pacional (PCMSQO) estabelece a obrigatoriedade de elaboragio e implantagdo do PCMSO, por parte de todos os empregadores e institui¢es, com o objeti- vo de monitorar, individualmente, aqueles trabalha- dotes expostos aos agentes quimicos, fisicos e biol6- gicos definidos pela NR 9, Programa de Prevencio de Riscos Ambientais (PPRA). No campo da sade ocupacional, vejamos a Higiene do Trabalho que é reconhecida como uma ciéncia que trata do reconhecimento, da avaliagio e do controle dos agentes agressivos passiveis de levar o empregado a adquirir doenca profissional. Tais agentes poderio ser identificados das se- guintes maneiras, quais sejam:
- Agentes fisicos: ruido, calot, radiagdes, frio,
vibra¢des e umidade. - Agentes quimicos: poeira, gases e vapores, né- voas e fumos. - Agentes bioldgicos: micro-organismos, virus e bactérias. - Mecinicos. - Psicossociais de reconhecida e presumi- da nocividade.
Podemos citar como exemplo, um empregado
exposto ao ruido, em certas condi¢es, pode adqui- rir perda auditiva permanente. Um dos principios da Higiene Ocupacional, a ocorréncia de doenga profissional, leva em considera- ¢o, dentre outros fatores, a natureza, da intensidade e do tempo e do tempo de exposi¢io ao agente agressivo. Terdo que conseguir que o esforgo fisico e mental exigidos de cada trabalhador para o exercicio do tra- balho, estejam adaptados as suas necessidades e limi- tacSes técnicas, anatdmicas, fisioldgicas e psicoldgicas. Tendo como base esses fatores e foram estabe- lecidos limites de tolerincia para os referidos agen- tes, que, no entanto, representam um valor numérico abaixo do qual se acredita que a maiotia dos traba- Ihadores expostos a agentes agressivos, durante a sua vida laboral, ndo contraird doenga profissional. Contudo, do ponto de vista prevencionista, no po- dem ser encarados com rigidez, e assim como parime- tros para avaliagio e controle dos ambientes de trabalho. Por se ratar de matéria técnica de higiene ocu- pacional, a regulamentacio foi delegada ao TEM, conforme dispbe o artigo 190 da CLT, como segue:
“Art. 190. O Ministétio do Trabalho aprovari o qua-
dro das atividades e operagSes insalubres e adotari normas sobre os critérios de caracterizagio da insalu- bridade, os limites de tolerincia aos agentes agressi- vos, meios de prote¢io e o tempo maximo de exposi- ¢do do empregado 2 esses agentes, obs.: dji. grau. 3: Art. 1.°, Capitulo V do Titulo II da CLT - L-006.514-1977 - Alteragio obs.: dji. grau. 4: Atividades Insalubres ou Perigosa. Parigrafo nico. As normas referidas neste artigo in- cluirfio medidas de prote¢io do organismo do traba- Ihador nas operagdes que produzam aerodispersdides tdxicos, irritantes, alérgicos ou incémodos. obs.: dji. grau. 3: Art. 1.°, Capitulo V do Titulo IT da CLT - 1-006.514-1977 — Alteragio.”
O Ministério do Trabalho aprovard o quadro
das atividades e operagdes insalubres ¢ adotara nor- mas sobre os critérios de caractetizagio da insalubti- dade, os limites de tolerincia aos agentes agressivos, meios de protecio e o tempo maximo de exposi¢io do empregado a esses agentes. O Ministério do Trabalho e emprego regula- mentou a matéria na Norma Regulamentadora — NR-15 da Portatia n.° 3214/78. Portanto, a possivel caractetiza¢do da insalubridade ocorrera somente se 0 agente estiver inserido na referida norma. Neste sentido, a Simula 460 do STF (Superior Tribunal Federal) dispde:
“STF Sumula n° 460 - 01/10/1964 - DJ de
8/10/1964, pig. 3647; DJ de 9/10/1964, pig. 3667; DJ de 12/10/1964, pag. 3699- Adicional de Insalu- bridade - Peticia Judicial em Reclamagio Trabalhista - Enquadramento da Atividade - Para efeito do adicio- nal de insalubridade, a pericia judicial, em reclamagio trabalhista, nfo dispensa o enquadramento da ativi- dade entre as insalubres, que é ato da competéncia do Ministro do Trabalho e Previdéncia Social”
O entendimento do TST, também, é de que
hi necessidade de classificagio das atividades como insalubres na relagio oficial elaborada pelo MTb (Otientacio Jurisprudencial n.° 4 da SDI do TST). Fica evidenciado que o perito no poderd ex- trapolar situagbes nio previstas pela Norma Regula- mentadora 15 da Portaria n.° 3214/78, na apuracio de insalubridade.
3.1. ATESTADO DE SAUDE OCUPACIONAL
No Atestado de Satde Ocupacional (ASO)
deve-se fazer constar todos os itens previstos na NR7, com atengio para: nome, nimero de identi- dade, funcio, riscos ocupacionais especificos, tipos de exames que foram realizados com data, nome do médico coordenador e n.° de registro no Conselho Regional de Medicina (CRM), definigio apto/inap- to, nome do médico examinador e forma de contato ou endereco, data e assinatura. Deveri conter espago para a assinatura do tra- balhador comprovando o recebimento de uma se- gunda via do atestado. ‘Todas as atividades possuem riscos que devem constar no ASO, por exemplo, riscos mecinicos, et- gondmicos, entre outros inerentes 4 atividade.
3.2. CRITERIO ADOTADO PARA A CA-
RACTERIZAGAO DA INSALUBRIDADE
O MTE, na Portartia 3214/78, regulamentou toda
a matéria de Seguranga e Medicina do Trabalho através de 34 normas regulamentadoras, estando inserido na NR-15 e seus 14 anexos as atividades e operagSes insa- lubres, assim consideradas que se desenvolvem: - acima do limite de tolerincia previsto nos ane- xos: 1,2,3,5,11 e 12. - nas atividades mencionadas nos anexos: 6, 13, e 14. - comprovadas através de laudo de inspegio do local do trabalho, constantes do anexo: 7, 8, 9 e 10. - abaixo dos minimos de iluminamento fixados no anexo 4, exceto nos trabalhos de extragio de sal. Esse anexo foi revogado pela Portaria n.® 3.751, de 23.11.90. Embora, o artigo 189 da CLT estabelega que a insalubridade ocorra quando a exposigio ao agente superar o limite de tolerincia, o MTE estabeleceu trés critérios para a caracterizacio da insalubridade: ava- liagdo quantitativa, qualitativa e inerentes a atividades. 3.2.1. Avaliagdo quantitativa
Nos anexos 1, 2, 3, 5, 8,11 e 12, nestes casos, 0
petito teri que medir a intensidade ou concentragio do agente e fazer a comparagio com os limites de to- lerdncia; somente seri caractetizada a insalubridade quando os limites forem ultrapassados. Para tanto, o petito devera utilizar de técnicas e métodos esta- belecidos pelas normas de higiene ocupacional em conjunto com a NR15 e seus anexos. Importante frisar que todos os limites fixados foram estabelecidos nos limites de tolerdncia da AC- GIH — (American Conference of Governmental Industrial Higyenist), devidamente cotrigidos dos patimetros da jornada de trabalho no Brasil.
3.2.2. Avaliacdo qualitativa
Nos anexos 7, 8, 9,10 e 13 da NR15, no fixou
limites de tolerdncia para agentes agtessivos, embora a ACGIH os tenha estabelecido para praticamente to- dos os agentes. Nesse tipo de avaliagio (qualitativa), o perito devera analisar detalhadamente o posto de trabalho, a funcio ou atividade do trabalhadot, utili- zando os critérios técnicos da Higiene Ocupacional. Leva-se em conta para avaliagdo, dentre outros, o tempo de exposicio, a forma de contato com o agen- te e o tipo de prote¢do usada, até mesmo limites in- ternacionais para a fundamentagfo de parecer técnico. No caso de substincias quimicas é importante se observar a dilui¢io das mesmas, caso esteja em solugio. A auséncia dos limites de tolerdncia fixados pela NR15, para maioria dos agentes, nio significa que somente por isso que qualquer exposicio seja peti- gosa. Alids, 0 MTE, através da Portatia n.° 3.311/89, tevogada pela Portatia n.° 546/2010, estabelecia cti- térios para avaliagio qualitativa, definindo o contato permanente ou intermitente e o eventual, E o fato do MTE no fixar limites de tolerdn- cia, ndo autoriza o perito a emitir pareceres pessoais sem uma fundamentagio técnica para concluir que qualquer exposi¢do é nociva a saide. A Portaria n° 3.311/89 foi revogada pela Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego n.° 546/10, que pot sua vez, infelizmente, nada falou sobre o tema. Nesse “vacuo legal” predominante, entende- mos que, apesar de revogada, a Portaria n.° 3.311/89 merece ser considerada quando o assunto for a definigdo de trabalho eventual, intermitente e pet- manente. Trata-se de uma forma menos subjetiva e mais embasada de avaliaciio. Merece destaque o contetido da Stimula 47 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que assim colo- ca: “O trabalho executado, em cariter intermitente, em condi¢Ges insalubres, nfo afasta, s6 por essa circuns- tincia, o direito 4 percepgio do respectivo adicional”. Na mesma esteira, temos a decisdo abaixo:
“EMENTA: ADICIONAL DE INSALUBRIDA-
DE. EXPOSICAO INTERMITENTE. SUMULA 47 DO TST. Nos termos da Simula 47 do TST, o tra- balho executado em condigdes insalubres, em carater intermitente, nfo afasta, sé pot essa circunstincia, o direito 4 percepgio do respectivo adicional. Agravo de instrumento conhecido e desprovido.” (AIRR 5868700-22.2002.5.04.0900)
Pelo texto sumulado, concluimos, por exemplo,
que os ministros do TST no obedecem 20 Anexo 14 da Norma Regulamentadora n.° 15, na parte que condi- ciona a percepgio do adicional de insalubtidade por tis- co biolégico ao “contato permanente” do trabalhador. Observamos que os julgados do egrégio tri- bunal, se fundamentados na Stimula n.° 47, nio excluem o “contato intermitente” da percepgio do respectivo adicional. E uma breve anilise da periculosidade, o racio- cinio é idéntico. Vejamos a Stimula 364 do TST:
“Faz jus ao adicional de periculosidade o empregado
exposto permanentemente ou que, de forma intermi- tente, se sujeita a condigSes de risco. Indevido, ape- nas, quando o contato di-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, da- -se pot tempo extremamente reduzido.”
Em sintonia com essa simula, observamos o
seguinte julgado:
“EMENTA: RECURSO DE REVISTA. ADICIO-
NAL DE PERICULOSIDADE. SUMULA 364, I/ TST. A jurisprudéncia desta Corte, consubstanciada na Stamula 364, I/TST, é no sentido de que tanto o contato permanente como o intermitente geram o direito ao adicional de peticulosidade, Incidéncia da Samula 364, I/TST. Recurso de revista provido.” (RR 22 22/1999-721-04-40.4)
Assim, por seguranga jutidica de todos os pe-
titos que confeccionam laudos de insalubridade/ periculosidade, devemos considerar que observam também as Stimulas 47 e 364 do TST em todos os seus documentos. Sempre defendemos que a primeira medida é alte- rar a norma, no entanto, a inércia do 6rgio competente do MTb faz com essas fiquem cada vez mais defasadas. Deste modo, os profissionais da irea deveriam provocar o MTb a discutir 2 matéria e, consequente- mente, adequar as normas pertinentes de caracteri- zagio de insalubridade e periculosidade. Outro aspecto importante é a ocorréncia ¢ ex- posicdo permanente a determinado agente, ou seja, a uma intermiténcia semanal (uma vez por semana), essa situagdo os limites sdo fixados por se tratar de jornada semanal e é considerada a baixo do limite e quando for considerada de média ponderada nas situacdes que possuem limite de “valor-teto” fixado em normas internacionais. Em termos de percepgio parcial do adicional de insalubridade, dependeri da decisdo judicial de cada caso, uma vez que a Stmula 47 do Tribunal Su- petior do Trabalho nio define intermiténcia didria, semanal ou mensal.
3.2.3. Avaliagdo qualitativa de riscos
inerentes a atividade
O subitem 15.13 da NR15 estabelece atividades
insalubres nos anexos 6, 13 ¢ 14. Como nio se pode eliminar ou neutralizar a in- salubridade, significa que ela é inerente a atividade. Um exemplo € a do trabalho de contato com pacien- tes nos hospitais (anexo 14 — agentes biolégicos), o risco de contigio nio pode ser eliminado somente com medidas no ambiente ou de uso de EPIs (Equi- pamento de Prote¢do Individual). No anexo 13, vem estabelecido que a caracteri- zagio da insalubridade far-se-4 por inspegio no local de trabalho. Cabe a autoridade regional competente, em ma- téria de segurancga e saide do trabalhador, compro- var a insalubridade, por laudo técnico de engenheiro de seguranga do trabalho ou médico do trabalho, devidamente habilitado, fixar os adicionais devidos aos empregados expostos a insalubridade, quando impraticivel sua eliminagio ou neutralizaggo.
3.3. ANALISE DOS AGENTES QUi-
MICOS, FiSICOS E BIOLOGICOS Sido passiveis de caracterizacio, conforme ane- xo da NR15, Portaria n.° 3.214/78: Ruidos: (anexo 1 e 2 — NR15), podem ser con- tihuos ou intermitentes, e entende-se para esses fins de aplicagio de limites de tolerdncia, o ruido que nio seja de impacto. Os niveis devem ser medidos em decibéis (dB), com instrumento de nivel de pressio sonora e as lei- turas devem ser feitas préximas do ouvido do traba- Ihador. Verifica-se o tempo de exposigio durante a jornada de trabalho.
Entende-se por Ruido Continuo ou Intermi-
tente, para os fins de aplicagdo de Limites de Tole- rincia, o ruido que nfo seja ruido de impacto. Os niveis de ruido continuo ou intermitente de- vem ser medidos em decibéis (dB) com instrumen- to de nivel de pressio sonora operando no circuito de compensagio "A" e circuito de resposta lenta (SLOW). As leituras devem ser feitas préximas ao ouvido do trabalhador. Os tempos de exposi¢ido aos niveis de ruido nio devem exceder os limites de tolerdncia fixados no Quadro deste anexo. (115.003-0/ 14) Para os valores encontrados de nivel de ruido intermediario seri considerada a méixima exposicio didria permissivel relativa ao nivel imediatamente mais elevado. Nio é permitida exposigdo a niveis de ruido acima de 115 dB (A) para individuos que ndo este- jam adequadamente protegidos. Se durante a jornada de trabalho ocorrerem dois ou mais periodos de exposi¢io a ruido de diferentes niveis, devem ser considerados os seus efeitos combi- nados, de forma que, se a soma das seguintes fragGes:
Cl+C2+C3 +Ln nn In Ii In
Exceder a unidade, a exposi¢io estard acima do
limite de tolerdncia. Na equagio acima, Cn indica o tempo total que o trabalhador fica exposto a um nivel de ruido especi- fico, e Tn indica a maxima exposi¢do didria permissi- vel a este nivel, segundo o Quadro deste Anexo. As atividades ou operagles que exponham os trabalhadores a niveis de ruido, continuo ou intermi- tente, supetiores a 115 dB (A), sem prote¢io adequa- da, oferecerdo risco grave e iminente. Assim, por exemplo, se um empregado traba- har sem protetor auricular, em local com ruido de 90 (dB), 2 insalubridade sera caracterizada quando o tempo de exposi¢io didria for superior a quatro horas. Observe a tabela que segue:
NORMA RECULAMENTADORA 15
ATIVIDADES E OPERAGOES INSALUSRES
ANEFC IT
LIMITES DE TOLERANCIA PARA RUIDO CONTINUD OU INTERMITENTE
NIVELDE KLM) ALAN IMA EXFUSICAD IMAKIA
DE (4) PERMISSIVEL [H 9 hora: 26 7 horas 87 hone i] 2 hore pid A hers € 30 miruros El 4 hora kil 3 horas & 30 mivimas 42 J hora 03 2 horas £ 40 mirutes od 2 hora: « 12 mirutos LL] 2 hora 9 1 hora e 43 motos LH 1 herae 1) moto: 109 Ihr 102 A> mmutoz 104 33 mimwios 103 30 mmutos 105 23 minimns 103 20 nmutos 110 15 minutos 112 10 wrinuius 11 8 mamtos 115 7 winulus