Você está na página 1de 21

A APOSENTADORIA ESPECIAL NO BRASIL

Nilton Freitas, assessor do INST/CUT


1 - A ORIGEM DA APOSENTADORIA ESPECIAL
Na origem da Aposentadoria Especial no Brasil encontra-se o caráter compensatório ao trabalhador executante de
atividade ou ocupação profissional reconhecida tecnicamente ou pelo senso comum, como sendo nociva à saúde,
devido suas características peculiares de insalubridade, periculosidade ou penosidade.
Constitui-se portanto num benefício em forma de "compensação" para aqueles que se dispuseram ou não tiveram
outra alternativa ocupacional, a realizar atividades em que expunham sua saúde ou integridade física aos riscos
oriundos do trabalho, em prol do desenvolvimento nacional.
Segundo a Secretaria da Previdência Social (Nota Técnica/SPS/nº 017/98), "A aposentadoria especial foi instituída
pela Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960, para o segurado que tivesse cinquenta anos ou mais de idade e quinze
anos de contribuição, além de ter trabalhado durante quinze, vinte ou 25 anos, pelo menos, conforme a atividade
profissional, em serviços que fossem considerados penosos, insalubres ou perigosos. O Decreto nº 53.831, de 25 de
março de 1964, que regulamentou a Lei nº 3.807/60, criou Quadro Anexo em que estabelecia relação entre os
serviços e as atividades profissionais classificadas como insalubres, perigosos ou penosos, em razão da exposição
do segurado a agentes químicos, físicos ou biológicos, com o tempo de trabalho mínimo exigido, nos termos do art.
31 da citada Lei. Determinava, ainda, que a concessão da aposentadoria especial dependia de comprovação, pelo
segurado, do tempo de trabalho habitual e permanente prestado em serviços considerados insalubres, perigosos ou
penosos, durante o prazo mínimo fixado. (....)".
O Regulamento dos Benefícios da Previdência Social – RBPS, aprovado pelo Decreto nº 83.080, de 24 de janeiro
de 1979, unificou os quadros dos dois Decretos citados anteriormente, criando os Anexos I e II, que tratavam,
respectivamente, da classificação das atividades profissionais, segundo os agentes nocivos, e da classificação das
atividades profissionais, segundo os grupos profissionais, sendo que a inclusão ou exclusão de atividades
profissionais dos citados anexos seria feita por Decreto do Poder Executivo, e as dúvidas sobre o enquadramento
seriam resolvidas pelo Ministério do Trabalho-MTb.".
Estes critérios relativos à concessão do benefício de acordo com a atividade profissional permaneceram em vigor
mesmo com a publicação da Lei nº 8.213 de 24 de julho de 1991, que dispõe sobre o Plano de Benefícios da
Previdência Social. O Decreto nº 611 de 21 de julho de 1992, que regulamentou esta Lei, reiterou o disposto nos
Anexos I e II do Decreto nº 83.080/79 e no Anexo do Decreto nº 53.831/64, conforme o disposto em seu art, 292:
"Para efeito de concessão das aposentadorias especiais serão considerados os Anexos I e II do Regulamento dos
Benefícios da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 83.080 de 24 de janeiro de 1979, e o Anexo do Decreto
nº 53.831 de 25 de março de 1964, até que seja promulgada a lei que disporá sobre as atividades prejudiciais à
saúde e à integridade física."
Porém, a Lei nº 9.032 de 28 de abril de 1995, aprovada pelo Congresso Nacional de forma vinculada ao reajuste do
salário mínimo na época, alterou de forma conceitual a Lei nº 8.213 então vigente, ao suprimir do caput do art. 57 o
termo "conforme a atividade profissional", restando apenas "condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física".
2. ANÁLISE DA LEI Nº 8.213 DE 24 DE JULHO DE 1991
Analisada após as mudanças introduzidas pela Lei nº 9.032 de 28 de abril de 1995, esta Lei que Defini o Plano de
Benefícios da Previdência Social, ora em vigor, caracteriza-se por dificultar de diversas formas o acesso do
segurado ao benefício da Aposentadoria Especial, destacando-se (parágrafo 3º do art. 57):
 A exigência de que o trabalho exercido em condições especiais tenha sido "permanente, não ocasional nem
intermitente";
 "Permanente" significa segundo o Novo Dicionário Aurélio: "que permanece, contínuo, ininterrupto,
constante";
 "Ocasional" significa (ídem):" casual, eventual, fortuito, acidental; ocasionado";
 "Intermitente" significa (ídem): "que apresenta interrupções ou suspensão; não contínuo";
 Isto significa que o trabalho em condições especiais, de acordo com o texto legal, deve ser "contínuo,
ininterrupto, constante, não casual, não eventual, não fortuito, não acidental, que não apresente
interrupções e não apresente suspensões".
Ou seja, são condições extremamente rígidas, restritivas e que impossibilitam ao pé da letra, praticamente qualquer
tipo de caracterização de atividade laboral.
Ainda pela Lei nº 8.213 já alterada pela Lei nº 9.032 (parágrafo 4º), cabe ao segurado "comprovar, além do tempo
de trabalho, exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à
saúde ou à integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do benefício".
Com o advento do Decreto 2.172 de 05 de março de 1997, veremos que este dever do segurado foi transferido para
a empresa ("comprovação .... aos agentes nocivos será feito mediante formulário, ...., emitido pela empresa, ....,
com base em laudo técnico ...") (parágrafo 2º do art. 66).
Isto aparenta ao nosso ver um desvio que pode ser questionado legalmente, visto que o Decreto inovou ao exigir a
existência de Laudo Técnico, sem que isto estivesse previsto na Lei regulamentada.
Outra alteração importante implementada pela Lei nº 9.032 no texto da Lei nº 8.213 esta na redação do parágrafo 5º
do art. 57, que estabelece que "O tempo de trabalho exercido sob condições especiais que sejam ou venham a ser
consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física será somado, após a respectiva conversão, ao tempo de
trabalho exercido em atividade comum ....". A Secretaria da Previdência Social sustenta que este texto legal "proíbe
a transformação de tempo de serviço comum em especial", ou seja, o inverso do explícito no parágrafo.
O art. 58 da Lei nº 8.213 estabelece que "A relação de atividades profissionais prejudiciais à saúde ou à
integridade física será objeto de lei específica".
Este artigo ao nosso ver ainda não foi regulamentado, visto inexistir até o presente momento, qualquer Lei
estabelecendo uma relação de atividades profissionais prejudiciais à saúde ou à integridade física. O Decreto nº
2.172 traz no seu Anexo IV apenas uma "Classificação dos Agentes Nocivos", ou seja, uma distribuição de agentes
nocivos em classes e/ou grupos. Algo bem diferente do que determinou a Lei e que deixa por isso, uma possibilidade
para apresentação de eventual Projeto de Lei visando a regulamentação do artigo citado.
3. ANÁLISE DO DECRETO Nº 2.172 DE 05 DE MARÇO DE 1997
Este Decreto aprova o Regulamento de Benefícios da Previdência Social estabelecido pela Lei nº 8.213, detalhando
melhor os artigos da mesma.
O parágrafo 1º do art. 66 do Decreto refere-se à relação de agentes nocivos constante do Anexo IV do mesmo
(comentado a seguir), definindo que as dúvidas sobre o enquadramento dos agentes químicos, físicos e biológicos
serão resolvidas pelo Ministério do Trabalho (MTb) que, necessário lembrar, possui definições e uma relação dos
mesmos na sua legislação vigente, em particular, nas Normas Regulamentadoras (NRs) 5 (quando trata do Mapa de
Risco a ser feito pela CIPA) e 9 (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA).
O parágrafo 2º do mesmo artigo inova ao estabelecer que "A comprovação da efetiva exposição do segurado aos
agentes nocivos será feita mediante formulário, na forma estabelecida pelo INSS, emitido pela empresa ou seu
preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou
engenheiro de segurança do trabalho. Esta redação reforça:
 a exigência de "efetiva exposição" aos agentes, o que exclui aqueles segurados que não conseguirem
comprovar a mesma; ou seja, o trabalhador pode estar em ambientes e processos insalubres e ao mesmo
tempo não estar efetivamente exposto (protegido por EPI; com tempo de exposição reduzido ou dentro dos
limites toleráveis; etc.);
 que continuará existindo um formulário (tipo SB-40), emitido pelo empregador, que deve ser "documento
contemporâneo aos fatos a comprovar" (art. 60), o que significa que deve existir um formulário baseado em
laudo técnico, sempre atualizado;
 que a comprovação de existência de exposição a agentes nocivos fica na verdade, nas mãos do empregador,
que tem que contratar um engenheiro ou médico do trabalho e, baseado em seu laudo, emitir um formulário
para o trabalhador levar ao INSS;
 que a exigência de "laudo técnico" obriga o empregador a contratar alguém para faze-lo (ou seu próprio
SESMT, no caso das maiores e mais organizadas empresas, que, se estima, não deve cobrir mais de 5% dos
trabalhadores do mercado formal;
 que a referência a "condições ambientais" exclui os aspectos nocivos do trabalho relacionados à forma
como o trabalho é organizado (genericamente chamados de "penosos", como ritmo intenso, alta
concentração; alternância de turnos; monotonia; etc.), o que prejudica diretamente categorias como
bancários, vigilantes, servidores públicos, cobradores e motoristas de ônibus; condutores de Metrô; etc.);
Por outro lado, o artigo desconsidera que a exigência de laudo produzido por médico ou engenheiro do trabalho é
altamente restritiva, principalmente para locais (alguns Estados do país, inclusive) onde não há disponibilidade
destes profissionais. Desconsidera também que a exigência representa aumento de custo para as empresas,
principalmente as pequenas, médias e micro-empresas.
O artigo contradiz também as NRs 7 (Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional) e 9 do MTb, que
admitem a ação de profissionais não especializados na identificação e controle de riscos ambientais.
O parágrafo 3o do mesmo artigo estabelece que "Do laudo técnico (....)deverá constar informação sobre a
existência de tecnologia de proteção coletiva que diminua a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância
e recomendação sobre sua adoção pelo estabelecimento respectivo".
Embora seja feita referência apenas à proteção coletiva, veremos que, mais tarde, nas suas Ordens de Serviço, o
INSS introduziu a referência explícita à proteção individual (EPI) como elemento "neutralizador" da nocividade
do ambiente, o que veio a prejudicar ainda mais os trabalhadores. Além disso:
 não se fala em "eliminação" do agente, mas em sua "diminuição";
 a referência a "limites de tolerância" (estabelecidos na NR-15 do MTb), reforça o peso que é dado ao laudo
técnico e a adoção das normas de segurança do MTb como referência para a concessão ou não da
aposentadoria;
 aparentemente, vincula-se a concessão e pagamento do adicional de insalubridade e periculosidade
estabelecidos na legislação trabalhista, com a legislação previdenciária, o que não ocorria antes, já que se
tratavam de critérios diferentes;
 também reforça-se a forma de avaliação "quantitativa" (com medição da intensidade dos agentes no
ambiente), em detrimento da avaliação "qualitativa" (baseada na observação do processo de trabalho e na
presença do agente nocivo no ambiente) na elaboração dos laudos técnicos;
 mas, aparentemente, o objetivo do parágrafo é induzir as empresas a corrigirem os ambientes de trabalho,
de forma a diminuir a concessão da aposentadoria;
 neste sentido, estes laudos podem também, tornar-se um importante instrumento de modificação dos
ambientes de trabalho, se tivermos acesso a ele e lutarmos pela implementação das medidas eventualmente
apontadas;
 mas, é necessário frisar, que o laudo é contratado pelo empregador e não é entregue aos trabalhadores ou
seus representantes, ou seja, pode ficar guardado a "sete chaves", uma vez que o empregador fornece
apenas um "formulário" para o trabalhador;
Ainda assim, o parágrafo 4o estabelece que "A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência
aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento de
comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo estará sujeita à penalidade prevista no
artigo 250".
"Laudo técnico atualizado" vem sendo entendido na área como aquele realizado anualmente, embora a NR-9
determine apenas que o PPRA deve ser revisto anualmente, e não necessariamente as avaliações quantitativas.
"Atualizado" também pode ser entendido como "o último laudo", desde que a situação não tenha sofrido alterações
para melhor ou para pior, o que significa que ele estaria então "atualizado" em relação aos riscos existentes. O artigo
250 estabelece as multas para descumprimento da lei 8.213 e deste Regulamento, variando de R$ 563,00 a R$
56.000,00;
O parágrafo 5o do artigo estabelece que "A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico
abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do contrato de
trabalho, cópia autêntica deste documento".
Usualmente, refere-se ao termo "perfil profissiográfico" para designar documento que registre as atividades,
atribuições, responsabilidades, exigências, critérios de avaliação e outras questões relativas a determinado cargo ou
função. Aparentemente são poucas as empresas que possuem este tipo de documento. Cópia "autêntica" do mesmo
deverá ser entregue ao trabalhador quando do seu desligamento mas; se o documento não refletir a realidade do
trabalho desenvolvido, aparentemente só restará ao trabalhador recorrer à Justiça do Trabalho;
Isto aparentemente abrirá um novo campo de trabalho para engenheiros, psicólogos e outras profissões: elaborar
estudo e descrição das funções; embora o Decreto não especifique quem deve elaborar e assinar tal documento;
Por fim, o art. 67 do Decreto veda "ao segurado retornar ao exercício de atividade ou operações que o sujeitem
aos agentes nocivos constante do Anexo IV deste Regulamento", ou seja:
 determina que o empregado que aposentar em regime especial não pode continuar trabalhando no mesmo
local ou função que caracterizou sua exposição a agentes nocivos;
 na prática, proíbe literalmente alguém de continuar trabalhando após receber aposentadoria especial, já que
é difícil de imaginar uma atividade em que não se está "sujeito" a exposição a ruído, calor, umidade, frio,
vapores, gases, poeiras, etc. (veja que o artigo sequer "amarra" o impedimento ao agente que motivou a
aposentadoria especial).
Ou seja, são condições extremamente restritivas para o acesso do segurado ao benefício.
3.1- ANÁLISE DO ANEXO IV DO DECRETO 2.172- CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES NOCIVOS
a. Agentes Químicos - São relacionados 19 agentes ou grupos químicos que devem estar presentes "no
processo produtivo e no meio ambiente de trabalho", a saber (com o tempo mínimo de exposição entre
parênteses): arsênio e seus compostos (25 anos); asbestos (20 anos); benzeno e seus compostos tóxicos
(25 anos); berílio e seus compostos tóxicos (25 anos); bromo e seus compostos tóxicos (25 anos);
cádmio e seus compostos tóxicos (25 anos); carvão mineral e seus derivados (25 anos); chumbo e seus
compostos tóxicos (25 anos); cloro e seus compostos tóxicos (25 anos); cromo e seus compostos tóxicos
(25 anos); dissulfeto de carbono (25 anos); fósforo e seus compostos tóxicos ( 25 anos); iodo (25 anos);
manganês e seus compostos (25 anos); mercúrio e seus compostos (25 anos); níquel e seus compostos
tóxicos (25 anos); petróleo, xisto betuminoso, gás natural e seus derivados (25 anos); sílica livre (25
anos); outras substâncias químicas (25 anos), onde existem 2 grandes grupos relacionando uma grande
quantidade de produtos.
b. Agentes Fisicos, para os quais há outra exigência: "Exposição acima dos limites de tolerância
especificados ou às atividades descritas". Os únicos agentes físicos listados são:
 Ruído (exposição permanente a níveis de ruído acima de 90 decibéis - 25anos);
 Vibrações (trabalhos com perfuratrizes e marteletes pneumáticos - 25 anos);
 Radiações Ionizantes (relaciona 7 atividades - 25 anos);
 Temperaturas anormais (trabalhos com exposição ao calor acima dos limites de tolerância da NR-15 - 25
anos);
 Pressão atmosférica anormal (relaciona 3 atividades - 25 anos).
c. Agentes Biológicos, onde exigência é a seguinte: "Exposição aos agentes citados unicamente nas
atividades relacionadas".
 Microorganismos e parasitas infecciosos vivos e suas toxinas (relaciona 7 atividades - 25 anos)
d. Associação de Agentes, em que é definido: "Exposição aos agentes combinados exclusivamente nas
atividades especificadas". Neste caso são relacionados apenas:
a. Físicos, Químicos e Biológicos (mineração subterrânea cujas atividades sejam exercidas afastadas das
frentes de produção);
b. Físicos, Químicos e Biológicos (trabalhos em atividades permanentes no subsolo de minerações
subterrâneas em frente de produção).
Sobre estas definições podemos registrar as seguintes observações:
 substâncias reconhecidamente cancerígenas como benzeno e asbestos são tratadas de maneira diferenciada;
 ao pé da letra, o benzeno não possui um "limite de tolerância", graças a adoção de Valor de Referência
Tecnológica (VRT) pelo Acordo Nacional Tripartite, onde VRT é definido como uma concentração
"técnica" que não eximi o risco à saúde (o que deveria valer para todas substâncias cancerígenas, para as
quais não existe um valor seguro de exposição);
 a concessão da aposentadoria apenas aos que estiverem "efetivamente expostos durante toda a jornada de
trabalho" a um produto cancerígeno como benzeno ou asbestos é contraditório com o princípio da
prevenção e condenatório para com a saúde do trabalhador (que terá altíssima probabilidade de adquirir
cancêr);
 contraditoriamente com o disposto na legislação trabalhista (insalubridade para exposição a nível de ruído
superior a 85 decibéis), o Decreto estabelece 90 decibéis como condição para caracterização do direito a
aposentadoria especial;
 para exposição a vibrações, radiações ionizantes e pressão atmosférica anormal são listadas algumas
"atividades" que caracterizam o direito a aposentadoria especial, se exercidas pelo trabalhador;
 a "exposição" a Raio-X, gama, alfa e beta é exigida no trabalho industrial, terapêutico e de diagnóstico
(áreas da saúde), o que implica em avaliação quantitativa com detector geiger ou leitura de dosímetros
pessoais; a única vantagem é que não se refere a observância de limites, mas apenas a simples exposição
(supõe-se então, a qualquer dose, acima ou abaixo dos limites estabelecidos para trabalhadores);
 não há referência às radiações não ionizantes, como radio-frequência, campo magnético, ultra-violeta,
infra-vermelho etc., comuns a eletricitários, operadores de rádio-frequência, operadores de estúdio de TV e
rádio; telefônicos; soldadores; caldeireiros e outras funções;
 também não há referência a trabalho em baixa temperatura como o executado pelo pessoal de
frigoríficos, câmaras-frias de laboratórios, fábricas de vacinas e medicamentos etc.;
 também não há referência a trabalho em umidade que caracteriza muitas atividades rurais e urbanas
(como lavadores de veículos, frentistas de postos de gasolina etc.) e de extração mineral, apesar deste
agente físico constar da legislação do MTb;
 restringe o direito ao trabalhador em estabelecimento de saúde que mantiver "contato" com pacientes
portadores de doenças infecto-contagiosas ou com "manuseio" de material contaminado, o que exclui
pessoal administrativo e de apoio em um grande número de funções;
 restringe o termo "associação de agentes prejudiciais à saúde"(bastante amplo) a apenas duas situações
especificadas (trabalhos de mineração), como se não houvesse combinação de agentes químicos e físicos
por exemplo, em diversas outras situações ( a mais conhecida refere-se a um efeito combinado entre ruído e
alguns agentes químicos; calor e produtos químicos; etc.);
4- QUADRO COMPARATIVO - APOSENTADORIA ESPECIAL
Esta parte do texto procura estabelecer uma comparação entre as situações anteriores e posteriores aos Quadros de
Atividades e Agentes Nocivos que acompanham as legislações.
4.1- ASPECTOS RELACIONADOS AOS RISCOS FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS
LEGISLAÇÃO ANTERIOR LEGISLAÇÃO ATUAL
Relaciona os seguintes agentes nocivos Exposição acima dos LT ou às
atividades descritas - Decreto 2.172
de 05/03/97
2.1- RISCOS FÍSICOS 2.1- RISCOS FÍSICOS
a) calor : ind. Metalúrgica e mecânica; a) calor: exposição ao calor acima
vidros e cristais e alimentação de caldeiras a dos LT da NR-15 (25 anos).
lenha ou carvão; operações em locais com
temperatura excessivamente alta, capaz de
ser nociva e que seja de origem artificial;
Forneiros; Foguistas;Forjadores;
Calandristas; Operadores de Cabines
Cinematográficas e outros OBS.: jornada em
local com temp. acima de 28 graus. (25
anos).
b) frio: câmaras frigoríficas e fabricação de b) frio: não faz menção.
gêlo; op. em locais com temp.
excessivamente baixa; ind. do frio; op. de
câmara frigorífica e outros OBS.: jornada
em local com temp. inferior a 12º ; (25
anos).
c) umidade: op. em locais com umidade c) umidade: não faz menção.
excessiva e proveniente de fonte artificial;
contato direto e permanente com água;
Lavadores; Tintureiros; Salinas e outros (25
anos)
d) radiação ionizante e "radiação": d) radiações ionizantes: extração e
extração de minérios radiativos; op. reatores beneficiamento de minerais;
nucleares; exposição a raio-X, rádium, fins mineração com radônio; manut. e
industriais e terapêuticos; fção. Ampolas superv. em extração, tratº e
raio-X e radioterapia (insp. Qualidade; fção beneficiamento de minerais; op. com
prods. quím. e farmacêuticos; fção. reatores nucleares ou fontes
luminescentes radíferos; pesq. e estudos com radiativas; raios alfa, beta, gama e X,
raios-X e substâncias em Laboratórios; nêutrons e subst. para fins inds.,
soldadores com arco elétrico e oxi-acetileno; terapêuticos e diagnósticos; fção. e
aeroviários de manutenção de aeronaves e manipulação de prods. radiativos;
motores, turbo hélices e outros (25 anos). pesq. e est. em laboratórios (25
anos).
e) trepidação: perfuratrizes e marteletes e) vibrações: trabalhos com
pneumáticos; ops. capazes de serem nocivas; perfuratrizes e marteletes
trepidações e vibrações inds.; outros (25 pneumáticos; (25 anos).
anos).
f) ruído: ops. em locais com ruído excessivo f) ruído: exposição permanente
capaz de ser nocivo; Caldeiraria; salas de acima de 90 dB; (25 anos).
turbina e geradores de eletricidade;
exposição permanente acima de 90 dB; op.
com Máq. Pneumática; cabinas de prova de
motores de avião; (25 anos). OBS.: jornada
em locais acima de 80 dB;
g) pressão atmosférica: pressão atm. g) pressão atmosférica anormal:
Anormal capaz de ser prejudicial à saúde; trabalhos em caixões ou câmaras
caixões ou câmaras pneumáticas hiperbáricas; em tubulões ou túneis
subaquáticas e tubulões pneumáticos; uso de sob ar comprimido; mergulho com
escafandro; mergulho; sob ar comprimido escafandro ou outros equipamentos.
em túneis pressurizados; trabalho em alta ou (25 anos).
baixa pressão; outros. (25 anos).
h) eletricidade: op. em locais com eletr. Em h) eletricidade: não faz menção.
cond. de perigo de vida; trab. Permanente
em instal. ou equip. elétrico com risco de
acid. ; eletricistas; cabistas, montadores e
outros ; OBS.: jornada em serviços com
tensão superior a 250 V. (25 anos).
2.2 RISCOS QUÍMICOS 1. - RISCOS
QUÍMICOS
O que determina o benefício é a
presença do agente no processo e no
ambiente. As atividades listadas são
exemplificativas
a) Arsênico: ops. com arsênico e a) Arsênio e compostos: extração do
compostos; metalurgia; extração; fção de prod. e seus compostos tóxicos;
compostos; fção de tintas à base de metalurgia de minérios arsenicais;
compostos; fção e aplicação de inseticidas, uso de hidrogênio arseniado (arsina)
parasiticidas e raticidas à base de compostos; em sínteses orgânicas e no
emprego de derivados - pintura, processamento de componentes
galvanotécnica, depilação, empalhamento eletrônicos; fção e preparação de
etc.. (20 e 25 anos) tintas e lacas; fção, preparação e
aplicação de inseticidas, herbicidas,
parasiticidas e raticidas contendo
compostos; prod. de vidros, ligas de
chumbo e medicamentos com uso de
compostos; conservação de curtumes
de peles, tratº e preservação de
madeira com uso de compostos (25
anos).
b) Berílio ou Glicínio: ops. com o prod. e b) Berílio e compostos tóxicos:
seus compostos; trabs. permanentes expostos extração, trituração e tratº; fção de
a poeiras e fumos - fundição de ligas compostos e ligas; fção de tubos
metálicas; extração, trituração e tratº de fluorescentes e ampolas de RX; fção
berílio; fção de ligas; fundição de ligas de queimadores e moderadores de
metálicas; uso na fção de tubos reatores nucleares; fção de vidros e
fluorescentes, ampolas de raio-X e vidros porcelanas para isolantes térmicos;
especiais. (25 anos). uso na ind. aeroespacial. (25 anos).
c) Cádmio: ops. com cádmio e compostos; c) Cádmio e compostos tóxicos:
trabs. permanentes expostos a poeiras e extração, tratº e preparação de ligas;
fumos - fundição de ligas metálicas; fção de compostos; uso de eletrodos
extração, tratº e preparação de ligas; fção de em soldas; uso no revest. eletrolítico
compostos; fundição de ligas metálicas; de metais; uso como pigmento e
solda com cádmio; uso em revest. metálico. estabilizador na ind. plástica; fção
(25 anos). eletrodos de baterias alcalinas níquel-
cádmio. (25 anos).
d) Chumbo: ops. com chumbo, seus sais e d) Chumbo e seus compostos
ligas; extração; fção e emprego de Pb tóxicos: extração e processamento de
tetraetila e tetrametila; fção de objetos e minério de Pb; metalurgia e fção de
artefatos; fção de acumuladores, pilhas e ligas e compostos; fção e reformas de
baterias elétricas com Pb ou compostos; fção acumuladores elétricos; fção e
de tintas, esmaltes e vernizes à base de emprego de Pb tetraetila e
compostos de Pb; fundição e laminação de tetrametila; fção de tintas, esmaltes e
Pb, zinco velho, cobre e latão; limpeza, vernizes à base de compostos;
raspagem e reparação de tqs. de mistura e pintura com pistola usando tintas
armazenagem de gasolina contendo Pb com pigmentos de Pb; fção de
tetraetila; metalurgia e refinação; objetos e artefatos de Pb e suas ligas;
vulcanização de borracha pelo litargírio ou vulcanização da borracha pelo
outros compostos; fundição, refino, litargírio ou outros compostos; uso
moldagens, trefilação e laminação; fção de em processos de soldagem; fção de
artefatos e prods. de Pb, baterias, vidro cristal e esmalte vitrificado;
acumuladores, tintas etc.; polimento e fção de pérolas artificiais; fção e uso
acabto. de ligas de Pb etc.; soldagem e de aditivos à base de Pb para a ind.
dessoldagem com ligas à base de Pb, plástica. (25 anos).
vulcanização da borracha, tinturaria,
estamparia, pintura e outros. (20 e 25 anos).
e) Cromo: ops. com cromo e seus sais; e) Cromo e seus compostos tóxicos:
trabs. permanentes expostos ao prod. - fção, fção, emprego indl., manipulação de
tanagem de couros, cromagem eletrolítica de cromo, ác. crômico, cromatos e
metais e outros; fção de ácido crômico, de bicromatos; fção de ligas de ferro-
cromatos e bicromatos. (25 anos). cromo; revest. eletrolítico de metais e
polimento de superfícies cromadas;
pintura com pistolas usando tintas
com pigmentos de cromo; soldagem
de aço moldável. (25 anos).
f) Fósforo: ops. com fósforo e compostos; f) Fósforo e seus compostos
extração e preparação de fósforo branco e tóxicos: extração e preparação de
compostos; fção e aplicação de prods. fósforo branco e compostos; fção e
fosforados e organofosforados, inseticidas, aplicação de prods. fosforados e
parasiticidas, e raticidas; fção de projéteis organofosforados (sínteses orgânicas,
incendiários, explosivos e gases asfixiantes à fertilizantes e praguicidas); fção de
base de fósforo branco; extração e depuração munições e armamentos explosivos.
do fósforo branco e compostos; fção de (25 anos).
prods. fosforados asfixiantes, tóxicos,
incendiários ou explosivos; emprego de
líquidos, pastas, pós e gases à base de
fósforo branco para destruição de ratos e
parasitas. (20 e 25 anos).
g) Manganês: ops. com Mg; trabs. g) Manganês e seus compostos:
Permanentes expostos a poeiras ou fumos de extração e beneficiamento de
Mg e seus compostos (bióxido) - metalurgia, minérios; fção de ligas e compostos;
cerâmica, ind. de vidros e outras; extração, fção de pilhas secas e acumuladores;
tratº e trituração por procs. manuais ou semi- preparação de permanganato de
automáticos; fção de compostos; fção de potássio e corantes; fção de vidros
pilhas secas contendo compostos; fção de especiais e cerâmica; uso de
vidros especiais, inds. de cerâmicas e outras eletrodos contendo manganês; fção
ops. Com exposição permanente a poeiras de de tintas e fertilizantes. (25 anos).
pirolusita ou de outros compostos. (25 anos).
h) Mercúrio: ops. com Hg, seus sais e h) Mercúrio e seus compostos:
amálgamas; extração e tratº de amálgamas e extração e uso de Hg e fção de
compostos, cloreto e fulminato de Hg; compostos; fção de espoletas com
emprego de amálgamas e derivados, fulminato de Hg; fção de tintas com
galvanoplastia, estanhagem e outros; pigmento contendo Hg; fção e
extração e fção de compostos; fção de manut. de apar. de medição e de
espoletas com fulminato de Hg; fção de Laboratório; fção de lâmpadas, válv.
solda à base de Hg; fção de aparelhos de Hg: eletrônicas e ampolas de RX; fção de
barômetro, manômetro, termômetro, baterias, acumuladores e
interruptor, lâmpadas, válvula eletrônica, retificadores de corrente; uso como
ampolas de RX e outros; fção de tintas à agente catalítico e de eletrólise;
base de composto; amalgamação de zinco douração, prateamento,
para fção de eletródios, pilhas e bronzeamento e estanhagem de
acumuladores; douração e estanhagem de espelhos e metais; curtimento e
espelhos à base de Hg; empalhamento de feltragem do couro e conservação da
animais com sais de Hg; recuperação de Hg madeira; recuperação do Hg;
por destilação de resíduos; tratº à quente das amalgamação do zinco; tratº a quente
amálgamas de ouro e prata para recuperação de amálgamas de metais; fção e
desses metais preciosos; secretagem de aplicação de fungicidas. (25 anos).
pêlos, crinas e plumas, feltragem à base de
compostos. (20 e 25 anos)
i) Ouro: redução, separação e fundição do i) Ouro: não faz menção.
ouro. (25 anos).
j) Hidrocarbonetos (hcb) e compostos de j): Hidrocarbonetos e compostos
Carbono: fção benzol, toluol, xilol (BTX); de carbono: não faz menção
fção/ aplicação inseticidas clorados exclusiva.
derivados de hcb; fção/ aplicação inseticidas
e fungicidas derivados do ác. Carbônico;
fção/ derivados halogenados de hcb
alifáticos: cloreto de metileno, brometo de
metila, clorofórmio, tetracloreto de carbono,
DCE, tetracloretano, tricloretileno e
bromofórmio; fção/ aplicação inseticidas à
base sulfeto carbono; fção seda artificial
(viscose); fção sulfeto carbono; fção
carbonilida; fção gás iluminação; fção
solvente para tintas, lacas e vernizes,
contendo B, T, X (25 anos).
k) Outros Tóxicos: Associação de k): Outros Tóxicos: Associação de
Agentes: fção fluór e ác. fluorídrico, cloro e Agentes: não há menção a
ác. Clorídrico e bromo e ác. bromídrico; Associação de Agentes exclusiva
aplicação revestim/os metálicos, para Agentes Químicos.
eletroplastia contendo: niquelagem,
cromagem, douração, anodização de
alumínio e outras ops.semelhantes; pintura a
pistola - assoc. solventes e hcb e partículas
suspensas; trabalhos em galeria e tanques de
esgoto (CO, gás sulfúrico, gás metano e
outros; solda elétrica e oxiacetilênio (fumos
metálicos); ind. Têxteis: alvejadores,
tintureiros, lavadores e estampadores a mão
(25 anos).
l) Outros Tóxicos Inorgânicos: trabalhos l):Outros Tóxicos Inorgânicos: não
permanentes expostos às poeiras, gases, faz menção.
vapores, neblinas, fumos de outros metais,
metalóides halógenos e seus eletrólitos
tóxicos ácidos, bases e sais – relação subst.
nocivas publicadas no Regulamento Tipo de
Segurança da OIT (25 anos).
m) Sílica, Silicatos, Carvão, Cimento e m) Sílica, Silicatos, Carvão,
Amianto: extração de rochas amiantíferas Cimento e Amianto: faz menção a
(furação, corte, desmonte, trituração, estes produtos em diferentes tópicos
peneiram/o e manipulação); extração, (exclusivos para alguns deles).
trituração e moagem de talco; decapagem,
limpeza de metais, foscam/o de vidros com
jato de areia; fção cimento; fção guarnições
p/ freios, materiais isolantes e
prod.fibrocimento; fção material refratário p/
fornos, chaminés e cadinhos, recup. de
resíduos; fção mós, rebolos, saponáceos, pós
e pastas p/ polim/o metais; moagem/
manipulação sílica na ind. de vidros,
porcelanas e outros prods. cerâmicos;
mistura, cardagem, fiação, tecelagem
amianto; trab. em pedreiras; trab. construção
túneis (15, 20 e 25 anos).
n) Poeiras Minerais Nocivas: sílica, n) Poeiras Minerais Nocivas: ídem
carvão, cimento, asbestos e talco; trabs. anterior.
Permanentes no subsolo em ops. de corte,
furação, desmonte e carregamento nas
frentes de trab.; trabs. permanentes em locais
de subsolo afast. das frentes de trab.,
galerias, rampas, poços, depósitos etc.; trabs.
Permanentes céu aberto, corte, furação,
desmonte e carregam/o, britagem,
classificação, carga e descarga de silos,
transportadores de correias e teleférreos,
moagem, calcinação, ensacam/o e outras
(15, 20 e 25 anos).
o) Tóxicos Orgânicos: ops. Executadas com o) Tóxicos Orgânicos: ídem
derivados tóxicos do Carbono: I- Hcb (ano, anterior.
eno, ino); II- Ác. Carbocílicos (oico); III-
Álcoois (al); IV- Aldehidos (el); V- Cetonas
(ona); VI- Esteres (oxi-sais em ato-ila); VII-
Éteres (óxidos oxi); VIII- Aminas- Amidos;
IX- Aminas- Animais; X- Nitrilas e
isonitrilas (nitrilas e carbilaminas); XI-
Compostos organometálicos, halogenados,
metalóidicos e nitrados (25 anos).
p) Benzeno (Bz) e seus compostos tóxicos: p) Benzeno (Bz) e seus compostos
não há referência específica. tóxicos: prod. e processam/o de Bz;
utilização de Bz como Mat. Prima
em sínteses orgânicas e na prod.
derivados; utilização Bz como
insumo na extração óleos vegetais e
álcoois; utilização prods. que
contenham Bz, como colas, tintas,
vernizes, prods. gráficos e solventes;
prod. e utilização clorobenzenos e
derivados; fção e vulcanização
artefatos borracha; fção e
recauchutagem de pneumáticos (25
anos).
q) Bromo e seus compostos tóxicos: não há q) Bromo e seus compostos tóxicos:
referência específica. fção e emprego do bromo e ác.
brômico (25 anos).
r) Petróleo, Xisto betuminoso, gás natural r) Petróleo, Xisto betuminoso, gás
e seus derivados: não há referência natural e seus derivados: extração,
específica. processam/o, beneficiam/o e ativi//s
de manut. realizadas em uni//s de
extração, plantas petrolíferas e
petroquímicas; beneficiam/o e
aplicação de misturas asfálticas
contendo hcb policíclicos (25 anos).
s) Asbestos: não há referência específica s) Asbestos: extração, processam/o e
manipulação de rochas amiantíferas;
fção de guarnições p/ freios,
embreagens e materiais isolantes
contendo asbestos; fção de prods.
fibrocimento; mistura, cardagem,
fiação e tecelagem de fibras de
asbestos (20 anos).
t) Carvão Mineral e seus Derivados: não t) Carvão Mineral e seus
há referência específica Derivados: extração, fção,
beneficiam/o e utilização de carvão
mineral, piche, alcatrão, betume e
breu; extração, prod. e utilização de
óleos minerais e parafinas; extração e
utilização de antraceno e negro de
fumo; produção de coque (25 anos).
u) Cloro e seus Compostos Tóxicos: não há u) Cloro e seus Compostos
referência específica. Tóxicos: fção e emprego de
defensivos organoclorados; fção e
emprego de cloroetilaminas
(mostardas nitrogenadas); fção e
manuseio de PCB; fção e emprego de
cloreto de vinil como monômero na
fção de PVC e outras resinas e como
intermediário em prod. químicas ou
como solvente orgânico; fção de
policloroprene; fção e emprego de
cloroformio e de tetracloreto de
carbono (25 anos).
v) Dissulfeto de Carbono: não há referência v) Dissulfeto de Carbono: fção e
específica. utilização de DC; fção de viscose e
seda artificial (raiom); fção e
emprego de solventes, inseticidas e
herbicidas contendo DC; fção de
vernizes, resinas, sais de amoníaco,
de tetracloreto de carbono, de vidros
óticos e prods. têxteis com uso de
DC (25 anos).
x) Iodo: não há referência específica. x) Iodo: fção e emprego indl. (25
anos).
w) Níquel e seus Compostos Tóxicos: não w) Níquel e seus Compostos
há referência específica Tóxicos: extração e beneficiam/o;
niquelagem de metais; fção de
acumuladores de níquel-cádmio (25
anos).
y) Sílica Livre: não há referência específica y) Sílica Livre: extração de minérios
a céu aberto; beneficiam/o e tratº de
prods. minerais geradores de poeiras
contendo sílica cristalizada; tratº,
decapagem e limpeza de metais e
fosqueam/o de vidros com jato de
areia; fção, processam/o, aplicação e
recuperação de mat. refratários; fção
de mós, rebolos e de pós e pastas p/
polimento; fção de vidros e
cerâmicas; construção de túneis;
desbaste e corte seco de materiais
contendo sílica (25 anos).
z) Outras Substâncias Químicas: não há z) Outras Substâncias Químicas
referência semelhante. GRUPO I: estireno; butadieno-
estireno; acrilonitrila; 1,3
butadieno; cloropreno;
mercaptanos; n-hexano; TDI;
aminas aromáticas: fção e
vulcanização de artefatos de
borracha; fção e recauchutagem de
pneus;
GRUPO II: aminas aromáticas;
aminobifenila; auramina;
azatioprina; bis (cloro metil) éter;
1-4 butanodiol; dimetanosulfonato
(mileran); ciclofosfamida;
acronitrila; cloroambucil;
dietilestilbestrol; nitronaftilamina;
4-dimetil-aminoazobenzeno;
benzopireno; betapropiolactona;
biscloroetileter; bisclorometil
clorometileter; dianizidina;
diclorobenzidina; dietilsulfato;
dimetilsulfato; etilenoamina;
etilenotiureia; fenacetina; iodeto
de metila; etilnitrosuréias;
metileno-ortocloroanilina (moca);
nitrosamina; ortotoluidina;
oximetalona; procarbazina;
propanosultona; 1-3 butadieno; óx.
etileno; etilbenzeno; TDI;
creosoto; 4-aminodifenil;
benzidina; betanaftilamina;
estireno; 1-cloro-2; 4-nitrodifenil;
3-poxipropano: manufatura de
magenta (anilina e orto-toluidina);
fção fibras sintéticas; sínteses
químicas; fção borracha e espumas;
fção plásticos; prod. medicamentos;
op. preservação madeira com
creosoto; esterilização materiais
cirurgicos (25 anos).
2.3- RISCOS BIOLÓGICOS 2.3- RISCOS BIOLÓGICOS
Exposição aos agentes citados
unicamente nas atividades
relacionadas.
a) Carbunculo, Brucela, Mormo e Tétano: a) Carbunculo, Brucela, Mormo e
ops. industriais com animais ou prods. Tétano: não há referência específica.
oriundos de animais infectados; trabs.
Permanentes expostos ao contato direto com
germes infecciosos - Assist. Veterinária,
serviços em matadouro, cavalariças e outros
(25 anos).
b) Germes infecciosos ou parasitários b) Germes infecciosos ou
humanos: Animais - Serviços Assist. parasitários humanos: não há
Médica, Odontológica e Hospitalar em que referência específica.
haja contato com organismos doentes ou
com materiais infecto-contagiantes; trabs.
Permanentes expostos ao contato com
doentes ou mat. infecto-contagiantes -
Assist. Médica, odontológica, hospitalar e
atividades afins (25 anos).
c) Carbúnculo, Brucela, Mormo, c) Carbúnculo, Brucela, Mormo,
Tuberculose e Tétano: trabs. permanentes Tuberculose e Tétano: não há
em que haja contato com prods. de animais referência específica.
infectados; trabs. permanentes em que haja
contato com carnes, visceras, glândulas,
sangue, ossos, pelos, dejeções de animais
infectados: médicos, veterinários,
enfermeiros e técnicos de laboratório (25
anos).
d) Animais doentes e mat. infecto- d) Animais doentes e mat. infecto-
contagiantes: trabs. permanentes expostos contagiantes: não há referência
ao contato com animais doentes ou materiais específica.
infecto-contagiantes: médicos, veterinários,
enfermeiros e técnicos de laboratório (25
anos).
e) Preparação de soros, vacinas e outros d) Preparação de soros, vacinas e
produtos: trabs. permanentes em Labo, com outros produtos: não há referência
animais destinados ao preparo de soro, específica.
vacinas e outros prods.: médicos-
laboratoristas, técnicos de Labo, biologistas
(25 anos).
f) Doentes ou materiais infecto- f) Doentes ou materiais infecto-
contagiantes: trabs. em que haja contato contagiantes: não há referência
permanente com doentes ou mat. infecto- específica.
contagiantes: médicos-laboratoristas
(patologistas), técnicos de Labo, dentistas e
enfermeiros (25 anos).
g) Germes: trabs. nos gabinetes de autópsia, a. Germes: não há
de anatomia e anátomo-histopatologia: referência
médicos-toxicologistas, técs. Labo, de específica.
anátomo-patologia ou histopatologia, técs.
Labo de gabinetes de necrópsia, técs.
anatomia (25 anos).
h) Microorganismos e Parasitas h) Microorganismos e Parasitas
infecciosos vivos e suas toxicinas: não há infecciosos vivos e suas toxicinas:
referência organizada desta forma. trabs. em estabelecimentos de saúde
em contato com pacientes portadores
de doenças infecto-contagiosas ou
com manuseio de mats.
Contaminados; trabs. com animais
infectados p/ tratamento ou p/ o
preparo de soro, vacinas e outros
prods.; trabs. em laboratórios de
autopsia, de anatomia e anátomo-
histologia; trab. exumação de corpos
e manipulação de resíduos de
animais deteriorados; trabs. em
galerias, fossas e tanques de esgoto;
esvaziamento de bio-digestores;
coleta e industrialização do lixo;
2.4- ASSOCIAÇÃO DE
AGENTES
Exposição aos agentes combinados
exclusivamente nas atividades
especificadas
a) Físicos, Químicos e Biológicos:
mineração subterrânea cujas
atividades sejam exercidas afastadas
das frentes de produção (20 anos)
b) Físicos, Químicos e Biológicos:
trabalhos em atividades permanentes
no subsolo de minerações
subterrâneas em frente de produção
(15 anos).
5- CONCLUSÃO
A análise comparativa das legislações anterior e vigente, referentes à Aposentadoria Especial, permite visualizar
com maior clareza, as mudanças introduzidas pelo governo FHC em um assunto que diz respeito aos direitos dos
trabalhadores, sem que estes tenham sido consultados a respeito.
No aspecto estritamente relacionado aos Quadros de Agentes Nocivos, podemos dizer que houve uma mudança
conceitual importante (que permeia de resto toda a nova legislação), ou seja, a abolição do enquadramento pelo
tipo de atividade, categoria profissional ou ocupação, que foi substituída pelo enquadramento em função da
efetiva exposição aos agentes nocivos relacionados, o que pareceria aceitável se alguns fatores fossem
considerados, como:
 dificuldade de acesso ou inexistência de equipamentos de avaliação ambiental em muitas regiões do país -
o que dificulta ou inviabiliza a avaliação quantitativa de exposição aos agentes nocivos, exigida
especialmente no caso dos riscos físicos;
 pouca disponibilidade de mão-de-obra técnica especializada em muitas regiões do país - o que dificulta ou
inviabiliza a avaliação da situação especial, na forma proposta;
 mudança gradual de conceitos, através de processo tripartite de discussão com os ramos envolvidos - o que
minimizaria ou evitaria a abolição de direitos fundamentados;
 garantia da participação dos trabalhadores no processo de avaliação de suas atividades no local de trabalho;
 consideração da percepção que os trabalhadores tem do processo de trabalho - expresso por exemplo na
confecção do Mapa de Risco -, na avaliação de suas atividades no local de trabalho;
 garantia do direito de discordância e revisão de enquadramento proposto, através dos sindicatos de
trabalhadores (direito de defesa);
 consideração da nocividade à saúde, dos riscos ergonômicos e daqueles oriundos da Organização do
Trabalho, para fins de enquadramento em situação especial;
No entanto, a inobservância destes princípios básicos pelo atual governo, conduz-nos a uma situação que se
assemelha mais à simples cassação de direitos, ao invés da simples evolução de conceitos.
Uma estimativa preliminar do resultado final deste processo pode ser avaliado através da relação abaixo ,de
categorias profissionais que perderam direitos:
Engenheiros Civil e Elétrico; Arquitetos; trabalhadores florestais, da caça e da pesca; da construção civil;
aeronautas; aeroviários; marítimos; da construção naval; ferroviários; de telecomunicações; da indústria têxtil;
metalúrgicos; soldadores; galvanizadores; caldeireiros e chapeadores; pintores; gráficos; estivadores e demais
trabalhadores do porto; bombeiros; investigadores e guardas; motoristas; eletricistas; químicos; mineiros de extração
e emprego de silicatos e do carvão; meteorologistas; pedreiros; lubrificadores; forneiros de olarias; carpinteiros;
ceramistas; tratoristas e operadores de máquinas; da fundição; dentistas.
Como se observa, diversas são as categorias e ocupações que antes eram explicitamente relacionadas na legislação e
que atualmente, dependem da avaliação do ambiente de trabalho para ter o seu enquadramento realizado ou não na
situação especial exigida.
6- ANÁLISE DAS ALTERAÇÕES EFETUADAS PELO GOVERNO FHC NA APOSENTADORIA
ESPECIAL NO ANO DE 1998
Dando continuidade aos estudos efetuados no primeiro semestre de 1997 por Grupo de Trabalho constituído na
CUT, a respeito das mudanças ocorridas na Aposentadoria Especial no Brasil desde 1991 (Lei 8.213 de 24/07/91;
Lei 9.032 de 28/04/95; Decreto 2.172 de 05/03/97), apresentamos abaixo algumas considerações a respeito de outros
dispositivos legais emitidos no decorrer do ano de 1998, que vieram a introduzir ou regulamentar mudanças no
sistema de classificação e concessão da aposentadoria especial, a saber:
1. Medida Provisória nº 1.663 de 28/05/98
Em seu artigo 28, revoga "a alínea "c" do parágrafo 8º do art. 28 e o art. 79 da Lei nº 8.212 de 24/07/91, o
parágrafo 5º do art. 57 da Lei nº 8.213 de 24/07/91, o art. 29 da Lei nº 8.880 de 27/05/94 e a Medida Provisória nº
1.586-9 de 21/05/98."
O parágrafo 5º do art. 57 da Lei nº 8.213 foi acrescentado pela Lei nº 9.032 de 28/04/95 e tinha a seguinte redação:
"O tempo de trabalho exercido sob condições especiais que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais à
saúde ou à integridade física será somado, após a respectiva conversão, ao tempo de trabalho exercido em
atividade comum, segundo critérios estabelecidos pelo MPAS, para efeito de concessão de qualquer benefício."
COMENTÁRIOS
 O parágrafo remetia a definição de critérios de conversão do tempo de trabalho exercido sob condições
especiais para tempo de trabalho exercido em atividade comum, ao MPAS, o que foi feito com a edição do
Decreto 2.172 de 05/03/97;
 Sua revogação significou a extinção legal desta possibilidade de conversão, passando a vigorar a
similaridade de contagem de tempo em qualquer uma das duas condições (atividade exercida em condições
especiais ou comum);
 Necessário lembrar que, a Lei 8.213/91 com a redação dada pela Lei 9.032/95 já proibia a conversão de
tempo de serviço comum em especial, ao definir neste parágrafo 5º do art. 57, que somente seria passível
de conversão o tempo de trabalho exercido sob condições especiais que fossem ou viessem a ser
consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física;
 Frise-se ainda que, com o advento da Lei 9.032/95, foi suprimida do caput do art. 57, versão original de
1991, a expressão "conforme a atividade profissional, sujeito a condições especiais que prejudiquem a
saúde ou a integridade física", ou seja, já havia sido excluído a referência à "atividade" profissional,
conforme demonstramos nos estudos anteriores e que gerou efetivas e grandes mudanças nos critérios de
concessão do benefício;
1. Ordem de Serviço INSS/DSS nº 600 de 02/06/98
A emissão desta Ordem de Serviço (OS) pelo INSS, causou grande polêmica no meio sindical e junto aos
trabalhadores segurados, visto que introduziu ao nosso ver, uma série de critérios sem qualquer respaldo legal e
destituídos muitas vezes, de embasamento técnico.
A CUT mobilizou os trabalhadores contra este dispositivo, sensibilizou a opinião pública e expôs diretamente à
diretoria do INSS em 08/07/98, seus argumentos e pontos de vista, a seguir descritos em nossos,
COMENTÁRIOS
 No ítem 1.2 apresenta uma definição de agentes nocivos e uma relação de agentes físicos, químicos e
biológicos, que inclui agentes anteriormente excluídos pelo Decreto 2.172, como a radiação não ionizante
(infra-vermelho, ultra-violeta, ultrassom e outros), a umidade e o frio;
 O ítem 2.1.4, ao tratar do caso de empresas comprovadamente extintas, dispensa o segurado da
obrigação de apresentar o antigo SB-40, porém, exigi que na Carteira de Trabalho conste seu setor de
trabalho e o obriga a apresentar um Laudo Técnico contemporâneo, emitido à época da existência da
empresa. Ou seja, introduz hoje uma exigência relativa a 20 ou 30 anos atrás, em caráter claramente
retroativo. Porque haveria um segurado de possuir um Laudo Técnico de 20 ou 30 anos atrás se, àquela
época não havia qualquer exigência para que o empregador produzisse este Laudo e muito menos que
entregasse uma cópia do mesmo ao trabalhador/a ?;
 Corroborando esta exigência absurda, o ítem 2.2 "Laudo Técnico Pericial" textualmente determina que a
partir de 29/04/95, "deverá ser exigida a apresentação do Laudo Técnico para todos os períodos de
atividade exercida sob condições especiais, qualquer que seja a época trabalhada";
 O ítem 2.2.3 relaciona os tipos de Laudos Técnicos que podem ser aceitos pelo INSS (para o presente e o
passado): laudos periciais; laudos da Fundacentro; laudos de Engenheiro ou Médico do Trabalho
(solicitados e autorizados pela empresa);
 Em 2.2.4 são relacionadas as exigências para composição dos Laudos emitidos a partir de 29/04/95,
destacando-se: exigência de informação sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva que diminua a
intensidade do agente a limites de tolerância e recomendação de sua adoção pelo estabelecimento;
conclusão do perito, se os agentes nocivos são ou não prejudiciais à saúde ou integridade física do
trabalhador;
 As exigências do ítem anterior são tecnicamente insustentáveis para os fins a que se destinam, porque um
agente é ou não é nocivo a saúde ou integridade física dependendo de sua concentração ou intensidade
(embora alguns o sejam por sua própria natureza;
 O ítem 2.2.5 defini que Laudos elaborados anteriormente ao exercício das atividades servirão de base,
desde que a empresa informe que as condições permanecem inalteradas desde sua elaboração;
 Para o ruído, apenas o Médico ou o Engenheiro do Trabalho podem calcular a média de exposição, quando
esta for variável;
 Em 2.2.8 e subítem está definido que "a utilização de equipamento de proteção (coletiva ou individual) não
descaracteriza o enquadramento da atividade", embora, se do Laudo constar "que o uso de equipamento,
individual ou coletivo, elimina ou neutraliza a presença do agente nocivo, não caberá o enquadramento da
atividade como especial.";
 Ressalte-se que não há expressamente uma permissão para que o uso de EPI descaracterize a condição
especial, visto que, p.ex., o fato do trabalhador usar um Protetor Auricular, não elimina ou neutraliza a
presença do ruído no ambiente: ele continua lá;
 No entanto, esta redação mal elaborada ou mal intencionada, propiciou que autores de Laudos Técnicos
passassem a referir nos mesmos, o fornecimento de EPI pela empresa e, consequentemente, a
descaracterização da condição especial, mesmo que o EPI não esteja eliminando a presença p.ex., do ruído,
do calor, da substância química no ar;
 Portanto, o fornecimento e uso de EPI não deve ser utilizado para descaracterizar a condição especial;
 Somente para os Laudos emitidos a partir de 29/04/95 é exigido a conclusão de existência ou não de
exposição aos agentes nocivos;
 O ítem 2.2.10 veda a utilização de prova emprestada (laudos de condições similares);
 Aos empregados de empresas prestadoras de serviço passa a ser exigido Laudo do local onde os serviços
foram prestados, ou seja, nas Contratantes. Isto na prática, elimina a possibilidade destes trabalhadores
terem acesso ao benefício, pois dificilmente obterão este Laudo, na forma das relações de trabalho atuais;
 Como consta da Lei, há menção à possibilidade das empresas que não possuirem Laudos Técnicos
atualizados, virem a ser multadas pelo INSS, abrindo aqui a possibilidade dos Sindicatos denunciarem
empresas que estejam prejudicando os trabalhadores por este motivo;
 Quanto ao enquadramento do tempo de trabalho exercido sob condições especiais, o ítem 3.1 estabelece
que o segurado que implementou as condições para concessão do benefício até 28/04/95, devem ser
utilizados os Anexos I ou II da lei antiga (Decreto nº 83.080/79 e Decreto nº 53.831/64), devendo o
segurado comprovar que a atividade profissional foi exercida em condições especiais, ou seja, mais uma
vez se determina a aplicação de regras atualmente definidas para condições vividas no passado;
 Os demais ítens estabelecem que as regras atuais também se aplicam (devem ser observadas) de forma
retroativa quando o segurado implementar as condições para concessão do benefício após 06/03/97;
 Também é vedada a conversão de qualquer atividade comum em especial, para o período posterior a
29/04/95;
 Estabelece ainda que o exercício de atividade sindical licenciada no período posterior a 29/04/95 não deve
ser computado como tempo de serviço especial, ou seja, o companheiro/a rompe o critério da continuidade
e perde o direito ao benefício;
 A conversão de tempo de serviço somente será aplicada aos benefícios cujo direito foi adquirido até
28/05/98;
 Determina também que a empresa deve manter atualizado o perfil profissiográfico abrangendo as
atividades desenvolvidas pelo trabalhador/a, e fornecer a este/a, cópia autêntica desse documento quando
da rescisão do contrato de trabalho;
 Esta que seria uma boa medida para o trabalhador não parece estar sendo executada porque o INSS não
definiu o que seria este "perfil profissiográfico", sendo motivo de questionamento judicial;
 Outra medida de caráter de proteção à saúde, estabelece que o INSS deve enviar ao Ministério Público
do Trabalho, cópia do antigo SB-40 e do Laudo Técnico em que estiver explicitado o descumprimento de
normas de proteção ao trabalhador;
 Essa medida deve, na prática, prejudicar ainda mais o trabalhador/a, já que a empresa tenderá a omitir estas
condições do Laudo Técnico e do documento que são de sua responsabilidade e não produzidos sob alguma
forma de controle social.
Em resumo, pode se afirmar seguramente que esta OS introduz mais confusão ao assunto, sendo clara em apenas
um aspecto: dificultar a concessão do benefício ao segurado e viabilizar que artifícios como EPI e proteção coletiva,
sirvam para descaracterizar a condição especial.
A CUT solicitou em 22/07/98, audiência com o Ministro da Previdência e Assistência Social, Senador Waldeck
Vieira Ornelas, mas não foi atendida.
Decreto nº 2.782 de 14/09/98
Este Decreto do Presidente da República veio para regulamentar o artigo 28 da Medida Provisória 1.663-13
(edição de 26/08/98), ou seja, regulamentar o artigo de uma Medida Provisória que sequer foi aprovada pelo
poder legislativo.
Determina que o tempo de trabalho exercido até 28/05/98 em condições especiais será somado, após a
respectiva conversão, ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, desde que o segurado tenha
completado até aquela data, pelo menos 20% do tempo necessário para obtenção da aposentadoria especial (3,
4 e 5 anos no mínimo, para conversão de 15, 20 e 25 anos respectivamente, com diferentes multiplicadores
para homens e mulheres, conforme Tabela).
A Folha de São Paulo de 20/09/98, traz matéria onde o advogado Wladimir Novaes Martinez, especialista em
Previdência, relata 3 exemplos de pessoas enquadradas em aposentadoria especial com 25 anos de trabalho:
"1) homem que teve 5 anos em atividade especial no passado e mais 25 na comum. Os 5 anos, com acréscimo
de 40% (multiplique 5 por 1,4) passam para 7, que somados aos 25 resultam em 32 anos de serviço;
2) outro homem que trabalhou 10 anos em atividade comum, 10 na especial e os últimos 11 também na comum.
A soma de 10 com 14 (10 vezes 1,4) e 11 dá 35 anos de serviço;
3) um terceiro que trabalhou 20 anos em atividade comum e outros 10 em especial. Os 20 mais 14 (10 vezes
1,4) resultam em 34 anos de serviço."
1. Ordem de Serviço nº 611 de 10/09/98
Esta OS introduz um novo subítem (2.2.3.1) no ítem 2.2 (Laudo Técnico Pericial) da OS 600, estabelecendo os
procedimentos relativos aos períodos anteriores a 29/04/95, como:
Exceto para o Ruído, a apresentação de Laudo Técnico para estes períodos exercidos sob condições especiais, pode
ser suprida pela apresentação de SB-40 corroborado por: Laudo emitido de acordo com as NR´s do MTb;
informações contidas no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e Programa de Controle Médico e
Saúde Ocupacional (PCMSO), das NR´s 7 e 9 da legislação do MTb; Laudos periciais produzidos em processos
judiciais; justificação administrativa baseada em documento com expressa referência aos agentes nocivos
relacionados no Anexo IV do Decreto 2.172 de 05/03/97.
COMENTÁRIOS
 Absurdamente, a última possibilidade listada no parágrafo anterior (a justificação administrativa), indica
que devem ser observados em documentos anteriores a 1995, a presença de agentes listados em 1997. Mais
uma vez fica a dúvida: má fé ou incompetência? Ou os dois?;
 Outra possibilidade (PPRA e PCMSO) só teriam sentido, no caso do PCMSO, por um curto período de
menos de 4 meses, visto que o PCMSO foi instituído em 30/12/94 e o prazo da OS é até 28/04/95;
 Para o PPRA, configura-se mais uma vez o absurdo: este Programa só passou a ser exigido das empresas a
partir de 30/06/95. Como poderia então, servir de referência para situações existentes até 28/04/95?;
 Na prática, só restaram os Laudos Judiciais e outros produzidos pela própria empresa, ou seja, aos quais os
trabalhadores dificilmente ou nunca tem acesso;
Ou seja, uma OS totalmente descabida e mal elaborada, intencionalmente ou não.
1. Ordem de Serviço nº 612 de 21/09/98
Esta OS modifica condições estabelecidas na OS 600 e revoga a OS 611, acima criticada, estabelecendo novos
procedimentos para o enquadramento, conversão e comprovação do exercício de atividade especial.
O subítem 2.2.3.l instituído na OS 611 para tratar de períodos anteriores a 29/04/95, passa agora a estabelecer
regras aos segurados com implementação de direito a partir de 29/04/95, embora referindo-se ainda a
apresentação de Laudo Técnico para períodos de atividades sob condições especiais anteriores a esta data (exceto
para ruído), que são as mesmas relacionadas na OS 611.
COMENTÁRIOS
Com essa OS o INSS quis esclarecer que as exigências referem-se aos segurados que completaram o direito ao
benefício a partir de 29/04/95. Mas mesmo assim, o INSS continuou estabelecendo exigências no presente, para
situações vigentes no passado.
Basicamente, são as seguintes as condições vigentes até o momento (04/12/98) para enquadramento na condição
especial:
a. Segurado com direito adquirido até 28/04/95
 Anexos I ou II do RBPS, aprovado pelo Decreto nº 83.080/79;
 Quadro Anexo ao Decreto nº 53.831/64;
 Cabe a conversão de atividade para concessão de aposentadoria comum ou especial;
 Sem apresentação de Laudo Técnico, exceto para ruído;
b) Segurado com direito adquirido de 29/04/95 a 05/03/97
 Relação anexa ao OF/MPAS/SPS/GAB nº 95/96;
 Não cabe a conversão de atividade comum para especial, somente de especial para comum;
 Com apresentação de Laudo Técnico para todo o período, inclusive anteriores a 29/04/95 (vide subítem
2.2.3.l);
c. Segurado com direito adquirido de 06/03/97 a 28/05/98
 Anexo IV do RBPS, aprovado pelo Decreto nº 2.172/97;
 Não cabe a conversão de atividade comum para especial, somente da especial para comum;
 Com apresentação de Laudo Técnico para todo o período, inclusive anteriores a 29/04/95 (vide subítem
2.2.3.1);
A partir de 29/05/98
 Anexo IV do RBPS, aprovado pelo Decreto nº 2.172/97;
 É permitida a conversão de atividade especial para comum, desde que o segurado tenha completado até
28/05/98, o tempo de serviço mínimo de 03, 04 ou 05 anos em atividade especial, conforme o agente
nocivo a que estava exposto (Decreto nº 2.782/98);
 Com apresentação de Laudo Técnico para todo o período, inclusive anteriores a 29/04/95 (vide subítem
2.2.3.1).
A conversão de tempo de serviço especial para comum somente será aplicada se o tempo de trabalho exercido até
28/05/98, nas condições de exposição aos agentes nocivos relacionados no Anexo IV do Decreto 2.172/97,
corresponda pelo menos a 20% do tempo necessário para obtenção da respectiva aposentadoria especial, ou seja, 03,
04 ou 05 anos.
Observada esta exigência, a mesma Tabela da OS 600 e do Decreto 357 de 07/12/91, que aprova o Regulamento de
Benefícios da Previdência Social (RBPS) de acordo com a Lei 8213/91, continua a valer para a conversão de tempo,
de especial para comum unicamente.
Uma novidade nesta OS (ítem 4.2.1) é que, "ressalvado o direito adquirido, a conversão de tempo de serviço em
condições especiais para tempo de serviço comum, mesmo que exercido anteriormente a 29/04/95, só poderá ser
efetivada se, no exercício da atividade, o segurado estiver sujeito aos agentes relacionados no Anexo IV do RBPS,
aprovado pelo Decreto nº 2.172/97, não sendo permitida a conversão quando a atividade profissional, o grupo
profissional e os agentes nocivos constarem apenas do quadro anexo ao Decreto 53.831/64 ou dos Anexos I ou II do
RBPS, aprovado pelo Decreto nº 83.080/79.".
COMENTÁRIOS
 O INSS reafirma aqui que, os critérios definidos a partir de 05/03/97 (apresentação de Laudo Técnico
comprovando efetiva exposição aos agentes nocivos de modo permanente, não intermitente e habitual), são
retroativos ao passado, ou seja, devem ser observados mesmo quando estava em vigência a
regulamentação anterior (de 1964 e 1979);
 O INSS parece exigir que, além da comprovação do exercício da atividade profissional, o segurado tem
que comprovar, efetiva exposição ao agente nocivo, o que se faz através da apresentação de Laudo
Técnico (nas formas definidas no subítem 2.2.3.1, introduzido com a OS 611 e mantido nesta);
Para o segurado exposto ao agente nocivo Ruído, quando implementadas todas as condições para concessão do
benefício até 13/10/96, o limite de ruído a ser observado será acima de 80 decibéis, sempre acompanhado de Laudo
Técnico.
Para quem implementar as condições a partir de 14/10/96, deverá ser observado o limite de ruído acima de 90
decibéis, condicionado ainda à apresentação de Laudo Técnico.
COMENTÁRIOS
 Estas definições implicam que, até 13/10/96 um segurado que vinha trabalhando há 20 anos p.ex., exposto
a níveis de 87 decibéis, sabia que tinha direito a aposentadoria especial. Mas, como até desta ele não havia
completado o tempo mínimo de 25 anos exigido, ele simplesmente perdeu os 20 anos anteriores, que não
podem mais ser convertidos de especial para comum. Ele teria que haver estado exposto acima de 90
decibéis, embora soubesse que o que valia era os 80 decibéis. Ou seja, a Medida Provisória nº 1.523 de
11/10/96, mudou as regras no meio do jogo (no final dele, para alguns menos afortunados);
 Embora isto para nós signifique surrupiar um direito adquirido, o governo FHC defende que não, que
este direito só estaria adquirido se complementada todas as condições até a mudança da Lei.
1. Ordem de Serviço nº 613 de 05/10/98
Esta OS estabelece a documentação básica necessária para requerimento de benefícios, entre os quais destacamos:
 Laudo Técnico Pericial para todos os períodos de atividade;
 Formulário DSS-8030 (antigo SB-40);
 Obs.: quando o segurado tiver implementado as condições até 28/04/95, será dispensada a apresentação de
Laudo Técnico Pericial, exceto para ruído.
COMENTÁRIOS
 Frise-se que, como vimos anteriormente, para o INSS, "Ter implementado as condições até 28/04/95",
significa haver completado integralmente períodos de 15, 20 ou 25 anos em atividade considerada especial;
7- CONCLUSÃO GERAL
Para nossa concepção de justiça e direito adquirido, uma condição deveria ser válida até o dia de sua efetiva
mudança, ou seja, o direito deveria ser observado por dia de vigência e não por período de tempo. Pelas regras
vigentes (ítem 6.2 desta OS 612), o Período Básico de Cálculo (PBC) será fixado com base na data de afastamento
do último emprego ou na data da entrada do requerimento da aposentadoria especial, contando a partir daí, para trás,
o tempo de trabalho.
Um bom exemplo para entender: aos 40 minutos do segundo tempo de um jogo final do Campeonato Brasileiro, o
Vasco da Gama perdia para o Palmeiras por 2 a 1, sendo que os dois gols do Palmeiras foram feitos de cabeça. Os
palmeirenses já comemoravam o título quando, de repente, o Juiz paralisa o jogo e avisa que a CBF baixou uma
nova regra no futebol naquele exato momento: todos os gols feitos de cabeça, não tem mais validade. Imediatamente
o placar do estádio muda, ficando: Vasco da Gama 1 e Palmeiras 0. Como nos restantes 5 minutos o Palmeiras não
consegue marcar um gol com os pés, o jogo termina com o Vasco campeão.
Ou seja, a mudança de regra ao final do jogo, foi retroativa aos 85 minutos já jogados, anulando os efeitos das
regras que até aquele momento estavam em vigor (como os 2 gols feitos de cabeça).
PROPOSTAS DA CUT PARA A MODIFICAÇÃO DOS CRITÉRIOS PARA CONCESSÃO DE
APOSENTADORIA ESPECIAL
Baseados nas considerações e conclusões que permeiam todo este trabalho, passamos a relacionar abaixo algumas
propostas que foram discutidas em diversos eventos promovidos pela CUT Nacional, Confederações, Federações e
Sindicatos Nacionais filiados à Central, além das CUT estaduais, membros dos Coletivos Estaduais e do Coletivo
Nacional de Saúde no Trabalho e Meio-Ambiente e demais companheiros e companheiras interessados.
PROPOSTA 1 - Apresentação de definição conceitual de "atividades profissionais prejudiciais à saúde ou à
integridade física": "As atividades profissionais prejudiciais à saúde ou à integridade física do trabalhador ou da
trabalhadora, previsto no artigo 58 da Lei 8.213 são aquelas nas quais se constata a presença no ambiente de
trabalho, dos riscos relacionados na Tabela I (Anexo IV) da Norma Regulamentadora 5 da Portaria 3214/78 da
Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho."
PROPOSTA 2 - Apresentação de definição conceitual de "condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física": "As condições especiais mencionadas no artigo 57 da lei 8.213 são aquelas nas quais, os riscos
relacionados na Tabela I (Anexo IV) da Norma Regulamentadora 5 da Portaria 3214/78 da Secretaria de
Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho, embora não estejam presentes nas atividades rotineiras
ou na jornada integral do trabalhador ou da trabalhadora, quando se manifestam, são de tal intensidade ou nível
que colocam em risco sua saúde ou integridade física
PROPOSTA 3 - Apresentação de definição conceitual de "associação de agentes prejudiciais à saúde ou à
integridade física": "As associações de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física do trabalhador ou da
trabalhadora, na forma disposta no parágrafo 4o. do artigo 57 da lei 8.213 são aquelas nas quais se verifica a ação
sinérgica entre os agentes previstos na Tabela I (Anexo IV) da Norma Regulamentadora 5 da Portaria 3214/78 da
Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho."
PROPOSTA 4 - Apresentar uma proposta de "Relação de atividades profissionais prejudiciais à saúde ou à
integridade física" - no GT interministerial, ou como PL na Câmara, para regulamentar o Art. 58 que, ao nosso ver,
continua não-regulamentado;
PROPOSTA 5 - Apresentar uma "relação de agentes nocivos" mencionada no Art. 66 do Decreto 2.172: "A relação
de agentes nocivos mencionada no artigo 66 do Decreto 2.172 é aquela constante da Tabela I (Anexo IV) da Norma
Regulamentadora 5 da Portaria 3214/78 da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do
Trabalho."
PROPOSTA 6 - Adotar as definições de agentes físicos, químicos e biológicos da Norma Regulamentadora 9 da
Portaria 3214/78 da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho:
_ "Consideram-se agentes físicos diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais
como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não-ionizantes,
bem como o infra-som e ultra-som.";
_ "Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela
via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da
atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão.";
_ "Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.";
PROPOSTA 7 - Apresentar proposta conceitual de penosidade para ser incluído no caput de um novo ítem (Riscos
Ergonômicos e Organizacionais) do ANEXO IV - CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES NOCIVOS, do Decreto
2.172 de 05/03/97: "Serão consideradas atividades penosas aquelas que por sua natureza, condições e métodos de
trabalho, exponham os empregados a condições de estresse e sofrimento físico e mental.";
PROPOSTA 8 - Que o Mapa de Risco da CIPA possa ser utilizado como alternativa ao laudo técnico, nas empresas
onde o SESMT não for exigido: "As empresas que não estiverem obrigadas a constituir o Serviço Especializado em
Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), na forma estabelecida pela Norma Regulamentadora 4 da Portaria
3214/78 da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho, poderão utilizar-se das
informações levantadas pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) durante a elaboração do Mapa
de Riscos previsto na alínea "o" do ítem 5.16 da NR-5.";
PROPOSTA 9 - Que seja obrigatória a consulta ao Mapa de Risco da CIPA, quando da elaboração do Laudo
Técnico por Engenheiros ou Médicos do Trabalho, na forma prevista no ítem 9.6.2 da NR-9: "O conhecimento e a
percepção que os trabalhadores têm do processo de trabalho e dos riscos ambientais presentes, incluindo os dados
consignados no Mapa de Riscos, previsto na NR-5, deverão ser considerados para fins de elaboração do Laudo
Técnico de Condições de trabalho.";
PROPOSTA 10 - Que o responsável pelo PPRA possa preencher o formulário para aposentadoria especial, bem
como o médico responsável pelo PCMSO, mesmo que não especializado em Medicina do Trabalho: "O responsável
pela elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
(PPRA), bem como o Coordenador do Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO), na forma
estabelecida nas NR 9 e 7 respectivamente, poderão fornecer os subsídios necessários para o preenchimento do
formulário previsto no parágrafo 2o. do artigo 66 do Decreto 2.172 de 05/03/97.";
PROPOSTA 11 - Que a metodologia de avaliação qualitativa da exposição seja priorizada, em detrimento da
quantitativa e do simples perfil profissiográfico (trabalho prescrito): "Os levantamentos técnicos necessários para a
avaliação da exposição dos trabalhadores aos agentes nocivos estabelecidos deverão seguir o roteiro definido nos
subítens 9.3.2, 9.3.3 e 9.3.4 da NR-9 da Portaria 3214/78 da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do
Ministério do Trabalho.";
PROPOSTA 12 - Que o simples pagamento de adicionais de insalubridade e periculosidade já sirvam como
referência para a concessão da aposentadoria especial: "O efetivo pagamento de adicional de insalubridade e
periculosidade pelo empregador, deverá servir como indicador e comprovante das condições especiais que
prejudicam a saúde e integridade física do trabalhador ou da trabalhadora, sendo dispensada a exigência de
elaboração de laudo técnico.";
PROPOSTA 13 - Que os laudos técnicos elaborados para fins de concessão de aposentadoria especial sejam
entregues à CIPA e sindicato, como forma de controle social do sistema previdenciário: "Os laudos técnicos
utilizados como subsídio para o preenchimento de formulário referente à concessão de aposentadoria especial,
deverão ser entregues à CIPA e sindicato da categoria do trabalhador ou trabalhadora, sendo que estes poderão se
manifestar a respeito perante o empregador.";
PROPOSTA 14 - Que os sindicatos e os trabalhadores possam requerer a elaboração de laudos técnicos e que estes
sejam pagos pelo empregador: "A qualquer tempo, os trabalhadores e seus sindicatos poderão requerer ao
empregador a realização de levantamentos técnicos para fins de comprovação das condições especiais previstas na
legislação, cabendo ao mesmo providenciá-lo, às suas custas.";
PROPOSTA 15 - Que os sindicatos possam acompanhar a elaboração de laudos técnicos para fins de aposentadoria
especial: "Os trabalhadores, seus representantes na CIPA e o sindicato da categoria, poderão acompanhar os
levantamentos técnicos efetuados para fins de comprovação das condições especiais previstas na legislação.";
PROPOSTA 16 - Redução da exigência de 90 para 85 decibéis, para fins de igualar a legislação trabalhista e
previdenciária: "Os níveis de ruído a que o trabalhador ou trabalhadora deverá estar exposto para caracterizar a
condição especial que dá direito à aposentadoria especial são aqueles estabelecidos na NR-15 da Portaria 3214/78
da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho.";
PROPOSTA 17 - O EPI não deve ser utilizado como fator de redução da exposição aos agentes nocivos: "O
Equipamento de Proteção Individual (EPI) fornecido pelo empregador, não deve servir como fator de redução da
exposição do trabalhador ou da trabalhadora aos agentes nocivos, em função da inconsistência técnica para
comprovação de sua eficiência real.";
PROPOSTA 18 - As substâncias suspeitas ou comprovadamente cancerígenas devem ser tratadas de forma
diferenciada, com enquadramento direto na condição especial: "A presença de substâncias químicas classificadas
como suspeitas ou comprovadamente cancerígenas por agências de referência nacionais ou internacionais, devem
ser compulsoriamente consideradas como condição especial para a concessão de aposentadoria especial, já que
inexistem concentrações seguras de exposição.";
PROPOSTA 19 - Apresentar proposta conceitual de Riscos Mecânicos (ou de Acidentes) para ser incluído no
caput de um novo ítem (Riscos Mecânicos) do ANEXO IV - CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES NOCIVOS, do
Decreto 2.172 de 05/03/97: "Riscos mecânicos ou de acidentes são aqueles que dão origem a um acontecimento
fortuito causador de morte, lesão ou lesões, com consequente perda ou redução, temporária ou permanente, da
capacidade física e mental do trabalhador, cujas fontes são as condições dos meios de trabalho.";
PROPOSTA 20 - Baseados nos conceitos e critérios técnicos acima propostos, as seguintes alterações deverão ser
efetuadas no ANEXO IV - CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES NOCIVOS, do Decreto 2.172 de 05/03/97:
Quanto aos RISCOS FÍSICOS:
1. inclusão dos seguintes agentes nocivos: frio, umidade e radiação não-ionizante;
2. alteração na alínea "f" para a seguinte redação: "exposição permanente acima de 85 decibéis.";
3. inclusão das seguintes atividades no ítem 2.0 -Vibrações: "b) Trabalho em usinas geradoras de eletricidade
(Sala de Turbinas e Geradores)."; c) Trabalho permanente no interior de cabines móveis de pontes-
rolantes elétricas; d) Trabalho permanente na operação de empilhadeiras à motores elétricos e à
explosão; e) Trabalho permanente na operação de tratores de uso agrícola e industrial; f) Trabalho
permanente de condução de ônibus e caminhões com motores elétricos ou à explosão localizados na parte
dianteira do veículo; g) Operação de motoserra; h) Condução de Máquinas Locomotivas à motor elétrico
ou à explosão;"
Quanto aos RISCOS QUÍMICOS:
1. no ítem 2.2, substituir o termo "exemplificativas" por "indicativas ";
2. o emprego do arsênio e seus compostos deve ser previsto na relação de atividades constantes do Quadro;
3. o emprego do berílio e seus compostos deve ser previsto na relação de atividades constantes do Quadro;
4. os sais de chumbo devem ser incluidos na relação de atividades constantes do Quadro;
5. o mesmo deve ocorrer com o emprego de tintas à base de pigmentos de chumbo e fabricação de pilhas e
baterias;
6. a referência a cobre, zinco velho e latão devem constar da relação de atividades constantes do Quadro;
7. o emprego de tintas à base de pigmentos de cromo deve constar da relação de atividades do Quadro;
8. as operações de empalhamento de animais com sais de mercúrio, a secretagem de pêlos, crinas e plumas
devem constar da relação de atividades do Quadro;
9. as referências a tolueno e xileno, bem como a hidrocarbonetos alifáticos como cloreto de metileno, brometo
de metila, dicloroetano, tetracloroetano, tricloroetileno e bromofórmio devem constar da relação de
atividades do Quadro;
10. as referências à fabricação de fluór, ácido fluorídrico, cloro e ácido clorídrico; a aplicação de revestimentos
metálicos contendo cromagem, douração e anodização de alumínio; a realização de solda elétrica e a
oxiacetileno, devem constar da relação de atividades do Quadro;
11. a menção a silicatos também deve constar da relação de atividades do Quadro;
as referências à extração, trituração e moagem de talco; a fabricação de cimento e de saponáceos devem constar da
relação de atividades do Quadro;
Quanto aos RISCOS BIOLÓGICOS:
Não há qualquer recomendação especial a ser feita neste ítem.
Quanto a ASSOCIAÇÃO DE AGENTES:
1. Alteração do "caput" do ítem 4.0 introduzindo a seguinte redação: "Exposição de forma combinada aos
agentes nocivos à saúde e integridade física";
2. Manutenção da redação atual dos ítens 4.0.1 e 4.0.2;
3. Inclusão do ítem 4.0.3 com a seguinte redação: "Físicos, Químicos e Biológicos - 25 anos: a) Trabalho
permanente de condução de ônibus e caminhões com motores elétricos ou à explosão localizados na parte
dianteira do veículo; b) Trabalho em coquerias;";
PROPOSTA 21 - Baseado nas alterações de conceitos e critérios propostos, faz-se necessário a inclusão dos
seguintes ítens no ANEXO IV - CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES NOCIVOS, do Decreto 2.172 de 05/03/97:
Quanto aos RISCOS ORGANIZACIONAIS E ERGONÔMICOS:
1. Incluir no caput deste ítem: "Serão consideradas atividades penosas aquelas que por sua natureza,
condições e métodos de trabalho, exponham os empregados a condições de estresse e sofrimento físico e
mental.";
2. As seguintes atividades devem constar do Quadro, abaixo do caput proposto acima: "a) Atividades pesadas
que envolvam esfoço físico (levantar, carregar e puxar cargas pesadas); b) Trabalhos que exijam posturas
corporais incômodas; c) Atividades caracterizadas pela repetitividade de movimentos; d) Trabalho
realizado permanentemente durante toda a jornada, na posição em pé; e) Atividades que demandem
permanente esforço cognitivo; f) Atividades que envolvam permanente auto-controle sobre a livre
expressão do corpo e dos sentimentos; g) Atividades relacionadas ao sofrimento humano em
estabelecimentos de saúde ou congêneres; h) Atividades que envolvam atendimento direto ao público; i)
Trabalho em condições de perigo de vida permanente; j) Trabalho em regime de turnos alternados; k)
Atividades que exijam confinamento ou isolamento constante.";
Quanto aos RISCOS MECÂNICOS (OU DE ACIDENTES)
1. Incluir no caput deste ítem: "Riscos mecânicos ou de acidentes são aqueles que dão origem a um
acontecimento fortuito causador de morte, lesão ou lesões, com consequente perda ou redução, temporária
ou permanente, da capacidade física e mental do trabalhador, cujas fontes são as condições dos meios de
trabalho.";
Os meios de trabalho referidos é que devem ser relacionados nas alíneas: "a) Operação de Prensa Injetora; b)
Operação de Máquinas Guilhotinas; c) Operação de Serras elétricas ou pneumáticas; d) Operação de motosserras;
e) Operações de Hidrojateamento; f) Trabalho permanente em altura em obras de construção civil; g) Trabalho de
montagem de andaimes; h) Trabalho com energia elétrica; i) Trabalho com armas de fogo; j) Operação de
Máquinas Sisaleiras; l) Trabalho com materiais explosivos ; m) Trabalhos em aeronaves, em porões de navios de
carga e manutenção de vias férreas; n) Trabalhos de extinção de fogo e salvamento; o) Trabalhos no interior de
minas subterrâneas; p) Trabalhos de mergulho; q) Trabalhos com materiais biológicos classificados em Graus de
Risco 3 e 4;".
São Paulo, 04 de dezembro de 1998.

Você também pode gostar