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A Reforma trabalhista, Lei 13.

467 de 2017, nada mais é do que um


conjunto de regras que foram elaboradas pelo governo para reformular
e atualizar a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT. A CLT é uma
norma legislativa que diz respeito ao Direito do Trabalho no Brasil. Ela
foi sancionada no ano de 1943 pelo Decreto-lei nº 5.452 e é ela que
regulamenta todas as relações – coletivas e individuais – do trabalho.
Como nós sabemos, em 76 anos muita coisa mudou e, foi por causa
dessas mudanças, que surgiu a Reforma Trabalhista. Ela teve poucas
semanas de tramitação na Câmara dos Deputados e foi publicada no
dia 13 de julho de 2017. A Reforma Trabalhista entrou em vigor 120
dias após sua publicação, ou seja, no dia 11 de novembro de 2017. O
governo do, então Presidente, Michel Temer, sancionou a lei por
acordar que as normas antigas não abrangem todos os setores, como a
tecnologia, que está em constante modernização.
Muitos pontos foram alterados, mudando a rotina de patrões e
empregados. A atualização e adaptação são necessárias, porque, se
houver equívocos, também haverá penalidades. Algumas categorias
comemoram as mudanças, outras discordam dela, mas nós sabemos
que muitas pessoas ainda desconhecem as modificações aplicadas pela
reforma trabalhista.

Quais são os principais pontos


da Reforma Trabalhista
A reforma trabalhista alterou mais de 117 artigos, modificando
bastante, tanto a CLT, quanto outras leis. Para que fique mais fácil a
compreensão, destacamos e fizemos um comparativo de alguns dos
principais pontos – que foram alterados e ainda geram dúvidas – sobre
o que mudou com a reforma trabalhista.

Jornada de trabalho
Como era: A jornada era de 44 horas semanais e 220 horas mensais,
podendo haver até 2 horas extras por dia.

Como ficou: A jornada pode ser de 12 horas por dia com 36 horas de
descanso, respeitando as 44 horas semanais e 220 horas mensais.
Descanso
Como era: Quem trabalhasse mais de 6 horas diárias tinha direito a no
mínimo 1 hora e no máximo 2 horas para descanso e alimentação.

Como ficou: O horário agora pode ser negociado, desde que dure pelo
menos 30 minutos. O tempo que sobra do intervalo será descontado,
permitindo que o funcionário deixe o trabalho mais cedo.

Férias
Como era: Apenas em casos excepcionais, podia-se parcelar as férias
em até duas vezes.

Como ficou: Agora o funcionário pode dividir as férias em até três


vezes, desde que o maior seja superior a 14 dias e os menores de, no
mínimo, 5 dias.

Contribuição Sindical dos Empregados


Como era: A contribuição era obrigatória. Era descontado um dia de
salário do trabalhador, todo o mês de março. O valor era repassado ao
sindicato da categoria.

Como ficou: A contribuição sindical deixa de ser obrigatória e passa a


ser opcional.

Banco de Horas
Como era: Quando permitido em convenção coletiva, em um dia de
trabalho o banco de horas pode ser compensado em outro dia, com
validade de um ano.

Como ficou: A validade pode ser de um mês e o acordo do banco de


horas deve ser feito através de um acordo individual escrito.

Negociações
Como era: Acordos e convenções coletivas podiam estabelecer
condições de trabalho diferentes daquelas que eram previstas na
legislação.
Como ficou: Agora os acordos e convenções coletivas podem sobrepor
à legislação, podendo negociar condições de trabalho diferentes das
previstas em lei.

Demissões
Como era: Se um trabalhador fosse demitido por justa causa ou
pedisse demissão, ele não teria direito à multa de 40% sobre o saldo do
FGTS e nem à retirada do fundo. Ainda sobre o aviso prévio, a empresa
tinha a opção de avisar o trabalhador com 30 dias de antecedência ou
pagar o salário do mês sem que ele precisasse trabalhar.

Como ficou: Quando a demissão é assinada de comum acordo é feito o


pagamento de metade da multa de 40% sobre o saldo do FGTS e o
trabalhador ainda poderá movimentar até 80% do valor depositado na
conta do FGTS, porém, ele não terá direito ao seguro-desemprego.

Home Office
Como era: A legislação não reconhecia a forma de trabalho de home
office.

Como ficou: Formaliza-se um contrato com o empregado, podendo ser


acordado que todos os gastos do trabalhador em sua casa, tais como
internet, equipamentos, energia, serão controlados por meio de
tarefas e contabilizados. O controle de jornada, nesse caso, também
passa a ser facultativo.

Trabalho Intermitente
Como era: A legislação não reconhecia essa forma de trabalho.

Como ficou: As formas de contrato em que o trabalhador é contratado


por período (dias, horas ou meses) traz mais liberdade e economia nas
contratações.

Trabalho Parcial
Como era: A lei permitia contratações, sem horas extras, de até 25
horas semanais.
Como ficou: O trabalhador poderá fazer até seis horas extras e as
contratações podem ser de 30 horas semanais totais ou 26 horas
semanais.

Direito de gestante
Como era: Durante o período de gravidez e amamentação a mulher
deveria se manter afastada de suas atividades em ambientes
insalubres.

Como ficou: A gestante deverá se afastar de sua atividade em


ambiente insalubre apenas se o caso for de grau máximo. Durante o
período de amamentação, esse afastamento poderá ser realizado em
qualquer grau, desde que mediante atestado de saúde.

Horas in itinere e disposição à empresa


Como era: Quando o emprego era de difícil acesso, o tempo de
deslocamento que o colaborador utilizava em um transporte fretado
pela empresa era considerado jornada de trabalho, bem como o tempo
que o trabalhador ficava à disposição da empresa.

Como ficou: As atividades de estudo, higiene pessoal, troca de


uniforme, alimentação, bem como o tempo de deslocamento deixaram
de ser considerados como tempo de serviço efetivo.

Prêmio, ajuda de custos e diária de viagens


Como era: O pagamento de gratificações pagos pela empresa
integravam a remuneração para todos os efeitos legais.

Como ficou: Os prêmios serão considerados à parte do salário, não se


incorporam ao Contrato de Trabalho e não constituem base de
incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.

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