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Podcast
Disciplina: Laudos e perícias de engenharia
Título do tema: Diligência, elaboração do laudo,
esclarecimentos e impugnação
Autoria: Júlio Assis de Freitas
Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior

Abertura:

Olá, caro aluno! Neste podcast vamos discutir o que é necessário para se
tornar um perito judicial ou assistente técnico.

Estes profissionais são pessoas dotadas de notório saber técnico-científico em


determinada área do conhecimento, que darão subsídios técnicos em questões
específicas tanto para o Juiz quando para os advogados das partes em um
processo judicial.

Uma vez que Juiz e advogados são especialistas no direito, eles não possuem
o conhecimento, tampouco a habilitação profissional necessária, para discutir
certos temas, e para tanto, dependem do auxílio de especialistas. Por exemplo,
se um trabalhador reclama na justiça que desenvolveu uma hérnia de disco por
esforço excessivo em suas atividades laborais, requerendo indenização,
somente um médico poderá apresentar um laudo se há nexo entre a doença e
a atividade que o trabalhador exercia.

Para os engenheiros de segurança do trabalho, apesar de não ser a única, a


demanda mais comum que surge em termos de atuação como peritos ou
assistentes técnicos, vem da esfera trabalhista do judiciário, em ações
requerendo o pagamento de adicionais de insalubridade ou periculosidade.

Olhando pelo aspecto legal, o art. 195 da CLT diz que “a caracterização e a
classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do
Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do
Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho”

Se apenas o médico do trabalho ou o engenheiro de segurança do trabalho


possuem habilitação legal para caracterizar a insalubridade ou a
periculosidade, consequentemente, apenas estes profissionais podem realizar
perícias para avaliar estes temas, pois o laudo pericial nada mais será do que
um laudo que irá caracterizar a insalubridade ou periculosidade.

Após a promulgação da lei 7.410 de 27 de novembro de 1985, segundo


disciplina o art. 1º, “o exercício da especialização de Engenheiro de Segurança
do Trabalho é permitido exclusivamente ao Engenheiro ou Arquiteto, portador
de certificado de conclusão de curso de especialização em Engenharia de
Segurança do Trabalho, a ser ministrado no País, em nível de pós-graduação.”
Ou seja, o profissional deve ser graduado em alguma engenharia ou
arquitetura, e ter concluído com êxito a respectiva pós-graduação para receber
o título de Engenheiro de Segurança do Trabalho.

Além da formação acadêmica, para exercer a função de perito judicial o


interessado deve estar devidamente registrado e adimplente com as
obrigações financeiras junto ao seu respectivo conselho de classe, o CREA
(Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) no caso dos engenheiros ou
o CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo) no caso dos arquitetos.

O interessado deverá se cadastrar no sistema AJ-JT, sigla para Assistência


Judiciária da Justiça do Trabalho. Para tanto, deve-se pesquisar na internet por
“SIGEO”, que significa “Sistema de Informações Gerenciais da Execução
Orçamentária”. O interessado deverá então clicar na opção para criar um
cadastro, preencher os campos com seus dados pessoais e profissionais
seguindo as telas do sistema e juntar todos os documentos requeridos.

A graduação em engenharia ou arquitetura, seguida da pós-graduação em


engenharia de segurança do trabalho são requisitos legais obrigatórios para a
atuação como perito judicial nas ações referentes a insalubridade ou
periculosidade, mas apenas os títulos não significam que o profissional já está
totalmente apto a exercer esta atividade, ele está apto apenas no aspecto
legal.

Outro aspecto necessário é o da expertise na área de atuação, ou seja, o


profissional deve dominar o tema. Afinal, o nome “Perito” não é em vão, ele
remete ao alto conhecimento técnico-científico, que o capacita a analisar dado
assunto em profundidade e concluir de forma adequada sobre ele.

Além de dominar as NRs 15 e 16 e seus anexos, compete ao perito conhecer


de higiene ocupacional, de modo a saber, por exemplo, a técnica correta de
medição de dado agente químico, ruído, calor, vibração e qualquer outro
agente de análise quantitativa. Aliás, o interessado deverá investir nestes
instrumentos todos e mantê-los devidamente calibrados.

Para encerrar, o básico do conhecimento jurídico se faz necessário, de modo


que o perito e o assistente técnico tenham conhecimento do meio em que
estão inseridos, dos seus respectivos papéis, direitos e obrigações dentro do
processo judicial, e de termos e jargões comumente usados no processo
judicial.

Fechamento:

Este foi nosso podcast de hoje! Até a próxima!

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