Você está na página 1de 49

APOSENTADORIA ESPECIAL

Fundamentação Jurídica:
-CF art. 201, § 1º, Art. 19 e 21 da EC 103/19;

-Lei 8.213/91, arts. 57 e 58;

-Decreto 3048/99, com redação do Decreto 10.410/20, Arts. 64 a 69 e 188-P

- Instrução Normativa INSS 128/2022, arts. 260 a 302

- Portaria DIRBEN/INSS nº 991/2022, arts. 277 a 317

- Manual da Aposentadoria Especial, Resolução 600/17


APOSENTADORIA ESPECIAL INSTITUÍDA PELA LEI N. 3.807/60

Art. 31. A aposentadoria especial será concedida ao segurado que,


contando no mínimo com 50 anos de idade e 15 de anos de
contribuição, tenha trabalhado durante 15, 20 ou 25 anos, pelo menos,
conforme a atividade profissional, em serviços que, para esse efeito,
forem considerados penosos, insalubres ou perigosos, por Decreto do
Poder Executivo.
Principais alterações anteriores à EC 103/2019

DECRETO DECRETO DECRETO


CFRB/88 LEI 9.032/95 2.172/97 e LEI
53.831/64 3.048/99
9.528/97

1964 1988 1995 1997 1999

1979 1991 1996 1998

DECRETO LEI 9732/98 E EC


LEI 8.213/91 MP 1523/96
83.080/79 20/98
APOSENTADORIA ESPECIAL –
REDAÇÃO ANTERIOR À EC 103/19
Art. 201, §1º, CF/88, alterado pela EC 47/05:

“É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a


concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de
previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e
quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos
definidos em lei complementar.”
APOSENTADORIA ESPECIAL ATÉ 13/11/2019

✓ Sem idade mínima;


✓ Três modalidades: 15, 20 ou 25 anos;
✓ Enquadramento por categoria profissional até a Lei 9.032/95;
✓ Enquadramento por agentes nocivos;
✓ Enquadramento por prejuízo à integridade física;
✓ Tem custeio específico;
✓ Há conversão do tempo especial em comum quando não alcançado o tempo mínimo de 15,
20 ou 25 anos; ou de especial para especial;
✓ Média é de 100% do SB e não tem fator previdenciário
APOSENTADORIA ESPECIAL – REDAÇÃO APÓS EC 103/19
REGRA PERMANENTE

Art. 201, §1º, CF/88, alterado pela EC 103/19:

“É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de benefícios,


ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibilidade de
previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para
concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados:
I- com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por
equipe multiprofissional e interdisciplinar;
efetiva exposição a agentes químicos, físicos e
II- cujas atividades sejam exercidas com
biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a
caracterização por categoria profissional ou ocupação.”
APOSENTADORIA ESPECIAL
REGRA TRANSITÓRIA

EC 103/19. Art. 19. § 1º Até que lei complementar disponha sobre a redução de idade mínima ou tempo de
contribuição prevista nos §§ 1º e 8º do art. 201 da Constituição Federal, será concedida aposentadoria:
I – aos segurados que comprovem o exercício de atividades com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e
biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional
ou ocupação, durante, no mínimo, 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, nos termos do disposto nos
arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, quando cumpridos:
a) 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 15 (quinze) anos de
contribuição;
b) 58 (cinquenta e oito) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 20 (vinte) anos de
contribuição; ou
c) 60 (sessenta) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 25 (vinte e cinco) anos de
contribuição;
APOSENTADORIA ESPECIAL
REGRA DE TRANSIÇÃO

EC 103/19. Art. 21. O segurado ou o servidor público federal que se tenha filiado ao Regime Geral de Previdência
Social ou ingressado no serviço público em cargo efetivo até a data de entrada em vigor desta Emenda
Constitucional cujas atividades tenham sido exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos
prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação,
desde que cumpridos, no caso do servidor, o tempo mínimo de 20 (vinte) anos de efetivo exercício no serviço
público e de 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria, na forma dos arts. 57 e 58 da Lei
nº 8.213, de 24 de julho de 1991, poderão aposentar-se quando o total da soma resultante da sua idade e do
tempo de contribuição e o tempo de efetiva exposição forem, respectivamente, de:
I - 66 (sessenta e seis) pontos e 15 (quinze) anos de efetiva exposição;
II - 76 (setenta e seis) pontos e 20 (vinte) anos de efetiva exposição; e
III - 86 (oitenta e seis) pontos e 25 (vinte e cinco) anos de efetiva exposição.
§ 1º A idade e o tempo de contribuição serão apurados em dias para o cálculo do somatório de pontos a que se refere
o caput .
Regulamentada pelo Decreto 10.410/20, Art. 188-P
APOSENTADORIA ESPECIAL -CÁLCULOS

EC 103/19. Art. 26. Até que lei discipline o cálculo dos benefícios do regime próprio de previdência social da União e
do Regime Geral de Previdência Social, será utilizada a média aritmética simples dos salários de contribuição e das
remunerações adotados como base para contribuições a regime próprio de previdência social e ao Regime Geral de
Previdência Social, ou como base para contribuições decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e
142 da Constituição Federal, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período
contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, se posterior àquela competência.
(...)
§ 2º O valor do benefício de aposentadoria corresponderá a 60% (sessenta por cento) da média aritmética definida
na forma prevista no caput e no § 1º, com acréscimo de 2 (dois) pontos percentuais para cada ano de contribuição
que exceder o tempo de 20 (vinte) anos de contribuição nos casos: (...)
IV - do § 2º do art. 19 e do § 2º do art. 21, ressalvado o disposto no § 5º deste artigo.(...)
§ 5º O acréscimo a que se refere o caput do § 2º será aplicado para cada ano que exceder 15 (quinze) anos de
tempo de contribuição para os segurados de que tratam a alínea "a" do inciso I do § 1º do art. 19 e o inciso I do
art. 21 e para as mulheres filiadas ao Regime Geral de Previdência Social. (obs: mineiro afastado das frentes de
produção e mulheres)
A CONVERSÃO DE TEMPO NA EC 103/19

Art. 25 § 2º Será reconhecida a conversão de tempo especial em comum, na forma prevista na Lei nº
8.213, de 24 de julho de 1991, ao segurado do Regime Geral de Previdência Social que comprovar
tempo de efetivo exercício de atividade sujeita a condições especiais que efetivamente
prejudiquem a saúde, cumprido até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, vedada
a conversão para o tempo cumprido após esta data.

Art. 188-P, § 5º, Decreto 3.048/99, com redação do Decreto 10.410/20:


“A conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade comum aplica-se
somente ao trabalho prestado até 13 de novembro de 2019, em conformidade com o disposto na
seguinte tabela: (...)”
CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL
EM TEMPO ESPECIAL

CONVERSÃO DE TEMPO COMUM


EM TEMPO ESPECIAL
REVOGADA PELA LEI 9.032/95

CONVERSÃO DE TEMPO ESPECIAL


EM TEMPO COMUM
REVOGADA PELA EC 103/19
*Art. 188-P, § 5º. Decreto 3.048/99, com redação Decreto 10.410/20:
“A conversão de tempo de atividade sob condições especiais em tempo de atividade
comum aplica-se somente ao trabalho prestado até 13 de novembro de 2019, em
conformidade com o disposto na seguinte tabela:”
RESUMO DAS REGRAS DA APOSENTADORIA ESPECIAL

Fonte Aposentadoria Especial Teoria


e Prática Adriane Bramante
O TEMPO REGE O ATO

Art. 188-P Decreto 3.048/99, com redação do Decreto 10.410/20:

§ 6º A caracterização e a comprovação do tempo de atividade sob condições especiais obedecerão ao


disposto na legislação em vigor à época da prestação do serviço."
Fonte Aposentadoria Especial Teoria e Prática Adriane Bramante
ADMINISTRATIVAMENTE
ENQUADRAMENTO DE ACORDO COM LISTAS DOS DECRETOS E LINACH (períodos após 07/10/14).
JUDICIALMENTE – SÚMULA 198 TFR - LISTAS EXEMPLIFICATIVAS
ENQUADRAMENTO POR
Com redação da Lei CATEGORIA
9.032/95
PROFISSIONAL
Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao
segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a
integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser
a lei..

(...)

§ 4º O segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, exposição aos agentes nocivos
químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade
física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do benefício. ( acrescentado pela Lei
9.032/95)
ENQUADRAMENTO PELO RUÍDO
TEMA 694 STJ

➢ RUÍDO ACIMA DE 80 DB ATÉ 05/03/97

● Decreto 53.831/64, código 1.1.6

➢ RUÍDO ACIMA DE 90 DB ENTRE 06/03/97 E 18/11/2003

● Decretos 2.172/97 e 3.048/99, Anexo IV, código 2.0.1

➢ RUÍDO ACIMA DE 85 DB A PARTIR DE 19/11/2003

● Decreto 3.048/99 com redação pelo Decreto 4.882/03, código 2.0.1


RUÍDO - Tema Repetitivo 1083 STJ
● O reconhecimento do exercício de atividade sob condições especiais pela
exposição ao agente nocivo ruído, quando constatados diferentes níveis de efeitos
sonoros, deve ser aferido por meio do Nível de Exposição Normalizado (NEN).
Ausente essa informação, deverá ser adotado como critério o nível máximo de
ruído (pico de ruído), desde que perícia técnica judicial comprove a
habitualidade e a permanência da exposição ao agente nocivo na produção do
bem ou na prestação do serviço.
TÉCNICA UTILIZADA DA MEDIÇÃO DO
● RUÍDO
Art. 68 § 11 do Decreto 3.048/99, alterada pela redação do Decreto 4.882, de 18/11/2003:

“As avaliações ambientais deverão considerar a classificação dos agentes nocivos e os limites de
tolerância estabelecidos pela legislação trabalhista, bem como a metodologia e os procedimentos de
avaliação estabelecidos pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do
Trabalho-FUNDACENTRO." (NR).
TESE FIXADA PELA TNU APÓS JULGAMENTO
DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – TEMA 174

● (a) "a partir de 19/11/2003, para aferição de ruído contínuo ou intermitente, é obrigatória a utilização das
metodologias contidas na NHO-01 da FUNDACENTRO ou na NR-15, que reflitam a medição de exposição
durante toda a jornada de trabalho, vedada a medição pontual, devendo constar do Perfil Profissiográfico
Previdenciário (PPP) a técnica utilizada e a respectiva norma;

● (b) "em caso de omissão ou dúvida, quanto à indicação da metodologia empregada


para aferição da exposição nociva ao agente ruído, o PPP não deve ser admitido
como prova da especialidade, devendo ser apresentado o respectivo laudo técnico
(LTCAT), para fins de demonstrar a técnica utilizada na medição, bem como a
respectiva norma.“ (grifamos)
ENUNCIADO 13 CRPS. RUÍDO E TÉCNICA UTILIZADA

● Atendidas as demais condições legais, considera-se especial, no âmbito do RGPS, a atividade


exercida com exposição a ruído superior a 80 decibéis até 05/03/97, superior a 90 decibéis desta
data até 18/11/2003, e superior a 85 decibéis a partir de então.

● I - Os níveis de ruído devem ser medidos, observado o disposto na Norma Regulamentadora nº 15


(NR-15), anexos 1 e 2, com aparelho medidor de nível de pressão sonora, operando nos circuitos de
compensação - dB (A) para ruído contínuo ou intermitente e dB (C) ou dB (linear) para ruído de
impacto.

● II - Até 31 de dezembro de 2003, para a aferição de ruído contínuo ou intermitente, é obrigatória a


utilização das metodologias contidas na NR-15, devendo ser aceitos ou o nível de pressão sonora
pontual ou a média de ruído, podendo ser informado decibelímetro, dosímetro ou medição pontual
no campo "Técnica Utilizada" do Perfil Profissiográfico Previdenciário
ENUNCIADO 13 CRPS. RUÍDO E TÉCNICA UTILIZADA

● III - A partir de 1º de janeiro de 2004, para a aferição de ruído contínuo ou intermitente,


é obrigatória a utilização da técnica/metodologia contida na Norma de Higiene
Ocupacional 01 (NHO-01) da FUNDACENTRO ou na NR-15, que reflitam a medição
de exposição durante toda a jornada de trabalho, vedada a medição pontual, devendo
constar no PPP o nível de ruído em Nível de Exposição Normalizado - NEN ou a
técnica/metodologia "dosimetria" ou "áudio dosimetria".

● IV - Em caso de omissão ou dúvida quanto à indicação da técnica/metodologia utilizada


para aferição da exposição nociva ao agente ruído, o PPP não deve ser admitido como
prova da especialidade, devendo ser apresentado o respectivo Laudo Técnico de
Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) ou solicitada inspeção no ambiente de
trabalho, para fins de verificar a técnica utilizada na medição.
RISCOS QUÍMICOS

● Conceito: pode trazer o ocasionar danos à saúde ou à integridade física, em razão de sua
concentração, manifestados por névoas, neblinas, poeiras, fumos, gazes, vapores de substâncias
nocivas presentes no ambiente de trabalho, absorvidos pela via respiratória ou outras vias.

● Arsênico, Berílio, Cromo, Fósforo, Chumbo, Derivados de Hidrocarbonetos,


dentre outros.
● Vide Agentes Químicos dos Decretos 53.831/64; Anexo I do Decreto
83.080/79, Anexo IV do Decreto 2.172/97 e do Decreto 3.048/99
A PARTIR DA LEI 9732/98, regulamentado pelo Decreto 3.265/99:
AGENTES QUIMICOS QUALITATIVOS – ANEXO XIII – NR-15
AGENTES QUIMICOS QUANTITATIVOS – ANEXO XI - NR-15
AGENTES CANCERÍGENOS
PRESUNÇÃO DE NOCIVIDADE ATÉ 30/06/2020

● Art. 68, § 4º RPS do Decreto 3.048/99


● A presença no ambiente de trabalho, com possibilidade de exposição a agentes
nocivos reconhecidamente cancerígenos em humanos, listados pelo Ministério
do Trabalho e Emprego, será suficiente para a comprovação de efetiva exposição do
trabalhador, pelo critério qualitativo e mesmo com uso de EPI.

● NOVA REDAÇÃO. DECRETO 10.410/20. § 4º Os agentes reconhecidamente cancerígenos


para humanos, listados pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia,
serão avaliados em conformidade com o disposto nos § 2º e § 3º deste artigo e no caput do art. 64 e, caso
sejam adotadas as medidas de controle previstas na legislação trabalhista que eliminem a
nocividade, será descaracterizada a efetiva exposição.
PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 9, DE 7 DE OUTUBRO DE 2014

● Lista Nacional de Agentes Cancerígenos para


Humanos (LINACH)
● Benzeno, compostos de cromo, poeira de sílica,
óxido de etileno, dentre outros
AGENTES BIOLÓGICOS.
Enquadramento até 05/03/97
AGENTES BIOLÓGICOS
Enquadramento de 06/03/97 até data atual - código 3.0.1, Anexo IV, Decreto 3.048/99
AGENTES BIOLÓGICOS TEMA 205
TNU
a) para reconhecimento da natureza especial de tempo laborado em exposição a agentes
biológicos não é necessário o desenvolvimento de uma das atividades arroladas nos Decretos
de regência, sendo referido rol meramente exemplificativo;

b) entretanto, é necessária a comprovação em concreto do risco de exposição a microrganismos


ou parasitas infectocontagiosos, ou ainda suas toxinas, em medida denotativa de que o risco
de contaminação em seu ambiente de trabalho era superior ao risco em geral, devendo, ainda,
ser avaliado, de acordo com a profissiografia, se tal exposição tem um caráter indissociável da
produção do bem ou da prestação do serviço, independentemente de tempo mínimo de
exposição durante a jornada (Tema 211/TNU). Julgado em 12/03/2020.
AGENTES BIOLÓGICOS
TEMA 238 TNU

● Para fins de reconhecimento do tempo especial de serviço dos trabalhadores de


serviços gerais em limpeza e higienização de ambientes hospitalares é exigível
a prova de exposição aos agentes biológicos previstos sob o código 1.3.2 do
quadro anexo ao Decreto nº 53.831/64, que deve ser realizada por meio dos
correspondentes laudos técnicos e/ou formulários previdenciários, não se
admitindo o reconhecimento por simples enquadramento de categoria
profissional. (DJ 26/03/2021)
COMPROVAÇÃO DO TEMPO
ESPECIAL
● Art. 58. A relação dos agentes nocivos químicos, físicos e biológicos ou
associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física
considerados para fins de concessão da aposentadoria especial de que trata
o artigo anterior será definida pelo Poder Executivo.
● § 1º A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos
será feita mediante formulário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional
do Seguro Social - INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em
laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou
engenheiro de segurança do trabalho (Lei 9.528/97), nos termos da legislação trabalhista.
(incluído pela Lei 9.732/98)
FORMULÁRIOS DE COMPROVAÇÃO DO TEMPO ESPECIAL
LTCAT – LAUDO TÉCNICO DE CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO TRABALHO

✓ A MP 1523/96 foi regulamentada pelo Decreto 2.172/97 e convertida na Lei 9.528/97.


✓ Há entendimento jurisprudencial de que a data de exigência do laudo para qualquer agente nocivo seja a partir do Decreto 2.172/97.
APOSENTADORIA ESPECIAL
REQUISITOS

Art. 188-P. Decreto 3.048/99, com redação do Art. 10.410/20:

● § 4º A concessão da aposentadoria especial prevista neste artigo dependerá da comprovação,


durante os períodos mínimos exigidos:

● I - do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente; e

● II - da efetiva exposição do segurado a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde


ou à integridade física, ou a associação desses agentes, comprovada na forma prevista nos art. 64
ao art. 68.
CRITÉRIO DE PERMANÊNCIA
ART. 57, §3º, DA LEI 8.213/94, alterado pela LEI 9.032/95

● Art. 57, §3º. “A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo segurado, perante o
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente,
em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período mínimo fixado.”

● Conceito de permanência

Decreto 3.048/99. Art. 65

“Considera-se tempo de trabalho permanente aquele que é exercido de forma não ocasional nem intermitente, no
qual a exposição do empregado, do trabalhador avulso ou do cooperado ao agente nocivo seja indissociável da
produção do bem ou da prestação do serviço”.
PERMANÊNCIA. PERÍODOS DE
AFASTAMENTO
Decreto 3.048/99. Art. 65: (...)
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput aos períodos de descanso determinados pela legislação
trabalhista, inclusive férias, aos de afastamento decorrentes de gozo de benefícios de auxílio-doença ou
aposentadoria por invalidez acidentários, bem como aos de percepção de salário-maternidade, desde
que, à data do afastamento, o segurado estivesse exposto aos fatores de risco de que trata o art. 68”.
Decreto 3.048/99. Art. 65: com alterações do Decreto 10.410/20:
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput aos períodos de descanso determinados pela legislação
trabalhista, inclusive ao período de férias, e aos de percepção de salário-maternidade, desde que, à data
do afastamento, o segurado estivesse exposto aos fatores de risco de que trata o art. 68." (NR)
STF NO TEMA 709
I) É constitucional a vedação de continuidade da percepção de aposentadoria especial se o beneficiário
permanece laborando em atividade especial ou a ela retorna, seja essa atividade especial
aquela que ensejou a aposentação precoce ou não.

II) Nas hipóteses em que o segurado solicitar a aposentadoria e continuar a exercer o


labor especial, a data de início do benefício será a data de entrada do requerimento,
remontando a esse marco, inclusive, os efeitos financeiros. Efetivada, contudo, seja na
via administrativa, seja na judicial a implantação do benefício, uma vez verificado o
retorno ao labor nocivo ou sua continuidade, cessará o benefício previdenciário em questão
PPP – PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO

O PPP é o histórico-laboral das atividades exercidas pelo trabalhador, sendo o formulário atual exigido para comprovação da exposição
aos agentes nocivos.

Artigo 58, §1º, da Lei 8.213/1991, com as alterações da Lei 9.528/97 e da Lei 9.732/98:

“A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário, na forma
estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, emitido pela empresa ou seu preposto,
com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho
ou engenheiro de segurança do trabalho nos termos da legislação trabalhista.”

PPP ELETRÔNICO: Art.68, §8º, do Decreto 3.048/99, com redação do Decreto 10.410/20:

“A empresa deverá elaborar e manter atualizado o perfil profissiográfico previdenciário, ou o documento eletrônico que venha a
substituí-lo, no qual deverão ser contempladas as atividades desenvolvidas durante o período laboral,
garantindo ao trabalhador o acesso às informações nele contidas, sob pena de sujeição às sanções
previstas na alínea “h” do inciso I do caput do art. 283.”
PPP – ELETRÔNICO

PORTARIA/MTP Nº 313, DE 22 DE SETEMBRO DE 2021

Art. 1º A partir do início da obrigatoriedade dos eventos de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) no
Sistema Simplificado de Escrituração Digital das Obrigações Previdenciárias, Trabalhistas e Fiscais -
eSocial, o Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP será emitido exclusivamente em meio
eletrônico para os segurados das empresas obrigadas.

Art. 2º O PPP em meio eletrônico corresponde ao histórico laboral do trabalhador a partir do início da
obrigatoriedade dos eventos de SST no eSocial, conforme cronograma estabelecido.
ENUNCIADO 11 DO CRPS. PPP E LAUDO TÉCNICO

O Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) é documento hábil à comprovação da efetiva exposição do segurado a todos os
agentes nocivos, sendo dispensável o Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT) para
requerimentos feitos a partir de 1º/1/2004, inclusive abrangendo períodos anteriores a esta data.
I – Considera-se trabalho permanente aquele no qual o trabalhador, necessária e obrigatoriamente, está exposto ao agente nocivo
para exercer suas atividades, em razão da indissociabilidade da produção do bem ou da prestação do serviço,
mesmo que a exposição não se dê em toda a jornada de trabalho.
II – A nocividade será caracterizada quando a exposição ultrapassar os limites de tolerância para os agentes nocivos
avaliados pelo critério quantitativo, sendo suficiente para os agentes avaliados pelo critério qualitativo a sua efetiva
presença no ambiente de trabalho.
III – A avaliação quanto à existência de permanência e nocividade será realizada com base nas informações descritas no PPP ou
no LTCAT.
IV – Poderá ser solicitado o LTCAT em caso de dúvidas ou divergências em relação às informações contidas no PPP ou no
processo administrativo.
V – O LTCAT ou as demonstrações ambientais substitutas extemporâneos que informem quaisquer alterações no meio ambiente
do trabalho ao longo do tempo são aptos a comprovar o exercício de atividade especial, desde que a empresa informe
expressamente que, ainda assim, havia efetiva exposição ao agente nocivo.
VI – Não se exigirá o LTCAT para períodos de atividades anteriores 14/10/96, data da publicação da Medida
Provisória nº 1.523/96, facultando-se ao segurado a comprovação da efetiva exposição a agentes nocivos por qualquer meio
TNU TEMA 208
RESPONSÁVEIS TÉCNICOS

● 1. Para a validade do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) como prova do tempo trabalhado em condições
especiais nos períodos em que há exigência de preenchimento do formulário com base em Laudo Técnico das
Condições Ambientais de Trabalho (LTCAT), é necessária a indicação do responsável técnico pelos registros
ambientais para a totalidade dos períodos informados, sendo dispensada a informação sobre monitoração
biológica. 2. A ausência total ou parcial da indicação no PPP pode ser suprida pela apresentação de LTCAT ou
por elementos técnicos equivalentes, cujas informações podem ser estendidas para período anterior ou posterior à
sua elaboração, desde que acompanhados da declaração do empregador ou comprovada por outro meio a
inexistência de alteração no ambiente de trabalho ou em sua organização ao longo do tempo. Tese
com redação alterada em sede de embargos de declaração.
TNU TEMA 213
EPI – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

I. A informação no Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) sobre aexistência de Equipamento de Proteção


Individual (EPI) pode ser fundamentadamente desafiada pelo segurado perante a Justiça Federal,
desde que exista impugnação específica do formulário na causa de pedir, onde tenham sido
motivadamente alegados:
I) a ausência de adequação ao risco da atividade;
II) a inexistência ou irregularidade do certificado de conformidade;
III) o descumprimento das normas de manutenção, substituição e higienização;
IV) a ausência ou insuficiência de orientação e treinamento sobre o uso adequado, guarda e conservação; ou
V) qualquer outro motivo capaz de conduzir à conclusão da ineficácia do EPI.
II. Considerando que o Equipamento de Proteção Individual (EPI) apenas obsta a concessão do reconhecimento do
trabalho em condições especiais quando for realmente capaz de neutralizar o agente nocivo, havendo divergência
real ou dúvida razoável sobre a sua real eficácia, provocadas por impugnação fundamentada e consistente do
segurado, o período trabalhado deverá ser reconhecido como especial.
STJ TEMA 1090

● "1) Se, para provar a eficácia ou ineficácia do EPI (Equipamento de Proteção Individual) para a neutralização dos
agentes nocivos à saúde e integridade física do trabalhador, para fins de reconhecimento de tempo especial, basta o
que consta do PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), ou se a comprovação pode ser por outros meios
probatórios e, nessa última circunstância, se a prova pericial é obrigatória;

● 2) Se é possível impor rito judicial instrutório rígido e abstrato para apuração da ineficácia do EPI, como fixado
pelo tribunal de origem, ou se o rito deve ser orientado conforme os elementos de cada contexto e os mecanismos
processuais disponíveis na legislação adjetiva;

● 3) Se a corte regional ampliou o tema delimitado na admissão do IRDR e, se positivo, se é legalmente praticável a
ampliação;

● 4) Se é cabível fixar de forma vinculativa, em julgamento de casos repetitivos, rol taxativo de situações de
ineficácia do EPI e, sendo factível, examinar a viabilidade jurídica de cada hipótese considerada pelo tribunal de
origem (enquadramento por categoria profissional, ruído, agentes biológicos, agentes cancerígenos e
periculosidade);

● 5) Se é admissível inverter, inclusive genericamente, o ônus da prova para que o INSS demonstre ausência de
dúvida sobre a eficácia do EPI atestada no PPP". (Resp 1828606/RS. DJ 20/04/2021)
1.
JULGAMENTO DOS
(...)Efetivada, contudo, seja na via administrativa, seja na judicial a
implantação do benefício, uma vez verificado o retorno ao labor nocivo ou
sua continuidade, EMBARGOS previdenciário em questão;
cessará o pagamento do benefício

2. Modulou os efeitos para preservar os segurados que tiveram o direito


reconhecido por decisão judicial transitada em julgado até a data desde
julgamento (efeitos a partir de 23/02/2021);

3. Declarou irrepetíveis os valores alimentares recebidos de boa-fé, por


decisão judicial ou administrativa, até a proclamação do resultado do
julgamento.
STJ TEMA 1090 – MODULAÇÃO DOS EFEITOS EM LIMINAR

● Profissionais da saúde, atuando na linha de frente da


Covid-19 e outros prestadores de serviço, elencados
no Art. 3º. J, da Lei 13.979/20, aposentados pela
especial, poderão continuar trabalhando, sem prejuízo
de suspensão do benefício, enquanto durar a
pandemia.
TERMOS DO ACORDO HOMOLOGADO PELO
TRF4
1. A parte autora reconhece a constitucionalidade e aplicabilidade dos artigos 46 e 57, §8º, da Lei n.
8.213/91;
2. Caso a parte autora retorne ao trabalho sujeito a agentes nocivos, o INSS cessará a aposentadoria ,
nos termos do art. 46 da Lei n. 8.213/91;
3. O INSS reconhece como devido o pagamento até a implantação do benefício, ainda que a parte
tenha trabalho em atividade sujeita a agentes nocivos no período, ressalvada eventual prescrição
quinquenal;
4. O termo inicial será aquele definido judicialmente, ou pela sentença fixada, ou pelo Acórdão já
proferido, visto que não é objeto dos recursos especiais e extraordinários do INSS;
5. A data da implantação a ser considerada é a data de deferimento (DDB), ou seja, a data em que o

Você também pode gostar