PREVIDENCIÁRIA DE SST O que é a Legislação Previdenciária de SST?
A Legislação Previdenciária de Saúde e
Segurança do Trabalho — mais conhecida como Previdenciária de SST — consiste em um conjunto de normas, estabelecidas pela Previdência Social, que regulamentam a concessão da aposentadoria especial aos trabalhadores. Quais são as diferenças entre a Legislação Previdenciária de SST e a Legislação Trabalhista?
Apesar de ambas regulamentarem acerca da saúde e
segurança dos colaboradores de uma empresa, a Previdenciária de SST e a Legislação Trabalhista têm uma série de diferenças entre si. Entenda agora quais são elas! Abrangência
A Legislação Previdenciária de SST é uma norma que
regulamenta a aposentadoria especial. Dessa forma, as suas exigências se referem apenas a esse benefício relacionado à saúde e à segurança do trabalhador. Já a Legislação Trabalhista é bem mais ampla. Ela regulamenta a jornada de trabalho, as normas de segurança, os programas de proteção, entre outros elementos relacionados aos colaboradores de uma empresa. Foco de atuação
No que se refere à saúde e à segurança do trabalho, a
Legislação Previdenciária de SST tem um foco muito diferente da CLT. Isso porque a primeira diz respeito apenas aos documentos exigidos para a comprovação do direito à aposentadoria especial, sem tratar sobre formas de melhoria do ambiente organizacional ou prevenção. Já a CLT regulamenta acerca de condições mínimas de trabalho, programas de proteção ao colaborador, adicionais de insalubridade, entre outros pontos. Ou seja, a Legislação Trabalhista tem como foco não apenas a documentação das condições de trabalho, mas também as práticas de melhoria do ambiente laboral e os programas de proteção que devem ser criados (como o PPRA). PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
Tem por objetivo estabelecer medidas que visem a
eliminação, redução ou controle desses riscos em prol da preservação da integridade física e mental do trabalhador. A NR-9 determina a obrigatoriedade de elaboração e implementação do PPRA por todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados. PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
Sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano
deve ser feita uma análise global do PPRA para avaliação de seu desenvolvimento e realização de ajustes necessários, e estabelecimento de novas metas e prioridades. PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
Sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano
deve ser feita uma análise global do PPRA para avaliação de seu desenvolvimento e realização de ajustes necessários, e estabelecimento de novas metas e prioridades. PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
O empregador deverá garantir, que no caso da
existência de riscos ambientais que coloquem em risco grave e iminente um ou mais trabalhadores, haja interrupção imediata de suas atividades, e comunicação ao seu superior hierárquico direto, para que as devidas providências sejam tomadas. Documentação exigida
Os dois principais documentos exigidos pela Legislação
Previdenciária de SST são o LTCAT e o PPP. O LTCAT consiste em um laudo no qual são atestadas as condições do ambiente de trabalho dentro da empresa.
É um documento elaborado por um médico do trabalho ou
engenheiro de segurança, ambos registrados no Ministério do Trabalho. Este laudo serve para registrar se o trabalhador atuou exposto a agentes nocivos que são capazes de prejudicar a sua saúde, resultando assim, na necessidade de uma aposentadoria especial.
É importante frisar que este documento segue uma
legislação previdenciária, portanto nada tem a ver com as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho que você está acostumado a ver por aqui. No entanto, é obrigatório para manter sua empresa em dia, evitando qualquer tipo de multa pelo descumprimento de uma legislação, como diz a Lei Nº 9.732 , de 11 de dezembro de 1998, no artigo 57, parágrafo 1º:
“A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes
nocivos será feita mediante formulário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social — INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.” Agentes nocivos relatados pelo LTCAT
Os agentes nocivos podem ser tanto físicos, químicos ou biológicos.
Agentes Físicos podem configurar os ruídos, pressões, vibrações,
radiações, temperaturas extremas, que podem prejudicar a saúde física do trabalhador.
Nos Agentes Químicos, vemos substâncias como tintas, poeiras,
óleos, que podem entrar em contato com o organismo por via respiratória. Agentes nocivos relatados pelo LTCAT
Agentes Biológicos seriam o contato com parasitas, bactérias e
fungos que causam danos à nossa saúde.
Além destes, existem outros riscos ambientais como os
Ergonômicos e os Mecânicos. Atualização do LTCAT
O LTCAT não tem uma validade específica porém, segundo a IN77/2015
do INSS/PRES o documento deve ser atualizado nas seguintes situações:
I – mudança de layout;
II – substituição de máquinas ou de equipamentos;
III – adoção ou alteração de tecnologia de proteção coletiva;
Atualização do LTCAT
IV – alcance dos níveis de ação estabelecidos nos subitens
do item 9.3.6 da NR-09, aprovadas pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, do MTE, se aplicável. Multa pelo descumprimento
A aplicação de multa pelo descumprimento pode se dar por
dois motivos: pela não elaboração do documento, ou por mantê-lo desatualizado.
O valor da punição não é baixo: segundo a portaria MPS nº
727, a multa que pode variar de R$ 991,03 a R$ 99.102,12. PPP- Perfil Profissiográfico Previdenciário
O Perfil Profissiográfico Previdenciário-PPP constitui-se
em um documento histórico-laboral do trabalhador que reúne, entre outras informações, dados administrativos, registros ambientais e resultados de monitoração biológica, durante todo o período em que este exerceu suas atividades na respectiva empresa. O PPP tem como finalidade:
Comprovar as condições para habilitação de benefícios e serviços
previdenciários, em particular, o benefício de aposentadoria especial; Prover o trabalhador de meios de prova produzidos pelo empregador perante a Previdência Social, a outros órgãos públicos e aos sindicatos, de forma a garantir todo direito decorrente da relação de trabalho, seja ele individual, difuso ou coletivo; O PPP tem como finalidade:
Prover a empresa de meios de prova produzidos em tempo real, de
modo a organizar e a individualizar as informações contidas em seus diversos setores ao longo dos anos, possibilitando que a empresa evite ações judiciais indevidas relativas a seus trabalhadores; Possibilitar aos administradores públicos e privados acesso a bases de informações fidedignas, como fonte primária de informação estatística, para desenvolvimento de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como definição de políticas em saúde coletiva. Em decorrência da IN INSS 118/2005, a partir de 1º de janeiro de 2004, a empresa ou equiparada à empresa ficou obrigada a elaborar o PPP, conforme anexo XV da referida Instrução, de forma individualizada para seus empregados, trabalhadores avulsos e cooperados. Atualmente, a Instrução Normativa INSS 77/2015 , alterada pela Instrução Normativa INSS 85/2016, é que estabelece as instruções de preenchimento e o modelo do formulário do PPP. A exigência abrange aqueles que laborem expostos a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, considerados para fins de concessão de aposentadoria especial, ainda que não presentes os requisitos para a concessão desse benefício, seja pela eficácia dos equipamentos de proteção, coletivos ou individuais, seja por não se caracterizar a permanência. MICROEMPRESAS
As Micro Empresas e as Empresas de Pequeno Porte
não estão dispensadas da emissão do PPP. O PPP deve ser preenchido, atualizado e entregue ao trabalhador no momento da rescisão de contrato de trabalho, especificando se o mesmo esteve sujeito aos agentes nocivos à saúde durante o contrato de trabalho, sob pena de multa mínima, de acordo com o art. 283 do Decreto 3.048/99 e da Portaria Interministerial MPS/MF 15/2018 (válida a partir de janeiro/2018) de R$ 2.331,32 (dois mil trezentos e trinta e um reais e trinta e dois centavos). Por outro lado, a CLT exige uma série de documentos da empresa, como laudos de insalubridade, vistorias técnicas, documentos relacionados à admissão e à demissão de colaboradores, entre outros. Isso porque ela não se limita à regulamentação de apenas um benefício e, nem mesmo, apenas à proteção da integridade física da equipe, sendo muito mais ampla. É dever de toda empresa proteger os colaboradores contra agentes nocivos no ambiente de trabalho. Para que essa estratégia seja implementada, é fundamental entender e seguir as normas da Legislação Previdenciária de SST e da Legislação Trabalhista, entendendo as diferenças entre elas e as especificidades de cada uma. OBRIGADO!