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Perfil Profissiográfico Previdenciário


(PPP)

Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho


(LTCAT)

RESUMO DA AULA

Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho – LTCAT e


Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP.

Conceito
O Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT é regulamentado pela
Previdência Social e aponta as condições do ambiente de trabalho em que os
trabalhadores de determinada empresa atuam, o qual o Instituto Nacional do Seguro Social
– INSS adota para fins previdenciários.

O Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP constitui-se em um documento histórico-


laboral do trabalhador que reúne informações durante todo o período em que este
exerceu suas atividades na respectiva empresa, dentre as quais:
• dados administrativos;
• registros ambientais; e
• resultados de monitoração biológica.

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Assim sendo, podemos dizer, em outras palavras, que o Perfil Profissiográfico
Previdenciário - PPP é um documento apresentado em formulário instituído pelo Instituto
Nacional do Seguro Social – INSS, que registra informações histórias referentes à vida
profissional do trabalhador, contendo informações detalhadas sobre as atividades do
trabalhador, exposição a agentes nocivos à saúde e outras informações de caráter
administrativo.

Ou seja, ele é um grande histórico da vida do funcionário, com a descrição de todas as


atividades e os períodos em que ele as exerceu, os agentes nocivos a que esteve exposto
(com a intensidade e concentração deles), os exames médicos clínicos e os dados
referentes às empresas.

A exigência abrange aqueles que laborem expostos a agentes nocivos químicos, físicos,
biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física,
considerados para fins de concessão de aposentadoria especial, ainda que não presentes
os requisitos para a concessão desse benefício, seja pela eficácia dos equipamentos de
proteção, coletivos ou individuais, seja por não se caracterizar a permanência.

A seção de dados administrativos do PPP abrange informações básicas sobre o


trabalhador, como nome, função, sexo, setor, descrição das atividades exercidas, registros
de CAT, etc.

A seção de registros ambientais do PPP contempla os fatores de risco (físicos, químicos,


biológicos) que o trabalhador está exposto, sua intensidade e/ou concentração (quando
quantitativos), as medidas de controle adotadas pela empresa (EPC, Administrativas e EPI),
com a sua respectiva eficácia e conclusão acerca do enquadramento do direito à
aposentadoria especial. A fonte destas informações é o LTCAT – Laudo Técnico das
Condições Ambientais de Trabalho, ou outras demonstrações ambientais (PPPRA, PGR,
PCMAT, PCMSO), se serão detalhadas mais adiante.

A seção de resultados de monitoração biológica circunscreve à relação de exames


realizados para controle médico-ocupacional obrigatórios (admissionais, periódicos,
demissionais, retorno ao trabalho ou mudança de função) e complementares, perda da
capacidade para o trabalho, agravos à saúde, dentre outras.

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A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil Profissiográfico abrangendo as
atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do
contrato de trabalho, cópia autêntica desse documento.

O PPP tornou-se obrigatório a partir de 1 de janeiro de 2004, para a empresa ou


equiparada à empresa.

As informações constantes no PPP são de caráter privativo do trabalhador, constituindo


crime, nos termos da Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995, práticas discriminatórias
decorrentes de sua exigibilidade por outrem, bem como de sua divulgação para terceiros,
ressalvado quando exigida pelos órgãos públicos competentes.

O PPP respalda ocorrências e movimentações em GFIP, sendo elaborado:


• pela empresa empregadora;
• pelo Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO), no caso do Trabalhador Portuário
Avulso e;
• pelo respectivo sindicato da categoria, no caso de trabalhador avulso não portuário.

O PPP deve ser elaborado pela empresa com base no LTCAT e assinado pelo
representante legal da empresa ou seu preposto, indicando o nome do médico do trabalho
e do engenheiro de segurança do trabalho.

Finalidade e Importância
O LTCAT registra a exposição do ambiente de trabalho a agentes físicos, químicos ou
biológicos prejudiciais à saúde do trabalhador, que possam gerar perigo ou condição de
insalubridade. É a partir dele, que o INSS apontará se a pessoa tem necessidade de
aposentadoria especial ou não.

Ainda, o LTCAT deve informar a existência de equipamentos de proteção coletiva ou


individual para diminuição da intensidade do agente a limites de tolerância, e incluir
recomendações sobre o uso.

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Os agentes de risco podem ser: físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes,
conforme segue:

– Riscos físicos: agentes físicos, como ruídos, vibrações, pressões, temperaturas extremas,
radiações, entre outros;

– Riscos químicos: substâncias que possam entrar em contato com o organismo pela via
respiratória através da pele ou por ingestão, como óleos, tintas, poeira e fumo;

– Riscos biológicos: bactérias, fungos, parasitas, vírus, entre outros, capazes de causar
danos à saúde do trabalhador;

– Riscos ergonômicos: má postura, movimentos repetitivos ou errados, excesso de trabalho


ou esforço, entre outros;

– Riscos de acidentes: ambiente com corrente elétrica, tensão, animais perigosos;


máquinas pesadas, ferramentas antigas ou defeituosas, etc.

O objetivo do PPP é apresentar, em um só documento, o resumo de todas as informações


relativas à fiscalização do gerenciamento de riscos e à existência de agentes nocivos no
ambiente de trabalho, além de ser o documento que orienta o processo de
reconhecimento de aposentadoria especial, podendo também ser usado para caracterizar
o nexo técnico em caso de acidente de trabalho.
Objetivamente, podemos dizer que o PPP tem como principais finalidades:
• Comprovar as condições para habilitação de benefícios e serviços previdenciários,
em particular, o benefício de aposentadoria especial;
• Prover o trabalhador de meios de prova produzidos pelo empregador perante a
Previdência Social, a outros órgãos públicos e aos sindicatos, de forma a garantir
todo direito decorrente da relação de trabalho, seja ele individual, ou difuso e
coletivo;

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• Prover a empresa de meios de prova produzidos em tempo real, de modo a
organizar e a individualizar as informações contidas em seus diversos setores ao
longo dos anos, possibilitando que a empresa evite ações judiciais indevidas
relativas a seus trabalhadores;
• Possibilitar aos administradores públicos e privados acesso a bases de informações
fidedignas, como fonte primária de informação estatística, para desenvolvimento de
vigilância sanitária e epidemiológica, bem como definição de políticas em saúde
coletiva.

O PPP é de extrema importância a todos os trabalhadores, em especial aos que trabalham


ou já trabalharam expostos a agente nocivos como periculosidade ou insalubridade. Por
ser um histórico das atividades, ele concentra todos os dados da vida laboral do
trabalhador e pode ser solicitado sempre que for necessário.
Ele também tem o papel de mostrar quais as condições do ambiente de trabalho e o
impacto disso na saúde do empregado. Por isso ele se torna tão necessário quando alguém
deseja requerer algum tipo de aposentadoria especial.

Responsabilidade pela Emissão / Preenchimento


No caso de segurado empregado, a empresa ou equiparada à empresa deverá elaborar
PPP, de forma individualizada para seus empregados, trabalhadores avulsos e
cooperados, desde que laborem expostos a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos
ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, considerados para
fins de concessão de aposentadoria especial, ainda que não presentes os requisitos para a
concessão desse benefício, seja pela eficácia dos equipamentos de proteção, coletivos ou
individuais, seja por não se caracterizar a permanência.

A responsabilidade pela emissão do PPP, portanto, é:


• Da empresa empregadora, no caso de empregado;
• Cooperativa de trabalho ou de produção, no caso de cooperados filiados,
• Órgão Gestor de Mão de Obra – OGMO, no caso dos Trabalhadores Portuários
Avulsos – TPA; e
• Sindicato de Categoria, no caso de trabalhador avulso não portuário.

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O PPP deverá ser assinado pelo representante legal da empresa ou seu preposto, com
poderes específicos outorgados por procuração, que assumirá a responsabilidade sobre
a fidedignidade das informações prestadas quanto a:
• fiel transcrição dos registros administrativos; e
• veracidade das demonstrações ambientais e dos programas médicos de
responsabilidade da empresa.

Além disso, deverá constar no PPP o nome, cargo e NIT do responsável pela assinatura do
documento, bem como o carimbo da empresa.

O LTCAT deverá ser assinado por engenheiro de segurança do trabalho, com o respectivo
número da Anotação de Responsabilidade Técnica - ART junto ao Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia - CREA ou por médico do trabalho, indicando os registros
profissionais para ambos.

Emissão do LTCAT e do PPP


O LTCAT é obrigatório para todas as empresas, independente da quantidade de
trabalhadores ou do segmento. Aquelas que não elaborarem o documento estarão sujeitas
a multas previstas na legislação.

Poderão ser aceitos, em substituição ao LTCAT, e ainda de forma complementar, desde


que contenham os elementos informativos básicos constitutivos, os seguintes documentos:
• laudos técnico-periciais realizados na mesma empresa, emitidos por determinação
da Justiça do Trabalho, em ações trabalhistas, individuais ou coletivas, acordos ou
dissídios coletivos, ainda que o segurado não seja o reclamante, desde que relativas
ao mesmo setor, atividades, condições e local de trabalho;
• laudos emitidos pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina
do Trabalho - FUNDACENTRO;
• laudos emitidos por órgãos do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE;
• laudos individuais acompanhados de:
o autorização escrita da empresa para efetuar o levantamento, quando o
responsável técnico não for seu empregado;

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o nome e identificação do acompanhante da empresa, quando o responsável
técnico não for seu empregado; e
o data e local da realização da perícia.
• as demonstrações ambientais:
o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA;
o Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR;
o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da
Construção - PCMAT; e
o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO.

Contudo, não serão aceitos:


• laudo elaborado por solicitação do próprio segurado, sem o atendimento das
condições previstas no inciso IV do caput deste artigo;
• laudo relativo à atividade diversa, salvo quando efetuada no mesmo setor;
• laudo relativo a equipamento ou setor similar;
• laudo realizado em localidade diversa daquela em que houve o exercício da
atividade; e
• laudo de empresa diversa.

Na análise do Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho - LTCAT, quando


apresentado, deverá ser verificado se constam os seguintes elementos informativos
básicos constitutivos:
• se individual ou coletivo;
• identificação da empresa;
• identificação do setor e da função;
• descrição da atividade;
• identificação de agente nocivo capaz de causar dano à saúde e integridade física,
arrolado na Legislação Previdenciária;
• localização das possíveis fontes geradoras;
• via e periodicidade de exposição ao agente nocivo;
• metodologia e procedimentos de avaliação do agente nocivo;
• descrição das medidas de controle existentes;
• conclusão do LTCAT;
• assinatura e identificação do médico do trabalho ou engenheiro de segurança; e
• data da realização da avaliação ambiental.

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O INSS poderá solicitar o LTCAT ou as demais demonstrações ambientais, ainda que não
exigidos inicialmente, toda vez que concluir pela necessidade da análise destes para
subsidiar a decisão de caracterização da atividade como exercida em condições especiais,
estando a empresa obrigada a prestar as informações na forma prevista no Regulamento
da Previdência Social.

O PPP deverá ser emitido com base nas demonstrações ambientais, exigindo, como base
de dados:
• Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA;
• Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR;
• Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção -
PCMAT;
• Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO;
• Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho - LTCAT;
• Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT.

A atualização do Perfil Profissiográfico Previdenciário deve ser feita sempre que houver
alteração que implique mudança das informações contidas nas suas seções ou pelo menos
uma vez ao ano, quando permanecerem inalteradas suas informações.
O PPP é obrigatório para todas as empresas que expõe seus empregados a agentes
nocivos, químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à
integridade física. Também é obrigatório para as que estão sujeitas ao Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e ao Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional (PCMSO). Ou seja, todas as empresas devem emitir o PPP a seus funcionários,
inclusive microempresas e empresas de pequeno porte.
É a própria empresa que deve preenchê-lo, com base no Laudo Técnico de Condições
Ambientais de Trabalho (LTCAT), expedido pelo médico do trabalho ou pelo engenheiro
de segurança do trabalho.
As informações constantes no PPP são única e exclusivamente do trabalhador. Considera-
se crime discriminar alguém pelas informações contidas ou divulgá-las para terceiros.

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A exigência do PPP referida no caput, em relação aos agentes químicos e ao agente físico
ruído, fica condicionada ao alcance dos níveis de ação de que tratam a legislação, e aos
demais agentes, a simples presença no ambiente de trabalho.

O PPP deverá ser fornecido nas seguintes situações:


• por ocasião da rescisão do contrato de trabalho ou da desfiliação da cooperativa,
sindicato ou órgão gestor de mão de obra, com fornecimento de uma das vias para
o trabalhador, mediante recibo;
• sempre que solicitado pelo trabalhador, para fins de requerimento de
reconhecimento de períodos laborados em condições especiais;
• para fins de análise de benefícios e serviços previdenciários e quando solicitado pelo
INSS;
• para simples conferência por parte do trabalhador, pelo menos uma vez ao ano,
quando da avaliação global anual do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
– PPRA; e
• quando solicitado pelas autoridades competentes.

O PPP poderá ser mantido em formato digital, ou em sistema informatizado de gestão de


segurança e medicina do trabalho, pois não há nenhuma obrigação legal no sentido de
manter o PPP impresso. A impressão do PPP, portanto, somente será necessária nas
hipóteses contempladas acima.
A comprovação da entrega do PPP, na rescisão de contrato de trabalho ou da desfiliação
da cooperativa, sindicato ou órgão gestor de mão de obra, poderá ser feita no próprio
instrumento de rescisão ou de desfiliação, bem como em recibo a parte.
O PPP e a comprovação de entrega ao trabalhador, na rescisão de contrato de trabalho
ou da desfiliação da cooperativa, sindicato ou órgão gestor de mão de obra, deverão ser
mantidos na empresa por 20 (vinte) anos.

Consequências em Caso de Falta de Preenchimento


Se o documento não for emitido ao funcionário do ato de sua demissão, a empresa pode
ser penalizada com uma multa variável, de acordo com a gravidade do caso.
É por isso que todo trabalhador deve exigir seu documento quando for sair de uma
empresa. Deixar para reunir essas informações apenas quando for encaminhar a

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aposentadoria pode ser uma dor de cabeça desnecessária, com informações ausentes,
empresas que fecharam as portas ou que implantaram novos processos que
descaracterizam aquilo que foi vivido pelo trabalhador.
Ademais, a prestação de informações falsas no PPP constitui crime de falsidade ideológica,
nos termos do art. 299 do Código Penal, bem como crime de falsificação de documento
público, nos termos do art. 297 do Código Penal.
Sempre que julgar necessário, o INSS poderá solicitar documentos para confirmar ou
complementar as informações contidas no PPP, de acordo com § 7º do art. 68 e inciso III
do art. 225, ambos do RPS.

O PPP na Aposentadoria Especial


A questão crucial relacionada ao benefício da aposentadoria especial refere-se à prova da
exposição aos agentes agressivos que, desde 1º de janeiro de 2004, é realizada pela
apresentação, ao órgão previdenciário, do Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP.

A Previdência Social brasileira garante benefício de aposentadoria especial para quem


trabalha em condições prejudiciais à saúde ou à integridade física, após 15, 20 ou 25
anos de contribuição, dependendo da espécie de agente nocivo que o trabalhador
esteve exposto.
Ensejam o reconhecimento do direito os agentes físicos (poeira, calor, eletricidade, frio,
vibrações); químicos (óleos, graxas, tintas); e biológicos (fungos, bactérias, vírus). A
relação dos agentes encontra-se prevista na legislação previdenciária. Existe, ainda, a
possibilidade de enquadramento da atividade como especial pela exposição à
periculosidade e à penosidade, bem como a associação de todos os agentes.
A questão crucial relacionada ao benefício da aposentadoria especial refere -se à prova
da exposição aos agentes agressivos que, desde 1º de janeiro de 2004, é realizada pela
apresentação, ao órgão previdenciário, do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP).
Como já vimos, trata-se de um formulário que é preenchido pela empresa tendo por
base dados técnicos do meio ambiente laboral.
A validade do PPP vai depender da adequação do formulário com a realidade da
empresa, sendo esta concordância é sempre presumida no ato do requerimento. Assim,
se o empregado não demonstrar que os dados constantes no documento estão em
desconformidade com a realidade do meio em que trabalhou, a Previdência
recepcionará o pedido com base nos dados constantes no formulário.

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Um primeiro aspecto que precisa ser observado é se o PPP está assinado pelo
representante legal da empresa ou seu preposto, bem como se o formulário se encontra
com data atualizada. Deve ser observado, ainda, a fiel transcrição dos registros
administrativos e a veracidade das demonstrações ambientais relativas a todo o período
de permanência do trabalhador na empresa.
Neste aspecto, deve ser dada especial atenção para a descrição da função e das
condições em que as atividades laborais eram realizadas, das informações sobre
exposição aos agentes nocivos, cotejamento com os dados constantes no CNIS do
empregado, além dos dados sobre a existência de equipamentos de proteção coletiva
ou individual que possa eliminar a exposição ao agente agressivo.
Não raras vezes, o formulário informa a eficácia do EPI, mas, na prática, o trabalhador
não era orientado quanto a sua utilização: os equipamentos de proteção estavam
vencidos, não havia fiscalização quanto ao uso e, em outras situações, os limites de
tolerância, como o nível de ruído, eram informados de forma equivocada. Para tais
situações sempre é possível a utilização de outros laudos, como os da Justiça do
Trabalho, para a demonstração das inadequações, assim como a postulação de perícias,
dentre elas aquela por similaridade, normalmente deferida pelo Poder Judiciário quando
a empresa onde foi prestada a atividade já tiver encerrado suas atividades.
Não se deve promover agendamento de benefício antes da solicitação do PPP, pois, do
contrário, provavelmente, não se terá tempo hábil para as análises e os ajustes
necessários. Aliás, a prestação de informações falsas no PPP constitui crime de falsidade
ideológica e falsificação de documento público, como já vimos.

Informações Adicionais
O Perfil Profissiográfico Previdenciário passou a ter sua elaboração como obrigatória a
partir de 01/01/2004. Portanto, o empregador deverá atualizá-lo e disponibilizá-lo ao
trabalhador exposto a agentes insalubres no momento da rescisão do contrato de
trabalho.

O documento é indispensável para a constatação do tempo trabalhado sob condições


especiais e, para que possa ser considerado válido pelo INSS, precisa conter:
• a descrição de todas as possíveis atividades que o trabalhador executou e/ou
poderia executar;
• a descriminação os agentes químicos aos quais esteve exposto;
• o grau/nível/intensidade/concentração de exposição de cada agente; e

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• a exposição fora permanente e habitual ou não.
Os dados referentes à atividade exercida pelo trabalhador, bem como os referentes a
registros ambientais e monitoração biológica, deverão conter o máximo de informações
possíveis para facilitar a análise do PPP pelo INSS, bem como é necessário que ao final
da elaboração do PPP, que sejam consignadas as assinaturas dos responsáveis pelas
avaliações e informações contidas no PPP, tais como o engenheiro de segurança do
trabalho e o médico do trabalho, além de assinatura do responsável pela empresa
(gerente de RH ou representante legal do empregador).
Caso não existam dados sobre o ambiente de trabalho à época em que o trabalhador
exercia suas atividades e/ou quando for impossível reconstruir o cenário (ainda que por
meio da similitude ou da justificação administrativa), dever-se-á preencher os campos
possíveis e no campo “Observações” (ao final do documento) a empresa deverá fornecer
declarações ao trabalhador e ao INSS, se for o caso, contendo o máximo de dados que
possibilitem formar conclusões sobre o ambiente de trabalho, inclusive esclarecendo:
• de onde obteve as informações; e
• que não possui qualquer registro escrito.

Atualmente, a previsão legal para o Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP está na Lei
nº 8.213/91, na qual ficou definido que as empresas devem elaborar o Perfil
Profissiográfico Previdenciário de seus funcionários e mantê-lo atualizado, de modo que o
documento consiga abranger com detalhes todas as atividades exercidas pelo trabalhador.
Ainda de acordo com essa lei, caso o contrato do trabalhador seja rescindido, este deverá
receber da empresa uma cópia autenticada do documento.
Posteriormente, o Decreto nº 3.048/99 do Regulamento da Previdência Social também
reiterou a obrigatoriedade do PPP, enquanto a Instrução Normativa INSS/PRES nº 45 do
ano de 2010 regulamentou e formatou o documento. Atualmente a IN INSS/PRES nº
77/2015 dispões sobre tais procedimentos.
A origem do PPP remonta ao governo do presidente Fernando Collor de Melo, período
no qual começou a ficar cada vez mais evidente a carência da legislação brasileira em
fornecer aos trabalhadores um meio de comprovarem que exercem atividades em
ambientes ou condições de insalubridade. Estes trabalhadores precisavam comprovar
estas atividades para, posteriormente, solicitar por exemplo uma aposentadoria especial e
receber benefícios diferenciados da Previdência Social.

Lei 8.213/91:

Art. 58. (...)

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§ 4º .: A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as
atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do contrato de
trabalho, cópia autêntica desse documento. Para regulamentar a Seção.

Decreto 3.048 /99

Art. 68 (...)

§ 3º A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante
formulário emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições
ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.

(...)

§ 8º A empresa deverá elaborar e manter atualizado o perfil profissiográfico do trabalhador,


contemplando as atividades desenvolvidas durante o período laboral, documento que a ele deverá
ser fornecido, por cópia autêntica, no prazo de trinta dias da rescisão do seu contrato de trabalho,
sob pena de sujeição às sanções previstas na legislação aplicável.

Acidente do Trabalho
Introdução
Considera-se acidente do trabalho o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de
empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados
especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Assim sendo, podemos extrair os elementos que caracterizam do típico acidente de
trabalho:
• Evento decorrente de trabalho a serviço da empresa ou de empregador doméstico
ou pelo exercício de atividade do pequeno produtor rural ou pescador artesanal,
inclusive em regime de economia familiar, na qualidade de segurado especial.
• Causação de lesão corporal ou perturbação funcional (perturbação psíquica);
• Ocorrência de morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade laborativa (capacidade para o trabalho).
Para a caracterização do acidente de trabalho é imprescindível que haja um nexo entre o
exercício do trabalho e o evento causador da lesão física ou psicológica ao trabalhador.

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A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de
proteção e segurança da saúde do trabalhador, constituindo contravenção penal, punível
com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.
É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a
executar e do produto a manipular.

Espécies de Acidente do Trabalho


Os acidentes de trabalho classificam-se em 3 grupos:
• Acidente de trabalho típico;
• Doenças ocupacionais
o Doenças profissionais;
o Doenças do trabalho.
• Acidente de trabalho por equiparação

O ACIDENTE DE TRABALHO
CLASSIFICA-SE EM 3 TIPOS

1 TÍPICO

2 DOENÇAS OCUPACIONAIS

DOENÇAS PROFISSIONAIS DOENÇAS DO TRABALHO

3 ACIDENTE DO TRABALHO POR EQUIPARAÇÃO

Acidente do Trabalho Típico


Como já vimos na introdução acima, considera-se acidente do trabalho típico o que ocorre
pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo
exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.

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Assim sendo, podemos extrair os elementos que caracterizam do típico acidente de
trabalho:
• Evento decorrente de trabalho a serviço da empresa ou de empregador doméstico
ou pelo exercício de atividade do pequeno produtor rural ou pescador artesanal,
inclusive em regime de economia familiar, na qualidade de segurado especial.
• Causação de lesão corporal ou perturbação funcional (perturbação psíquica);
• Ocorrência de morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade laborativa (capacidade para o trabalho).

LEI Nº 8.213/91
ART. 19

ACIDENTE DO TRABALHO TÍPICO

ATO SÚBITO, ARREBATADOR, INESPERADO

É O QUE OCORRE PELO EXERCÍCIO DO TRABALHO


A SERVIÇO DA EMPRESA OU PELO EXERCÍCIO DO
TRABALHO DOS SEGURADOS ESPECIAIS, PROVOCANDO
LESÃO CORPORAL OU PERTURBAÇÃO FUNCIONAL QUE
CAUSE A MORTE OU A PERDA OU REDUÇÃO, PERMANENTE
OU TEMPORÁRIA, DA CAPACIDADE PARA O TRABALHO.

LEI Nº 8.213/91
ART. 19

ACIDENTE DO TRABALHO TÍPICO

LESÃO CORPORAL

DANO ANATÔMICO

EXEMPLO: FERIDA, FRATURA, PERDA DE UM PÉ, ETC...

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LEI Nº 8.213/91
ART. 19

ACIDENTE DO TRABALHO TÍPICO

PERTURBAÇÃO FUNCIONAL

DANO À ATIVIDADE FISIOLÓGICA OU PSÍQUICA

EXEMPLO: DOR, DIMINUIÇÃO DA AUDIÇÃO, CONVULSÃO,


TREMORES, PERDA DE MEMÓRIA, AFONIA...

Doenças Ocupacionais
Consideram-se, também, acidente do trabalho, as seguintes entidades mórbidas
(doenças ocupacionais):
• doença profissional (ou tecnopatia), assim entendida a produzida ou desencadeada
pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da
respectiva relação elaborada pelo Ministério da Fazenda;
• doença do trabalho (ou mesopatia), assim entendida a adquirida ou desencadeada
em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se
relacione diretamente, constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério da
Fazenda.
Não são consideradas, outrossim, como doença do trabalho:
• a doença degenerativa;
• a inerente a grupo etário;
• a que não produza incapacidade laborativa;
• a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato
direto determinado pela natureza do trabalho.

Em caso excepcional, constatando-se que a doença, apesar de não listada como doença
profissional ou doença do trabalho, resultou das condições especiais em que o trabalho é
executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la
acidente do trabalho.

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Em regra, as moléstias típicas (doença profissional ou tecnopatia) dispensam a
demonstração do nexo de causalidade, pois são presumidamente oriundas da atividade
profissional.

No caso das doenças atípicas (doença do trabalho ou mesopatia), não se tem a mesma
presunção, sendo necessária a comprovação de que a entidade mórbida adquirida é
decorrência lógica do trabalho realizado pelo obreiro (trabalhador).

A relação onde estão listadas as doenças ocupacionais encontra-se no Anexo II do


Regulamento da Previdência Social – RPS, formando um rol “exemplificativo”, pois, como
vimos, em caso excepcional, constatando-se que a doença, apesar de não listada como
doença profissional ou doença do trabalho, resultou das condições especiais em que o
trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve
considerá-la acidente do trabalho.

LEI Nº 8.213/91
ART. 20, I

DOENÇA PROFISSIONAL

DOENÇAS PECULIARES AOS INTEGRANTES DE


DETERMINADAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS
PRODUZIDA OU DESENCADEADA
PELO EXERCÍCIO DO TRABALHO PECULIAR A
DETERMINADA ATIVIDADE E CONSTANTE DO
ANEXO II DO RPS

EXEMPLO:PNEUMOCONIOSE DOS MINEIROS DE CARVÃO


(PULMÃO NEGRO)

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LEI Nº 8.213/91
ART. 20, II

DOENÇA DO TRABALHO

DOENÇAS RELACIONADA PELO EXERCÍCIO DO TRABALHO


PECULIAR A DETERMINADA ATIVIDADE

ASSIM ENTENDIDA A PRODUZIDA OU DESENCADEADA PELO EXERCÍCIO


DO TRABALHO PECULIAR A DETERMINADA ATIVIDADE E CONSTANTE DA DO
ANEXO II DO RPS

EXEMPLO: GARÇOM QUE TRABALHE NUMA CASA NOTURNA


CUJO SOM AMBIENTE SUPERE OS LIMITES DE TOLERÂNCIA

A PERDA DE AUDIÇÃO NÃO É PECULIAR À CATEGORIA DE GARÇONS

TANTO EM DOENÇAS PROFISSIONAIS COMO EM DOENÇAS DO


TRABALHO, A ENTIDADE MÓRBIDA (PATOLOGIA) DEVERÁ
CONSTAR, EM REGRA, DO ANEXO II DO RPS, PARA CONFIGURAR
ACIDENTE DO TRABALHO.

EXCEÇÃO
LEI Nº 8.213/91
ART. 20, II EM CASO EXCEPCIONAL, CONSTATANDO-SE
QUE A DOENÇA NÃO INCLUÍDA NA RELAÇÃO
PREVISTA NOS ANEXO II DO RPS RESULTOU DAS
CONDIÇÕES ESPECIAIS EM QUE O TRABALHO É EXECUTADO E
COM ELE SE RELACIONA DIRETAMENTE, A PREVIDÊNCIA
SOCIAL DEVE CONSIDERÁ-LA ACIDENTE DO TRABALHO

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Acidente do Trabalho por Equiparação
Nos termos do art. 21 da Lei 8.213/91, equiparam-se, também, ao acidente do trabalho:
• o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja
contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua
capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação;
• o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência
de:
▪ ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou
companheiro de trabalho;
▪ ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa
relacionada ao trabalho;
▪ ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de
companheiro de trabalho;
▪ ato de pessoa privada do uso da razão;
▪ desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de
força maior;
• III - a doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de
sua atividade;
• IV - o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho:
▪ a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da
empresa;
▪ b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar
prejuízo ou proporcionar proveito;
▪ c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada
por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão-de-obra,
independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de
propriedade do segurado;
▪ d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
segurado.

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Obs.: O acidente sofrido pelo segurado no percurso da residência para o local de
trabalho ou deste para aquela (in itinere), qualquer que seja o meio de locomoção,
inclusive veículo de propriedade do próprio segurado, não era mais equiparado a
acidente do trabalho, pois tal disposição legal havia sido expressamente revogada pela
Medida Provisória nº 905, de 2019. Contudo, a MP nº 905/2019 foi revogada pela MP
955/2020. Assim sendo, o acidente sofrido pelo segurado no percurso da residência para
o local de trabalho ou deste para aquela (in itinere) voltou a ser equiparado a acidente do
trabalho.

Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras


necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é
considerado no exercício do trabalho.
Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que,
resultante de acidente de outra origem, se associe ou se superponha às consequências do
anterior.
Destarte, será considerado agravamento do acidente aquele sofrido pelo acidentado
quanto estiver sob a responsabilidade da reabilitação profissional.

LEI Nº 8.213/91
ART. 21, I

ACIDENTE DO TRABALHO POR EQUIPARAÇÃO

ACIDENTE LIGADO AO TRABALHO QUE, EMBORA NÃO TENHA SIDO


A CAUSA ÚNICA, HAJA CONTRIBUÍDO DIRETAMENTE PARA A MORTE
1 DO SEGURADO, PARA REDUÇÃO OU PERDA DA SUA CAPACIDADE
PARA O TRABALHO, OU PRODUZIDO LESÃO QUE EXIJA ATENÇÃO
MÉDICA PARA A SUA RECUPERAÇÃO;

EXEMPLO: HEMOFÍLICO QUE SE CORTA NO TRABALHO,


FRATURA OCORRIDA NO TRABALHO COM INFECÇÃO HOSPITALAR...

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LEI Nº 8.213/91
ART. 21, II
ACIDENTE DO TRABALHO POR EQUIPARAÇÃO

ACIDENTE SOFRIDO PELO SEGURADO NO LOCAL E NO


2 HORÁRIO DO TRABALHO, EM CONSEQUÊNCIA DE:

ATO DE AGRESSÃO, SABOTAGEM OU TERRORISMO


PRATICADO POR TERCEIRO OU COMPANHEIRO DE TRABALHO
OFENSA FÍSICA INTENCIONAL, INCLUSIVE DE TERCEIRO,
POR MOTIVO DE DISPUTA RELACIONADA AO TRABALHO;
ATO DE IMPRUDÊNCIA, DE NEGLIGÊNCIA OU DE IMPERÍCIA
DE TERCEIRO OU DE COMPANHEIRO DE TRABALHO;
ATO DE PESSOA PRIVADA DO USO DA RAZÃO;
DESABAMENTO, INUNDAÇÃO, INCÊNDIO E OUTROS
CASOS FORTUITOS OU DECORRENTES DE FORÇA MAIOR.

LEI Nº 8.213/91
ART. 21, III

ACIDENTE DO TRABALHO POR EQUIPARAÇÃO

A DOENÇA PROVENIENTE DE CONTAMINAÇÃO ACIDENTAL


3
DO EMPREGADO NO EXERCÍCIO DE SUA ATIVIDADE

EXEMPLO: MÉDICO QUE SE CONTAMINA COM O VÍRUS


DE UM PACIENTE NO HOSPITAL...

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LEI Nº 8.213/91
ART. 21, IV

ACIDENTE DO TRABALHO POR EQUIPARAÇÃO

ACIDENTE SOFRIDO PELO SEGURADO AINDA QUE


4 FORA DO LOCAL E HORÁRIO DE TRABALHO:

EXECUÇÃO DE ORDEM OU NA REALIZAÇÃO DE


SERVIÇO SOB A AUTORIDADE DA EMPRESA;

PRESTAÇÃO ESPONTÂNEA DE QUALQUER SERVIÇO À EMPRESA


PARA LHE EVITAR PREJUÍZO OU PROPORCIONAR PROVEITO;

VIAGEM A SERVIÇO DA EMPRESA, INCLUSIVE PARA ESTUDO QUANDO FINANCIADA


POR ESTA, INDEPENDENTEMENTE DO MEIO DE LOCOMOÇÃO UTILIZADO,
INCLUSIVE VEÍCULO DE PROPRIEDADE DO SEGURADO;

PERCURSO DA RESIDÊNCIA PARA O LOCAL DE TRABALHO OU VICE VERSA, QUALQUER


QUE SEJA O MEIO DE LOCOMOÇÃO, INCLUSIVE VEÍCULO DO PRÓPRIO SEGURADO.

Nexo Técnico Epidemiológico


Como já vimos, a perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) considerará
caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo
técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a
atividade da empresa ou do empregado doméstico e a entidade mórbida motivadora da
incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID), em conformidade
com o que dispuser o regulamento, especificamente na Lista B do Anexo II do
Regulamento da Previdência Social – RPS.

Assim sendo, o nexo técnico epidemiológico – NTE (ou NTEP) permite que a perícia
médica do INSS reconheça determinada incapacidade como acidentária, mesmo que a
empresa ou o empregador doméstico não tenham feito nenhuma Comunicação de
Acidente de Trabalho – CAT à Previdência Social.

A empresa ou o empregador doméstico poderão requerer a não aplicação do nexo técnico


epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo, da empresa, do
empregador doméstico ou do segurado ao Conselho de Recursos do Seguro Social.

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Reconhecidos pela perícia médica do INSS a incapacidade para o trabalho e o nexo entre
o trabalho e o agravo, serão devidas as prestações acidentárias a que o beneficiário tenha
direito.

Sendo o benefício caracterizado como acidentário, durante o afastamento do trabalho o


segurado faz jus:
• depósito do FGTS;
• estabilidade no emprego por 12 meses após a cessação do auxílio-doença.
Sendo o benefício caracterizado como comum (não acidentário), tais direitos não são
assegurados.

LEI Nº 8.213/91
ART. 21 - A

NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO - NTEP

O TEMA ORA ENFOCADO REFERE-SE À PRINCIPAL


MODIFICAÇÃO INTRODUZIDA NO CENÁRIO JURÍDICO
PELA LEI 11.340, DE 26.12.2006, QUE ACRESCEU O
ARTIGO 21-A E PARÁGRAFOS À LEI 8.213/91 E INSTITUIU
O CHAMADO NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO – NTEP

LEI Nº 8.213/91
ART. 21 - A

NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO - NTEP

A PERÍCIA MÉDICA DO INSS CONSIDERARÁ CARACTERIZADA


A NATUREZA ACIDENTÁRIA DA INCAPACIDADE QUANDO
CONSTATAR OCORRÊNCIA DE NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO
ENTRE O TRABALHO E O AGRAVO, DECORRENTE DA RELAÇÃO
ENTRE A ATIVIDADE DA EMPRESA E A ENTIDADE MÓRBIDA
MOTIVADORA DA INCAPACIDADE ELENCADA NA CLASSIFICAÇÃO
INTERNACIONAL DE DOENÇAS – CID, EM CONFORMIDADE
COM O QUE DISPUSER O REGULAMENTO.

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LEI Nº 8.213/91
ART. 21 - A

NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO - NTEP

QUAL A IMPORTÂNCIA DESTA CONSTATAÇÃO??

É IMPORTANTE SUA CARACTERIZAÇÃO PARA GARANTIR


E ASSEGURAR ALGUNS DIREITOS AOS SEGURADOS:

CONTAGEM DE
DISPENSA DE CARÊNCIA
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

ESTABILIDADE TEMPORÁRIA RECOLHIMENTO DO FGTS

LEI Nº 8.213/91
ART. 21 - A

NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO - NTEP

QUANDO OCORRE ACIDENTE DE TRABALHO, A EMPRESA É OBRIGADA


A COMUNICAR O ACIDENTE DE TRABALHO À PREVIDÊNCIA SOCIAL

OCORRE, PORÉM, QUE EM MUITOS CASOS


NÃO OCORRE ESSA COMUNICAÇÃO

SE A PRÓPRIA EMPRESA COMUNICAR O ACIDENTE DE TRABALHO, O


MESMO JÁ É SUFICIENTE PARA CARACTERIZAR O ACIDENTE DE TRABALHO

LEI Nº 8.213/91
ART. 21 - A

NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO - NTEP

E SE A EMPRESA NÃO COMUNICAR O ACIDENTE DE


TRABALHO À PREVIDÊNCIA SOCIAL??

A PRÓPRIA PERÍCIA MÉDICA DO INSS


PODERÁ CARACTERIZAR A NATUREZA
ACIDENTÁRIA DA INCAPACIDADE LABORATIVA

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LEI Nº 8.213/91
ART. 21 - A

NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO - NTEP

A PRESUNÇÃO DA INCAPACIDADE ACIDENTÁRIA, CONTUDO,


NÃO É REALIZADA DISCRICIONARIAMENTE PELO MÉDICO PERITO,
MAS OBTIDA COM BASE EM DADOS ESTATÍSTICOS PROBABILÍSTICOS,
ATRAVÉS DOS QUAIS SE VERIFICA QUE TRABALHADORES QUE
LABORAM EM EMPRESAS QUE DESENVOLVEM CERTA ATIVIDADE
ECONÔMICA ESTÃO MAIS SUSCETÍVEIS ESTATISTICAMENTE A
ADQUIRIR DETERMINADAS PATOLOGIAS DE ORIGEM OCUPACIONAL.

LEI Nº 8.213/91
ART. 21-A § 1º

NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO - NTEP

A PERÍCIA MÉDICA DO INSS DEIXARÁ DE CARACTERIZAR A


NATUREZA ACIDENTÁRIA DA INCAPACIDADE LABORATIVA
QUANDO DEMONSTRADA A INEXISTÊNCIA DO
NEXO DE QUE TRATA O CAPUT DESTE ARTIGO.

LEI Nº 8.213/91
ART. 21-A § 1º

NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO - NTEP

A EMPRESA PODERÁ REQUERER A NÃO APLICAÇÃO DO


NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO, DE CUJA DECISÃO CABERÁ
RECURSO COM EFEITO SUSPENSIVO, DA EMPRESA OU DO
SEGURADO, AO CONSELHO DE RECURSOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL.

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Comunicação do Acidente do Trabalho

A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do trabalho à


Previdência Social:

• até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência e,


• em caso de morte, de imediato, à autoridade competente.

Caso não seja feita a comunicação nos prazos acima, a empresa ou o empregador
doméstico sujeitar-se-ão a pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo
do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e
cobrada pela Previdência Social.

Da comunicação do acidente de trabalho receberão cópia fiel o acidentado ou seus


dependentes, bem como o sindicato a que corresponda a sua categoria.

Na falta de comunicação por parte da empresa, podem formalizá-la o próprio acidentado,


seus dependentes, a entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer
autoridade pública, não prevalecendo nestes casos os prazos mencionados.

A comunicação formalizada pelo próprio acidentado, seus dependentes, a entidade


sindical competente, o médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública não exime a
empresa de responsabilidade pela falta de comunicação do acidente de trabalho.

Os sindicatos e entidades representativas de classe poderão acompanhar a cobrança, pela


Previdência Social, das multas previstas na legislação.

A multa pela falta de comunicação do acidente de trabalho não se aplica na hipótese de


configuração de acidente de trabalho em virtude de ocorrência de nexo técnico
epidemiológico.

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LEI Nº 8.213/91
ART. 22

COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO - CAT

A EMPRESA DEVERÁ COMUNICAR O ACIDENTE DO TRABALHO


À PREVIDÊNCIA SOCIAL :

ATÉ O 1º (PRIMEIRO) DIA ÚTIL


SEGUINTE AO DA OCORRÊNCIA

EM CASO DE MORTE,
DE IMEDIATO, À AUTORIDADE COMPETENTE

SOB PENA DE MULTA VARIÁVEL ENTRE O LIMITE MÍNIMO


E O LIMITE MÁXIMO DO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO,
SUCESSIVAMENTE AUMENTADA NAS REINCIDÊNCIAS,
APLICADA E COBRADA PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL.

LEI Nº 8.213/91
ART. 22 § 1º

COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO - CAT

DA COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO


RECEBERÃO CÓPIA FIEL O ACIDENTADO OU SEUS
DEPENDENTES, BEM COMO O SINDICATO A
QUE CORRESPONDA A SUA CATEGORIA.

LEI Nº 8.213/91
ART. 22 § 2º

COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO - CAT

NA FALTA DE COMUNICAÇÃO POR PARTE DA EMPRESA,


PODEM FORMALIZÁ-LA O PRÓPRIO ACIDENTADO, SEUS
DEPENDENTES, A ENTIDADE SINDICAL COMPETENTE,
O MÉDICO QUE O ASSISTIU OU QUALQUER AUTORIDADE
PÚBLICA

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LEI Nº 8.213/91
ART. 22 § 3º

COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO - CAT

A COMUNICAÇÃO NÃO EXIME A EMPRESA DE


RESPONSABILIDADE PELA FALTA DO
CUMPRIMENTO DO DISPOSTO NESTE ARTIGO.

LEI Nº 8.213/91
ART. 22 § 4º

COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO - CAT

OS SINDICATOS E ENTIDADES REPRESENTATIVAS


DE CLASSE PODERÃO ACOMPANHAR A COBRANÇA,
PELA PREVIDÊNCIA SOCIAL, DAS RESPECTIVAS MULTAS

LEI Nº 8.213/91
ART. 22 § 5º

COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO - CAT

A MULTA NÃO SE APLICA NA HIPÓTESE DE SE


CARACTERIZAR O ACIDENTE DE TRABALHO
ATRAVÉS DE NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO

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Dia do Acidente do Trabalho
Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho,
valendo para este efeito o que ocorrer primeiro:
• a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual; ou
• o dia da segregação compulsória; ou
• o dia em que for realizado o diagnóstico.

LEI Nº 8.213/91
ART. 23

DIA DO ACIDENTE

CONSIDERA-SE COMO DIA DO ACIDENTE


NO CASO DE DOENÇA PROFISSIONAL OU DO TRABALHO

A DATA DO INÍCIO DA INCAPACIDADE LABORATIVA


PARA O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE HABITUAL
O DIA DA
SEGREGAÇÃO COMPULSÓRIA
O DIA EM QUE FOR
REALIZADO O DIAGNÓSTICO.

VALENDO PARA ESTE EFEITO O QUE OCORRER PRIMEIRO.

Estabilidade no Emprego
O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze
meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do
auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.

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Vejamos a seguir o julgado do STF neste sentido:

EMENTA: 1. Acidente do trabalho: manutenção do contrato de trabalho: L. 8.213/91, art. 118, caput
(constitucionalidade). Na ADIn 639, 02.06.2005, Joaquim Barbosa, o Supremo Tribunal julgou
constitucional o caput do art. 118 da L. 8.213/91 - que garante a manutenção do contrato de
trabalho, em caso de acidente do trabalho, pelo prazo mínimo de doze meses, após a cessação do
auxílio-doença, independentemente da percepção de auxílio-acidente. O Tribunal assentou que o
dispositivo não afronta o inciso I do art. 7º da Constituição Federal, porque não versa sobre regime
de estabilidade, nem contraria o artigo 10 do ADCT, porque não dispõe sobre proteção de emprego,
matérias reservadas à lei complementar. (STF - AI 544031 AgR / MG - MINAS GERAIS - 21/03/2006)

LEI Nº 8.213/91
ART. 118

ESTABILIDADE TEMPORÁRIA

O SEGURADO QUE SOFREU ACIDENTE DO TRABALHO


TEM GARANTIDA, PELO PRAZO MÍNIMO DE DOZE MESES,
A MANUTENÇÃO DO SEU CONTRATO DE TRABALHO NA
EMPRESA, APÓS A CESSAÇÃO DO AUXÍLIO-DOENÇA
ACIDENTÁRIO, INDEPENDENTEMENTE DE PERCEPÇÃO
DE AUXÍLIO-ACIDENTE.

Efeitos previdenciários

O acidente do trabalho está relacionado com os benefícios da previdência social, pois


pode dar origem a alguns deles, conforme segue:

• Aposentadoria por Invalidez;


• Auxílio-doença;
• Auxílio-acidente;
• Pensão por morte.

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O ACIDENTE DO TRABALHO ESTÁ RELACIONADO COM A PARTE
DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, POIS PODE DAR
ORIGEM A ALGUNS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ

AUXÍLIO DOENÇA

AUXÍLIO ACIDENTE

PENSÃO POR MORTE

Quando os benefícios decorrem de acidente de trabalho, podem sofrer mudanças na


forma de tratamento, conforme segue:

DISPENSA DE CARÊNCIA: no caso de aposentadoria por invalidez e auxílio doença,


quando decorrentes de acidentes de trabalho e de qualquer outra natureza ou causa (não
necessariamente acidente do trabalho), deixará de exigir-se cumprimento de carência.

CONSEQUÊNCIAS PREVIDENCIÁRIAS DO
ACIDENTE DO TRABALHO

DISPENSA DA CARÊNCIA

APOSENTADORIA
AUXÍLIO-DOENÇA
POR INVALIDEZ

A DISPENSA DA CARÊNCIA OCORRE EM RELAÇÃO A ACIDENTES DE QUALQUER


NATUREZA OU CAUSA (NÃO PRECISA SER NECESSARIAMENTE “ACIDENTE DO TRABALHO”)

ESTABILIDADE TEMPORÁRIA: O segurado que sofreu acidente do trabalho tem


garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho
na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de
percepção de auxílio-acidente. Neste caso tem que ser, necessariamente, acidente do
trabalho.

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CONSEQUÊNCIAS PREVIDENCIÁRIAS DO
ACIDENTE DO TRABALHO

ESTABILIDADE TEMPORÁRIA

QUANDO CESSAR O AUXÍLIO-DOENÇA, O SEGURADO TERÁ


ESTABILIDADE PELOS PRÓXIMOS 12 MESES

TEM QUE SER NECESSARIAMENTE ACIDENTE DO TRABALHO

CONTAGEM DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO:

• se o auxílio doença for intercalado entre períodos trabalhados, sempre contará como
tempo de contribuição.
• se o auxílio doença não for intercalado entre períodos trabalhados, somente contará
como tempo de contribuição se for decorrente de acidente do trabalho.

Vejamos o disposto no Regulamento da Previdência Social – RPS a respeito:

Art. 60. Até que lei específica discipline a matéria, são contados como tempo de contribuição, entre
outros: (...)
IX - o período em que o segurado esteve recebendo benefício por incapacidade por acidente do
trabalho, intercalado ou não; (...)
(Grifos nossos)

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CONSEQUÊNCIAS PREVIDENCIÁRIAS DO
ACIDENTE DO TRABALHO

CONTAGEM DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

SE O AUXÍLIO DOENÇA FOR INTERCALADO ENTRE PERÍODOS


TRABALHADOS, SEMPRE CONTARÁ COMO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

SE O AUXÍLIO DOENÇA NÃO FOR INTERCALADO ENTRE PERÍODOS


TRABALHADOS, SOMENTE CONTARÁ COMO TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
SE FOR DECORRENTE DE ACIDENTE DO TRABALHO.

FGTS:

• se o auxílio doença for decorrente de acidente de trabalho, o empregador deverá


efetuar os recolhimentos.
• se o auxílio doença não for decorrente de acidente de trabalho, o empregador não
efetuará os recolhimentos.

CONSEQUÊNCIAS PREVIDENCIÁRIAS DO
ACIDENTE DO TRABALHO

FGTS

SE O AUXÍLIO DOENÇA FOR DECORRENTE DE ACIDENTE DO TRABALHO,


O EMPREGADOR DEVERÁ EFETUAR OS RECOLHIMENTOS

SE O AUXÍLIO DOENÇA NÃO FOR DECORRENTE DE ACIDENTE DO


TRABALHO, O EMPREGADOR NÃO EFETUARÁ OS RECOLHIMENTOS

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Nexo Causal / Classificação de Schilling
Introdução
Richard Schilling, professor de uma escola de medicina em Londres, foi o responsável pela
classificação das doenças relacionadas com o trabalho, a qual é utilizada pelo Ministério
da Saúde no Brasil. A classificação de schilling foi proposta em 1984 e, obviamente,
recebeu o nome de quem a desenvolveu.
A Classificação de Schilling é um método utilizado para estabelecer uma relação de causa
e efeito entre patologias e o trabalho, motivada pela observação de Schilling de que na
Inglaterra os casos de patologias relacionadas ao trabalho eram superiores aos dados
estatísticos apresentados. Dessa forma, Schilling percebeu a importância de uma
classificação mais objetiva, para que se tornasse possível definir as patologias recorrentes
e com isso, os dados passassem a ser fidedignos à realidade.
Como solução, propôs uma classificação que divide as patologias em três grupos, servindo
para atestar se foram causadas ou agravadas por atividades profissionais.

Grupos da Classificação de Schilling


A classificação de Schilling envolve três grandes grupos de doenças relacionadas ao
trabalho:

Grupo I: Doenças que têm o trabalho como causa necessária. Ou seja, o trabalho é o
agente causador, é um fator necessário em todos os casos semelhantes.
Quando uma patologia é classificada como Schilling I, portanto, significa que o trabalho é
a principal causa determinante, ou seja, ela não existiria sem as atividades laborais.

Exemplos: intoxicação por chumbo e silicose. Outros exemplos bem comuns são as
doenças provocadas por uma fibra mineral chamada amianto ou asbesto. No Brasil, o
amianto é usado há décadas para a fabricação de telhas e outros produtos. Durante o
manuseio da fibra, trabalhadores ficam expostos à poeira do mineral que, quando
aspirada, pode causar uma série de males, especialmente nos pulmões. Portanto, se um
funcionário de uma fábrica que utiliza amianto desenvolve asbestose – doença que leva ao
endurecimento do tecido pulmonar -, ele adquiriu uma doença ocupacional, classificada
no Grupo I de Schilling, uma vez que o empregado só adoeceu porque se expôs à poeira
em seu local de trabalho.

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Grupo II: O trabalho é um fator que contribui, mas não é considerado causa necessária, ou
seja, o trabalho é um fator de risco.
Ou seja, faz referências aos casos nos quais o trabalho contribuiu para que a doença se
estabelecesse, mas não foi a causa principal. Em outras palavras, o colaborador poderia
ter adoecido mesmo se trabalhasse em condições diferentes.

Exemplo: afecções ao sistema locomotor, neoplasias, patologias coronárias, varizes, etc.

Grupo III: O trabalho se define como um fator agravador ou latente de uma patologia já
existente. Dessa forma, o trabalho pode desencadear uma patologia que estava
adormecida ou piorar o quadro do indivíduo.
Exemplo: bronquite, asma, dermatites, alergias, transtornos psiquiátricos, etc. Um
empregado que desenvolva alergia a um produto químico com o qual tenha entrado em
contato durante o trabalho é um exemplo de Schilling III. Embora a alergia pudesse ter
aparecido em outras ocasiões, ela surgiu por causa de uma tarefa realizada no ambiente
de trabalho. Eczema (irritação da pele) e úlcera gástrica (ferida no estômago) são outros
males que podem integrar este grupo.

Classificação Legal Brasileira


O enquadramento das doenças relacionadas ao trabalho tem como base duas legislações
• a Lei 8213/91, pela Previdência Social; e
• a Portaria 1339/91, pelo Ministério da Saúde.

Ao discorrer sobre os benefícios da Previdência Social, a Lei 8213/91 aponta os casos nos
quais doenças devem se equiparar a acidentes de trabalho, motivando a concessão de
benefícios, como o auxílio-doença. Nos termos da lei, doenças profissionais e do trabalho
devem ganhar o status de acidentes de trabalho junto ao INSS.
Doenças profissionais são produzidas ou desencadeadas pelo exercício do trabalho
peculiar à determinada atividade, desde que reconhecidas pela Previdência Social e
Ministério da Saúde.

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O documento que reconhece esses males foi aprovado justamente pela Portaria 1339/91
do Ministério da Saúde – Lista de Doenças Relacionadas ao Trabalho.
Já as doenças do trabalho, também mencionadas na Portaria 1339/91, são adquiridas ou
desencadeadas em função de condições especiais em que o trabalho é realizado.

A importância da Classificação de Schilling


Como vimos, trata-se de uma classificação bastante simplificada e objetiva. A partir dela
pode-se compreender melhor os tipos de doença relacionada ao trabalho, bem como a
compreensão da função do trabalho enquanto fator relacionado a uma patologia.

Tal classificação é relevante na investigação dos fatores relacionados com o contexto


labora. Sem esta classificação haveria maior dificuldade em determinar a responsabilidade
de cada fator associado ou não ao trabalho.

Uma vez que consigamos compreender a relação das patologias e do trabalho, será
possível tomarmos as medidas corretas tanto em relação à legislação e ao tratamento de
cada caso, inclusive as preventivas.

Em relação às medidas de prevenção e tratamento, a classificação contribui para que os


gestores da organização junto à medicina do trabalho possam tomar medidas adequadas
para evitar que o trabalho se torne um fator necessário de risco ou agravante.

Ademais, a classificação pode ajudar no tratamento médico direcionado ao colaborador


como direcionado à organização, tomando as medidas necessárias para promover maior
qualidade de vida no trabalho.

Atualmente a classificação de Schilling vem sendo aplicada como critério para um


enquadramento objetivo dos males provocados pelo trabalho. Se houver nexo entre
patologia e atividade ocupacional, o INSS exigirá o pagamento de indenização pelo
empregador, já que este não cumpriu o dever de zelar pela saúde de seus colaboradores.

6. Nexo Técnico Previdenciário – NTP


Introdução
Nexo Técnico Previdenciário – NTP é o nome dado ao nexo estabelecido entre a doença
e o trabalho no âmbito da Previdência Social, caracterizando um benefício por
incapacidade como de natureza acidentária.

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Tipos
São 3 (três) os nexos técnicos previdenciários:

• Nexo técnico profissional ou do trabalho – fundamentado nas associações entre


doenças e exposições constantes das listas A e B do anexo II do Decreto nº
3.048/99;
• Nexo técnico por doença equiparada a acidente de trabalho ou nexo técnico
individual – decorrente de acidentes de trabalho típicos ou de trajeto, bem como
de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele relacionado
diretamente, nos termos do § 2º do art. 20 da Lei nº 8.213/91;
• Nexo técnico epidemiológico previdenciário – aplicável quando houver
significância estatística da associação entre o código da Classificação Internacional
de Doenças – CID e o da Classificação Nacional de Atividade Econômica – CNAE,
fundamentado na lista C do Anexo II do Decreto nº 3.048/1999.

Perante a legislação, uma doença só é considerada profissional ou do trabalho quando fica


estabelecido nexo entre ela e as atividades ocupacionais.

Desde 2007 o Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3048/99, passou
a incluir uma ferramenta para essa tarefa, chamada Nexo Técnico Epidemiológico
Previdenciário (NTEP). O NTEP reúne dados científicos e epidemiológicos, pois utiliza um
cruzamento entre a Classificação Internacional de Doenças (CID-10) e a Classificação
Nacional de Atividade Econômica (CNAE) para atestar, ou não, a relação entre patologias
e trabalho.

Uma vez que fique estabelecido o nexo, o INSS passa a dever o benefício acidentário ao
trabalhador, e a empresa deverá pagar valores relativos ao FGTS durante o tempo em que
esse funcionário estiver afastado.

Outrossim, o empregador pode ser processado na Justiça trabalhista pelo colaborador,


devendo a ele, em caso de condenação, uma indenização por ter desenvolvido uma
doença ocupacional. Isso porque o ônus da prova é da empresa, ou seja, ela deverá
apresentar provas que refutem a tese de doença profissional ou do trabalho.

Principais requisitos

O NTP será caracterizado pela perícia médica previdenciária mediante a realização de uma perícia médica, de

acordo com o que trata o artigo 19 da Lei 8.213/1991, conforme segue:

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Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de empresa ou de
empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art.
11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou
redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e
segurança da saúde do trabalhador.

§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de
segurança e higiene do trabalho.

§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a executar


e do produto a manipular.

§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entidades


representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores,
conforme dispuser o Regulamento.

Da não aplicação do NTP


A empresa ou empregador doméstico poderão recorrer da aplicação do nexo técnico
previdenciário, por meio de contestação ou recurso, conforme o caso, quando dispuserem
de dados e informações que demonstrem que os agravos não possuem nexo técnico com
o trabalho exercido pelo trabalhador.

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@profrubensmauricio

Prof. Rubens Maurício

t.me/previdenciariodiagramado

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