MANUAL PARA ATUAR

COMO PERITO JUDICIAL

E/OU ASSISTENTE TÉCNICO
EM PERÍCIAS EM SST

Por Thiago Límido e Júlio Botelho

Edição 2021
 Este e-book foi desenvolvido por Júlio Botelho e
Thiago Límido para ajudar os profissionais de SST a
conhecer um pouco mais sobre este universo das
perícias judiciais.

O foco deste e-book é específico para área de SST,

apesar de que muitos conteúdos expostos aqui
aplicam-se a demais áreas.
 Júlio Botelho (Consultor, Professor, Perito
Judicial e Infoprodutor)
MBA em Gestão de Pessoas e Coaching, Pós-
Graduado em Engenharia de Segurança do
Trabalho, Graduado em Engenharia Ambiental e
Técnico em Segurança do Trabalho. Sólida
experiência profissional com mais de 17 anos de
experiência na área de EHS em empresas
nacionais e multinacionais, tendo atuado nos
segmentos de construção civil, montagens
industriais, sucroalcooleiro, painéis de madeira e
laminados, transportes de produtos perigosos,
químico, logística, eletrodoméstico, ferramentas
e universidade.

Thiago Límido Santos (Consultor, Professor e

Perito)
Pós-Graduado em Engenharia de Segurança do
Trabalho, Graduado em Engenharia Ambiental e
Técnico de Segurança do Trabalho. Professor
convidado do curso de Engenharia de Segurança
e curso de Pericias de Engenharia da
Universidade de Uberaba, Perito Judicial do
Tribunal Regional do Trabalho 3ª Região, 13 anos
atuando em consultoria de saúde e Segurança do
Trabalho. Experiência em indústrias químicas,
mineração, construção civil, montagem
eletromecânica, logística, frigorífica e
sucroalcooleiro. Sócio diretor da Ergogroup
Segurança do Trabalho. 1
 CONCEITO DE PERITO E
ASSISTENTE TÉCNICO

O perito, como o nome já diz, é o profissional que

detêm o conhecimento técnico em determinada
matéria e/ou assunto. No caso da segurança do
trabalho, é o profissional de nível superior que
domina os assuntos de SST, e em se tratando de
perícias judiciais, conceitos sobre insalubridade,
periculosidade, ergonomia, doenças
ocupacionais, acidentes e outros.

No dicionário temos:
perito
adjetivo substantivo masculino

1 Aquele que é especialista em um determinado assunto ou

atividade; versado. 
2 Aquele que é experiente e hábil numa determinada área ou
atividade. 
3 Aquele que é judicialmente nomeado para uma avaliação,
exame ou vistoria e fornece seu parecer técnico.

2
O Assistente Técnico é o profissional que detêm
os mesmos conhecimentos técnicos que o Perito,
no entanto, atua para “um dos lados” do
processo. Ou seja, pode atuar para o Reclamante
(pessoa que ingressa com a ação) ou Reclamada
(empresa/organização que responde como réu no
processo).

Vale destacar que o Assistente Técnico não

necessita possuir formação superior.

3
 QUEM PODE SER PERITO?

Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do

Trabalho, Ergonomistas e demais profissionais de
nível superior com domínio de conhecimento no
assunto a ser periciado. O Novo Código de
Processo Civil – 2015, em sua seção II artigo 156
parágrafo 1º diz:

“Os peritos serão nomeados entre os profissionais

legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou
científicos devidamente inscritos em cadastro mantido
pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.”

Desta forma, além de ser profissional de nível

superior, deve também estar em dia com o
conselho de classe e possuir cadastro na justiça
do trabalho.

4
 QUEM PODE SER ASSISTENTE
TÉCNICO?

Técnicos de Segurança do Trabalho, Tecnólogos

em Segurança do Trabalho, Engenheiros de
Segurança do Trabalho, Médicos, Ergonomistas,
Fisioterapeutas.

TIPOS DE PERÍCIAS

Insalubridade
Periculosidade
Condições Ambientais de Trabalho
Retificação de PPP
Acidentária
Previdenciária (aposentadoria especial)
entre outras dentro da área de atuação.

5
 CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL

Para atuar nessa área é

importante que o profissional
tenha conhecimento do Novo
Código de Processo
Civil (NCPC), Lei nº 13.105, de 16

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de março de 2015, em específico
os artigos 464 ao 484.

Clique aqui para acessar o NCPC

6
LEGISLAÇÕES APLICÁVEIS

Para perícias trabalhistas é imprescindível

que se conheça as normas
regulamentadoras 15 para insalubridade,
16 para periculosidade pois as maiores
demandas periciais se referem a estas
normas. 

Entretanto, para outros tipos de perícias, é

importante que o profissional tenha
conhecimento das demais normas.  

Para perícias envolvendo

aposentadoria especial, retificação de PPP
e demandas previdenciárias, é importante
conhecer o decreto 3.048/99 e
 instrução normativa
nº 77/2015 do INSS.

7
ORIENTAÇÕES JURISPRUDENCIAIS (OJ’S) E
SÚMULAS

A Orientação Jurisprudencial, utilizada apenas na

Justiça do Trabalho, tem o mesmo objetivo da
súmula, mas diferencia-se em um aspecto: tem
maior dinamismo. Enquanto a súmula exige
critérios como a repetição de certa quantidade de
decisões por determinado tempo, a Orientação
Jurisprudencial tem tramitação menos rígida.  

Súmulas são pronunciamentos proferidos pelos

Tribunais, baseados em decisões reiteradas, que
delimitam o entendimento e interpretação das
leis sobre determinada matéria. É a "união" de
várias decisões de um mesmo Tribunal, com
idêntica interpretação sobre o mesmo tema.

8
Na prática possuem a mesma finalidade, a de
orientar as decisões em questões semelhantes,
de forma a estabelecer o entendimento do TST
sobre determinadas matérias, a diferença entre
elas está nas áreas de atuação.  

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Disponibilizamos aqui algumas OJ's e
Súmulas que se aplicam a matéria de SST:

9
 SUM-47 INSALUBRIDADE (mantida) - Res.
1
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O trabalho
executado em condições insalubres, em
caráter intermitente, não afasta, só por
essa circunstância, o direito à percepção
do respectivo adicional.

SUM-80 INSALUBRIDADE (mantida) -

2
Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A
eliminação da insalubridade mediante
fornecimento de aparelhos
protetores aprovados pelo órgão
competente do Poder Executivo
exclui a percepção do respectivo
adicional.

10
 SUM-448 ATIVIDADE INSALUBRE.
3
CARACTERIZAÇÃO. PREVISÃO NA
NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 DA
PORTARIA DO MINISTÉRIO DO
TRABALHO Nº 3.214/78. INSTALAÇÕES
SANITÁRIAS. (conversão da Orientação
Jurisprudencial nº 4 da SBDI-I com nova
redação do item II) - Res. 194/2014, DEJT
divulgado em 21, 22 e 23.05.2014

I - Não basta a constatação da insalubridade por meio

de laudo pericial para que o empregado tenha direito ao
respectivo adicional, sendo necessária a classificação da
atividade insalubre na relação oficial elaborada pelo
Ministério do Trabalho. 

II – A higienização de instalações sanitárias de

uso público ou coletivo de grande circulação, e
a respectiva coleta de lixo, por não se
equiparar à limpeza em residências e
escritórios, enseja o pagamento de adicional
de insalubridade em grau máximo, incidindo o
disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do
MTE nº 3.214/78 quanto à coleta e
industrialização de lixo urbano.
11
 OJ-SDI1-171 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.
4
ÓLEOS MINERAIS. SENTIDO DO TERMO
"MANIPULAÇÃO" (inserida em 08.11.2000) Para
efeito de concessão de adicional de insalubridade
não há distinção entre fabricação e manuseio de
óleos minerais - Portaria nº 3214 do Ministério do
Trabalho, NR 15, Anexo XIII.

SUM-361 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.

5
ELETRICITÁRIOS. EXPOSIÇÃO INTERMITENTE
(mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 O
trabalho exercido em
condições perigosas, embora de
forma intermitente, dá direito ao
empregado a receber o adicional de
periculosidade de forma integral,
porque a Lei nº 7.369, de 20.09.1985,
não estabeleceu nenhuma
proporcionalidade em relação ao seu
pagamento.
12
 OJ-SDI1-385 ADICIONAL DE
6
PERICULOSIDADE. DEVIDO.
ARMAZENAMENTO DE LÍQUIDO
INFLAMÁVEL NO PRÉDIO. CONSTRUÇÃO
VERTICAL. (DEJT divulgado em 09, 10 e
11.06.2010) É devido o pagamento do
adicional de periculosidade ao empregado
que desenvolve suas atividades em
edifício (construção vertical), seja em
pavimento igual ou distinto daquele onde
estão instalados tanques para
armazenamento de líquido
inflamável, em quantidade acima do
limite legal, considerando-se como
área de risco toda a área interna
da construção vertical.

13
 ELABORAÇÃO DE LAUDOS E
PARECERES

Em toda perícia é necessário a elaboração de

documentos, tanto pelo Perito quanto pelo
Assistente Técnico.  Ao término de uma perícia, o
Perito elabora o Laudo Pericial.  Por sua vez, o
Assistente Técnico elabora o Parecer Técnico. 

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 Importante frisar que os prazos de entrega
de ambos os documentos são os mesmos, tanto
para o Perito quanto para o Assistente. 

14
De acordo com o NCPC artigo 473, o laudo
pericial deverá conter, no mínimo:  

I - A exposição do objeto da perícia; 

II - A análise técnica ou científica realizada pelo

perito;

III - A indicação do método utilizado,

esclarecendo-o e demonstrando
ser predominantemente aceito pelos especialistas
da área do conhecimento da qual se originou; 

IV - Resposta conclusiva a todos os quesitos

apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão
do Ministério Público.

15
 ELABORAÇÃO DE QUESITOS

Um dos trabalhos do Assistente Técnico é

elaborar quesitos técnicos.

Mas.... o que é quesito? 

Quesito são perguntas/questionamentos que são

feitos pelos profissionais Assistentes Técnicos
direcionados ao Perito para que ele responda em
seu Laudo Pericial. 

Nós, Júlio e Thiago, sempre dizemos que os

quesitos precisam ser técnicos e inteligentes, ou
seja, precisam ter objetivos específicos. Um
quesito inteligente pode ser decisivo no processo.

16
 VALORES DE HONORÁRIOS

Muitos profissionais nos questionam sobre como

valorar os honorários periciais, tanto para quem
atua como Perito quanto Assistente Técnico. 

Pois bem, vários fatores influenciam nesta

questão, tais como: região de trabalho,
complexidade do processo, número de
Reclamantes, deslocamentos, aparelhagem
envolvida, hospedagens, entre outros. 

Um bom ponto de partida é a busca do seu valor

de hora/homem trabalhada. No nosso curso é
fornecido uma planilha automatizada que
fornece uma sugestão de valor de honorários.

17
COMPLEMENTO DESTE E-BOOK

Deste ponto em diante, apresentamos a

você tópicos já abordados em
lives realizadas por nós e que ficam

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disponíveis por 15 dias no canal do
Youtube: engjuliobotelho.

Após este período, essas lives são

disponibilizadas apenas para os alunos do
nosso curso.

18
10
10PERITO NA PERÍCIA
ERROS COMETIDOS PELO

Não comunicar as partes da diligência pericial; 

Não estudar o processo com antecedência; 
Induzir respostas do Reclamante;
Ser parcial (tendencioso); 
Emitir opinião própria; 
Não realizar a inspeção de área; 
Não realizar as avaliações ambientais daqueles
agentes quantitativos; 
Não buscar evidências das respostas dos
quesitos; 
Não se ater ao objeto da perícia;
Não ouvir Paradigmas.

19
 VANTAGENS DE SER
PERITO JUDICIAL

Flexibilidade de horários; 
Conhecimento / Aprendizado; 
Honorários;
Imagem profissional; 
Prática de Higiene Ocupacional;
Conhecer segmentos e processos diferentes; 
Ser correto – justiça; 
Experiência na elaboração de laudos e
relatórios; 
Melhoria na gramática; 
Independência do mercado; 
Investimento / poupança; 
Realização de objetivo / meta / sonho.

20
 VANTAGENS DE SER
ASSISTENTE TÉCNICO

Possibilidade de atuar para 2 clientes:

Reclamada e Reclamante; 
Atuação em diferentes ramos de atividades –
 aprendizado; 
Possibilidade de ter uma grande carteira de
clientes; 
Imagem profissional; 
Conhecimento diferenciado; 
Vivência do mundo jurídico; 
Prática de HO; 
Independência do mercado;
Recebimento rápido dos honorários; 
Valor dos honorários por perícia.

21
ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL
DE SST EM UMA PERÍCIA
Elaboração correta de documentação: 
PPRA 
PCMSO 
Laudos de insalubridade / periculosidade 
PPP 
Ficha de EPI 
Treinamentos 

Como o profissional de SST pode se preparar para a

perícia:
Elaborar corretamente os programas 
Participar do processo desde os quesitos
iniciais 
Elaborar os quesitos técnicos alinhado com
o Depto Jurídico
Estudar o processo e documentos que se
relacionam
Fornecer documentação necessária ao Jurídico
para elaboração da defesa
22
O que fazer antes da diligência pericial:
Confirmar atividades desempenhadas pelo
Reclamante 
Inspecionar o ambiente 
Separar documentações solicitadas pelo Juiz
e/ou Perito 
Identificar possíveis paradigmas 

O que fazer após a diligência pericial:

Elaborar o parecer técnico da perícia 
Informar ao Jurídico como foi a perícia e enviar
o parecer técnico
O que tirar de aprendizado da perícia

23
ATUAÇÃO DO ASSISTENTE
TÉCNICO DO RECLAMANTE EM
UMA PERÍCIA
Atuação antes da perícia:
Contato do Jurídico informando a necessidade da
assistência técnica 
Reunião de alinhamento com o Reclamante 
Apoio na elaboração da peça inicial junto ao
Advogado 
Elaboração dos quesitos iniciais 
Preparação para a perícia - alinhamento com o

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Reclamante 

Atuação durante a perícia:

Acompanhamento de toda diligência pericial 
Realização de suas avaliações (caso necessário) 
Elaboração de quesitos suplementares (se
necessário) 
Anotações das informações para elaboração do
parecer 
Coletar todos dados necessários (fotos,
vídeos, documentação, etc)
24
Atuação após a perícia:
Reunião de feedback técnico com Advogado e
Reclamante
Elaboração do parecer técnico e envio ao
Advogado para carga no sistema 
Aguardar a apresentação do laudo pericial 
Se laudo pericial desfavorável, análise e
impugnação (dentro do limite da ética) com

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elaboração de quesitos complementares 
Acompanhamento do processo junto ao
Advogado

Recebimento dos honorários:

Logo após a realização da perícia 

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