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SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Noções de Segurança e Saúde no Trabalho


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NOÇÕES DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO


A segurança e saúde no trabalho é uma disciplina muito ampla, abordada na Consti-
tuição Federal, na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no Direito do Trabalho e nas
Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego. A segurança e saúde no
trabalho vai desde a área jurídica até a área da engenharia, como em projetos de prote-
ção coletiva (exs.: linha de vida e guarda-corpo) e projetos de prevenção contra incên-
dio e pânico (exs.: dimensionamento de chuveiros automáticos, dimensionamento de
detectores e dimensionamento de hidrantes).

Hierarquia das Leis

• Constituição ou Carta Magna;


• Emendas à Constituição;
• Leis Complementares;
• Leis Ordinárias;
• Tratado Internacional;
• Medida Provisória;
• Lei Delegada;
• Decreto-Lei;
• Decreto Legislativo;
• Decreto;
• Instrução Normativa;
• Resolução;
• Portarias.

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Como disposto anteriormente, a segurança e saúde no trabalho é uma disciplina abor-


dada na Constituição Federal, na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no Direito do
Trabalho e em Normas Regulamentadoras, estas instituídas através da Portaria n. 3.214.
Atualmente existem 38 Normas Regulamentadoras. As normas são elaboradas, são
revisadas e podem ser revogadas pela Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP),
formada por representantes dos empregados, representantes dos empregadores e
representantes do governo. Assim, esse número de Normas Regulamentadoras existen-
tes pode mudar a qualquer tempo com base nas necessidades.
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Como as Normas Regulamentadoras têm como objetivo proporcionar um melhor
ambiente de trabalho para os trabalhadores, elas evoluem também conforme o modelo
produtivo. Há 20 anos, o modelo produtivo era completamente diferente do atual, a tec-
nologia avançou e é possível implementar mais segurança no trabalho.
De 2019 para os dias atuais, 80% das Normas Regulamentadoras foram alteradas.
Na visão do professor, foram mudanças positivas, pois serviram para desburocratizar a
área de segurança do trabalho.
As Normas Regulamentadoras são aplicadas somente às empresas privadas que
tenham profissionais celetistas e também a órgãos públicos, mas necessariamente aos
profissionais celetistas.
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A Norma Regulamentadora n. 1 estabeleceu o Programa de Gerenciamento de Riscos
(PGR), um dos principais programas dentro da segurança e saúde no trabalho. O PGR
identifica os riscos inerentes das atividades, tais como riscos físicos, químicos, biológi-
cos, ergonômicos e de acidente/mecânicos. Essas são informações básicas de segurança
e saúde no trabalho, porque tudo começa pela avaliação de riscos.
Cada risco tem os chamados agentes de risco. São exemplos de agentes de risco:

• Físicos: ruído, calor, vibrações e radiação;


• Químicos: poeira e produtos químicos no geral;
• Biológicos: parasitas, fungos, protozoários, bactérias, entre outros;
• Ergonômicos: levantamento de peso, postura inadequada, monotonia e repetitividade;
• De acidente/mecânicos: iluminação insuficiente, animais peçonhentos e layout
inadequado.

Ao identificar os riscos, medidas devem ser tomadas. Exemplo: um motorista de


ônibus está exposto ao risco físico, cujos agentes são calor (do motor), ruídos e vibra-
ções; ao risco ergonômico, sendo que o agente é a postura inadequada; e ao risco de aci-
dentes/mecânico, tendo a batida de trânsito como agente. A primeira medida é tentar
eliminar o risco. Sendo assim, no caso do motorista, uma maneira de eliminar o risco
físico causado pelos ruídos é renovar a frota de ônibus e colocar em circulação ônibus

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com o motor localizado na parte de trás. Entretanto, essa medida não é viável, pois renovar
uma frota de ônibus custa muito caro. Outra maneira de fazer isso seria por meio do equi-
pamento de produção coletiva (quando protege mais de um trabalhador), como trocar a
vedação dos ônibus, o que diminui o risco mas ainda o mantém em um nível elevado. Então,
não tendo sido o risco eliminado, parte-se para a medida administrativa, reduzir a jornada
de trabalho do motorista de 8 horas para 6 horas, diminuindo a sua exposição ao risco. Mas
as medidas a serem tomadas também dependem do nível de exposição ao risco. A Norma
Regulamentadora n. 15, que trata da insalubridade, dispõe que o trabalhador pode estar
exposto a 85 decibéis durante uma carga horária de 8 horas. Caso essa mudança na jornada
de trabalho também não seja possível, uma outra saída é o equipamento de segurança indi-
vidual, como o protetor auricular, o que pode diminuir o risco, mas não é o ideal, que é elimi-
nar o risco. O protetor auricular pode até mesmo atrapalhar o trabalho do motorista, impe-
dindo que ele tenha a melhor noção sobre o trânsito, por exemplo, então os demais fatores
também devem ser levados em consideração.
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A parte psicossocial também integra a avaliação de risco ergonômico. Aconteceu um
estudo de caso em uma empresa de ônibus do Distrito Federal na qual observou-se um
número de absenteísmo muito alto.

Obs.: absenteísmo é o número de faltas Assim, se uma empresa tem 3.000 funcionários
e o número de absenteísmo é de 10, isso significa que a empresa deve contratar
10 funcionários a mais para suprir as faltas, pois vão acontecer 10 faltas diárias
por motivos diversos.

Na empresa em que se observou um número alto de absenteísmo, a equipe notou


uma relação da Classificação Internacional de Doenças (CID) apresentada no atestado
com a questão psicossocial. Assim, foram contratadas duas profissionais da área de psi-
cologia, que desenvolveram programas relacionados a melhor qualidade de vida e con-
seguiram reduzir em mais de 50% o absenteísmo dentro da empresa.
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No caso real disposto acima, é possível observar que tudo começou pela avaliação de
riscos, no caso, o risco psicossocial.

Legislação Trabalhista

Existem basicamente dois tipos de categoria de trabalhadores no Brasil: os segura-


dos ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que é gerenciado pelo Instituto Nacio-
nal do Seguro Social (INSS), e os trabalhadores vinculados a Regimes Próprios de Previ-
dência Social, Regime Próprio de Previdência Social, regimes estes que são gerenciados

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por entes federativos que possuem regime de contratação de pessoal estatutário, ser-
vidores regidos pela Lei n. 8.112 e militares.

Regime Geral de Previdência Social (RGPS)

São segurados obrigatórios do RGPS todos os trabalhadores urbanos e rurais que


exercem atividades remuneradas não sujeitas a regime próprio de previdência social (dos
servidores públicos), a partir dos 16 anos de idade. São eles: empregados com carteira
assinada, domésticos, trabalhadores avulsos, contribuintes individuais (empresários e
autônomos) e especiais (trabalhadores rurais em regime de economia familiar).

DIREITO DO TRABALHO
O Direito do Trabalho regula as relações de trabalho para os vinculados ao RGPS, bem
como a aplicação das normas de proteção ao trabalhador. Regular as relações de traba-
lho é o objetivo aqui pois entende-se que o trabalhador é o elo mais fraco nessa relação
em relação ao empregador.
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É uma matéria de competência exclusiva da União, não podendo estados e municí-
pios legislar sobre Direito do Trabalho, e apresenta uma série de princípios que a distin-
gue de outras fontes do direito.
São princípios do Direito do Trabalho:

• Princípio da Proteção: como uma relação trabalhista por si só já é uma relação


desigual sendo o trabalhador o seu lado mais frágil, o direito configura a primazia
jurídica ao empregado/trabalhador, que na prática se desdobra no axioma “in dubio
pro operário”, e consequentemente na aplicação mais benéfica ao trabalhador e a
utilização da norma mais favorável;
• Princípio da Irrenunciabilidade dos Direitos Trabalhistas: não pode por princípio
o empregado/trabalhador abrir mão de qualquer direito, tornando nula de direito
esta renúncia;
• Princípio da Primazia da Realidade: tem maior valor para o juízo o fato real do que
consta em documentos formais, pois se trabalha com o princípio de como a rela-
ção é desigual o trabalhador/ empregado pode ter sido coagido a assinar qualquer
documento com a ameaça implícita de demissão caso não realize o procedimento;
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• Princípio da Continuidade do Contrato de Trabalho: o contrato de trabalho tem
prazo indeterminado.

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Obs.: �além do contrato de trabalho por tempo indeterminado, existe o contrato de


trabalho por tempo determinado, que não pode ultrapassar 2 anos, e o contrato
de experiência, que é de até 90 dias, podendo ter uma prorrogação, não maior do
que 90 dias, dentro desse período.

Vale ressaltar, que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que regem os trabalha-
dores, explicita em seu artigo 8⁰, que caso não exista amparo direto legal para determi-
nada questão poderá o magistrado se valer da jurisprudência 71, da analogia, da equi-
dade, os princípios e normas do direito, direito comparado e ainda aos usos e costumes
(direito consuetudinário).

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Raylton de Carvalho Gomes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.

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