Você está na página 1de 3

O que é o LTCAT e qual a sua origem?

O LTCAT (Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho) tem origem na


legislação previdenciária e visa documentar o resultado das avaliações ambientais, com
base nesta legislação. Ou seja: no Decreto 3048/99 em seu Anexo IV. Tem por objetivo
averiguar se o empregado segurado tem direito ou não a ATIVIDADE ESPECIAL.
O LTCAT tem sua origem na Lei 8213/91 da Previdência Social no primeiro parágrafo
do artigo 58, com redação dada pela Lei 9.732 de 11/12/1998, devido à necessidade do
INSS em estabelecer critérios de verificação das condições do ambiente de trabalho das
empresas para fins da concessão de benefício da aposentadoria especial.
O LTCAT é um parecer circunstanciado e conclusivo das condições ambientais a que o
funcionário foi exposto, devendo, contudo, refletir a realidade no momento da
consecução da vistoria. O laudo tem a função de dispensar a vistoria do INSS, no
entanto, se incompleto, lacunoso ou duvidoso ensejará a vistoria in loco pela
fiscalização.
Sendo o LTCAT uma declaração pericial, deve demonstrar o reconhecimento dos
agentes nocivos e discriminar a natureza, a intensidade e a concentração dos mesmos.
Deve ainda identificar as condições ambientais de trabalho por setor ou processo
produtivo e registrar as avaliações quantitativas e qualitativas dos riscos, por função, por
grupo homogêneo de exposição ou por posto de trabalho.

Quem pode elaborar o LTCAT?


O LTCAT por determinação da legislação previdenciária deverá ser assinado por
engenheiro de segurança, indicando os registros profissionais

As empresas podem ser multadas caso


não possuam o LTCAT?
O parágrafo 3º do Art. 58 d Lei 8213/91 com o texto dado pela Lei 9528/97 diz que:
A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos agentes
nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir
documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo,
estará sujeito à penalidade prevista no Art. 133 desta Lei, que foi republicada na MP
1596-14 de 10.11.97 e convertida na Lei 9528 de 10.12.97

Qual a diferença do LTCAT (INSS) para


o Laudo do PPRA (MTE)?
A diferença destes dois laudos é basicamente a relação dos agentes nocivos e a
finalidade de cada laudo.
 O LTCAT se baseia na relação dos agentes nocivos arrolados no Anexo IV
do Decreto 3048/99 e serve para caracterizar se as tarefas dos empregados
segurados são ou não de Atividades Especiais;

1
 O PPRA se baseia na relação dos agentes nocivos e periculosos arrolados
nos Anexos das NRs 15 e 16 da Portaria 3214/78 e serve para caracterizar
se as tarefas dos empregados são ou não Insalubres e/ou Periculosas;
EX.:   O agente agressivo umidade está arrolado no Anexo 10 da NR-15 da Portaria
3214/78 como   um agente insalubre. Contudo, o mesmo agente não está arrolado no
Anexo IV do Decreto 3048/99 como agente nocivo.

O Ministério do Trabalho e Previdência expediu a Nota Técnica SEI


nº 51363/2021/ME contendo esclarecimentos acerca da transição
entre o Programa de Prevenção a Riscos Ambientais (PPRA),
estabelecido pela Norma Regulamentadora n° 09 (NR 09), com
redação da Portaria SSST nº 25, de 29 de dezembro de 1994, e o
Programa de Gerenciamento de Risco (PGR), estabelecido pela
nova Norma Regulamentadora n° 01 (NR 01) - Disposições Gerais e
Gerenciamento de Risco Ocupacional.

A Nota Técnica elenca algumas informações do PPRA que poderão


ser aproveitadas na implementação do processo de
gerenciamento de riscos previsto na nova NR 01 e,
consequentemente, no PGR da organização.

O documento destaca que na elaboração do seu PGR, a


organização deve considerar todos os perigos: físicos, químicos,
biológicos, de acidentes e fatores ergonômicos que possam
afetar a segurança e a saúde dos trabalhadores. Bem como
enfatiza que as organizações não poderão manter o PPRA em
substituição ao PGR, devendo necessariamente passar suas
informações para o PGR.

A Nota Técnica foi elaborada pela Subsecretaria de Inspeção do


Trabalho, por meio da Coordenação-Geral de Segurança e Saúde
no Trabalho e da Coordenação de Normatização e Registro,
assinada pelo Subsecretário de Inspeção do Trabalho e publicada
em 06.12.2021.

Quando o LTCAT deve ser atualizado ou


revisado?
Quando ocorrer uma modificação no ambiente de trabalho, uma nova avaliação dos
riscos deve ser realizada refletindo na atualização do LTCAT.  Fora isto, não existe uma
regra pré-estabelecida na definição da periodicidade de realização do levantamento

2
ambiental, porém o bom senso e as boas práticas devem ser levados em consideração na
revisão do LTCAT.
Em termos legais, o Art. 189 da Instrução Normativa nº 11 de 20/09/06 do INSS,
considera como alterações no ambiente de trabalho, entre outras, aquelas decorrentes
de:
 mudança de layout;
 substituição de máquinas ou de equipamentos;
 adoção ou alteração de tecnologia de proteção coletiva;
 alcance dos níveis de ação estabelecidos na NR-09;
 extinção do pagamento do adicional de insalubridade. Ressaltando a
referência à NR-09, há de se considerar:
 o item 9.3.6.1: Para fins desta NR, considera-se nível de ação o valor acima
do qual devem ser iniciadas ações preventivas deforma a minimizar a
probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultrapassem os
limites de exposição. As ações devem incluir o monitoramento periódico da
exposição, a informação aos trabalhadores e o controle médico.
 o item 9.3.6.2: Deverão ser objeto de controle sistemático as situações que
apresentem exposição ocupacional acima dos níveis de ação.
 o item 9.3.7.1: Para o monitoramento da exposição dos trabalhadores e das
medidas de controle deve ser realizada uma avaliação sistemática e
repetitiva da exposição a um dado risco, visando à introdução ou
modificação das medidas de controle, sempre que necessário.
Ainda tomando-se como base o Art. 186 da Instrução Normativa nº 11 de 20/09/06 do
INSS que menciona que “A partir da publicação da Instrução Normativa INSS/DC nº
99, de 5 de setembro de 2003, para as empresas obrigadas ao cumprimento das Normas
Regulamentadoras do MTE, nos termos do item 1.1 da NR-01 do MTE, o LTCAT será
substituído pelos programas de prevenção PPRA, PGR e PCMAT.” , a periodicidade de
atualização é norteada pelo parágrafo 2º do mesmo artigo, o qual menciona que “Os
documentos referidos no caput deverão ser atualizados pelo menos uma vez ao ano,
quando da avaliação global, ou sempre que ocorrer qualquer alteração no ambiente
de trabalho ou em sua organização, por força dos itens 9.2.1.1 da NR-09, 18.3.1.1 da
NR-18 e da alínea “g” do item 22.3.7.1 e do item 22.3.7.1.3, todas do MTE.” .
OBS: A substituição do LTCAT pelos programas de prevenção PPRA, PGR e PCMAT,
conforme determinado pela IN 99, citada, é um ABSURDO. Como já dito
anteriormente, o LTCAT é um laudo e não um programa. 

Você também pode gostar