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RESUMO DA AULA
Conceito
O Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho - LTCAT é regulamentado pela
Previdência Social e aponta as condições do ambiente de trabalho em que os
trabalhadores de determinada empresa atuam, o qual o Instituto Nacional do Seguro Social
– INSS adota para fins previdenciários.
A exigência abrange aqueles que laborem expostos a agentes nocivos químicos, físicos,
biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física,
considerados para fins de concessão de aposentadoria especial, ainda que não presentes
os requisitos para a concessão desse benefício, seja pela eficácia dos equipamentos de
proteção, coletivos ou individuais, seja por não se caracterizar a permanência.
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O PPP deve ser elaborado pela empresa com base no LTCAT e assinado pelo
representante legal da empresa ou seu preposto, indicando o nome do médico do trabalho
e do engenheiro de segurança do trabalho.
Finalidade e Importância
O LTCAT registra a exposição do ambiente de trabalho a agentes físicos, químicos ou
biológicos prejudiciais à saúde do trabalhador, que possam gerar perigo ou condição de
insalubridade. É a partir dele, que o INSS apontará se a pessoa tem necessidade de
aposentadoria especial ou não.
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– Riscos físicos: agentes físicos, como ruídos, vibrações, pressões, temperaturas extremas,
radiações, entre outros;
– Riscos químicos: substâncias que possam entrar em contato com o organismo pela via
respiratória através da pele ou por ingestão, como óleos, tintas, poeira e fumo;
– Riscos biológicos: bactérias, fungos, parasitas, vírus, entre outros, capazes de causar
danos à saúde do trabalhador;
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Além disso, deverá constar no PPP o nome, cargo e NIT do responsável pela assinatura do
documento, bem como o carimbo da empresa.
O LTCAT deverá ser assinado por engenheiro de segurança do trabalho, com o respectivo
número da Anotação de Responsabilidade Técnica - ART junto ao Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia - CREA ou por médico do trabalho, indicando os registros
profissionais para ambos.
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O PPP deverá ser emitido com base nas demonstrações ambientais, exigindo, como base
de dados:
• Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA;
• Programa de Gerenciamento de Riscos - PGR;
• Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção -
PCMAT;
• Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO;
• Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho - LTCAT;
• Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT.
A atualização do Perfil Profissiográfico Previdenciário deve ser feita sempre que houver
alteração que implique mudança das informações contidas nas suas seções ou pelo menos
uma vez ao ano, quando permanecerem inalteradas suas informações.
O PPP é obrigatório para todas as empresas que expõe seus empregados a agentes
nocivos, químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à
integridade física. Também é obrigatório para as que estão sujeitas ao Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e ao Programa de Controle Médico de Saúde
Ocupacional (PCMSO). Ou seja, todas as empresas devem emitir o PPP a seus funcionários,
inclusive microempresas e empresas de pequeno porte.
É a própria empresa que deve preenchê-lo, com base no Laudo Técnico de Condições
Ambientais de Trabalho (LTCAT), expedido pelo médico do trabalho ou pelo engenheiro
de segurança do trabalho.
As informações constantes no PPP são única e exclusivamente do trabalhador. Considera-
se crime discriminar alguém pelas informações contidas ou divulgá-las para terceiros.
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Informações Adicionais
O Perfil Profissiográfico Previdenciário passou a ter sua elaboração como obrigatória a
partir de 01/01/2004. Portanto, o empregador deverá atualizá-lo e disponibilizá-lo ao
trabalhador exposto a agentes insalubres no momento da rescisão do contrato de
trabalho.
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Atualmente, a previsão legal para o Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP está na Lei
nº 8.213/91, na qual ficou definido que as empresas devem elaborar o Perfil
Profissiográfico Previdenciário de seus funcionários e mantê-lo atualizado, de modo que o
documento consiga abranger com detalhes todas as atividades exercidas pelo trabalhador.
Ainda de acordo com essa lei, caso o contrato do trabalhador seja rescindido, este deverá
receber da empresa uma cópia autenticada do documento.
Posteriormente, o Decreto nº 3.048/99 do Regulamento da Previdência Social também
reiterou a obrigatoriedade do PPP, enquanto a Instrução Normativa INSS/PRES nº 45 do
ano de 2010 regulamentou e formatou o documento. Atualmente a IN INSS/PRES nº
77/2015 dispões sobre tais procedimentos.
A origem do PPP remonta ao governo do presidente Fernando Collor de Melo, período
no qual começou a ficar cada vez mais evidente a carência da legislação brasileira em
fornecer aos trabalhadores um meio de comprovarem que exercem atividades em
ambientes ou condições de insalubridade. Estes trabalhadores precisavam comprovar
estas atividades para, posteriormente, solicitar por exemplo uma aposentadoria especial e
receber benefícios diferenciados da Previdência Social.
Lei 8.213/91:
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Art. 68 (...)
§ 3º A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante
formulário emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições
ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho.
(...)
Acidente do Trabalho
Introdução
Considera-se acidente do trabalho o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço de
empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos segurados
especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Assim sendo, podemos extrair os elementos que caracterizam do típico acidente de
trabalho:
• Evento decorrente de trabalho a serviço da empresa ou de empregador doméstico
ou pelo exercício de atividade do pequeno produtor rural ou pescador artesanal,
inclusive em regime de economia familiar, na qualidade de segurado especial.
• Causação de lesão corporal ou perturbação funcional (perturbação psíquica);
• Ocorrência de morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da
capacidade laborativa (capacidade para o trabalho).
Para a caracterização do acidente de trabalho é imprescindível que haja um nexo entre o
exercício do trabalho e o evento causador da lesão física ou psicológica ao trabalhador.
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O ACIDENTE DE TRABALHO
CLASSIFICA-SE EM 3 TIPOS
1 TÍPICO
2 DOENÇAS OCUPACIONAIS
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LEI Nº 8.213/91
ART. 19
LEI Nº 8.213/91
ART. 19
LESÃO CORPORAL
DANO ANATÔMICO
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PERTURBAÇÃO FUNCIONAL
Doenças Ocupacionais
Consideram-se, também, acidente do trabalho, as seguintes entidades mórbidas
(doenças ocupacionais):
• doença profissional (ou tecnopatia), assim entendida a produzida ou desencadeada
pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da
respectiva relação elaborada pelo Ministério da Fazenda;
• doença do trabalho (ou mesopatia), assim entendida a adquirida ou desencadeada
em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se
relacione diretamente, constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério da
Fazenda.
Não são consideradas, outrossim, como doença do trabalho:
• a doença degenerativa;
• a inerente a grupo etário;
• a que não produza incapacidade laborativa;
• a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato
direto determinado pela natureza do trabalho.
Em caso excepcional, constatando-se que a doença, apesar de não listada como doença
profissional ou doença do trabalho, resultou das condições especiais em que o trabalho é
executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la
acidente do trabalho.
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No caso das doenças atípicas (doença do trabalho ou mesopatia), não se tem a mesma
presunção, sendo necessária a comprovação de que a entidade mórbida adquirida é
decorrência lógica do trabalho realizado pelo obreiro (trabalhador).
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ART. 20, I
DOENÇA PROFISSIONAL
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DOENÇA DO TRABALHO
EXCEÇÃO
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ART. 20, II EM CASO EXCEPCIONAL, CONSTATANDO-SE
QUE A DOENÇA NÃO INCLUÍDA NA RELAÇÃO
PREVISTA NOS ANEXO II DO RPS RESULTOU DAS
CONDIÇÕES ESPECIAIS EM QUE O TRABALHO É EXECUTADO E
COM ELE SE RELACIONA DIRETAMENTE, A PREVIDÊNCIA
SOCIAL DEVE CONSIDERÁ-LA ACIDENTE DO TRABALHO
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ART. 21, I
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ART. 21, III
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Assim sendo, o nexo técnico epidemiológico – NTE (ou NTEP) permite que a perícia
médica do INSS reconheça determinada incapacidade como acidentária, mesmo que a
empresa ou o empregador doméstico não tenham feito nenhuma Comunicação de
Acidente de Trabalho – CAT à Previdência Social.
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LEI Nº 8.213/91
ART. 21 - A
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ART. 21 - A
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CONTAGEM DE
DISPENSA DE CARÊNCIA
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
LEI Nº 8.213/91
ART. 21 - A
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ART. 21 - A
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LEI Nº 8.213/91
ART. 21-A § 1º
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ART. 21-A § 1º
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Caso não seja feita a comunicação nos prazos acima, a empresa ou o empregador
doméstico sujeitar-se-ão a pena de multa variável entre o limite mínimo e o limite máximo
do salário de contribuição, sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e
cobrada pela Previdência Social.
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EM CASO DE MORTE,
DE IMEDIATO, À AUTORIDADE COMPETENTE
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ART. 22 § 1º
LEI Nº 8.213/91
ART. 22 § 2º
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LEI Nº 8.213/91
ART. 22 § 4º
LEI Nº 8.213/91
ART. 22 § 5º
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LEI Nº 8.213/91
ART. 23
DIA DO ACIDENTE
Estabilidade no Emprego
O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze
meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do
auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
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EMENTA: 1. Acidente do trabalho: manutenção do contrato de trabalho: L. 8.213/91, art. 118, caput
(constitucionalidade). Na ADIn 639, 02.06.2005, Joaquim Barbosa, o Supremo Tribunal julgou
constitucional o caput do art. 118 da L. 8.213/91 - que garante a manutenção do contrato de
trabalho, em caso de acidente do trabalho, pelo prazo mínimo de doze meses, após a cessação do
auxílio-doença, independentemente da percepção de auxílio-acidente. O Tribunal assentou que o
dispositivo não afronta o inciso I do art. 7º da Constituição Federal, porque não versa sobre regime
de estabilidade, nem contraria o artigo 10 do ADCT, porque não dispõe sobre proteção de emprego,
matérias reservadas à lei complementar. (STF - AI 544031 AgR / MG - MINAS GERAIS - 21/03/2006)
LEI Nº 8.213/91
ART. 118
ESTABILIDADE TEMPORÁRIA
Efeitos previdenciários
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AUXÍLIO DOENÇA
AUXÍLIO ACIDENTE
CONSEQUÊNCIAS PREVIDENCIÁRIAS DO
ACIDENTE DO TRABALHO
DISPENSA DA CARÊNCIA
APOSENTADORIA
AUXÍLIO-DOENÇA
POR INVALIDEZ
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ESTABILIDADE TEMPORÁRIA
• se o auxílio doença for intercalado entre períodos trabalhados, sempre contará como
tempo de contribuição.
• se o auxílio doença não for intercalado entre períodos trabalhados, somente contará
como tempo de contribuição se for decorrente de acidente do trabalho.
Art. 60. Até que lei específica discipline a matéria, são contados como tempo de contribuição, entre
outros: (...)
IX - o período em que o segurado esteve recebendo benefício por incapacidade por acidente do
trabalho, intercalado ou não; (...)
(Grifos nossos)
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FGTS:
CONSEQUÊNCIAS PREVIDENCIÁRIAS DO
ACIDENTE DO TRABALHO
FGTS
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Grupo I: Doenças que têm o trabalho como causa necessária. Ou seja, o trabalho é o
agente causador, é um fator necessário em todos os casos semelhantes.
Quando uma patologia é classificada como Schilling I, portanto, significa que o trabalho é
a principal causa determinante, ou seja, ela não existiria sem as atividades laborais.
Exemplos: intoxicação por chumbo e silicose. Outros exemplos bem comuns são as
doenças provocadas por uma fibra mineral chamada amianto ou asbesto. No Brasil, o
amianto é usado há décadas para a fabricação de telhas e outros produtos. Durante o
manuseio da fibra, trabalhadores ficam expostos à poeira do mineral que, quando
aspirada, pode causar uma série de males, especialmente nos pulmões. Portanto, se um
funcionário de uma fábrica que utiliza amianto desenvolve asbestose – doença que leva ao
endurecimento do tecido pulmonar -, ele adquiriu uma doença ocupacional, classificada
no Grupo I de Schilling, uma vez que o empregado só adoeceu porque se expôs à poeira
em seu local de trabalho.
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Grupo III: O trabalho se define como um fator agravador ou latente de uma patologia já
existente. Dessa forma, o trabalho pode desencadear uma patologia que estava
adormecida ou piorar o quadro do indivíduo.
Exemplo: bronquite, asma, dermatites, alergias, transtornos psiquiátricos, etc. Um
empregado que desenvolva alergia a um produto químico com o qual tenha entrado em
contato durante o trabalho é um exemplo de Schilling III. Embora a alergia pudesse ter
aparecido em outras ocasiões, ela surgiu por causa de uma tarefa realizada no ambiente
de trabalho. Eczema (irritação da pele) e úlcera gástrica (ferida no estômago) são outros
males que podem integrar este grupo.
Ao discorrer sobre os benefícios da Previdência Social, a Lei 8213/91 aponta os casos nos
quais doenças devem se equiparar a acidentes de trabalho, motivando a concessão de
benefícios, como o auxílio-doença. Nos termos da lei, doenças profissionais e do trabalho
devem ganhar o status de acidentes de trabalho junto ao INSS.
Doenças profissionais são produzidas ou desencadeadas pelo exercício do trabalho
peculiar à determinada atividade, desde que reconhecidas pela Previdência Social e
Ministério da Saúde.
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Uma vez que consigamos compreender a relação das patologias e do trabalho, será
possível tomarmos as medidas corretas tanto em relação à legislação e ao tratamento de
cada caso, inclusive as preventivas.
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Desde 2007 o Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3048/99, passou
a incluir uma ferramenta para essa tarefa, chamada Nexo Técnico Epidemiológico
Previdenciário (NTEP). O NTEP reúne dados científicos e epidemiológicos, pois utiliza um
cruzamento entre a Classificação Internacional de Doenças (CID-10) e a Classificação
Nacional de Atividade Econômica (CNAE) para atestar, ou não, a relação entre patologias
e trabalho.
Uma vez que fique estabelecido o nexo, o INSS passa a dever o benefício acidentário ao
trabalhador, e a empresa deverá pagar valores relativos ao FGTS durante o tempo em que
esse funcionário estiver afastado.
Principais requisitos
O NTP será caracterizado pela perícia médica previdenciária mediante a realização de uma perícia médica, de
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§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção e
segurança da saúde do trabalhador.
§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de
segurança e higiene do trabalho.
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t.me/previdenciariodiagramado
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