e, ainda,
evitar a perda de outros talentos. 

A entrevista de desligamento é opcional e um colaborador não deve ser


forçado a concedê-la. mas, para oferecer bons resultados, é importante
deixar claro que as informações fornecidas podem colaborar com o
conhecimento de pontos fortes e fracos que precisam ser ajustados pela
empresa. 

O fim de um contrato de trabalho é algo burocrático, que necessita de


empatia e sensibilidade, além disso, embora muitos discordem, o processo
de demissão é complicado para ambas as partes, por isso, ter
conhecimento das formas de desligamento, e tornar o processo menos
doloroso é a melhor forma de lidar com a situação.

Você também pode gostar