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Aposentadoria Especial
Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida
nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a
saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos,
conforme dispuser a lei. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)
§ 5º O tempo de trabalho exercido sob condições especiais que sejam ou venham a ser
consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física será somado, após a respectiva
conversão ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, segundo critérios estabelecidos
pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, para efeito de concessão de qualquer
benefício. (Incluído pela Lei nº 9.032, de 1995)
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§ 8º Aplica-se o disposto no art. 46 ao segurado aposentado nos termos deste artigo
que continuar no exercício de atividade ou operação que o sujeite aos agentes nocivos
constantes da relação referida no art. 58 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.732, de 11.12.98)
Art. 58. A relação dos agentes nocivos químicos, físicos e biológicos ou associação de
agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física considerados para fins de concessão da
aposentadoria especial de que trata o artigo anterior será definida pelo Poder Executivo.
(Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997)
§ 3º A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos agentes
nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento de
comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo estará sujeita à
penalidade prevista no art. 133 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997)
Base Legal
Arts. 57 e 58, LBPS, e art. 201, § 1°, CF.
Titular
Empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual, esse somente
quando cooperado filiado à cooperativa de trabalho ou de produção (art. 64,
RPS).
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Súmula 62 da TNU:
“O segurado contribuinte individual pode obter reconhecimento de atividade especial
para fins previdenciários, desde que consiga comprovar exposição a agentes nocivos à
saúde ou à integridade física.”
§ 1o Será devida contribuição adicional de nove, sete ou cinco pontos percentuais, a cargo
da empresa tomadora de serviços de cooperado filiado a cooperativa de trabalho, incidente
sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, conforme a atividade
exercida pelo cooperado permita a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou
vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente. Produção de efeito
§ 2o Será devida contribuição adicional de doze, nove ou seis pontos percentuais, a cargo
da cooperativa de produção, incidente sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao
cooperado filiado, na hipótese de exercício de atividade que autorize a concessão de
aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição,
respectivamente. Produção de efeito
Requisitos
Requisitos (art. 57, LBPS):
Tempo de serviço em condições especiais que prejudiquem a saúde ou
a integridade física.
Exposição habitual e permanente
15, 20 ou 25 anos
(TODO O PERÍODO ESPECIAL – art. 57,§ 4°, LBPS, a partir da Lei 9.032/95)
Carência
180 meses, com a regra de transição do art.
142, LBPS, para filiados até 24/09/91.
Lei 10.666/03, art. 3°, caput: a perda da qualidade de segurado não será
considerada para concessão deste benefício. Logo, não se aplica a regra do
terço (art. 42, §único).
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Sobre as mudanças nos critérios de concessão da aposentadoria
especial,por parte das Leis ns. 9.032/95 e 9.528/97,
“A Lei n. 9.032/95 redefiniu o art. 57 do PBPS:
• alterando o coeficiente do salário de benefício, unificado em 100%;
• impondo a necessidade de prova das condições ambientais;
• cometendo ao MPAS a atribuição de fixar os critérios de conversão;
• eliminando o cômputo do tempo de serviço do dirigente sindical;
• vedando a volta ao trabalho do aposentado.
Termo inicial (mesmas regras da aposentadoria por idade - art. 57, § 2°,
LBPS)
Segurados empregados e domésticos
Data do desligamento do emprego, se requerida em 90 dias (o benefício
retroage);
Ou data do requerimento, se requerida após 90 dias do desligamento ou
no caso de não haver desligamento do emprego;
- Demais segurados: na data do requerimento.
Termo Final
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Trata-se de benefício definitivo, podendo o aposentado voltar a trabalhar, sem
prejuízo do recebimento da prestação, salvo se o trabalho envolver agentes
nocivos a saúde.
Nesse caso, a aposentadoria será suspensa, segundo o art. 57, § 8º, LBPS.
Se deixar de exercer atividade especial, poderá reaver o benefício.
Art. 46. O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua
aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.
Valor do Benefício
100% do SB SB = média aritmética simples dos maiores salários-de-
contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo
a partir de jul/1994 (art. 29, inciso II,LB). Sem FP.
Atividade Especial
Conceito
É aquela exercida em condições que podem causar prejuízos à saúde
ou à integridade física do trabalhador, por ser perigosa, insalubre ou penosa.
Atividades Insalubres:
“Aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho,
exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de
tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo
de exposição aos seus efeitos”. (CLT – Art. 189)
Atividades Perigosas:
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I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; (Incluído pela Lei nº 12.740,
de 2012)
Atividades Penosas:
Pode ser considerada penosa a atividade produtora de desgaste no
organismo, de ordem física ou psicológica, em razão de repetição dos
movimentos, condições agravantes, pressões e tensões próximas do indivíduo.
Dirigir veículo coletivo ou de transporte pesado, habitual e permanente, em
logradouros com tráfego intenso, é exemplo de desconforto causador de
penosidade.”
“O tempo de serviço é regido pela lei vigente à data de sua prestação” (RE
174.150-RJ, rel. Min. Octávio Gallotti, DJ 4-4-2000). Vale a legislação vigente
no dia da prestação do serviço para a definição da nocividade do trabalho
prestado (DIA A DIA). Pelo Decreto n. 4.827, de 3 de setembro de 2003, o
INSS está aplicando a legislação do dia da prestação do serviço.
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atividade não estar descrita nos regulamentos citados, desde que a realização
da perícia comprove as condições especiais em que a atividade for
desempenhada.
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Até 05/03/1997 eram aplicados os anexos dos Decretos 53.831/64 e
83.080/79 que separavam os agentes especiais em dois tipos:
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I – 15 anos: trabalhos em mineração subterrânea, em frentes de produção, com
exposição à associação de agentes físicos, químicos ou biológicos;
II – 20 anos:
a) trabalhos com exposição ao agente químico asbestos (amianto);
b) trabalhos em mineração subterrânea, afastados das frentes de produção,
comexposição à associação de agentes físicos, químicos ou biológicos;
III – 25 anos: demais casos
Comprovação
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Comprovação judicial de período especial
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Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho -(LTCAT)
O Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) é um
documento com caráter pericial, de iniciativa da empresa, com a finalidade de
propiciar elementos ao INSS para caracterizar ou não a presença dos agentes
nocivos à saúde ou à integridade física relacionados no Anexo IV do Decreto
3.048/99.
O LTCAT deverá ser assinado por engenheiro de segurança do trabalho ou
por médico do trabalho.
A partir de 1º de janeiro de 2004, foi dispensada a apresentação do LTCAT
ao INSS, mas o documento deverá permanecer na empresa à disposição da
Previdência Social.
Na hipótese de dúvida quanto às informações contidas no Laudo Técnico e
nos documentos que fundamentaram a sua elaboração, o INSS poderá efetuar
diligência prévia para conferência dos dados.
É importante ressaltar que, para o ruído e os agentes nocivos não
previstos em regulamento, havia a necessidade da apresentação do laudo
técnico antes mesmos da edição da MP n. 1.523-10, de 11.10.1996.
em relação ao período a partir do qual é obrigatória a apresentação do
laudo técnico das condições ambientais do trabalho, o Conselho de Recursos
da Previdência Social (CRPS) editou o Enunciado n. 20:“20 — Salvo em
relação ao agente agressivo ruído, não será obrigatória a apresentação de
laudo técnico pericial para períodos de atividades anteriores à edição da
Medida Provisória n. 1.523-10, de 11.10.96, facultando-se ao segurado a
comprovação de efetiva exposição a agentes agressivos à sua saúde ou
integridade física mencionados nos formulários SB-40 ou DSS-8030, mediante
o emprego de qualquer meio de prova em direito admitido.”
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Desde quando é exigido o EPI ? A partir de 14.12.1998, por força da Lei
9.732/98 que alterou a redação do § 2º do art. 58 da Lei 8.213/91, exigindo a
referência sobre a existência de tecnologia de proteção no laudo técnico.
Por sua vez, a Turma de Uniformização das decisões das Turmas Recursais
dos Juizados Especiais Federais editou recentemente a Súmula n. 9, do
seguinte teor:
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§ 2o As regras de conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de
atividade comum constantes deste artigo aplicam-se ao trabalho prestado em qualquer
período. (Incluído pelo Decreto nº 4.827, de 2003)
Nesse sentido:
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Esse REsp manteve a decisão do processo
2003.03.99011576-7 do TRF3. Desta decisão, trazemos parte do
voto do Relator, Juiz Federal Marcus Orione:
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Diante do atual entendimento adotado pelo Superior Tribunal de Justiça,
a conversão tende a ser reconhecida em relação às atividades exercidas até o
advento da Lei n. 9.032/95.
“1. O servidor público tem direito à emissão pelo INSS de certidão de tempo de serviço
prestado como celetista sob condições de insalubridade, periculosidade e penosidade, com os
acréscimos previstos na legislação previdenciária.
2. A autarquia não tem legitimidade para opor resistência à emissão da certidão com
fundamento na alegada impossibilidade de sua utilização para a aposentadoria estatutária;
requerida esta, apenas a entidade à qual incumba deferi-la é que poderia se opor à sua
concessão.” (RE nº.433305, 1ª Turma. Relator Min. Sepúlveda Pertence, julg.14.2.2006).
Jurisprudência
RUÍDO
- TURMA NACIONAL DOS JEFs (Súmula 32)
“O tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é considerado
especial, para fins de conversão em comum, nos seguintes níveis: superior a
80 decibéis, na vigência do Decreto n. 53.831/64 e, a contar de 5 de março de
1997, superior a 85 decibéis, por força da edição do Decreto n. 4.882, de 18 de
novembro de 2003, quando a Administração Pública reconheceu e declarou a
nocividade à saúde de tal índice de ruído.”
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reconhecimento da atividade especial, até porque como as condições do
ambiente de trabalho tendem a aprimorar-se com a evolução tecnológica, é
razoável supor que em tempos pretéritos a situação era pior ou quando menos
igual à constatada na data da elaboração.
Precedentes do STJ
(RESP 178139-SP, 5a TURMA, REL. MIN. EDSON VIDIGAL) e do TRF 4a R.
(AC 239964-RS, 6a TURMA, REL. DES. FEDERAL NYLSON PAIM DE ABREU
E AC 299664-SC, 6a TURMA, REL. JUÍZA ELIANA P. MARINHO).
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comprovação da exposição aos agentes nocivos previstos nos decretos
regulamentadores. O uso de arma de fogo é irrelevante. TNU -
200360840020776 – DJU de 19/03/2007.
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2. Omissão que é suprida mediante utilização dos critérios traçados pela
legislação trabalhista, com os limites impostos pelas peculiaridades das normas
previdenciárias.
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