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LIMITE DE TOLERÂNCIA
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De a acordo com a Súmula 448 do TST, a constatação da insalubridade apenas por laudo pericial
não é suficiente para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional, sendo necessária a
classificação da atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho.
Por outro lado, ainda que não tenha sido feito o laudo pericial, uma vez constatada que o
trabalho realizado pelo empregado esteja enquadrado na lista de atividades insalubres constantes
nos anexos da NR-15, o empregador estará sujeito ao pagamento do respectivo adicional.
É o caso, por exemplo do(a) empregado(a) que atua na higienização de instalações sanitárias de
uso público ou coletivo de grande circulação e que não se equipara à limpeza em residências e
escritórios. Nestes casos, é importante que o empregador solicite a realização de perícia, a fim de
constatar, ainda que a atividade seja de limpeza de banheiro de uso público, que a mesma não
enseja o pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo previsto no Anexo 14 da NR-
15 da Portaria do MTE nº 3.214/78.
Caso o empregador deixe de realizar a perícia quando deveria, poderá ensejar sua condenação ao
pagamento do adicional de acordo com o previsto na legislação, conforme jurisprudência abaixo.
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE
Neste caso, o empregado fará jus ao recebimento do adicional de maior percentual, ou seja, o de
20% (vinte por cento).
De acordo com a Súmula Vinculante nº 4 do STF que alterou a Súmula 228 do TST, a partir de 9
de maio de 2008 o Adicional de Insalubridade deve ser calculado sobre o salário básico, salvo
critério mais vantajoso fixado em instrumento coletivo. Portanto, a indexação do salário-mínimo
do art. 192 da CLT como base de cálculo tornou-se inconstitucional.
Conforme determina a nova redação da Súmula 228 do TST, alterada pela Resolução nº
148/2008 e Resolução TST 185/2012, a base de cálculo do adicional de insalubridade é sempre o
salário base do empregado, salvo se houver critério mais vantajoso estabelecido em acordo ou
convenção coletiva.
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A mesma resolução que altera a Súmula nº 228 ainda cancela a Súmula nº 17 e a Orientação
Jurisprudencial nº 02 da Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) e confere nova
redação à Orientação Jurisprudencial nº 47 da SDI-1 (mencionada abaixo), nos seguintes termos:
Súmula e OJ Canceladas:
O art. 192 da CLT assegurava a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por
cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo, segundo se classifiquem
nos graus máximo, médio e mínimo.
Sob esta ótica e com base na súmula 228 do TST, não havendo previsão em lei, convenção
coletiva ou sentença normativa que estabeleça critério mais vantajoso para fins de base de
cálculo do adicional de insalubridade, o adicional deveria ser calculado com base no salário
recebido pelo empregado (salário base) e não sobre o salário mínimo.
Entretanto, a eficácia da referida súmula está suspensa pelo STF, porquanto ainda continua
valendo o salário mínimo como base de calculo do referido adicional, salvo situação mais
favorável consoante nota abaixo sobre LIMINAR do STF.
a) com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro dos
limites de tolerância;
b) com a utilização de equipamento de proteção individual.
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A solicitação da licença prévia para prorrogação de jornada em atividade insalubre, poderá ser
feita através do peticionamento eletrônico por usuário externo do Sistema Eletrônico de
Informações - SEI/ME, selecionando as seguintes opções:
Documentação Necessária
razão social;
CNPJ;
endereço;
CNAE; e
número de empregados.
II - indicação das funções, setores e turnos cuja jornada será prorrogada, com o
número de empregados alcançados pela prorrogação;
O meio eletrônico utilizado (protocolo digital) para a solicitação da licença prévia é o Sistema
Eletrônico de Informações - SEI/ME do Ministério da Economia.
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Para isso, é preciso que o empregador faça o cadastramento de Usuário Externo do SEI, que após
terem seus cadastros liberados, podem efetuar peticionamento eletrônico por meio do SEI/ME,
ou seja, protocolar documentos diretamente no sistema, visando a formar novo processo ou a
compor processo já existente.
Quando prestado serviço extraordinário em local insalubre, o adicional de horas extras deverá
incidir sobre o valor da hora normal acrescida do respectivo adicional de insalubridade, este
calculado sobre o salário mínimo federal ou outra base mais favorável definida em lei ou acordo
coletivo.
Exemplo 1 (Mensalista)
Empregado que durante o mês de out/24 realizou 10 (dez) horas extras a 50% (cinquenta por
cento), recebe adicional de insalubridade em grau médio, com salário base de R$1.700,00.
Considerando as informações:
- Salário base: R$1.700,00
- Salário Mínimo Federal em out/24: R$ 1.412,00
- Horas extras com 50% = 10h
- Grau médio de insalubridade: 20%
Nota: A Súmula 17 do TST foi cancelada e a Súmula 228 estabelece que, havendo critério mais
vantajoso previsto em acordo ou convenção coletiva, o adicional de insalubridade deve
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ser sobre este calculado e não sobre o salário básico. Entretanto, a eficácia desta súmula
está suspensa por decisão do STF. Ver nota abaixo sobre LIMINAR do STF.
Exemplo 2 (Horista)
Empregado recebe adicional de insalubridade no grau máximo (40%), com salário de R$9,80 por
hora, perfazendo as seguintes horas extras no mês de abril:
Cálculo
das Horas
Cálculo das Horas Extras (85%)
Extras
(100%)
HE = ((Sal.hora + AIns) x nº h.extra) + % HE =
da h.extra ((Sal.hora
HE = ((R$9,80 + R$3,92) x 10) + 85% + AIns) x
HE = (R$13,72 x 10) + 85% nº
HE = R$137,20 + 85% h.extra) +
HE = R$253,82 % da
h.extra
HE =
((R$9,80
+
R$3,92)
x 5) +
100%
HE =
(R$13,72
x 5) +
100%
HE =
R$68,60
+ 100%
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HE =
R$137,20
Nota: Veja que neste caso a convenção coletiva estabelece que a insalubridade deve ser
calculada sobre o salário base e não sobre o salário mínimo. Para calcular as horas
extras, o valor do adicional foi somado ao salário para compor a base de cálculo.(Ver
nota abaixo sobre LIMINAR do STF)
13º SALÁRIO
FÉRIAS
O adicional por trabalho insalubre será computado no salário que servirá de base ao cálculo da
remuneração de férias.
Salvo condição prevista em lei, acordo ou convenção coletiva, tal adicional é pago com base no
salário mínimo e não com base no salário base do empregado. Significa dizer que o valor devido
ao empregado seria respectivamente de:
Por ser o salário mínimo a garantia salarial mínima devida a todo trabalhador, considerando o
princípio da irredutibilidade salarial, a jurisprudência tem entendido que o empregado não pode
receber, a título de adicional de insalubridade pago com base no salário mínimo, valor mensal
menor que os especificados acima, de acordo com cada grau (mínimo, médio ou máximo).
Tal garantia será devida ainda que o empregado não tenha cumprido sua jornada mensal integral,
seja por conta de faltas justificadas ou injustificadas, atestados médicos, licenças remuneradas,
etc., já que o pagamento proporcional em razão de faltas, acarretaria um pagamento menor que o
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mínimo baseado no salário mínimo, configurando a redução salarial, proibido pelo art. 7º, inciso
VI da Constituição Federal.
Assim, considerando que a norma não estabelece o pagamento proporcional de referida verba,
salvo quando do pagamento dos dias proporcionais trabalhados no caso de admissão ou
demissão, a jurisprudência pacificada (ainda que possam haver decisões contrárias) é que mesmo
que haja faltas injustificadas, é assegurado o pagamento integral do referido adicional, conforme
jurisprudência do TST e do TRT/RS abaixo.
Empregado que recebe adicional de insalubridade de 20%, teve uma falta integral injustificada
durante o mês (30 dias), com salário base de R$ 1.820,00. Considerando que as faltas são
injustificadas, o empregado terá 2 dias a menos computados na sua jornada mensal, uma vez que
a falta injustificada gera a perda do DSR daquela semana.
Nota: para calcular o desconto de faltas não deve ser utilizado o valor do adicional de
insalubridade (somente o salário), sob pena de configurar a redução salarial. Veja mais
sobre faltas com perda do DSR (inclusive nas situações de escalas de revezamento) no
tópico Faltas não Justificadas.
A convenção coletiva da categoria é omissa quanto a base de cálculo do adicional. Por isso, a
base de cálculo, neste caso, será o salário mínimo federal. Contudo, estas faltas não irão
repercutir no valor do pagamento do adicional de insalubridade (AIns), que deve ser pago de
forma integral, conforme entendimento jurisprudencial do TST e do TRT/RS abaixo:
Importante
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Com esta liminar suspendendo a aplicação da Súmula 228 do TST, entendemos que as
empresas devem se abster da mudança da base de cálculo do salário mínimo para o
salário básico, haja vista que se a empresa calcular o adicional de insalubridade com
base no salário básico, isto acarretará aumento salarial para o empregado, o que tornará
irredutível posteriormente.
JURISPRUDÊNCIA
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trabalhador de contaminação por absorção respiratória e/ou cutânea. Quanto ao grau, como dito,
tenho que, em condição tais, é insalubre em grau máximo o trabalho da autora, de acordo com o
Anexo 14 da NR-15 da Portaria 3.214/78 ("Trabalho ou operações, em contato permanente com:
- pacientes em isolamento por doenças infectocontagiosas, bem como objetos de seu uso, não
previamente esterilizados"), ainda que não em isolamento, uma vez que, conforme acima
fundamentado, os agentes biológicos insalubres não ficam confinados ao local no qual está a
paciente, mas espalhados por todo o local de trabalho, sinalando-se que tais moléstias
infectocontagiosas são transmitidas também por via aérea. (...) Ademais, a prova pericial é
conclusiva (fl. 402) no sentido de que os equipamentos de proteção individual fornecidos à
autora - luvas de procedimento - eram insuficientes para afastar ou neutralizar a insalubridade,
mormente considerado que, como já afirmado, as moléstias infectocontagiosas são transmitidas
também por via aérea. Nego provimento. (Relator: João Paulo Lucena). Grifei. A decisão, tal
como lançada, não permite concluir pela contrariedade à Súmula / Orientação Jurisprudencial
invocada. Saliento que não foram opostos embargos de declaração. Não detecto violação literal
aos dispositivos de lei invocados, circunstância que obsta a admissão do recurso pelo critério
previsto na alínea "c" do art. 896 da CLT. À luz da Súmula 296 do TST, aresto que não revela
identidade fática com a situação descrita nos autos ou que não dissente do posicionamento
adotado pela Turma não serve para impulsionar o recurso. (...). A agravante não apresenta
argumentos capazes de desconstituir a decisão agravada , à míngua de comprovação de
pressuposto intrínseco de admissibilidade . O recurso de revista não observou o disposto no art.
896, §1º-A, I, da CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.015/2014, cujo objetivo é racionalizar
e efetivar a jurisdição. Agravo de instrumento a que se nega provimento. (...). (ARR-230-
40.2013.5.04.0005, 1ª Turma, Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, DEJT 30/03/2020).
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sanitários utilizados por grande número de usuários, inclusive banheiros de escolas, hotéis,
ou de acesso a grande circulação de indivíduos ou, ainda, em limpeza em ambiente hospitalar,
atividades que se amoldam aos termos do Anexo 14 da NR-15 do Ministério do Trabalho e
Emprego, Portaria 3.214/78 e que não se confundem com a atividade de limpeza e coleta de
mero lixo domiciliar e de escritórios, sendo inaplicável, no caso, o direcionamento dado pela
Orientação Jurisprudencial nº 4 da SBDI-I, do C. TST. No caso específico, limpeza de quartos e
banheiros de estabelecimento de uso público, como motéis e hotéis, a jurisprudência desta Corte
Superior também se firmou no sentido de que é devido o adicional de insalubridade em grau
máximo, diferenciando-o do serviço de recolhimento de lixo e limpeza em banheiros de
residências e escritórios. (...). O reconhecimento de que o trabalho das camareiras de hotel se
equipara apenas à atividade de coleta de lixo doméstico, ao fundamento de que suas
atividades "se limitam à limpeza dos quartos e banheiros privativos do hotel, cuja utilização se
restringe aos hóspedes do estabelecimento" contraria a Súmula 448, II, do TST, conforme
demonstrado pela parte recorrente. (...). Transcendência política da causa reconhecida na forma
do art. 896-A, § 1º, II, da CLT. Diante do exposto, dou provimento ao recurso de revista da
reclamante para (a) julgar procedente em parte o pedido inicial; (b) reconhecer o trabalho
insalubre da autora; (c) deferir o pagamento do adicional de insalubridade em grau máximo
(40% sobre o salário mínimo), com reflexos legais em 13º salários, férias acrescidas do terço
constitucional e FGTS, observada a prescrição quinquenal; (d) determinar a incidência de juros
de mora de 1% ao mês, contados do ajuizamento da reclamação, e da correção monetária,
conforme a Súmula 381 do TST; e (e) determinar que a contribuição previdenciária e
recolhimentos fiscais incidam na forma da lei (Súmula 368 do TST e OJ 400 da SBDI-1 do
TST). (...). Recurso de Revista de que se conhece e a que se dá provimento. Processo: RR -
1410-78.2017.5.21.0005 Data de Julgamento: 12/12/2018, Relatora Desembargadora
Convocada: Cilene Ferreira Amaro Santos, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 14/12/2018.
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Trabalho, sendo que a limpeza em residências, escritórios e clubes e a respectiva coleta de lixo
não podem ser consideradas atividades insalubres, porque não se encontram dentre as
classificadas como lixo urbano na Portaria do Ministério do Trabalho. Processo 00898-2005-
032-03-00-7 RO. Juíza Relatora MARIA CECÍLIA ALVES PINTO. Belo Horizonte, 20 de junho
de 2007.
Base: NR-15;
Resolução TST 186/2012;
Resoluçao TST 185/2012.
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