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DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO

FORMAS DE EXTINÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

CONCEITO: A rescisão de um contrato de trabalho encerra o vínculo entre empresa e


trabalhador, gerando uma série de obrigações para um lado e direitos para o outro. Os motivos
que levam a um desligamento são diversos, por isso existem vários tipos de demissão, para
cada caso específico.

Na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) existem três formas de dispensa, sendo que, em
cada uma delas, as verbas rescisórias a serem recebidas pelo trabalhador são diferentes. Na
prática, existem outras modalidades comuns no mercado e, recentemente, uma nova foi
incluída pelo texto da reforma trabalhista.

Quando o contrato de trabalho é rescindido o empregador deve anotar na carteira de


trabalho do empregado a data de término. Além disso, ele é obrigado a comunicar a rescisão
a alguns órgãos, tal como o Caged, que é uma base de dados mantida pelo governo federal
para fornecer estatísticas sobre a quantidade de demissões e admissões no país.

Também será fornecido ao trabalhador um recibo ou termo de rescisão em que devem


constar todas as verbas a que ele tem direito com o término do contrato. Devem ser
especificados os valores referentes a cada verba específica, não podendo constar somente
um valor geral.
O pagamento dessas verbas pode ser realizado em dinheiro, depósito bancário ou cheque
visado, conforme acordem as partes. Se o trabalhador for analfabeto, somente poderá ser
feito em dinheiro ou depósito bancário.

Demissão por justa causa- ART 482, CLT


Esse tipo de demissão acontece quando o colaborador EMPREGADO/ TRABALHADOR comete
faltas graves que justifiquem seu desligamento da empresa. Entre os principais motivos, estão:

• mau procedimento ou incontinência de conduta: são considerados má conduta do empregado


atos como assédio sexual ou moral de um colega, falta de respeito ao ambiente de trabalho,
tratamento inadequado aos outros funcionários e falta de ética profissional. Para a demissão
imediata por justa causa, é importante que se tenha provas desses atos;
• ato de improbidade: são condutas de má-fé, como adulteração de documentos, exposição de
documentos confidenciais e furto de coisas materiais ou de informações da organização.
Também é fundamental que as acusações desse tipo de ato sejam embasadas por provas;
• insubordinação ou indisciplina: funcionários que não respeitam as regras da instituição ou as
ordens de seus superiores estão sujeitos à demissão por justa causa;
• embriaguez em serviço: acontece quando um colaborador comparece para seu dia de serviço
sob o efeito de álcool ou outras drogas;
• condenação criminal: um funcionário julgado e condenado à prisão, por qualquer motivo, é
demitido por justa causa, já que se encontra impossibilitado de comparecer ao trabalho.

No caso de demissão por justa causa, o trabalhador perde vários direitos, restando apenas o
recebimento de:

• saldo de salário dos dias trabalhados naquele mês;


• eventuais férias vencidas, acrescidas de 1/3 referente a abono constitucional.

Mesmo que o empregado tenha cometido uma falha grave que sirva como justificativa para
sua dispensa, o empregador não tem o direito de fazer referência ao assunto em sua carteira
de trabalho. O prazo da empresa para realizar o pagamento das verbas rescisórias é até o
décimo dia após a notificação de demissão (caso contrário, aplica-se o art. 477,§8º, CLT).

Ainda dentro dessa modalidade, é importante ressaltar que existe também a demissão por
justa causa por parte do empregado, que pode ocorrer quando a empresa não cumpre com
direitos e obrigações previstos no contrato de trabalho.
Rescisão Indireta

O artigo 483, da CLT, traz as hipóteses em que o contrato é


rescindido por culpa do empregador, nesse caso o empregador,
por exemplo: o empregador exija que o empregado faça um serviço
superior à sua força, quando empregador não cumprir as obrigações
expostas no contrato de trabalho.

Exemplos de Causas: 3 meses de atraso salarial, não deposita


o INSS.

Os direitos do empregado serão os mesmos quando ocorre a


demissão sem justa causa pelo empregado, ou seja, terá o direito
ao aviso prévio, indenização das férias integradas, com
acréscimo de 1/3 do constitucional, multa de 40% do FGTS,
levantamento do saldo do FGTS, 13º proporcional, e também
terá direito ao seguro desemprego.

Alguns motivos que justificam esse tipo de pedido de demissão por parte do trabalhador são:

• assédio moral;
• sobrecarga na jornada;
• risco de vida.

Quando esse tipo de rescisão ocorre, o empregado tem direito a receber aviso prévio,
eventuais férias proporcionais, com acréscimo de 1/3, multa de 40% do FGTS (Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço) e seguro-desemprego.

Demissão sem justa causa


Entre os tipos de demissão, essa ocorre quando o empregador não tem mais interesse na
prestação de serviço de um colaborador e decide por seu desligamento, mesmo que ele não
tenha cometido atos que desabonem sua conduta e justifiquem a dispensa.

A empresa não precisa explicar o motivo de sua decisão, mas deve comunicar o funcionário
previamente — 30 dias antes — ou pagar pelo aviso prévio.

Esse é o modelo de rescisão em que o empregado tem mais direitos, que são:
• saldo de salário dos dias trabalhados;
• férias proporcionais, acrescidas de 1/3 constitucional;
• décimo terceiro proporcional;
• aviso prévio indenizado;
• aviso prévio indenizado proporcional;
• saldo do FGTS;
• multa de 40% referente ao FGTS;
• seguro-desemprego.

PEDIDO DE DEMISSÃO PELO FUNCIONÁRIO

Esse modelo de rescisão acontece quando o empregado expressa seu desejo de deixar o
emprego e desligar-se da instituição, mesmo que essa não seja a vontade do empregador.
Quando ocorre esse pedido, o trabalhador perde os seguintes direitos:

• aviso prévio — salvo se trabalhado;


• indenização de 40% sobre o FGTS;
• saque do FGTS (ele é depositado, exceto a multa, mas o trabalhador não pode sacá-lo);
• seguro-desemprego.

HOMOLGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL


Recentemente, a reforma trabalhista criou essa nova modalidade de demissão, que não estava
prevista pela CLT. Presente no artigo 484-A da reforma, a demissão consensual é uma forma
de legalizar o acordo firmado diretamente entre as partes, sem prévia participação ou
intervenção da justiça do trabalho.

Nessa modalidade, o desligamento ocorre:

• em comum acordo entre as partes;


• Cada uma das partes tem que ser representada por patronos diferentes, não podendo
ser do mesmo escritório;
• o trabalhador recebe metade do valor referente ao aviso prévio,
• 20% da multa do Fundo de Garantia;
• e a possibilidade de movimentação de até 80% do saldo do FGTS.
• Não recebe o seguro-desemprego.
O juiz poderá não homologar se entender que o termo viola direitos trabalhistas, é uma fraude ou
tem outras ilegalidades. Nesse caso, irá fundamentar a decisão.

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