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APRENDIZAGEM EM FOCO

LAUDOS E PERÍCIAS
DE ENGENHARIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Júlio Assis de Freitas
Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior

Seja bem-vindo (a) à disciplina Laudos e perícias de engenharia! Aqui,


serão apresentados conceitos importantes a respeito do universo das
perícias judiciais.

O direito brasileiro admite um leque limitado de provas a exemplo da


prova documental ou testemunhal e, entre elas, há também a prova
pericial. Ocorre que como leigo em determinadas questões técnicas, o
Juiz precisa do auxílio de peritos para avaliar dado cenário e emitir um
laudo conclusivo, que comporá o rol de provas.

Quando a questão em debate no processo judicial envolve


insalubridade, periculosidade, responsabilidade sobre acidentes do
trabalho, condições ergonômicas, entre outros aspectos relacionados
à saúde e segurança do trabalhador, o engenheiro de segurança do
trabalho é um profissional legalmente habilitado para analisar e emitir
laudos técnicos conclusivos sobre estes temas.

Nesta disciplina, você poderá entender em detalhes: quem são e


como atuam o perito judicial e o assistente técnico; como se realiza o
cadastro eletrônico para atuar como perito judicial; como se elabora
um laudo pericial ou parecer técnico; o que são os quesitos prévios,
suplementares e complementares; o que é uma manifestação ou
impugnação ao laudo pericial; quem são as partes envolvidas em
um processo judicial e como funciona a remuneração do perito nas
principais esferas judiciais de atuação do engenheiro de segurança do
trabalho.

Dominar este tema é fundamental ao engenheiro de segurança do


trabalho, mesmo que ele não pretenda atuar diretamente como
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perito judicial ou assistente técnico, uma vez que o resultado de seu
trabalho, como responsável de um time de segurança do trabalho
corporativo, pode ter reflexos positivos ou negativos ao negócio no
momento da defesa frente a uma perícia, logo, o mercado vê como
diferencial positivo o domínio do tema.

Bons estudos!

INTRODUÇÃO

Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira


direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática
profissional. Vem conosco!

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TEMA 1

A perícia judicial e o papel do


engenheiro de segurança
______________________________________________________________
Autoria: Júlio Assis de Freitas
Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior
DIRETO AO PONTO

Discutiremos o trâmite do processo judicial, a fim de entender


o momento em que o perito judicial e o assistente ingressam e
atuam neste cenário. Apenas para fins lúdicos, nosso exemplo
se baseará em uma ação trabalhista de insalubridade e
periculosidade, mas a atuação não difere no caso de outras
esferas judiciais, como a cível, previdenciária e outras.

Tudo começa com o trabalhador que busca a justiça para


reclamar direitos que entende que foram tolhidos na relação de
emprego e, entre eles, pode estar os adicionais de periculosidade
e insalubridade.

Na chamada audiência de conciliação, não havendo acordo


amigável entre as partes, dado o pedido de insalubridade e
periculosidade, o Juiz, como leigo nestas pautas, nomeia um
perito judicial, a fim de produzir uma prova técnica sobre a qual
possa decidir de forma fundamentada. Nesta audiência, é, então,
produzida a Ata de Audiência, onde, além da nomeação do perito,
é definido o objeto da perícia, ou seja, o Juiz informa o que o
perito deverá avaliar, podendo ser insalubridade, periculosidade
ou ambos.

O reclamante, como é chamado o trabalhador que ingressou


com a ação, e a reclamada, como é conhecida a empresa
acionada, podem nomear um assistente técnico, com habilitação
profissional equivalente à do perito nomeado, para que
este acompanhe a perícia e apresente parecer técnico. Além
da nomeação dos assistentes técnicos, as partes poderão
apresentar questões na forma de quesitos prévios, que deverão
necessariamente ser respondidos pelo perito judicial.

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Assim como o Juiz não tem competência técnica para julgar os
temas de insalubridade e periculosidade, necessitando do auxílio
do perito judicial, os advogados das partes também não possuem
a competência técnica para contestar a conclusão do perito, caso
discordem dela, diante do que é importante que nomeiem um
assistente técnico, já que é esperado que os profissionais técnicos
cheguem à mesma conclusão, considerando que a norma
técnica é única, mas, caso divirjam, o parecer técnico servirá
de contraprova, assegurando à parte insatisfeita uma forma de
exercer seu direito ao contraditório e ampla defesa, previstos na
Constituição Federal.

Uma vez nomeado, não suspeito ou impedido, o perito judicial


agenda a data e hora da perícia, informando às partes para
que possam comparecer ao ato. O perito deve se atentar ao
objeto da perícia definido na ata de audiência, não pode exceder
ao que foi solicitado pelo Juiz, por exemplo, se foi solicitado
avaliar insalubridade apenas, ainda que o perito se depare com
uma situação que assegure ao reclamante o direito flagrante à
periculosidade, não poderá tecer qualquer análise dela em seu
laudo, sob pena de incorrer em descumprimento do previsto no
art. 473 parágrafo 2º, do Código de Processo Civil (CPC), onde se
lê: “é vedado ao perito ultrapassar os limites de sua designação,
bem como emitir opiniões pessoais que excedam o exame técnico
ou científico do objeto da perícia” (BRASIL, 2015, [n. p.]).

Durante a diligência, o CPC assegura, ao perito e assistentes, a


prerrogativa de buscar, em todos os meios disponíveis, elementos
para analisar o objeto da perícia, podendo analisar documentos,
ouvir testemunhas, realizar medições, registar fotos, avaliar a
atividade de paradigmas, que são trabalhadores que exercem
a mesma atividade que o reclamante realizava, avaliando sua
exposição, entre outros meios que convenham, desde que lícitos

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e condizentes com o objetivo de elucidar a questão-alvo da
perícia.

Após a perícia, é apresentado o laudo pericial no processo, as


partes se manifestam em concordância ou discordância com as
conclusões do perito, podendo apresentar questionamentos em
forma de quesitos complementares.

Todo o material resultante, ou seja, laudo pericial, parecer


dos assistentes técnicos e respostas a quesitos, servem de
fundamento para o Juiz formar seu convencimento, julgando
o mérito da forma que parecer adequada, não estando o Juiz,
inclusive, obrigado a acatar a conclusão do perito. Na Figura 1,
é ilustrado o fluxograma básico de um processo trabalhista, no
tocante à nomeação do perito e apresentação do laudo pericial.

Figura 1 – Fluxograma do processo trabalhista

Fonte: elaborada pelo autor.

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Referências
BRASIL. Presidência da República. Secretaria-Geral. Subchefia para Assuntos
Jurídicos. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015. Brasília, 2015.

PARA SABER MAIS

A insalubridade e a periculosidade são reclamações recorrentes


na justiça trabalhista para as quais o engenheiro de segurança
do trabalho é constantemente requisitado, a fim de atuar como
perito pelo judiciário ou como assistente técnico pelas partes.
Entretanto, não é só este cenário que demanda a atuação destes
profissionais.

Em caso de acidentes do trabalho, frequentemente, o engenheiro


de segurança é requisitado para atuar, seja na esfera trabalhista
ou mesmo na cível, quando o processo trata de responsabilização,
danos morais, indenizações e demandas desta esfera. Neste caso,
geralmente, compete ao perito e assistentes apurar eventuais
responsabilidades pela causa do acidente, podendo ser uma
culpa exclusiva de uma dar partes, como da empresa por não ter
adotado proteções em uma máquina; ou do trabalhador por não
ter seguido algum procedimento de segurança como uso de cinto
de segurança para subir em caminhão; ou mesmo uma culpa
concorrente, quando ambas as partes falham em um ou mais
pontos.

O engenheiro de segurança do trabalho também é requerido


para avaliar questões discutidas na esfera previdenciária,
onde, geralmente, um segurado tenta, por vias judiciais, obter
o direito à aposentadoria especial junto ao Instituto Nacional
de Previdência Social (INSS), quando foi negada pelos tramites
administrativos normais do órgão previdenciário.

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Outro perfil de atuação, menos frequente, mas ainda assim
relevante, em que que o engenheiro de segurança pode ser
requisitado para atuar, são as perícias de cunho coletivo,
geralmente, movidas pelo Ministério Público do Trabalho ou por
sindicatos, que movem ações representando todo um grupo de
trabalhadores. Nesses casos, ocorre, por exemplo, de perito e
assistentes terem que avaliar se são cumpridas pela empresa
certas obrigações, como aquelas previstas na NR-24 quanto a
condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho.

TEORIA EM PRÁTICA

Geraldo ingressou com pedido de insalubridade e periculosidade.


Ele é operador de empilhadeiras, labora das 08:00h às 17:30h, de
segunda a sexta-feira, em uma grande montadora de automóveis,
onde se desloca com o equipamento em um pátio a céu aberto, e
o pavimento é feito de paralelepípedos de rocha. Passa a jornada
movimentando caixas, com peças do prédio do almoxarifado para
o prédio da produção. A atividade só é interrompida no caso da
incidência de chuvas.

A empilhadeira é movida a gás liquefeito de petróleo (GLP), sendo


que Geraldo, pessoalmente, uma vez por turno, faz a troca do
botijão de 20 kg quando acaba o combustível. Para tanto, leva o
cilindro vazio até o quarto de inflamáveis, deixa o cilindro vazio e
recolhe um cheio, permanecendo no local de armazenagem por
cerca de dois minutos.

Suponha que você tenha sido nomeado como Perito Judicial para
esta causa hipotética. Responda, com base no cenário apresentado.

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1. Com base no relato do enunciado, a atividade de Geraldo
pode se caracterizar insalubre pelos Anexos 1, 3, 7 e/ou 8 da
NR-15? Justifique seu entendimento quanto a cada anexo.
2. Que argumentos você usaria para caracterizar ou
descaracterizar cada um destes anexos?
3. Em contraponto, como a empregadora de Geraldo poderia
descaracterizar a insalubridade para cada um dos anexos que
poderiam ser enquadrados como insalubres?
4. A atividade de Geraldo é perigosa com base na NR-16? Se
afirmativo, aponte qual o Anexo e as alíneas da NR-16 dão
embasamento. Se negativo, justifique.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

10
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

O livro indicado traz, em seu item 1.2, uma rica introdução à


perícia trabalhista, que agregará novas informações àquelas
apresentadas neste material.

BELEZE, C. A. Perícia trabalhista e avaliação de desempenho.


Londrina: UNOPAR, 2014.

Indicação 2

O código de processo civil é a lei que regula todo o rito processual,


e sua sessão X (dez em algarismo romano), discorre sobre a prova
pericial, sendo, portanto, esta é uma leitura indispensável para
compreender tal prova produzida pelo perito judicial.

BRASIL. Presidência da República. Secretaria-Geral. Subchefia para


Assuntos Jurídicos. Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015. Brasília,
2015.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

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Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da
questão.

1. Os envolvidos em uma ação trabalhista são conhecidos por


nomenclaturas específicas, sendo, portanto, de bom tom, que
o perito judicial se refira a estas pessoas da mesma forma,
evitando dúvidas ou confusões por parte daquele que estiver
lendo seu laudo pericial.

Marque a alternativa que respectivamente, descreva o significado


de: Reclamante ou autor (a); reclamada ou ré; patronos (as);
paradigma.

a. Trabalhador (a) que ingressou com a ação trabalhista; empresa


que foi acionada; aquele que arca com as custas do processo;
trabalhador que exerce as mesmas atividades do reclamante.
b. Trabalhador (a) que ingressou com a ação trabalhista; empresa
que foi acionada; advogados (as) das partes; testemunha ouvida
pelo perito.
c. Trabalhador (a) que foi demitido (a) da empresa; empresa que foi
acionada; advogados (as) das partes; trabalhador que exerce as
mesmas atividades do reclamante.
d. Trabalhador (a) que ingressou com a ação trabalhista; empresa
que foi acionada; advogados (as) das partes; trabalhador que
exerce as mesmas atividades do reclamante.
e. Trabalhador (a) que ingressou com a ação trabalhista; situação
que o autor está reclamando na justiça; advogados (as) das
partes; trabalhador que exerce as mesmas atividades do
reclamante.

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2. O perito judicial é um profissional de confiança do Juiz, por
ele nomeado para apurar questões técnicas sobre as quais o
Magistrado não tem competência e habilitação para julgar o
caso. Em que pese o perito representar o Juiz na diligência, há
limites para a sua atuação.

O Código de Processo Civil (BRASIL, 2015), define em seu art.


473, parágrafo 2º, que: “é _________ ao _________ ultrapassar os
_________ de sua designação, bem como emitir _________ _________
que excedam o exame técnico ou científico do _________ da
perícia”.

Marque a alternativa que preenche corretamente as lacunas do


texto.

a. Permitido; reclamante; desígnios; opiniões técnicas; laudo.


b. Vedado; perito; limites; opiniões pessoais; objeto.
c. Autorizado; paradigma; limites; opiniões particulares; parecer.
d. Proibido; patrono; parâmetros; sugestões pessoais; resultado.
e. Solicitado; perito; limites; opiniões indevidas; objeto.

GABARITO

Questão 1 - Resposta D
Resolução: A alternativa apresenta corretamente a descrição
dos itens listados no enunciado, sendo: reclamante ou autor (a):
trabalhador (a) que ingressou com a ação trabalhista; reclamada
ou ré: empresa que foi acionada; patronos (as): advogados (as) das
partes; paradigma: trabalhador que exerce as mesmas atividades
do reclamante.

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Questão 2 - Resposta B
Resolução: O parágrafo 2º, do artigo 473, do Código de Processo
Civil, disciplina que “é vedado ao perito ultrapassar os limites
de sua designação, bem como emitir opiniões pessoais que
excedam o exame técnico ou científico do objeto da perícia”.

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TEMA 2

Diligência, elaboração do laudo,


esclarecimentos e impugnação
______________________________________________________________
Autoria: Júlio Assis de Freitas
Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior
DIRETO AO PONTO

Neste material, discutiremos e você poderá entender quem é quem


dentro de uma ação trabalhista: reclamante, autor, reclamada, ré,
paradigma, preposto, patrono. Todos esses termos são maneiras
como esta esfera judicial costuma se referir às pessoas envolvidas em
um processo, sejam pessoas físicas ou jurídicas.

Já algumas peças dentro do processo, como a petição inicial,


a contestação e a ata de audiência, devem ser minimamente
entendidas pelo perito judicial, por mais que não seja bacharel em
Direito, logo, caso você pretenda atuar neste mercado, precisará estar
familiarizado com esta terminologia.

Reclamação trabalhista é o nome dado à petição inicial, que é a


primeira peça jurídica do processo. Como o nome já sugere, é onde o
trabalhador reclama direitos que supostamente não foram honrados
na vigência do contrato de trabalho.

Se há uma reclamação trabalhista, é porque há alguém reclamando


algo, de modo que reclamante, que também é conhecido como
autor, é o trabalhador que ingressou com a ação trabalhista. Por
consequência, a empresa empregadora junto à qual o autor está
impetrando a ação trabalhista, é conhecido como reclamada ou ré.

Os advogados das partes, reclamante ou reclamada, também podem


ser referenciados como patronos, termo que, neste contexto, significa
defensor, protetor, ou algo do tipo.

Preposto é o nome dado ao representante da empresa reclamada na


ação trabalhista, personificando a figura que responderá legalmente
pela reclamada naquele processo em que foi nomeada para tanto.

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O paradigma é um trabalhador que exerce as mesmas atividades que
o reclamante exercia, e que pode ser avaliado pelo perito durante a
vistoria se assim for pertinente.

O reclamante pode ingressar com uma ação trabalhista enquanto


está ativo na empresa ou em até dois anos após sua saída, o que
ocorre na maioria das vezes, já que, geralmente, temendo alguma
represália, os trabalhadores tendem a evitar acionar empresas
enquanto são empregados delas.

Uma perícia pode acontecer vários meses após o desligamento do


trabalhador da empresa, isso ocorre em função do tempo que pode
demorar para ingressar com a ação, somado ao tempo que pode
demorar desde o ingresso da ação até a audiência de conciliação,
onde, normalmente, se designa a perícia. Além disso, quando ocorre
a audiência e a perícia é designada, o perito tem de 30 a 60 dias para
apresentar o laudo pericial.

Com isso, normalmente, durante a perícia, o trabalhador está ali na


condição de ex-funcionário, não é razoável que o perito solicite que
opere uma máquina ou efetue uma atividade qualquer para que veja
como era feito pelo reclamante.

Daí vem a importância do paradigma, é quem demonstrará na prática


como as atividades eram feitas, é quem portará um dosímetro, caso
o perito pretenda medir o ruído nas atividades que o reclamante
exercia, e assim sucessivamente.

O paradigma pode ainda servir de fiel da balança quando houver


divergências nos relatos das partes durante as entrevistas, por
exemplo, nas entrevistas o reclamante alega que ingressava em
câmara fria dez vezes ao dia, permanecendo no local por vinte
minutos, cada vez para separar os produtos que precisava retirar do

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local, e a empresa, por sua vez, der uma versão discrepante, afirmado
que o acesso era uma vez apenas ao dia, por cinco minutos.

Neste caso, o perito pode ouvir e observar em atividade um ou mais


paradigmas, de modo a formar sua convicção própria se esta ou
aquela ou ainda nenhuma das versões condiz com a realidade.

A Figura 1 ilustra as pessoas que, usualmente, atuam em uma ação


trabalhista e a parte que elas representam.

Figura 1 – As pessoas em um processo trabalhista típico

Fonte : adaptada de appleuzr/ iStock.com.

PARA SABER MAIS

Atualmente, todas as esferas da justiça informatizaram


integralmente o fluxo de tramitação dos processos, por meio
do Processo Judicial Eletrônico (PJe). Antigamente, um perito
judicial ia até a Vara do Trabalho, quando nomeado, para retirar

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fisicamente os processos judiciais, e eram volumes e mais
volumes de documentos a serem analisados, gerando grande
morosidade e uma enorme responsabilidade ao Perito, que
precisava assegurar que o processo não extraviasse enquanto
estivesse sob sua guarda.

Quando as partes nomeavam assistentes técnicos, estes tinham


que aguardar a devolução do processo ou negociar diretamente
com o perito para ter acesso a ele e analisar detalhes do caso, a
fim de procederem com seus respetivos trabalhos.

Com o advento do PJe, a Justiça evoluiu muito em celeridade


processual e segurança dos dados. Considerando todo o
histórico da Justiça, em termos relativos, o PJe passou a operar
há bem pouco tempo, a Justiça do Trabalho aderiu oficialmente
à plataforma em 29 de março de 2010. Hoje, todas as partes têm
acesso ao processo em tempo real e simultaneamente, se preciso
for.

Para a elaboração de seus trabalhos técnicos, peritos judiciais


e assistentes técnicos não necessariamente precisam ler um
processo na integra, já que documentos que envolvem questões,
normalmente, discutidas na esfera trabalhista, como horas
extras, equiparação salarial, férias vencidas, e outras, geralmente
irrelevantes para a análise técnica.

Uma das peças importantes que se deve analisar é a própria


petição inicial, onde constam as reclamações trabalhistas feitas
pelo autor, inclusive insalubridade ou periculosidade. Entretanto,
é importante ter em mente que, como leigo, eventualmente,
o que está sendo alegado pode não ter fundamento técnico,
como, por exemplo, pedidos de insalubridade por questões
ergonômicas. Diante disso, a análise técnica não deve se

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fundamentar nas alegações da petição inicial, mas dará um norte
do que será investigado na vistoria.

Na contestação, a reclamada apresenta seus argumentos de


defesa e eventuais documentos como fichas de Equipamento
de Proteção Individual (EPI), Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais (PPRA), Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP) e
outros, que podem ser úteis à análise técnica.

Por fim, a ata de audiência é outro documento fundamental,


já que é nele que o Juiz define qual será o objeto de estudo
técnico e nomeia o perito, que deverá ficar atento também aos
documentos juntados após sua nomeação, como quesitos das
partes, nomeação de assistentes técnicos, eventuais pedidos das
partes que impactem no agendamento de perícia entre outros.

TEORIA EM PRÁTICA

Maria é auxiliar de serviços gerais, trabalhando em uma empresa


terceirizada dentro de um shopping center de grande porte. Lá, faz
limpeza de pisos e mesas na praça de refeição, usando produtos
químicos, como detergente, hipoclorito de sódio e desinfetantes;
recolhe lixos e leva até uma caçamba externa de coleta; limpa
banheiros de uso dos clientes do local.

José é promotor de vendas de uma marca de frios, pratos prontos


resfriados e congelados, carnes bovinas, suínas e aves. Ele fica
lotado em um grande hipermercado, onde é responsável por retirar
os produtos do estoque e colocá-los em exposição na área de
vendas do estabelecimento.

Flávia é operadora de produção em uma fábrica de cervejas, onde


labora na linha de envase, operando a máquina que rotula garrafas
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de vidro, monitorando o fluxo de garrafas na esteira, retirando da
linha aquelas que apresentam defeito na rotulação. Operadores
como a Flávia, ainda, são responsáveis pela manutenção autônoma,
realizando atividades como reaperto e lubrificação periódica de
elementos mecânicos das máquinas.

Você mantém uma parceria com o advogado que representará


esses trabalhadores em ações trabalhistas para atuar como
assistente técnico, e deve fazer uma análise prévia das atividades
deles, sugerindo se há ou não viabilidade de pedir insalubridade ou
periculosidade. Quais seriam suas recomendações para cada caso?

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

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Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

A quesitação é parte importante do processo judicial, tanto


assistentes técnicos devem dominar a elaboração de quesitos
pertinentes, quanto o perito judicial deve saber como respondê-
los. O livro indicado traz, em sua seção 2, uma rica discussão sobre
formulação de quesitos.

Para realizar a leitura, acesse a nossa plataforma Biblioteca Virtual e


busque pelo título da obra.

BELEZE, C. A. Perícia trabalhista e avaliação de desempenho.


Londrina: UNOPAR, 2014.

Indicação 2

Os adicionais de insalubridade e periculosidade estão previstos na


Constituição Federal de 1988, regulamentados na Consolidação
das Leis do Trabalho, mas o nível mais detalhado de informações
se encontra nas normas regulamentadoras de número 15, para
insalubridade, e 16, para periculosidade. O perito judicial e assistente
técnico devem ter pleno domínio destas normas.

Pesquise por normas regulamentadoras na Secretaria do Trabalho,


dentro da plataforma GOV.BR.

BRASIL. Acesso Gov.br. Portaria n. 3.214, de 08 de junho de 1978.


Brasília, 1978.

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QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da
questão.

1. A ata de audiência é um documento de alta relevância, pois traz


algumas informações fundamentais. Classifique as alternativas
abaixo como verdadeiras (V) ou falsas (F), com relação aos dados
obtidos neste documento do processo judicial.
( ) A nomeação pelo Juiz do perito judicial.
( ) A nomeação pelo Juiz dos assistentes técnicos.
( ) O objeto a ser analisado pelo perito e assistentes
(insalubridade, periculosidade, outros).
( ) Os prazos para apresentação de quesitos e assistentes
técnicos.
( ) Os quesitos do Juiz.

a. V – V – V – V – V.
b. V – V – V – F – F.
c. V – F – V – F – V.
d. V – F – V – V – V.
e. V – F – F – V – V.

2. A apresentação de quesitos é parte importante do processo


judicial, pois visa esclarecer pontos relevantes sobre o objeto
da perícia. Assinale a alternativa que aponta corretamente os

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itens que representam quesitos relevantes, segundo Beleze
(2014):

BELEZE, C. A. Perícia trabalhista e avaliação de


desempenho. Londrina: UNOPAR, 2014.

I. Função exercida pelo empregado e suas atividades


executadas durante a jornada de trabalho.
II. Se o reclamante sofreu ou não assédio moral no trabalho.
III. Identificação de riscos químicos, físicos e biológicos aos
quais o empregado esteve exposto.
IV. Período e tempo de exposição aos riscos.
V. Utilização de EPI’s e se foram atendidos os itens da Norma
Regulamentadora 6.
VI. Se o trabalhador recebia uniforme.

a. II e VI, apenas.
b. I, III, VI e V, apenas.
c. I, II, VI e V, apenas.
d. I, III, VI e VI, apenas.
e. III, VI e V, apenas.

GABARITO
Questão 1 - Resposta D
Resolução: A alternativa correta é V – F – V – V – V.
A segunda afirmativa está errada pois os assistentes técnicos
não são nomeados pelo Juiz, mas indicados pelas partes
facultativamente.

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Questão 2 - Resposta B
Resolução: A resposta correta é I, III, VI e V, apenas.
Para os itens errados, o correto seria:
II. Descrição do local de trabalho com detalhes para
máquinas, mobiliário e ferramentas que auxiliam na
execução das atividades.
A alternativa II coloca um quesito irrelevante para análise de
insalubridade ou periculosidade por não se tratar de uma
questão técnica.
IV. Descrição dos equipamentos utilizados nas avaliações e
suas respectivas calibrações.
A alternativa IV também é irrelevante, já que uniformes
simples, para fins de padronização visual não são
tecnicamente considerados como EPIs, salvo casos com os
das vestimentas antichama padrão NR 10 para eletricistas e
vestimentas para ambiente frio.

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TEMA 3

Cadastro on-line para peritos


e conceitos de insalubridade e
periculosidade
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Autoria: Júlio Assis de Freitas
Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior
DIRETO AO PONTO

Neste material, falaremos sobre conceitos de insalubridade e


periculosidade. Como se dá ou não o enquadramento de uma
atividade insalubre ou perigosa?

As Normas Regulamentadoras (NRs) 15 e 16 são normas técnicas,


mas, como veremos, por vezes, são subjetivas, susceptíveis a
entendimentos variados e controversos, portanto, de pronto, vale
esclarecer que este material não tem a pretensão de impor este
ou aquele entendimento, mas apenas demonstrá-los. Cabe a cada
profissional se aprofundar tecnicamente e construir suas próprias
convicções nestes casos.

No âmbito da insalubridade, no caso dos agentes físicos ou químicos


que possuem um limite de tolerância definido na norma, não há
controvérsia, basta constatar se a exposição estava acima ou abaixo
deste limite e, estando acima, se havia ou não medidas de proteção,
coletiva ou individual, capazes de neutralizar a exposição para
concluir se o trabalhador teria ou não direito a insalubridade.

Por exemplo, sabemos que o limite de tolerância para um


trabalhador que tenha jornada de oito horas é de 85,0 dB(A). Se
constatado que o ruído, aferido de acordo com a metodologia
adequada, resulta em uma dose equivalente a um nível inferior
a este, a atividade é salubre, do contrário, é necessário avaliar
as medidas de proteção, uma vez que a própria NR 15 prevê a
eliminação da insalubridade por meio de medidas de ordem geral,
que mantenham o ambiente salubre, como o enclausuramento da
fonte de ruído, ou por meio da adoção de equipamento de proteção
individual eficaz.

Os anexos da NR 15, que tratam de calor vibrações, mostram


que alguns agentes químicos e poeiras são exemplos de agentes
27
quantitativos, nos quais é necessária a medição da concentração ou
intensidade do agente para verificar se a exposição excede ou não o
limite de tolerância.

A coisa começa mais complexa quando se trata de agentes cuja


caracterização da insalubridade se dá de forma qualitativa, pois
isso traz um fator de subjetividade à análise, alguns peritos ou
assistentes técnicos tendem a enquadrar uma mesma atividade
como insalubre e outros não, em função disso.

Vejamos o exemplo do anexo 10 da NR 15, que trata da exposição à


umidade, diz, ipsis litteris, que:

[...] As atividades ou operações executadas em locais alagados ou


encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos
à saúde dos trabalhadores, serão consideradas insalubres em
decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho
(BRASIL, 1978, [n. p.]).

Este é um anexo da NR 15, que existe desde a publicação da Portaria


n. 3.214/1978, que instituiu as normas regulamentadoras e, desde
então, não passou por qualquer atualização e deixa diversas
dúvidas, como: qual a profundidade mínima da lâmina d´água
em um ambiente para que seja considerado alagado? Quanto
de umidade acumulada é necessária para considerar um local
encharcado? A partir de que ponto a umidade pode ser considerada
excessiva? Uma piscina é obviamente um ambiente alagado, mas o
trabalho de um instrutor de nado é capaz produzir danos à saúde do
trabalhador, considerando se tratar de água limpa e tratada?

Sobre os anexos de frio, alguns agentes químicos e agentes


biológicos são exemplos de agentes de avaliação qualitativa, nos
quais basta constatar a exposição habitual capaz de causar danos à
saúde sem a efetiva proteção do trabalhador para que se configure

28
a insalubridade. O Quadro 1 demonstra a forma de avaliação,
qualitativa ou quantitativa, de cada anexo da NR-15.

Quadro 1 – Forma de avaliação da insalubridade


por anexo da NR-15

Fonte: elaborado pelo autor.

O anexo 11, da NR-15, apresenta os limites de concentração dos


agentes químicos no ar para fins de exposição respiratória, alguns
agentes possem um sinal de “+” na coluna de absorção pela pele,
indicando que, nestes casos, há insalubridade também pelo contato
dermal, se não houver proteção eficaz como luvas e aventais
impermeáveis. Já o anexo de poeiras minerais, possui limites de
tolerância para manganês e sílica livre cristalizada. Já o asbesto, é
simplesmente proibido em algumas situações, que, se identificadas
em vistoria, configuram imediatamente a insalubridade. Por este
motivo, estes anexos podem resultar em enquadramento tanto pela
análise quantitativa quanto qualitativa.

Referências
BRASIL. Acesso Gov.br. Portaria n. 3.214, de 8 de junho de 1978. Brasília,
1978.

29
PARA SABER MAIS

O que difere a insalubridade da periculosidade é o a natureza do


risco associado. Os agentes insalubres, no caso de uma exposição
sem proteção do trabalhador, podem gerar prejuízos à sua saúde
no longo prazo, ou seja, não é esperado que alguém apresente
perda auditiva por ficar exposto a 90 dB(A) um único dia sem
proteção, mas se isso acontecer cotidianamente, são quase certas
as chances da saúde auditiva do indivíduo ser afetada.

O mesmo ocorre no caso de agentes químicos, a maioria de nós


já sujou as mãos de graxa alguma vez na vida, ainda que na nossa
infância, trocando aquela corrente da bicicleta que escapou, não
é mesmo? Nem por isso desenvolvemos doenças relacionadas
a esta exposição. Já os mecânicos e demais profissionais
equivalentes, podem desenvolver, inclusive, cirrose hepática em
função da absorção dos componentes químicos da graxa e óleo
pela pele e corrente sanguínea, mas isso se dá também pelo
contato habitual, ao longo dos anos de trabalho.

A única exceção a esta regra, no caso da insalubridade, são alguns


agentes biológicos, afinal, bastaria uma única exposição sem
proteção para que houvesse uma contaminação, como no caso de
um enfermeiro que se acidenta com uma agulha contaminada por
um vírus como o HIV (sigla em inglês do vírus da imunodeficiência
humana).

Os agentes perigosos, por sua vez, representam risco de


lesão grave ou letal imediata, exemplificando, é fato que um
trabalhador pode laborar em uma subestação elétrica de alta
tensão por toda a vida até sua aposentadoria, saindo sem
qualquer prejuízo à sua saúde, mas um único acidente nestes
anos todos poderia ter tolhido a vida imediatamente, de modo

30
que o adicional de periculosidade fosse independente de uso de
EPIs ou outras medidas de proteção.

Para encerrar, vale lembrar que o trabalhador que está exposto


a agentes insalubres e perigosos, simultaneamente, não acumula
os adicionais, devendo optar por aquele que for mais vantajoso.

TEORIA EM PRÁTICA

André é pizzaiolo e, em sua rotina, trabalha montando e assando


pizzas por toda a jornada. Suas atividades se dão basicamente
em duas posições: a primeira delas é na bancada, onde ele abre a
massa de pizza e coloca os recheios; a outra posição é em frente
ao forno à lenha, onde coloca pizzas para assar, vira as pizzas
para que assem uniformemente, e retira depois de prontas,
voltando para a bancada para cortar as fatias da pizza, finalizando
o processo e repetindo este ciclo por toda a jornada. Para cada
hora de trabalho, André passa aproximadamente trinta minutos
em frente ao forno e trinta minutos na bancada.

André foi admitido em 01/07/2015 e demitido em 10/05/2020,


ingressando com uma ação em 30/08/2020, onde pedia
insalubridade. Descreva a metodologia para avaliação da
exposição de André ao agente físico calor, que deverá ser
aplicada pelo perito judicial.

Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor,


acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de
aprendizagem.

31
LEITURA FUNDAMENTAL
Indicações de leitura

Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis


em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet.

Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de


autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve,
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na
construção da sua carreira profissional.

Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da


nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!

Indicação 1

O livro indicado traz, em sua unidade 2, mais detalhes sobre


insalubridade e periculosidade.

BELEZE, C. A. Perícia trabalhista e avaliação de desempenho.


Londrina: UNOPAR, 2014.

Indicação 2

Os adicionais de insalubridade e periculosidade estão previstos na


Constituição Federal de 1988, regulamentados na Consolidação
das Leis do Trabalho, mas o nível mais detalhado de informações
32
se encontra nas normas regulamentadoras de número 15, para
insalubridade, e 16, para periculosidade. O perito judicial e
assistente técnico devem ter pleno domínio destas normas.

BRASIL. Acesso Gov.br. Portaria n. 3.214, de 08 de junho de 1978.


Brasília, 1978.

QUIZ

Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a


verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste
Aprendizagem em Foco.

Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão


elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da
questão.

1. Os agentes insalubres são divididos nos grupos dos agentes


físicos, químicos e biológicos. Alguns deles possuem limite
de tolerância, sendo avaliados quantitativamente, outros não
possuem este limite, sendo avaliados qualitativamente.

Analise as afirmativas abaixo, e classifique como


verdadeiras (V) ou falsas (F).

( ) Ruído, calor e vibração são agentes físicos.


( ) O agente físico frio é de avaliação quantitativa, sendo
considerados frios os ambientes com temperatura inferior a
12ºC.

33
( ) Fungos, parasitas, vírus e bactérias representam agentes
biológicos.
( ) O limite de tolerância sem proteção para o ruído contínuo
ou intermitente é de 90 dB(A), para jornadas de trabalho de até
quatro horas.
( ) Gases, vapores, fumos e névoas são algumas das formas nas
quais os agentes químicos podem se apresentar na atmosfera.

Assinale a alternativa que representa a resposta correta.

a. V – V – V – V – V.
b. V – V – V – F – F.
c. V – F – V – F – V.
d. V – F – V – V – V.
e. V – F – F – V – V.

2. Um trabalhador trabalha em uma bancada operando uma serra


para cortar molduras de espelho. Após o corte, embala estas
molduras e encaminha para a expedição.
De sua jornada diária, de 480 minutos, 50% são operando
a serra, que gera 90 dB(A) de ruído, e os 50% restantes são
embalando caixas, exposto a um ruído equivalente a 85 dB(A).
Assinale a alternativa que representa a dose de exposição
calculada, segundo o item 6, do anexo 1, da NR-15, e que aponta
corretamente se a atividade está acima ou abaixo do limite de
tolerância.

a. Dose = 1,0 – Acima do limite de tolerância.


b. Dose = 1,5 – Acima do limite de tolerância.
c. Dose = 1,5 – Abaixo do limite de tolerância.
d. Dose = 0,5 – Abaixo do limite de tolerância.
e. Dose = 1,0 – Abaixo do limite de tolerância.

34
GABARITO

Questão 1 - Resposta D
Resolução: A alternativa correta é V – F – V – V – V.
A segunda afirmativa está errada, pois o frio é um agente
físico de natureza qualitativa, não possui limite de tolerância
definido e seu enquadramento ou não como insalubre depende
da inspeção realizada no local de trabalho, na qual se detecte
atividades ou operações executadas no interior de câmaras
frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares,
que exponham trabalhadores ao frio sem a proteção adequada.
Questão 2 - Resposta B
Resolução: A resposta correta é: Dose = 1,5 – Acima do limite
de tolerância.
Justificativa: operando a serra, o trabalhador fica exposto,
por 240 minutos, a um nível de ruído cujo tempo máximo de
exposição é de 240 minutos, logo: 240/240 = 1.
Embalando as molduras, o trabalhador fica exposto, por 240
minutos, a um nível de ruído cujo tempo máximo de exposição
é de 480 minutos, logo: 240/480 = 0,5.
O efeito combinado dessas exposições é equivalente a 1,5, ou
seja, 150% do máximo permitido, logo, a exposição excede o
limite de tolerância.

35
BONS ESTUDOS!

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