Você está na página 1de 10

DIREITO DO TRABALHO

Remuneração V
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

REMUNERAÇÃO V

REMUNERAÇÃO

Admite-se a alteração do grau de insalubridade mediante norma coletiva?

Suponha que o sindicato dos trabalhadores tenha assinado um acordo coletivo de tra-
balho com uma empresa no qual consta que o adicional de insalubridade seria apurado no
grau de 20%, em vez de 40% que determinada substância faria jus. Ou seja, a norma coletiva
estabeleceria um grau inferior àquele que seria conferido na realização de uma perícia. O
TST já analisou situações como essa:

1. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. LIMPEZA DE SANITÁRIOS. LIMITAÇÃO DE PERCENTUAL


PREVISTO EM NORMA COLETIVA. IMPOSSIBILIDADE. O acórdão regional foi prolatado em con-
sonância com a Súmula n. 448, II, do TST, segundo a qual “ A higienização de instalações sanitá-
rias de uso público ou coletivo de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo, por não se equi-
parar à limpeza em residências e escritórios, enseja o pagamento de adicional de insalubridade em
grau máximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE n. 3.214/78 quanto
à coleta e industrialização de lixo urbano “. Outrossim, a Corte Regional manteve a sentença que
entendeu devido o adicional de insalubridade em grau máximo, afastando a norma coletiva de tra-
balho que estabelecia o percentual médio. Este Tribunal entende que as negociações coletivas
não podem suprimir direitos decorrentes de normas de ordem pública, sobretudo relativas
à saúde e à segurança do trabalhador. Precedentes. (...) (ARR-20906-12.2015.5.04.0531, 8ª
Turma, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 23/08/2019).

Outro julgado de outra Turma do TST sobre esse tema:

“ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. GARI/VARREDOR. COLETA DE LIXO URBANO. NORMA


COLETIVA. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA CONSTATADA. (...) No presente caso, é incontrover-
so que o autor exercia a função de varredor de vias públicas, com eventual coleta de lixo urbano.
Logo, o trabalhador estava exposto a agentes biológicos, ensejando o pagamento do adicional
de insalubridade, em grau máximo. Por sua vez, a norma coletiva que determina o pagamento do
adicional em grau médio não merece prevalecer, haja vista se tratar de norma relativa à saúde e
segurança do trabalhador prevista na Constituição Federal, não sujeita a negociação. Preceden-
tes. Recurso de revista conhecido e provido” (RR-1001085-51.2020.5.02.0089, 7ª Turma, Relator
Ministro Claudio Mascarenhas Brandao, DEJT 10/06/2022).

A posição do TST, portanto, era de que a norma coletiva não poderia fazer essa redução.
No entanto, houve a reforma trabalhista:
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 1
DIREITO DO TRABALHO
Remuneração V
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

CLT (reforma trabalhista - lei 13.467/17)


Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quan-
do, entre outros, dispuserem sobre:
XII – enquadramento do grau de insalubridade;

Assim, há uma previsão expressa na CLT de que o grau de insalubridade pode ser defi-
nido por convenção coletiva de trabalho ou acordo coletivo de trabalho. Com isso, somente
com o passar do tempo e com os julgamentos que se consolidará uma posição sobre esse
assunto. Na prova, considere que, segundo a CLT, isso é possível!

Exposição a mais de um agente insalubre

Esse pode ser o caso em que um trabalhador está exposto a um agente químico que dá
direito a um adicional de 40% e a um agente físico que dá direito a um adicional de 10%.
Nesses casos, a NR-15 do Ministério do Trabalho traz a seguinte disposição:

NR-15 do Ministério do Trabalho


15.3 No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será apenas considerado o de
grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa.

Assim, a pessoa não ganhará dois ou mais adicionais de insalubridade, mas apenas o
valor referente àquele mais elevado.
5m

Eliminação e neutralização do agente nocivo

Eliminação é o caso de não haver mais o agente nocivo; exemplo: a pessoa não está
mais exposta a um agente químico. Pode acontecer, por outro lado, de o trabalhador, que
estava exposto a um agente físico, ter sido colocado dentro do limite de tolerância, que seria
a neutralização.
Considere, em primeiro lugar, o artigo 191 da CLT:

CLT Art. 191 - A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:


I – com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerân-
cia; (Incluído pela Lei n. 6.514, de 22.12.1977)
II – com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a inten-
sidade do agente agressivo a limites de tolerância.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 2
DIREITO DO TRABALHO
Remuneração V
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

A Súmula 80 do TST trata do impacto disso:

Súmula 80 do TST
INSALUBRIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A eliminação da insalubridade mediante fornecimento de aparelhos protetores aprovados pelo ór-
gão competente do Poder Executivo exclui a percepção do respectivo adicional.

Destaca-se que o trabalhador precisa usar o equipamento, não sendo suficiente que seja
oferecido pelo empregador. Isto é, se o trabalhador não usar o equipamento, ele continuará
exposto ao agente nocivo e, por consequência, ainda tem direito ao adicional:

Súmula 289 do TST

INSALUBRIDADE. ADICIONAL. FORNECIMENTO DO APARELHO DE PROTEÇÃO. EFEITO


(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do paga-
mento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que conduzam à diminui-
ção ou eliminação da nocividade, entre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo
empregado.

Assim, o empregador precisa fiscalizar esse uso.

Reclassificação ou eliminação do agente nocivo

Esse é o caso de uma determinada situação ou atividade enquadrada anteriormente no


grau máximo, mas que passa a ser considerada como grau mínimo. Ou seja, sua mudança
se deu a partir de uma norma. Nesse caso, o adicional seria afetado:

Súmula 248 do TST


ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. DIREITO ADQUIRIDO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20
e 21.11.2003
A reclassificação ou a descaracterização da insalubridade, por ato da autoridade competente, re-
percute na satisfação do respectivo adicional, sem ofensa a direito adquirido ou ao princípio da
irredutibilidade salarial.

Lembre-se, aqui, que o adicional de insalubridade é um salário-condição. Se a pessoa


não está mais em uma situação que envolve um grau máximo, seu adicional passará a ser
aquele do grau mínimo. Não se pode alegar direito adquirido ou a irredutibilidade salarial.
10m
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 3
DIREITO DO TRABALHO
Remuneração V
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

A mesma coisa acontece no caso de eliminação da insalubridade – aquilo que era insa-
lubre não é mais considerado assim, como nocivo para a saúde.
Segundo a CLT, ainda:

CLT
Art. 194 - O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com
a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas
expedidas pelo Ministério do Trabalho.

Necessidade de certificado de aprovação do EPI

A CLT traz a seguinte disposição:

CLT
Art. 166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de pro-
teção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre
que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e
danos à saúde dos empregados.
Art. 167 - O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação
do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho.

É preciso haver, portanto, um certificado de aprovação. O seguinte julgado do TST escla-


rece essa situação:

(...) ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. NECES-


SIDADE DE CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO.
Trata-se de insurgência da reclamada contra decisão em que se determinou o pagamento à re-
clamante de adicional de insalubridade em grau médio e reflexos. A jurisprudência desta Corte
firma-se no sentido da necessidade do Certificado de Aprovação (CA) do Ministério do Trabalho e
Emprego para o fim de comprovação da eficácia dos equipamentos de proteção individual (EPIs)
em neutralizar os agentes insalubres. A Norma Regulamentadora n. 6 da Portaria n. 3.214/78 do
Ministério do Trabalho, com a redação atualizada pela Portaria n. 25 de 2001, prevê, no item 6.6.1,
letra “c”, que, quanto ao EPI, cabe ao empregador “ fornecer ao trabalhador somente o aprovado
pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho “. Ou seja, sem o
referido Certificado de Aprovação (CA), o equipamento destinado a garantir a segurança e a hi-
giene do trabalho não pode ser comercializado nem utilizado. No caso, como comprovado que os
EPIs utilizados não possuíam o Certificado de Aprovação (CA) competente, é devido o adicional
de insalubridade, visto que não se encontraram aptos a elidir o agente danoso. Precedentes de
Turmas. Recurso de revista não conhecido (ARR-11865-04.2015.5.12.0012, 2ª Turma, Relator Mi-
nistro José Roberto Freire Pimenta, DEJT 15/03/2019).
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 4
DIREITO DO TRABALHO
Remuneração V
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Certificado de aprovação fora do prazo de validade

Além do certificado de aprovação, este não pode estar com a validade vencida porque a
eficácia não seria a mesma:

“ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL VENCIDO.


CERTIFICADO DE APROVAÇÃO FORA DO PRAZO DE VALIDADE. AGENTE NOCIVO NÃO ELI-
MINADO (...) O Tribunal Regional, soberano na análise de fatos e provas, registrou que a conclu-
são da perícia foi no sentido de que o ambiente de trabalho não era insalubre e que houve troca
periódica dos EPIs. Todavia, consignou que “ Examinando a Ficha de entrega de EPI se verifica
que parte dos equipamentos fornecidos (respiradores) estavam com o Certificado de Aprovação
expirados.”. Entendeu que o Reclamante trabalhou exposto a agente insalubre, fundamentando
que “ o laudo pericial não deve prevalecer, eis que não observou que os EPIs foram fornecidos com
o prazo de validade vencido, o que certamente reduz sua eficiência.”. Com efeito, o fornecimento
de EPI vencido ou cujo Certificado de Aprovação (CA) esteja fora do prazo de validade permite
o reconhecimento do direito ao adicional de insalubridade, tendo em vista que não se prova a
eliminação do agente nocivo à saúde. Julgados desta Corte. (...)” (AgAIRR-198-80.2020.5.08.0101,
5ª Turma, Relator Ministro Douglas Alencar Rodrigues, DEJT 19/08/2022).
15m

Outro julgado que trata da importância do certificado:

“(...) ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL. OBRI-


GATORIEDADE DO CERTIFICADO DE APROVAÇÃO (CA). AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO.
INEFICÁCIA. MANUTENÇÃO DA INSALUBRIDADE. NÃO CONHECIMENTO. (...) II. Na hipótese
vertente, conquanto no laudo pericial produzido tenha-se consignado que a utilização de EPls pela
parte reclamante elidiu a insalubridade relacionada ao contato com óleos minerais, o Tribunal Re-
gional registrou que não há prova de que esses equipamentos de proteção individual, fornecidos
pela parte reclamada, possuíam certificado de aprovação do órgão competente do Poder Executi-
vo. III. Nesse contexto, os arts. 166 e 167 da CLT e a NR-6 da Portaria n. 3.214/78 do Ministério do
Trabalho preveem que cabe ao empregador fornecer ao empregado somente o EPI aprovado pelo
órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho. IV. Desse modo, a ju-
risprudência desta Corte firmou entendimento de que, nos termos da Súmula n. 80 do TST, a elimi-
nação ou neutralização da insalubridade está condicionada ao fornecimento de EPIs cuja eficácia
seja atestada por meio da validação do órgão estatal competente, demonstrada pela emissão do
Certificado de Aprovação (CA), nos moldes da legislação pertinente. V. Assim sendo, constatado
que a parte reclamada não comprovou que os equipamentos de proteção individual fornecidos
possuíam o respectivo certificado de aprovação emitido pelo órgão competente do Poder Executi-
vo, torna-se inviável o afastamento da insalubridade, porquanto, nessa circunstância, os EPIs não
podem ser considerados aptos a eliminar os agentes agressores presentes no ambiente laboral.
VI. Por conseguinte, na hipótese dos autos, ao entender que os EPIs fornecidos não são idôneos a
excluir a insalubridade do ambiente de trabalho, a Corte de origem proferiu decisão conforme a ju-
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 5
DIREITO DO TRABALHO
Remuneração V
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

risprudência iterativa, atual e notória deste Tribunal. (...)” (ARR-963-20.2011.5.04.0411, 7ª Turma,


Relator Ministro Evandro Pereira Valadao Lopes, DEJT 21/10/2022).

Necessidade de previsão em norma do Ministério do Trabalho

CLT
Art. 190 - O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e
adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância aos
agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses
agentes. (Redação dada pela Lei n. 6.514, de 22.12.1977)

Pela NR 15 do Ministério do Trabalho, estão estabelecidas as circunstâncias que geram


direito ao adicional de insalubridade. Pode haver a situação em que um perito constate uma
situação de insalubridade que não está prevista nessa NR. Nesse caso, no entanto, a pessoa
não terá direito ao adicional.
Isso é esclarecido pela seguinte súmula do TST:

Súmula 448, I, do TST


ATIVIDADE INSALUBRE. CARACTERIZAÇÃO. PREVISÃO NA NORMA REGULAMENTADO-
RA N. 15 DA PORTARIA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO N. 3.214/78. INSTALAÇÕES SANI-
TÁRIAS. – Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014.
I – Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo pericial para que o empregado
tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a classificação da atividade insalubre na
relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho.

Considere, ainda, a OJ 173 sobre o tema:

OJ 173 da SDI-I
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. ATIVIDADE A CÉU ABERTO. EXPOSIÇÃO AO SOL E AO
CALOR (redação alterada na sessão do tribunal pleno realizada em 14.09.2012) – Res. 186’/2012,
DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
I – Ausente previsão legal, indevido o adicional de insalubridade ao trabalhador em atividade
a céu aberto, por sujeição à radiação solar (art. 195 da CLT e Anexo 7 da NR 15 da Portaria N.
3214/78 do MTE).
II – Tem direito ao adicional de insalubridade o trabalhador que exerce atividade exposto ao calor
acima dos limites de tolerância, inclusive em ambiente externo com carga solar, nas condições
previstas no Anexo 3 da NR 15 da Portaria n. 3214/78 do MTE.
20m

O TST faz interpretações da NR15, sendo um exemplo a seguinte súmula:


ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 6
DIREITO DO TRABALHO
Remuneração V
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

Súmula 448, II, do TST


ATIVIDADE INSALUBRE. CARACTERIZAÇÃO. PREVISÃO NA NORMA REGULAMENTADO-
RA N. 15 DA PORTARIA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO N. 3.214/78. INSTALAÇÕES SANI-
TÁRIAS. (conversão da Orientação Jurisprudencial n. 4 da SBDI-1 com nova redação do item II
) – Res. 194/2014, DEJT divulgado em 21, 22 e 23.05.2014.
II – A higienização de instalações sanitárias de uso público ou coletivo de grande circula-
ção, e a respectiva coleta de lixo, por não se equiparar à limpeza em residências e escritórios,
enseja o pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo, incidindo o disposto no Anexo
14 da NR-15 da Portaria do MTE n. 3.214/78 quanto à coleta e industrialização de lixo urbano.

Note que houve uma interpretação aqui quanto à atividade ser insalubre.

c.2) Adicional de periculosidade

A Constituição Federal traz esse adicional em seu artigo 7º:

CF
Art. 7º (...)
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na
forma da lei;

Em seguida, considera-se a CLT sobre esse assunto:

CLT
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação apro-
vada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de
trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:
(Redação dada pela Lei n. 12.740, de 2012)
I – inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; (Incluído pela Lei n. 12.740, de 2012)
II – roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal
ou patrimonial.
(...)
§ 4 o São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta.
25m

Além dessas, há outra situação que deve ser levada em conta:

OJ 345 da SDI-I do TST


ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. RADIAÇÃO IONIZANTE OU SUBSTÂNCIA RADIOATIVA.
DEVIDO (DJ 22.06.2005)
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 7
DIREITO DO TRABALHO
Remuneração V
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

A exposição do empregado à radiação ionizante ou à substância radioativa enseja a percep-


ção do adicional de periculosidade, pois a regulamentação ministerial (Portarias do Ministério do
Trabalho n.s 3.393, de 17.12.1987, e 518, de 07.04.2003), ao reputar perigosa a atividade, reves-
te-se de plena eficácia, porquanto expedida por força de delegação legislativa contida no art. 200,
caput, e inciso VI, da CLT. No período de 12.12.2002 a 06.04.2003, enquanto vigeu a Portaria n.
496 do Ministério do Trabalho, o empregado faz jus ao adicional de insalubridade.

Isso é possível porque a CLT, em seu artigo 200, estabelece a possibilidade de o Minis-
tério do Trabalho apresentar normas que sejam técnicas. Essa é, portanto, a sexta situação
de adicional de periculosidade.
Há algumas situações do dia a dia que devem ser analisadas frente a essas hipóteses,
como por exemplo:

Súmula 39 do TST
PERICULOSIDADE (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Os empregados que operam em bomba de gasolina têm direito ao adicional de periculosidade
(Lei n. 2.573, de 15.08.1955).

Há também a seguinte Tese:

Tese do Tema 10 da Lista de Recursos Repetitivos do TST


I – a Portaria MTE n. 595/2015 e sua nota explicativa não padecem de inconstitucionalidade ou
ilegalidade.
II – não é devido o adicional de periculosidade a trabalhador que, sem operar o equipamento móvel
de Raios X, permaneça, habitual, intermitente ou eventualmente, nas áreas de seu uso.
III – os efeitos da Portaria n. 595/2015 do Ministério do Trabalho alcançam as situações anteriores
à data de sua publicação.

Para compreender essa tese, considere o julgado do TST:

“(...). ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO A RADIAÇÕES IONIZANTES. EMPRE-


GADO QUE LABORA NA CONDUÇÃO DE PACIENTES À SALA DE RAIOS X E NA IMOBILIZA-
ÇÃO DOS PACIENTES DURANTE OS EXAMES DE RAIOS X, SEM OPERAR O APARELHO.
IRR-1325- 18.2012.5.04.0013. 1. A controvérsia tratada nos presentes autos versa sobre o direito
da empregada - técnica em enfermagem -, que atua na condução de pacientes à sala de Raios
X e auxiliando na imobilização dos pacientes durante os exames de Raios X, ao adicional de
periculosidade. Aduziu a Autora que, no exercício das atividades laborais, durante os exames de
Raios X, encontrava-se exposta a radiações ionizantes e a substâncias radiotivas. 2. A Subseção
I Especializada em Dissídios Individuais do TST, ao julgar o IRR-1325-18.2012.5.04.0013, em
01/08/2019, fixou as seguintes teses: (...) 3. No caso presente, foi evidenciado que a Reclamante
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 8
DIREITO DO TRABALHO
Remuneração V
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

não operava aparelhos de Raios X, tendo o Tribunal Regional afastado o pagamento do adicio-
nal de periculosidade nos termos da Portaria MTE n. 595/2015 e sua nota explicativa. O acórdão
regional, portanto, encontra-se em conformidade com a jurisprudência atual desta Corte, sendo
inviável a admissibilidade do recurso de revista (art. 896, § 7º, da CLT e Súmula 333/TST). Recurso
de revista não conhecido. (...)” (ARR-180-26.2013.5.04.0001, 5ª Turma, Relator Ministro Douglas
Alencar Rodrigues, DEJT 10/12/2021).

Cuidado com a situação do eletricitário e do cabista

OJ 324 da SDI-I do TST


ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA. DECRETO N.
93.412/86, ART. 2º, § 1º (DJ 09.12.2003)
É assegurado o adicional de periculosidade apenas aos empregados que trabalham em sistema
elétrico de potência em condições de risco, ou que o façam com equipamentos e instalações elé-
tricas similares, que ofereçam risco equivalente, ainda que em unidade consumidora de energia
elétrica.
30m

Na NR 16, há um anexo que trata do trabalho com energia elétrica. Assim, atualmente, o
perito analisará se o caso concreto se enquadra no que está disposto na NR.

OJ 347 da SDI-I do TST


ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA. LEI N. 7.369, DE
20.09.1985, REGULAMENTADA PELO DECRETO N. 93.412, DE 14.10.1986. EXTENSÃO DO
DIREITO AOS CABISTAS, INSTALADORES E REPARADORES DE LINHAS E APARELHOS EM
EMPRESA DE TELEFONIA (DJ 25.04.2007)
É devido o adicional de periculosidade aos empregados cabistas, instaladores e reparadores de
linhas e aparelhos de empresas de telefonia, desde que, no exercício de suas funções, fiquem ex-
postos a condições de risco equivalente ao do trabalho exercido em contato com sistema elétrico
de potência.

A referência dessa OJ é à Lei n. 7.369/1985, que foi revogada. Atualmente, essa análise
é feita com base na CLT e na NR-16.

Cuidado com a construção vertical e o armazenamento de líquido inflamável

Essa é a situação da pessoa que não trabalha com o líquido inflamável, mas no local em
que há líquido inflamável:

OJ 385 da SDI-I do TST


ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 9
DIREITO DO TRABALHO
Remuneração V
Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. DEVIDO. ARMAZENAMENTO DE LÍQUIDO INFLAMÁVEL


NO PRÉDIO. CONSTRUÇÃO VERTICAL. (DEJT divulgado em 09, 10 e 11.06.2010)
É devido o pagamento do adicional de periculosidade ao empregado que desenvolve suas
atividades em edifício (construção vertical), seja em pavimento igual ou distinto daquele onde es-
tão instalados tanques para armazenamento de líquido inflamável, em quantidade acima do limite
legal, considerando-se como área de risco toda a área interna da construção vertical.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Online, de acordo com a aula prepa-
rada e ministrada pelo professor José Gervásio Meireles.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

www.grancursosonline.com.br 10

Você também pode gostar