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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Princípios do Direito Ambiental do Trabalho


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PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL DO TRABALHO

PRINCÍPIOS DA SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO

• Indisponibilidade da saúde do trabalhador;


• Risco Mínimo Regressivo;
• Direito de Recusa do Obreiro;
• Instrução do Trabalhador;
• Não improviso;
• Retenção do risco na fonte;
• Adaptação do trabalho ao trabalhador.

PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DA SAÚDE DO TRABALHADOR

Saúde → Direito Humano e Fundamental;


Limitação do Poder de vontade individual ou coletiva diante dos princípios constitucionais;
Garantia pelo Estado dos Direitos Fundamentais;
Eficácia horizontal dos Direitos fundamentais;
Limites jurídicos passa a negociação coletiva: Princípio da adequação setorial negociada
(harmonização entre a negociação e a norma jurídica heterônoma estatal);
Indisponibilidade: veda a transação e a renúncia;
Há situações em que a própria lei, por conta de um pacto social que considera que deter-
minadas atividades, por mais insalubres e perigosas que sejam, são socialmente necessárias.
Porém, isso é uma exceção, visto que a saúde do trabalhador é indisponível. Quando não é
possível neutralizar ou eliminar o agente insalubre ou perigoso, parte-se para a monetização.
A NR 3 traz critérios muito objetivos ao versar sobre embargo e interdição, apresentando
os conceitos de perigo e de risco, os quais precisam ser dominados e usados para além da
NR. A ideia é de que progressivamente se reduzem os riscos sob os quais o empregado está
exposto, de modo a chegar até o ponto de nenhum risco. A segurança e saúde do trabalho
age com uma ideia utópica, mas por mais que um ambiente de trabalho totalmente sem
riscos nunca seja alcançado, a intenção é que regressivamente o risco diminua ao máximo.
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PRINCÍPIO DO MÍNIMO REGRESSIVO

Perigo é uma situação ou condição de risco com probabilidade de causar lesão física ou
dano à saúde das pessoas por ausência de medidas de controle, e risco é a capacidade de
uma grandeza com potencial para causar lesões ou dano à saúde das pessoas.
5m
Riscos aceitáveis para o trabalhador em dado momento;

CF, art. 7º XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene
e segurança;

Convenção n. 155 da OIT


Artigo 4º
1. Todo Membro deverá, em consulta às organizações mais representativas de emprega-
dores e de trabalhadores, e levando em conta as condições e a prática nacionais, formular,
por em prática e reexaminar periodicamente uma política nacional coerente em matéria de
segurança e saúde dos trabalhadores e o meio ambiente de trabalho.
2. Essa política terá como objetivo prevenir os acidentes e os danos à saúde que forem
consequência do trabalho, tenham relação com a atividade de trabalho, ou se apresentarem
durante o trabalho, reduzindo ao mínimo, na medida que for razoável e possível, as causas
dos riscos inerentes ao meio ambiente de trabalho.
Existe um processo de seletividade do risco, determinado prioritariamente por aqueles
que possuem os meios de produção, levando-se em conta os componentes ambientais,
como temperaturas elevadas, agentes físico químicos, máquinas, a performance do trabalho
e as próprias relações humanas estabelecidas no local de trabalho.
O amianto, por exemplo, foi recentemente proibido pelo poder judiciário, em decisão do
STF que tem a ideia de risco mínimo.
Princípio da precaução (advinda do direito ambiental):
Declaração do Rio de Janeiro (1992) – princípio 15 – De modo a proteger o meio ambiente,
o princípio da precaução deve ser observado pelos Estados, de acordo com suas capacida-
des. Quando houver ameaça de danos sérios e irreversíveis, a ausência de absoluta certeza
científica não deve ser utilizada como razão para adiar medidas eficazes e economicamente
viáveis para prever a degradação ambiental.
10m
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Antes mesmo da legislação exigir que as mulheres grávidas adotassem o teletrabalho,


diversas liminares já haviam autorizado o afastamento dessas trabalhadoras durante a pan-
demia de COVID-19, tendo como fundamento a aplicação do princípio da precaução.
Corte de Justiça Europeia: “Enquanto persistirem dúvidas quanto aos riscos para a saúde
das pessoas, as instituições poderão tomar medidas sem esperar a realidade e a gravidade
dos riscos associados sejam plenamente demonstrados”.
NR 15 – 15.1.5 Entende-se por “Limite de Tolerância”, para os fins desta Norma, a con-
centração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de expo-
sição ao agente, que não causará dano à saúde do trabalhador, durante a sua vida laboral.
Linha demarcatória entre o risco da segurança e a saúde da doença.

CLT, art. 189. Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natu-
reza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde,
acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do
tempo de exposição aos seus efeitos.
15m Art. 190. O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e
adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância
aos agentes agressivos, meios de proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a
esses agentes.
Parágrafo único. As normas referidas neste artigo incluirão medidas de proteção do organis-
mo do trabalhador nas operações que produzem aerodispersóides tóxicos, irritantes, alérgicos ou
incômodos.

Súmula n. 460 – STF – Para efeito do adicional de insalubridade, a perícia judicial, em


reclamação trabalhista, não dispensa o enquadramento da atividade entre as insalubres, que
é ato da competência do Ministro do Trabalho e Previdência Social.
Substituição gradual da tecnologia, que garanta maior segurança ao trabalhador, em con-
formidade com o princípio do risco mínimo regressivo, que preconiza que risco de acidente
de trabalho ou doença ocupacional deve decrescer com o avanço da tecnologia.
Questões econômicas e sociais.
Redução progressiva dos riscos ocupacionais em direção ao risco zero.
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PRINCÍPIO DO DIREITO DE RECUSA DO OBREIRO

O Empregado não pode ser responsabilizado pelo empregador por estar exercendo o
direito legítimo de defesa de sua vida e que é decorrência natural do princípio da indisponibi-
lidade da saúde do trabalhador;
Poder Diretivo: conjunto de prerrogativas tendencialmente concentradas no empregador
dirigidas à organização da estrutura e espaço empresariais internos, inclusive o processo de
trabalho adotado no estabelecimento da empresa com a especificação e orientação cotidia-
nas no que tange à prestação de serviços – Mauricio Godinho Delgado;

Obs.: quando o empregador usa o poder diretivo para expor o trabalhador a um risco grave
iminente, está incorrendo em abuso de direito (art. 187 do CC). Quando o empregado
se recusa a trabalhar porque uma máquina está desregulada e apresenta riscos para
ele, por exemplo, ele está em legítima defesa e não comete ato ilícito.

CC, art. 188. Não constituem atos ilícitos:


I – os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover peri-
go iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o
tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção
do perigo.

OIT 155:

Art. 13. De conformidade com a prática e as condições nacionais, deverá ser protegido, de con-
sequências injustificadas, todo trabalhador que julgar necessário interromper uma situação de tra-
balho por considerar, por motivos razoáveis, que ela envolve um perigo iminente e grave para sua
vida ou sua saúde.

Obs.: válido apenas para risco grave iminente.


20m

A empresa tem função social e precisa ser cobrada por isso, ao expor o trabalhador a um
risco iminente está suscetível à greve ambiental.
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CC, art. 2.035. A validade dos negócios e demais atos jurídicos, constituídos antes da entrada em
vigor deste Código, obedece ao disposto nas leis anteriores, referidas no art. 2.045, mas os seus
efeitos, produzidos após a vigência deste Código, aos preceitos dele se subordinam, salvo se hou-
ver sido prevista pelas partes determinada forma de execução.
Parágrafo único. Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais
como os estabelecidos por este Código para assegurar a função social da propriedade e dos
contratos.

• Greve ambiental;

Greve ambiental: a paralisação coletiva ou individual, temporária, parcial ou total da pres-


tação de serviços, qualquer que seja a relação de trabalho, com a finalidade de preservar
e defender o meio ambiente do trabalho de quaisquer agressões que possam prejudicar a
segurança, a saúde e a integridade física e psíquica dos trabalhadores.
MELO, Raimundo Simão de. Direito Ambiental do Trabalho e a Saúde do Trabalhador. 5.
ed. São Paulo: Ltr, 2013. p.120.
Requisitos da greve ambiental:
a. Paralisação coletiva ou individual;
b. Prestação de serviços a um tomador, qualquer que seja a relação de trabalho;
c. Finalidade de preservar e defender o meio ambiente de trabalho.

• Constituições estaduais:

SP:

Art. 229. Compete à autoridade estadual, de ofício ou mediante denúncia de risco à saúde, pro-
ceder à avaliação das fontes de risco no ambiente de trabalho e determinar a adoção das devidas
providências para que cessem os motivos que lhe deram causa. §1º - Ao sindicato de trabalhado-
res, ou a representante que designar, é garantido requerer a interdição de máquina, de setor de
serviço ou de todo o ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida
ou a saúde dos empregados.
§ 2º Em condições de risco grave ou iminente no local de trabalho, será lícito ao empregado inter-
romper suas atividades, sem prejuízo de quaisquer direitos, até a eliminação do risco.
§ 3º O Estado atuará para garantir a saúde e a segurança dos empregados nos ambientes
de trabalho.
§ 4º É assegurada a cooperação dos sindicatos de trabalhadores nas ações de vigilância sanitária
desenvolvidas no local de trabalho.
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• Rondônia:

Art. 244. A saúde ocupacional é parte integrante do sistema estadual de saúde, sendo assegurada
aos trabalhadores, mediante:
I – medidas que visem à eliminação de riscos de acidentes e doenças da profissão e do trabalho;
II – informação a respeito dos riscos que o trabalho representa à saúde, dos resultados das avalia-
ções realizadas e dos métodos de controle;
III – recusa ao trabalho em ambiente insalubre ou perigoso, ou que represente graves e iminentes
riscos à saúde quando não adotadas medidas de eliminação ou proteção contra eles, assegurada
a permanência no emprego;

A intenção é que o trabalhador não seja dispensado durante uma greve ambiental.

IV – participação na gestão dos serviços relacionados à segurança do trabalho e saúde ocupacio-


nal dentro e fora dos locais de trabalho.

ATENÇÃO
a jurisprudência do TST entende que na greve ambiental dispensa-se o aviso prévio e
também não há que se falar em desconto dos dias parados. Trata-se de uma interrupção.

Obs.: aviso prévio de 48 horas ou de 72 horas segundo o disposto no art. 10 da Lei n.


7.783/1989.

GREVE AMBIENTAL. CONVENÇÃO N. 155 DA OIT. A convenção n. 155 da OIT, já ratifi-


cada pelo Brasil, em seu art. 13, consagrou o direito à greve ambiental trabalhista, nos casos
de ocorrência de riscos ambientais nos locais de trabalho que coloquem em situação de
grave e iminente risco um ou mais trabalhadores. Anula-se, portanto, a penalidade disciplinar
imposta aos empregados que, no exercício regular do seu direito de defesa à saúde e inte-
gridade física, recusaram a permanecer desenvolvendo suas atividades laborais rotineiras.
(TRT-8ª – 10ª Turma – RO 0000465 – 78.2013.5.08.0107 – Des. Relator Francisco Sérgio
Silva Rocha DJ 24/04/2014)

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Fernanda da Rocha Teixeira.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte-
údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.

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