Você está na página 1de 3

Conheça cinco pontos negativos da

reforma trabalhista para o


trabalhador
O Portal Contábeis conversou com a advogada Líris Silvia Zoéga Tognoli,
especializada nas áreas Preventiva Fiscal Trabalhista e Previdenciária, e
elencou cinco aspectos negativos, na prática, para o trabalhador.
28/08/2017 15:31
 

A Reforma Trabalhista,  sancionada pelo presidente Michel Temer em 13 de julho, vai

ocasionar mudanças importantes na legislação trabalhista, alterando mais de cem

pontos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) , de 1943. As novas normas estão

previstas para entrar em vigor em novembro (120 dias após a sanção), mas o

anúncio delas foi o suficiente para gerar muitas polêmicas e dividir opiniões.

Há quem a contemporize, quem detestou e quem as considera necessária.

Polêmicas à parte, o Portal Contábeis conversou com a advogada Líris Silvia Zoéga

Tognoli, especializada nas áreas Preventiva Fiscal Trabalhista e Previdenciária, com o

objetivo de listar cinco aspectos negativos na prática para o trabalhador.

Clique aqui e conheça também cinco mudanças positivas ao trabalhador.

A lei é ampla e traz muitas modificações. No Fórum sobre Reforma Trabalhista,  no

site Contábeis, você consegue tirar mais dúvidas e interagir com mais pessoas.

1)     Jornada de Trabalho de 12x36

A jornada diária de trabalho poderá ser de até 12 horas, com 36 horas de descanso.

As empresas que contratarem trabalhadores para cumprirem essas jornadas mais

longas deverão garantir ao empregado um intervalo de 36 horas imediatas, antes do

retorno à empresa.

Hoje em dia, a jornada é limitada a oito horas diárias, 44 horas semanais, podendo

haver até 2 horas extras por dia. Segundo advogados consultados, o turno de 12/36

já existia, mas antes precisava estar previsto pelo acordo coletivo da categoria.

2)     Horas no trânsito/ Trajeto entre casa e trabalho


 As empresas não precisarão mais computar como jornada de trabalho o período em

que o empregado gasta no trajeto para chegar ao trabalho e vice-versa. Assim, não

será mais necessário o pagamento de horas extras, conforme descrição de trecho no

novo texto: “O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a

efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por

qualquer meio de transporte, inclusive o fornecido pelo empregador, não será

computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à disposição do empregador.”

3)     Home office sem horas extras

Antes da reforma trabalhista,  a legislação não considerava essa modalidade de

trabalho, apesar de, na prática, ser amplamente utilizada. As novas regras trarão

algumas disposições específicas referente ao home office, diferente da CLT, que não

fazia distinção entre o trabalho realizado na empresa e o praticado em casa ou a

distância. Isso porque havia um entendimento de que o empregado em home office

tinha que seguir as mesmas regras dos demais trabalhadores da empresa, o que

incluía um controle de jornada.

Nesse ponto, a nova legislação prevê que o trabalho em home office não estará mais

sujeito ao controle de jornada, excluindo, assim, a possibilidade de recebimento de

horas extras. 

Além disso, tudo o que o trabalhador usar em casa terá que ser formalizado com o

empregador em contrato, desde equipamentos e gastos com energia e internet, e o

controle do trabalho será feito por tarefa. Antes, de modo geral, havia um

entendimento que o empregador deveria arcar com os gastos referentes aos

equipamentos e infraestrutura utilizados e necessários à execução do trabalho. 

Quem já trabalha em sistema de teletrabalho também precisará fazer aditivo

contratual e estará sujeito a alteração de regime home office para presencial por

determinação do empregador, que terá de garantir prazo de transição mínimo de 15

dias ao empregado.

4)    Autorização para demissão em massa

A partir da vigência das novas regras, as dispensas coletivas não vão mais precisar da

negociação com sindicatos e poderão ser feitas diretamente pela empresa, nos

mesmos moldes da individual, de maneira muito mais simples. Alguns especialistas


acreditam que o intermédio feito pelos sindicatos ajudava a minimizar o prejuízo ao

trabalhador.

5)   Fim da assistência gratuita na rescisão do contrato de trabalho

Não há mais a necessidade da rescisão do contrato de trabalho ser homologada no

sindicato ou no Ministério do Trabalho no caso de funcionários com mais de um ano

de trabalho. De certa forma, o trabalhador perde a assistência gratuita que verificava

se o pagamento das verbas rescisórias estavam corretas.

Fonte: Portal Contábeis

Você também pode gostar