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O e-Social e o LTCAT – A balbúrdia de muitos profissionais!!

Um dos documentos mais elementares da área de Saúde e Segurança do Trabalho


para atender o e-Social é o LTCAT – Laudo Técnico das Condições Ambientais de
Trabalho, que tem por finalidade atuar como um comprovante de que as atividades
exercidas pelo trabalhador durante a permanência na empresa oferecem a ele algum tipo de
risco ambiental, é a partir desse documento, que a Previdência Social determina se há ou
não a necessidade de aposentadoria especial adotando todo entendimento especifico.
A sua obrigatoriedade está prevista no Art. 58 da Lei nº 8.213/1991, sendo sua base
de informações, objeto de elaboração do PPP – Perfil Profissiográfico Previdenciário em
concordância com o artigo 258, inciso IV da Instrução Normativa INSS/PRES nº 77/2015.
De acordo com o § 1º do art. 58 da Lei 8213/91, com a redação dada pela Lei
9732/98, o Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) somente poderá
ser elaborado apenas por Médico do Trabalho ou Engenheiro de Segurança do Trabalho,
portanto um documento destinado ao Instituto Nacional do Seguro Social – INSS,
totalmente adotado para fins previdenciários.
Uma grande confusão está no entendimento de que o PPRA e demais programas
são elaborados segundo a legislação trabalhista e o LTCAT segue a legislação
previdenciária. Como são legislações em que a relação de riscos a serem avaliados não são
iguais e os critérios e metodologias de avaliação possuem diferenças em alguns casos, tem
trazido grande preocupação quanto a conclusão dos Laudos entregues as empresas.
No e-Social há o evento S-2240 que se refere aos riscos aos quais o trabalhador
está exposto. Nesse evento também é registrado se esses riscos dão ao trabalhador o direito
à aposentadoria especial. Todas essas informações são amparadas pelo LTCAT – daí a sua
importância.
Destacamos que certos riscos tornam obrigatório o adicional de insalubridade,
mas não de adicional para a aposentadoria especial, e vice-versa. O pagamento adicional
será registrado no evento S-1200 – Remuneração do Trabalhador – ao ser informado o
código referente à parcela, bem como a declaração referente ao pagamento do
Financiamento da Aposentadoria Especial (FAE).
O Atendimento pleno do LTCAT quanto a sua conclusão deverá observar o
preconizado na Legislação Previdenciária em sua integralidade, não há o que discutir de
Legislação Trabalhista neste sentido, são finalidade totalmente distintas.

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Uma observação e importante avaliação está no que determina a Instrução
Normativa n° 99 em seu Artigo 152, que diz: “As condições de trabalho, que DÃO OU NÃO
DIREITO à APOSENTADORIA ESPECIAL, deverão ser comprovadas pelas demonstrações
ambientais, que fazem parte das obrigações acessórias dispostas na legislação
previdenciária e trabalhista”.
Outra grande confusão na conclusão do LTCAT está no que tange ao tempo de
exposição, o Regulamento da Previdência Social - RPS, estabelece que o trabalho em
condições especiais, para que o segurado faça jus ao benefício de aposentadoria especial
deve ser em exposição habitual e permanente, ou seja, é aquele exercido de forma não
ocasional nem intermitente conforme estabelece o § 3o. do art. 57 da Lei n. 8.213/1991, no
qual a exposição do trabalhador seja indissociável da produção do bem ou da prestação do
serviço.
Define ainda o RPS que Habitual é aquele trabalho realizado durante todos os
dias da jornada de trabalho do segurado. Desta forma, não tem direito à aposentadoria
especial o segurado que trabalha ocasionalmente ou de maneira intermitente em condições
prejudiciais à saúde.
O universo de entendimento para conclusão final de um LTCAT é um outro
aspecto preocupante, pois embora o fundamento técnico-jurídico seja o estabelecido pelo
Decreto nº 3.048/1999, Lei nº 8.213/1991, Decreto nº 8.123/13 e demais Instruções
Normativas do INSS, há situações que devemos retroagir a avaliação de outras legislações
especificas de acordo com o período de labor, como por exemplo atividades que
constam nos decretos nº 83.080/1979 e 53.831/64 e um dos aspectos mais contundentes
esta em relação ao Ruído anterior a Legislação vigente, como estabelecidos no Decreto
nº 53.831/1964, Decreto nº 83.080/79, Decreto nº 611/92, artigo 181 da Instrução
Normativa nº 78/2002 e Decreto 4882/2003, que estabeleceu o limite de ruído para
reconhecimento da nocividade de 80 decibéis até 04/03/1997 e de 85 decibéis a partir de
05/03/1997 (vigência do Decreto nº 2172).
A legislação é complexa e seu conhecimento importante para estabelecer
parâmetros técnicos na apresentação da conclusão do LTCAT, não há argumentações ou
interpretações de cunho pessoal, a conclusão ela é técnica, fundamentada na legislação,
apenas dessa forma poderá ser atendido o e-Social, sem o risco de inconsistências e
possíveis autuações aos empregadores, respeitando assim o direito de ambos os lados.

Eng. Alencar Lunardello

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