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DIREITO DO TRABALHO

Remuneração IV
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REMUNERAÇÃO IV

4 - Componentes do salário

a) Antes da reforma trabalhista

Antes da reforma, considerava-se:

CLT Art. 457 (...)

§ 1º - Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões,


percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador.
§ 2º - Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem
que não excedam de 50% (cinquenta por cento) do salário percebido pelo empregado.
Havia, dentro do salário, várias espécies, como o salário básico, comissões, gratifica-
ções, abonos etc.

Diárias de viagem podiam ser próprias ou impróprias

As diárias para viagem poderiam ser próprias ou impróprias. As próprias eram aquelas
em que se tem um comprovante dos gastos efetuados – da passagem, do hotel etc. As diá-
rias para viagem impróprias são aquelas em que a pessoa recebe determinado valor e não
precisa fazer comprovação dos gastos efetivados.
Considerando o § 2º, acima, antes da reforma trabalhista, incluía-se no salário as diárias
impróprias que tivessem valor acima de 50% do salário.
O julgado a seguir trata das diárias próprias:
(...) DIÁRIAS DE VIAGEM. NATUREZA JURÍDICA. CUSTEIO DE DESPESAS. A decisão
está em conformidade com o entendimento consolidado no âmbito desta Corte no sentido de
que as diárias, ainda que superiores a 50% (cinquenta por cento) do salário, quando destina-
das exclusivamente a custear as despesas de viagem, sujeitando-se a prestação de contas,
têm natureza indenizatória. Precedentes da SBDI1 do c. TST. Recurso de revista não conhe-
cido. (...)
(ARR - 2516-04.2013.5.23.0056, Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, Data de Jul-
gamento: 05/10/2016, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 07/10/2016)
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Considere esse julgado que trata das diárias impróprias:


(...) RECURSO DE REVISTA. PAGAMENTO DE DIÁRIAS DE VIAGENS IMPRÓPRIAS.
INTEGRAÇÃO NO CÁLCULO DAS HORAS EXTRAS. POSSIBILIDADE. Pagamento de diá-
rias impróprias, em parcelas fixas mensais, não atreladas a ressarcimento de despesas de
viagem. Reconhecimento, ainda, que as diárias, chegavam a ultrapassar 50% (cinquenta
por cento) do salário do reclamante. Hipótese em que deve ser reconhecida a natureza sala-
rial da parcela, devendo, assim, ser integradas no cálculo das horas extras (Súmula 264 do
TST). Recurso de revista parcialmente conhecido e parcialmente provido.
(RR - 6905800-91.2002.5.04.0900, Relator Ministro: Horácio Raymundo de Senna Pires,
Data de Julgamento: 06/08/2008, 6ª Turma, Data de Publicação: DJ 15/08/2008)

Premissas consolidadas sobre diárias para viagem

Suponha a situação em que uma pessoa recebe R$ 3.000,00 por mês, sendo R$ 100,00
por dia. Se essa pessoa viajar sete dias e receber R$ 1.400,00, ela estaria recebendo R$
200,00 de diária. Comparando os dois valores por dia, são mais que 50%; comparando-se o
valor total recebido pelas diárias com o salário mensal, no entanto, não é mais do que 50%. O
TST tinha o entendimento de que, no caso do trabalhador mensalista, comparava-se o mês:

Súmula 318 do TST

DIÁRIAS. BASE DE CÁLCULO PARA SUA INTEGRAÇÃO NO SALÁRIO (mantida) -


Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Tratando-se de empregado mensalista, a integração das diárias no salário deve ser feita
tomando-se por base o salário mensal por ele percebido e não o valor do dia de salário,
somente sendo devida a referida integração quando o valor das diárias, no mês, for superior
à metade do salário mensal.
No exemplo acima, os R$ 1.400,00 não integrariam os R$ 3.000,00 de salário.
Se essa pessoa ganhasse R$ 2.000,00 de diárias de viagem impróprias, ela teria recebido
um valor maior do que 50% de seu salário. Nesse caso, considera-se a Súmula 101 do TST:
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Súmula 101 do TST

DIÁRIAS DE VIAGEM. SALÁRIO (incorporada a Orientação Jurisprudencial n. 292 da


SBDI-I) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
Integram o salário, pelo seu valor total e para efeitos indenizatórios, as diárias de viagem
que excedam a 50% (cinquenta por cento) do salário do empregado, enquanto perdurarem
as viagens.
Assim, no caso dos R$ 2.000,00, não integrariam o salário apenas o valor que passou de
50%, mas todo o valor recebido pelas diárias.

b) Depois da reforma trabalhista

Depois da reforma trabalhista, a redação do artigo 457 é a seguinte:


CLT
Art. 457 (...)
§ 1 o Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comis-
sões pagas pelo empregador. (Redação dada pela Lei n. 13.467, de 2017)
Esse rol é meramente exemplificativo. Isso porque há diversas outras parcelas salariais,
como adicionais de insalubridade, de periculosidade e noturno.
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§ 2 o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-ali-
mentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não
integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não
constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário.
(...)
As diárias para viagem deixaram, portanto, de ter uma possibilidade de se tornar salariais
e passaram a não integrar a remuneração. Além disso, não se incorporam ao contrato de tra-
balho, o que significa que a parcela pode ser concedida e depois retirada ou reduzida. Exem-
plo: o empregador fornece um abono em determinado ano, mas deixa de oferecê-lo no ano
seguinte. Não constituir base de incidência para encargo trabalhista e previdenciário significa
que o valor da diária, por exemplo, não será usado no cálculo do 13º ou férias.
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Ajuda de custo e fraude

Ajuda de custo nunca integrou a remuneração do empregado. Se uma pessoa recebe


auxílio combustível para trabalhar, isso é uma ajuda de custo. Se a pessoa o recebe, mas
não utilizada nada nesse sentido, seria um salário disfarçado, o que caracterizaria fraude.
Nesse caso, considerar-se-ia o valor total, adicionado ao salário.
Sobre essa situação, há o seguinte julgado:
”(...) PAGAMENTO A TÍTULO DE AJUDA DE CUSTO - FRAUDE - RECONHECIMENTO
DA NATUREZA JURÍDICA SALARIAL - MATÉRIA FÁTICA. A Corte regional identificou a exis-
tência de contraprestação dissimulada, por meio do pagamento de parcela intitulada como
“ajuda de custo”. E o fez porque, a partir do exame do conjunto fático - probatório subjacente
à lide, observou que o pagamento se dava de modo fixo e mensal, bem como que não havia
indicação do objetivo do pagamento da parcela, tampouco o reclamante era submetido a
prestação de contas pelo seu gasto. É certo que a ajuda de custo, quando paga em obser-
vância às finalidades legais, tem por esteio o ressarcimento de despesas realizadas pelo tra-
balhador para viabilizar sua prestação de serviços. Por isso mesmo, a atribuição de uma des-
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tinação específica pelo empregador tem coerência lógica com o caráter da parcela e, assim,
subsidia o reconhecimento de sua natureza indenizatória. Ao não atribuir a ajuda de custo a
uma despesa específica, fazendo seu pagamento em valor fixo e mensal, a conduta da recla-
mada revela o caráter desvinculado de um ressarcimento de despesas. Assim, nos termos do
art. 9º da CLT, o paga- mento dissimulado de salário, sem que este produza os efeitos típicos
da parcela, configura fraude, ensejando a descaracterização da natureza indenizatória. Con-
cluir de forma diversa, para acolher o caráter não salarial e afastar a fraude identificada na
origem, implicaria revolvimento de fatos e provas, o que é vedado nos termos da Súmula n.
126 do TST. Agravo interno desprovido” (Ag-AIRR-744-89.2016.5.06.0018, 2ª Turma, Rela-
tora Desembargadora Convocada Margareth Rodrigues Costa, DEJT 19/12/2022).

c) Adicionais salariais

c.1) Adicional de insalubridade

A Constituição Federal traz a seguinte previsão:


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CF
Art. 7º (...)
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas,
na forma da lei;
Para saber qual atividade seria considerada insalubre, considere:
CLT
Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por
sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes noci-
vos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade
do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.

Normatização técnica pelo Ministério do Trabalho

A CLT ainda traz no artigo 190:


CLT
Art. 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insa-
lubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de
tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do
empregado a esses agentes. (Redação dada pela Lei n. 6.514, de 22.12.1977)
Parágrafo único. As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do orga-
nismo do trabalhador nas operações que produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes, alér-
gicos ou incômodos.
Com o desenvolvimento da tecnologia, pode aparecer o reconhecimento de novos agen-
tes ou situações insalubres para o trabalhador, assim como a desconsideração de agentes
ou situações que antes se acreditavam insalubres. Diante dessas e outras possibilidades,
torna-se inviável ter sua disposição em lei, pois isso resultaria em uma defasagem grande.
Assim, órgãos e entidades ficaram como responsáveis por editar essas normas técnicas.
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Um exemplo disso é a Anatel, que é uma entidade e recebeu por lei o poder normativo
técnico para tratar, através de normas e resoluções, sobre telecomunicações. Esse fenô-
meno, de repassar para uma entidade, chama-se de delegificação (ou deslegalização).
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Contato intermitente gera direito ao adicional

Essa é a situação em que um trabalhador não tem contato permanente com uma situação
insalubre, mas somente às vezes. Isso não elimina o direito ao adicional:

Súmula 47 do TST

INSALUBRIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003


O trabalho executado em condições insalubres, em caráter intermitente, não afasta, só
por essa circunstância, o direito à percepção do respectivo adicional.

Percentual

Sobre o percentual do adicional de insalubridade, considere:


CLT
Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerân-
cia estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectiva-
mente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-
-mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.
Desde a Constituição de 1988, o salário mínimo é nacionalmente unificado. Assim, não
se considera o “salário-mínimo da região” como está disposto no artigo. O artigo 7º, por sua
vez, veda a vinculação do salário mínimo a qualquer fim. Um questionamento que poderia ser
feito é quanto ao reajuste constante que o adicional sofreria, uma vez que o salário mínimo
é reajustado anualmente.
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Sobre isso, há a seguinte súmula vinculante do STF:

Súmula Vinculante 4 do STF

Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como
indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser
substituído por decisão judicial.
Essa mesma ideia da súmula vinculante foi usada em:
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Tese do Tema 25 da Lista de Repercussão Geral

Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como
indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser
substituído por decisão judicial.
Ao verificar essa posição do STF, o TST deu nova redação à Súmula 228:

Súmula 228 do TST

ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO (nova redação) - Res.


148/2008, DJ 04 e 07.07.2008 - Republicada DJ 08, 09 e 10.07.2008 (Súmula cuja eficácia
está suspensa por decisão liminar do Supremo Tribunal Federal) - Res. 185/2012, DEJT
divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
A partir de 9 de maio de 2008, data da publicação da Súmula Vinculante n. 4 do Supremo
Tribunal Federal, o adicional de insalubridade será calculado sobre o salário básico,
salvo critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo.
Assim, o TST determinou que não seria mais o salário mínimo, como consta no artigo,
mas o salário básico. Essa matéria parou no Supremo Tribunal Federal. Na Reclamação
6266, houve o deferimento de uma liminar suspendendo a aplicação da súmula nessa parte
que manda calcular o salário de insalubridade sobre o salário básico:

Trecho da decisão do Ministro relator na Rcl 6266

“Isso posto, com base na jurisprudência firmada nesta Corte (art. 161, parágrafo único, do
RISTF), julgo procedente esta reclamação para cassar a Súmula 228 do TST, apenas e tão
somente na parte em que estipulou o salário básico do trabalhador como base de cálculo do
adicional de insalubridade devido.”
Ou seja, não se pode utilizar o salário básico. O Supremo Tribunal Federal utilizou uma
técnica conhecida como declaração de inconstitucionalidade sem pronúncia de nulidade.
Isso significa que o salário mínimo continuará a ser utilizado, mesmo sendo inconstitucional,
até que sobrevenha uma lei posterior ou uma norma coletiva determine outra base de cálculo.
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RECURSO DE EMBARGOS. REGÊNCIA DA LEI N. 11.496/2007. ADICIONAL DE INSA-
LUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO. SALÁRIO MÍNIMO. Esta Corte Superior, em razão da sus-
pensão de eficácia da Súmula n. 228 do TST por parte do Supremo Tribunal Federal (Medida
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Cautelar na Reclamação n. 6.266), uniformizou o entendimento no sentido de que, mesmo


após a edição da Súmula Vinculante n. 4, enquanto não houver lei ou norma coletiva pre-
vendo nova base de cálculo para o adicional de insalubridade, o salário mínimo é o parâ-
metro a ser adotado. Recurso de embargos de que não se conhece. (...) (E-ED-RR - 79800-
94.2007.5.03.0108, Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa, Data de Julgamento: 08/11/2018,
Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 16/11/2018)
A norma coletiva pode estabelecer isso, e não o Poder Judiciário, porque este não é legisla-
dor. Além disso, a norma coletiva é uma fonte autônoma; nesse caso, os próprios destinatários
estão criando uma regra para si. Esse seria o caso de um sindicato dos trabalhadores e uma
empresa assinarem um acordo entre si estipulando qual seria a base de cálculo para o adicional.
Apenas se a norma coletiva expressamente determinar que o salário profissional ou
normativo serve de base de cálculo, é que se poderia admitir tal incidência
Considere o julgado a seguir:
“ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. RESOLUÇÃO 011/2008-GP. BASE DE CÁLCULO
DEFINIDA POR NORMA INTERNA. IMPOSSIBILIDADE. 1. O Supremo Tribunal Federal,
em julgados proferidos no exame de Reclamação Constitucional, em face do entendimento
fixado na Súmula Vinculante 4 e do comando que emerge do art. 103-A da Constituição
Federal de 1988, decidiu ser defeso ao Poder Judiciário estabelecer novos parâmetros para
base de cálculo do adicional de insalubridade. 2. Em observância à jurisprudência do STF,
esta Corte Superior firmou o entendimento de que, em regra, o salário mínimo deve ser
adotado como base de cálculo do adicional de insalubridade, salvo se a lei ou norma
coletiva expressamente estipular que o piso nela fixado será considerado como base
para a parcela. 3. Nesse contexto, o adicional de insalubridade deve continuar sendo cal-
culado com base no salário mínimo, ainda que haja previsão, em norma interna da empre-
gadora, de base de cálculo diversa. Precedentes. Recurso de embargos conhecido e a que
se nega provimento “ (E-ED-RR-145400-12.2008.5.04.0751, Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais, Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, DEJT 07/12/2018).
Esse outro julgado tem a mesma determinação:
“ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - BASE DE CÁLCULO - NORMA COLETIVA ESPE-
CÍFICA - DISPOSIÇÃO MAIS BENÉFICA. 1. A Súmula Vinculante n. 4 do STF estabelece
que, conforme o disposto no art. 7º, IV, da Constituição Federal, é descabida a utilização do
salário mínimo como base de cálculo do adicional de insalubridade. 2. Apesar de reconhecer
a inconstitucionalidade da utilização do salário mínimo como base de cálculo do adicional de
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insalubridade, o STF vedou a substituição da base de cálculo por decisão judicial e deter-
minou que o adicional de insalubridade deve permanecer sendo calculado sobre o salário
mínimo, salvo quando houver expressa previsão em norma coletiva ou em legislação espe-
cífica dispondo em outro sentido. 3. No caso, o Tribunal Regional deixou claro que há norma
coletiva específica determinando a utilização do “piso estadual da categoria” para o cálculo
do adicional de insalubridade, devendo prevalecer a previsão coletiva mais benéfica ao
empregado. Agravo interno desprovido” (AgAIRR-525-14.2018.5.12.0059, 2ª Turma, Rela-
tora Desembargadora Convocada Margareth Rodrigues Costa, DEJT 11/11/2022).
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Considere, por fim, esse outro julgado do TST:
“RECURSO DE REVISTA - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO.
SALÁRIO MÍNIMO. Embora reconhecida a inconstitucionalidade da utilização do salário
mínimo como indexador de vantagem de servidor público ou empregado, o texto da Súmula
Vinculante n. 4 do STF, não elegeu o parâmetro a ser utilizado como base de cálculo do adi-
cional de insalubridade. Cabe ressaltar que a parte final da citada súmula do STF não per-
mite criar outra base de cálculo por decisão judicial. Em razão da necessidade de adequa-
ção jurisdicional ao teor daquela súmula vinculante, tem-se que a solução da controvérsia
é a permanência da utilização do salário mínimo como base de cálculo do adicional
de insalubridade, ressalvada a hipótese de salário profissional em sentido estrito ou
salário normativo, quando houver expressa previsão em norma coletiva estipulando
que o piso fixado será considerado como critério, até que sobrevenha legislação especí-
fica dispondo em outro sentido, o que não se evidenciou no caso dos autos. (...) “ (RR-606-
68.2017.5.17.0152, 2ª Turma, Relator Ministro Sergio Pinto Martins, DEJT 07/10/2022).

DIRETO DO CONCURSO
1. (MPT/MPT/PROCURADOR-DO-TRABALHO/2015) Julgue o item a seguir:
Segundo a jurisprudência atual do STF, é inconstitucional a utilização do salário mínimo
como indexador de base de cálculo de vantagem trabalhista, a exemplo do adicional
de insalubridade, mas, enquanto não for prevista em lei ou instrumento normativo uma
nova base de cálculo para esse adicional, deve continuar sendo calculado sobre o sa-
lário mínimo, na forma do art. 192 da CLT.
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COMENTÁRIO
Esse é o entendimento adotado pelo STF.

GABARITO
1. C

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor José Gervásio Meireles.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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