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Direitos trabalhistas decorrentes da

relação de emprego
Jornada de Trabalho e
controle do tempo do
trabalho
Direito do Trabalho - Oferta 2022.2
Prof. Maria Clara Santos
Departamento de Ciências Sociais
mariaclara@ufsj.edu.br
Os profissionais com carteira de trabalho assinada são
protegidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
criada em 1943 para regulamentar as relações de trabalho
individuais e coletivas, além de consolidar os direitos do
trabalhador.
De acordo com o Decreto-Lei Nº 5.452 (CLT), considera-se
empregado “toda pessoa física que prestar serviços de natureza não
eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”.

Ao longo dos anos, a CLT passou por algumas alterações. As


mais recentes aconteceram em 2017 e 2019, com a Reforma
Trabalhista e a instituição da Carteira de Trabalho Verde e
Amarela, respectivamente.
Registro em carteira de trabalho
Para que todo cidadão possa exercer suas atividades nos termos
legais e ter todos os seus direitos e benefícios assegurados, é
necessário ter a Carteira Nacional de Trabalho e Previdência Social,
mais conhecida pela sigla CTPS. Esse documento precisa ser emitido
em um órgão licenciado pelo governo.

Com a facilidade da internet, hoje é possível agendar a sua emissão


por meio do portal da atual Secretaria de Trabalho. O documento
pode ser solicitado por adolescentes a partir dos quatorze anos.

Quando há a efetivação contratual, é necessário garantir o registro do


trabalhador pelo eSocial. Além disso, a Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) determina que, após a admissão de um empregado, a
empresa tem um prazo de 48 horas para realizar as devidas anotações
na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), informando a
data de admissão, função e remuneração.
Jornada de trabalho
A CLT estabelece a carga horária padrão de 8 horas diárias e 44 horas semanais
para o trabalhador, salvo raras exceções.

Esta garantia de carga horária máxima visa proteger o trabalhador a não extrapolar
os seus limites físicos de trabalho, proporcionando período de descanso e lazer.

A nova regra determina que a jornada diária pode ser de até 12 horas de trabalho.
Nesse caso, deverá ser seguida por um período de descanso não inferior a 36 horas.
SEÇÃO II
DA JORNADA DE TRABALHO
Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8
(oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
§ 1o Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário no registro de
ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. (Parágrafo
incluído pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001)

Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às partes, mediante acordo
Regulamentada nos individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas
seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e
artigos 58 a 65 da CLT. alimentação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste artigo abrange os
pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados, e serão considerados compensados
os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 desta
Consolidação. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
Art. 62 - Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo:
(Redação dada pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994)
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a
fixação de horário de trabalho, devendo tal condição ser anotada na Carteira de
Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados; (Incluído
pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994)
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos
quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes
de departamento ou filial. (Incluído pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994)
III - os empregados em regime de teletrabalho que prestam serviço por
produção ou tarefa. (Redação dada pela Medida Provisória nº 1.108, de
2022)
Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos
empregados mencionados no inciso II deste artigo, quando o salário do cargo de
confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao
valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40% (quarenta por cento).
(Incluído pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994)
Outras escalas de trabalho previstas em lei:
● Escala de 5X1: Corresponde ao trabalho prestado por 05 dias com 01 dia de folga. O dia de descanso costuma variar e ao menos 01 vez
por vez corresponde ao domingo. Diariamente o trabalhador presta 7h20min de serviço com 01 hora de intervalo;
● Escala de 5X2: É uma das escalas mais comuns praticadas no Brasil. Nesse cenário o trabalhador trabalha por 05 dias consecutivos e goza
de 02 folgas semanais. Geralmente as folgas correspondem aos sábados e domingos. Existem duas opções aqui: empresas que fazem a
compensação adiantada em que o trabalhador presta 8h48min de trabalho por dia para compensar as 04 horas do sábado. Ou dispensa do
labor aos sábados e trabalho de apenas 40 horas semanais;
● Escala 4X2: Essa é uma das escalas mais diferentes. Nela o trabalhador presta serviços por 04 dias, sendo que em cada um deles trabalha
por 11 horas. Na sequência possui direito ao gozo de dois dias de folgas inteiros. Ao final do mês o trabalhador terá prestado serviços por
20 dias e descansado durante 10. O labor soma as 220 horas que seriam trabalhadas em uma escala de 44 horas semanais;
● Escala de 6X1: Nessa escala os trabalhadores prestam 06 dias de serviço para 01 de folga. É o
que ocorre quando há trabalho de 08 horas de segunda a sexta-feira e de 04 horas aos
sábados, somando 44 horas semanais. Caso haja labor no domingo ele deve ser concedido
como folga uma vez ao mês;
● Escala de 12x36: Essa jornada nada mais é do que o labor de 12 horas que se reveza com 36
horas de descanso. Normalmente essas jornadas são aplicadas para categorias especiais como
é o caso dos trabalhadores em hospitais. Ela é atualmente prevista pela CLT visto que houve a
Reforma Trabalhista em 2017;
● Escala de 24X48: Esse é um tipo de escala muito menos comum e geralmente é aplicada para
trabalhadores de pedágios e locais distantes de difícil acesso. Há 24 horas de trabalho que são
substituídas por 48 horas de descanso.
Controle da jornada

O controle convencional do tempo de trabalho prestado é feito por meio do ponto. E, de acordo
com a jurisprudência do TST (Súmula 338), a prova a respeito da jornada deve ser feita pelo
empregador. A não apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa
de veracidade da jornada de trabalho alegada pelo empregado.
Art. 74. O horário de trabalho será anotado em registro de empregados. (Redação
dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 1º (Revogado).
§ 2º Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores será obrigatória a
anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme
instruções expedidas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia,
permitida a pré-assinalação do período de repouso. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de
2019)
§ 3º Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados constará
do registro manual, mecânico ou eletrônico em seu poder, sem prejuízo do que dispõe o caput deste
artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 4º Fica permitida a utilização de registro de ponto por exceção à jornada regular de trabalho,
mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. (Incluído
pela Lei nº 13.874, de 2019)
Jornada de tempo parcial - CLT
Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a
possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a
possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
(Vigência)
§ 1o O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional à sua jornada, em relação aos
empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de
2001)
§ 2o Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante opção manifestada perante a
empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coletiva. (Incluído pela Medida Provisória
nº 2.164-41, de 2001)
§ 3º As horas suplementares à duração do trabalho semanal normal serão pagas com o acréscimo de 50% (cinquenta por cento)
sobre o salário-hora normal. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
§ 4o Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tempo parcial ser estabelecido em número inferior a vinte e seis horas
semanais, as horas suplementares a este quantitativo serão consideradas horas extras para fins do pagamento estipulado no §
3o, estando também limitadas a seis horas suplementares semanais. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
§ 5o As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser compensadas diretamente até a semana
imediatamente posterior à da sua execução, devendo ser feita a sua quitação na folha de pagamento do mês subsequente, caso
não sejam compensadas. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
§ 6o É facultado ao empregado contratado sob regime de tempo parcial converter um terço do período de férias a que tiver
direito em abono pecuniário. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
§ 7o As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no art. 130 desta Consolidação. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017) (Vigência)
Hora extra

- Ao assinar a carteira de trabalho, será estabelecido o horário de


atividade laboral por parte do funcionário, assim, quando trabalhar
fora deste horário ou por carga horária superior à contratada, terá
direito a hora extra com um adicional de no mínimo 50%.

O máximo é 2 horas extras diárias.


Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras,
em número não excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou
acordo coletivo de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
(Vigência)
§ 1o A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por
cento) superior à da hora normal. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de
2017) (Vigência)
Banco de horas
é um sistema de compensação em que as horas excedentes trabalhadas não são pagas em dinheiro, mas
compensadas com folgas ou com a diminuição da jornada em outro dia. Esse método é utilizado para
flexibilizar a jornada de trabalho, funcionando como uma espécie de “conta” em que são creditadas as horas
excedidas e descontados os períodos de folga.

A reforma trabalhista passou a permitir a pactuação do banco de horas por acordo individual escrito,
desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses. Antes, as empresas faziam acordo com
os sindicatos de seus setores para prever como o banco de horas deveria ser utilizado.
A compensação pode ser vantajosa, pois permite que as empresas tenham horas a mais de mão de obra sem custos quando
necessário. Mas, vale destacar, que quando esse sistema é mal gerido, o banco de horas leva a processos trabalhistas que custam mais
do que as horas extras.

É possível também a adoção de um sistema misto de remuneração desde que haja acordo entre as partes. A
empresa pode utilizar o banco de horas com um limite e, ultrapassado esse teto estipulado, as horas extras
começam a ser pagas.
O que diz a CLT sobre o banco de horas
§ 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de
acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia
for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de
maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das
jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite
máximo de dez horas diárias. (Redação dada pela Medida Provisória
nº 2.164-41, de 2001)

§ 5º O banco de horas de que trata o § 2o deste artigo poderá ser


pactuado por acordo individual escrito, desde que a compensação
ocorra no período máximo de seis meses. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017) (Vigência)
o
§ 6 É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por
acordo individual, tácito ou escrito, para a compensação no mesmo mês.
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
Exceção ao limite de horas
Art. 61 - Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exceder do
limite legal ou convencionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja para atender
à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo
manifesto.
§ 1º O excesso, nos casos deste artigo, pode ser exigido independentemente de
convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467,
de 2017) (Vigência)
§ 2º - Nos casos de excesso de horário por motivo de força maior, a remuneração da hora
excedente não será inferior à da hora normal. Nos demais casos de excesso previstos neste
artigo, a remuneração será, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) superior à da hora
normal, e o trabalho não poderá exceder de 12 (doze) horas, desde que a lei não fixe
expressamente outro limite.
§ 3º - Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante de causas acidentais, ou
de força maior, que determinem a impossibilidade de sua realização, a duração do trabalho
poderá ser prorrogada pelo tempo necessário até o máximo de 2 (duas) horas, durante o
número de dias indispensáveis à recuperação do tempo perdido, desde que não exceda de 10
(dez) horas diárias, em período não superior a 45 (quarenta e cinco) dias por ano, sujeita essa
recuperação à prévia autorização da autoridade competente.
Trabalho noturno

Adicional Noturno - Para o funcionário que trabalhar em período noturno,


compreendendo das 22h às 05h, terá um adicional noturno de no mínimo 20% (urbano) e
25% (rural). Veja, é o mínimo, podendo-se receber mais, inclusive, se previsto em
convenções ou acordos coletivos, obrigatório o valor acima previsto.

Hora noturna reduzida - O trabalhador registrado que atua durante o período noturno
tem direito a hora noturna reduzida, ou seja, a hora será correspondente à 52 minutos e 30
segundos. Em outras palavras, supondo que o empregado trabalhe das 22h até às 05h,
estará realizando 1 hora extra por dia.
Intervalos e
descansos
A persistência da memória
Salvador Dalí, 1931
Feriados nacionais e religiosos
SEÇÃO III
DOS PERÍODOS DE DESCANSO

Art. 70 - Salvo o disposto nos artigos 68 e 69, é vedado o trabalho em dias feriados
nacionais e feriados religiosos, nos têrmos da legislação própria. (Redação
dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Intervalo intrajornada
Intervalo intrajornada é aquele descanso para almoço, por isso
intrajornada (dentro da jornada). Segundo o art. 71 da CLT, o
empregado com carteira assinada que fizer mais de 6 horas diárias
terá um descanso intrajornada de no mínimo 1 hora e, no caso de
menos de 6 horas, 15 minutos.

Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a
concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma)
hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2
(duas) horas.
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo
de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
§ 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho.
Intervalo Interjornada

- O intervalo interjornada corresponde ao descanso de um dia para o outro, que


deve ser no mínimo 11 horas. Caso este período não seja respeitado, as horas
contarão como horas extras.

Art. 66 – Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas
consecutivas para descanso.
Descanso semanal remunerado
- O período de descanso de pelo menos 24 horas semanais e, preferencialmente no domingo,
é obrigatório por lei e um direito do trabalhador com carteira de trabalho assinada.

Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, será estabelecida escala de revezamento,
mensalmente organizada e sujeita à fiscalização.
Art. 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e
quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade
imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte.
Parágrafo único - Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, com exceção
quanto aos elencos teatrais, será estabelecida escala de revezamento, mensalmente
organizada e constando de quadro sujeito à fiscalização.
Art. 68 - O trabalho em domingo, seja total ou parcial, na forma do art. 67, será
sempre subordinado à permissão prévia da autoridade competente em matéria de trabalho.
Parágrafo único - A permissão será concedida a título permanente nas atividades que, por
sua natureza ou pela conveniência pública, devem ser exercidas aos domingos, cabendo ao
Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, expedir instruções em que sejam especificadas
tais atividades. Nos demais casos, ela será dada sob forma transitória, com discriminação do
período autorizado, o qual, de cada vez, não excederá de 60 (sessenta) dias.
Havendo necessidade de trabalho aos
domingos, e dependendo da negociação, a
empresa pode pagar em banco de horas ou
como dia normal, desde que seja dada a folga
compensatória durante a semana.

Caso contrário, se o trabalho prestado aos


domingos e feriados não for compensado com
folga, deve ser pago em dobro.
Férias
Férias - O direito a férias adquiridas a cada ano trabalhado decorre do vínculo
empregatício. Quando se tem a carteira de trabalho assinada o empregado irá
adquirir férias e o famoso 1/3 constitucional (acréscimo de 1/3 no salário) durante
o período que utilizá-las.

Agora, as férias podem ser divididas em até três períodos, porém um deles não
pode ser inferior a 14 dias. O acordo deve ser feito entre a empresa e o
trabalhador.
Art. 129 - Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da
remuneração.
Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (doze) meses
subseqüentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.
§ 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos,
sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco
dias corridos, cada um. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
o
§ 3 É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de repouso semanal
remunerado. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Direito a férias e interesses do
empregador
Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os
interesses do empregador. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535,
de 13.4.1977)

§ 1º - Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento


ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o
desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço. (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977)

§ 2º - O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer


coincidir suas férias com as férias escolares.
Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo:
I - deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subseqüentes à
sua saída;
II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta)
dias;
III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, em
virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e IV - tiver
percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de
auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos.
§ 1º - A interrupção da prestação de serviços deverá ser anotada na Carteira de
Trabalho e Previdência Social.
§ 2º - Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o
implemento de qualquer das condições previstas neste artigo, retornar ao serviço.

§ 3º - Para os fins previstos no inciso lIl deste artigo a empresa comunicará ao órgão
local do Ministério do Trabalho, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas
de início e fim da paralisação total ou parcial dos serviços da empresa, e, em igual
prazo, comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato representativo da categoria
profissional, bem como afixará aviso nos respectivos locais de trabalho.
Férias coletivas
São férias coletivas as concedidas, de forma simultânea, a todos os empregados de uma
empresa, ou apenas aos empregados de determinados estabelecimentos ou setores de
uma empresa, independentemente de terem sido completados ou não os respectivos
períodos aquisitivos.

DAS FÉRIAS COLETIVAS


(Redação dada pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
Art. 139 - Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados de uma empresa ou de
determinados estabelecimentos ou setores da empresa.
§ 1º - As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais desde que nenhum deles seja inferior
a 10 (dez) dias corridos.
§ 2º - Para os fins previstos neste artigo, o empregador comunicará ao órgão local do Ministério do
Trabalho, com a antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim das férias, precisando quais
os estabelecimentos ou setores abrangidos pela medida.
§ 3º - Em igual prazo, o empregador enviará cópia da aludida comunicação aos sindicatos
representativos da respectiva categoria profissional, e providenciará a afixação de aviso nos locais de
trabalho.
Art. 140 - Os empregados contratados há menos de 12 (doze) meses gozarão, na oportunidade, férias
proporcionais, iniciando-se, então, novo período aquisitivo.
Leia também:
https://www.bbc
.com/portuguese
/internacional-5
6939071
FIM DO MÓDULO

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