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Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
AUXÍLIO COMBUSTÍVEL
Combustível, Reembolso, Ajuda de Custo, Incidências de INSS e FGTS, Auxílio Transporte em
Dinheiro, Reembolso, Substituição, Esocial
Roteiro
1. Auxílio Combustível
1.1. Obrigatoriedade
1.2. Integração ao Salário
1.3. Incidências de INSS e FGTS
1.4. Desconto de Parte do Auxílio Combustível do Salário do Empregado
2. Auxílio Transporte em Dinheiro
3. Reembolso de Despesas Com Combustível
4. Fornecimento de Auxílio Combustível Como Ajuda de Custo
5. Pagamento de Auxílio Combustível em Substituição ao Vale Transporte
5.1. Possibilidade de Concessão - Solução de Consulta n° 058/2020
6. Normas Coletivas de Reembolso Quilometragem
7. eSocial
7.1. Rúbricas Utilizadas no eSocial
1. Auxílio Combustível
O auxílio combustível é o benefício concedido ao empregado pelo empregador, em cartão ou em dinheiro, pela utilização do veículo pelo empregado.
Esse benefício é concedido aos empregados que utilizam veículos particulares para se locomover até a empresa.
1.1. Obrigatoriedade
Inexiste base legal que determine a obrigatoriedade no fornecimento, pelo empregador, do auxílio combustível.
Poderá ser um benefício concedido por mera liberalidade do empregador ou, por força de Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho, conforme previsto no
artigo 7°, inciso XXVI da
Constituição Federal de 1988.
Quando houver determinação em instrumento coletivo, o empregador deverá promover o fornecimento do auxílio combustível de acordo com as orientações
trazidas em referido documento.
Não sendo o caso de ressarcimento ao empregado, situação em que o empregador fornece o auxílio combustível por mera liberalidade, para deslocamento
do empregado de sua residência ao trabalho e vice-versa, este valor, via de regra, tem natureza salarial, conforme disposto no artigo 214, inciso I do
Decreto
n° 3.048/99.
Contudo, recentemente tivemos o posicionamento da Receita Federal através de uma Solução de Consulta n° 313/2019 e 58/2020, trazendo a possibilidade
de concessão do auxílio combustível sem incidências, o que será tratado nos tópicos a seguir.
Logo, esses fornecimentos integrariam a remuneração do empregado sendo base de incidência de INSS e FGTS, além disso, o empregador ainda permanecia
na obrigação de fornecer o vale transporte.
Ocorre que em 01.07.2020 foi publicado o Decreto n° 10.410/2020 que trouxe significativas alterações do
Decreto n° 3.048/99. Com a nova redação, o artigo
214, § 9°, inciso VI do
Decreto n° 3.048/99 prevê que:
DIREITO DO TRABALHO
Boletim Trabalhista n° 12 - 2ª Quinzena. Publicado em: 16/06/2021
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
Ainda, a Receita Federal já havia sinalizado que a concessão do benefício em dinheiro não teria natureza salarial para fins de incidência de contribuição
previdenciária.
(DOU de 26.12.2019)
FERNANDO MOMBELLI
Coordenador-Geral
(DOU de 30.06.2020)
Ainda não existe previsão tratando da incorporação ao salário para fins de férias e 13° salário, por exemplo. Dessa forma, caberá ao empregador analisar os
documentos coletivos e avaliar os eventuais riscos que o fornecimento em dinheiro possa trazer ao empregador ou aplicar a regra prevista no Decreto n°
95.247/87, no qual proíbe o benefício em dinheiro.
De todo modo, se existir previsão nas normas coletivas autorizando a concessão do benefício em dinheiro, entende-se que a empresa estará resguardada,
considerando a previsão do artigo 611-A da
CLT. Contudo, recomenda-se avaliar previamente para afasta futuros riscos de reclamatórias trabalhistas.
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
Justamente por não haver previsão legal quanto ao auxílio combustível, a possibilidade de desconto de 6% na remuneração do empregado se limitaria à
concessão de vale transporte.
Além disso, via de regra, o auxílio combustível, por não conter previsão expressa na CLT, não possuí caráter obrigatório em seu fornecimento. Além disso,
caso o empregador o faça, por liberalidade, ou por disposição em instrumento coletivo, assim como prevê o artigo 611-A da
CLT, não há previsão na
legislação trabalhista que autorize o empregador a descontar do salário do empregado, qualquer valor ou percentual em razão do fornecimento de auxílio
combustível.
Portanto, mesmo fornecendo através destas outras modalidades, o empregador não estará desobrigado ao fornecimento do vale-transporte.
Em face da nova redação reproduzida, a concessão do vale-transporte em dinheiro não integrará a base de cálculo previdenciária, gerando o entendimento
que o empregador poderá fazer tal concessão. Porém, é importante destacar que a concessão do benefício em dinheiro fica limitada ao valor que o
empregado utilizará para seu deslocamento residência/trabalho/residência. Caso o empregador efetue o fornecimento em valor superior ao custo do
deslocamento, poderá ser tratado como fraude a legislação, conforme
artigo 9° da
CLT e o empregador correrá riscos de eventuais reclamatórias trabalhistas
ou fiscalização.
Isto é, para fins previdenciários não integrará ao salário de contribuição. Por outro lado, para fins trabalhistas, ainda não há previsão se esse valor vai
incorporar ao salário para fins de férias, 13° salário e FGTS.
Diante dessa falta de legislação dispondo em relação a parte trabalhista, caberá ao empregador analisar a situação, avaliar todos os riscos e decidir se o
fornecimento do transporte será em dinheiro ou se continuará aplicando a regra prevista no
Decreto n° 95.247/87, o qual veda a concessão do benefício em
dinheiro, fornecendo apenas mediante cartão transporte.
Destaca-se ainda que caso possua previsão no instrumento coletivo que autorize a concessão do vale transporte em dinheiro, o empregador estará
resguardado de fazê-la, considerando o disposto no
artigo 611-A da
CLT.
Vale Transporte - Beneficiários, Custeio, Transporte Próprio, Intervalo, Concessão em Dinheiro, Multas
Boletim n° 24/2020
Portanto, no ato da contratação, havendo necessidade do veículo para a prestação de serviço, poderá ser acordado pelas partes que o empregado utilizará
seu veículo próprio e, o empregador realizará o ressarcimento pelas despesas decorrentes do combustível ou manutenções necessárias, considerando que o
risco da atividade econômica é do empregador, de acordo com o disposto no artigo 2° da
CLT.
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das alterações legais.
A verba referente a ajuda de custo tem a finalidade de ressarcimento, ou seja, o empregador vai reembolsar o empregado em razão de uma despesa
decorrente do trabalho. Essa verba não possuí natureza salarial, conforme trata o artigo 457,
§ 2° da
CLT.
Recomenda-se muita cautela em relação aos motivos do pagamento dessa verba a título de ajuda de custo, pois em uma eventual reclamatória trabalhista
ou fiscalização, ficará o empregador a demonstrar a necessidade desse reembolso, mediante apresentação dos documentos originais dos gastos como
recibos ou notas fiscais, por exemplo. No caso do empregador remuneração do empregado.
Importante destacar que, o empregador não poderá confundir o ressarcimento de despesas com combustível, realizado pelo empregado, quando o mesmo
está prestando serviço, pago a título de ajuda de custo, com o fornecimento da concessão do vale transporte em dinheiro para deslocamento de sua
residência para o trabalho e vice-versa.
“Art. 33: Ficam assegurados os benefícios de que trata este Decreto ao empregador que, por meios próprios ou contratados com terceiros,
proporcionar aos seus trabalhadores o deslocamento residência-trabalho e vice-versa, em veículos adequados ao transporte coletivo, inclusive em
caso de complementação do Vale-Transporte”.
Portanto, o empregador poderá contratar terceiros ou meios próprios para o deslocamentos dos empregados residência/trabalho/residência e poderá
descontar o valor de 6% (seis por cento) dos empregados, salvo nos casos em que a contratação de transporte for diretamente com empregados, servidores,
diretores, administradores e pessoas ligadas ao empregador.
Não há impedimentos legais para que o empregado utilize o seu próprio veículo para o trabalho, de modo que, caso o empregador opte por conceder, pela
regra, ficaria responsável por todos os custos.
As normas coletivas podem disciplinar os valores a serem pagos ao empregado que se utiliza de veículo próprio para a realização dos serviços, a título de
quilometro rodado, que determine os valores relativos às despesas de combustível e de desgaste pelo uso.
7. eSocial
O transporte fornecido ao empregado pela empresa deve ser informado ao eSocial, conforme determinado pelo Manual de Orientação do eSocial - versão
2.5.01 (fl. 80), no Evento S-1200 - Remuneração do Trabalhador, da seguinte forma:
Ressarcimento de despesas pelo uso de veículo próprio - A verba percebida pelo empregado, a
Ressarcimento de despesas
título de reembolso de quilometragem rodada pelo uso de veículo próprio constituí rendimento 1620
pelo uso de veículo próprio
tributável na fonte e na declaração de ajuste anual.
Para mais esclarecimentos sobre o tema, indicamos a área especial Tabela de Rubricas eSocial.
DIREITO DO TRABALHO
Boletim Trabalhista n° 12 - 2ª Quinzena. Publicado em: 16/06/2021
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