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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

Prof.ª Luciana Aranalde

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
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Direito Processual do Trabalho


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Dos Peritos Judiciais ..................................................................................................................... 3

1.1. Dos Honorários Periciais e a Lei nº 13.467/2017 ................................................................. 8

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório
para Concursos Públicos e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além
disso, recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.

Bons estudos, Equipe Ceisc.


Atualizado em fevereiro de 2022.

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Dos Peritos Judiciais

Prof.ª Luciana Aranalde


@luciana_aranalde

Na Justiça do Trabalho, o perito atua, normalmente, em processos de maior complexidade


a ponto de o juiz necessitar de um auxílio técnico para resolver o litígio.

Em sua grande maioria, os processos que exigem um perito tratam de pedidos de


adicional por insalubridade, periculosidade, doenças ocupacionais e profissionais.

➢ Quem pode ser perito judicial?

Ressalta-se que não se trata de um cargo público, ou seja, não há concursos para ser um
Perito Judicial na Vara do Trabalho. O cargo é de nomeação pelo Juízo, que deve
acompanhar a análise do perito até o final do processo.

Art. 156, CPC. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de
conhecimento técnico ou científico.

§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos


técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o
juiz está vinculado.

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O Perito Judicial tem como função avaliar todos os casos relacionados à Justiça do
Trabalho quando nomeado por um Juiz, sendo seu dever emitir laudos periciais, e o seu parecer
técnico tem importante relevância para o esclarecimento da controvérsia, ainda que o juiz não
esteja a ele adstrito.

Inclusive, o perito judicial pode ir à empresa avaliar o ambiente de trabalho, analisar e


conversar com os técnicos assistentes envolvidos no caso afim de emitir um laudo comprobatório
que justifique o processo.

OBSERVAÇÃO:

Importante: O Perito Judicial deve assumir um papel totalmente imparcial, não podendo levar
sua análise à defesa de uma das partes envolvidas.

Art. 195, CLT - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade,


segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de
Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho.
§ 1º - É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas
requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor
deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou
perigosas.

• OBRIGATORIEDADE: Quando a demanda tratar de pedido de INSALUBRIDADE


OU PERICULOSIDADE a perícia judicial é OBRIGATÓRIA!

§ 2º, art. 195, CLT - Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado,
seja por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na
forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do
Ministério do Trabalho.
§3º, art. 195, CLT - O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora
do Ministério do Trabalho, nem a realização ex officio da perícia.

Não sendo o caso de análise das condições de saúde e higiene do local de trabalho,
condições insalubres e/ou de periculosidade; tratando o caso, por exemplo, de indenização por

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acidente ou doença do trabalho, o magistrado não está obrigado a designar profissional técnico
para a produção da prova técnica pericial.

OBSERVAÇÃO:

Importante ressaltar, porém, que, em processos que não envolvam, necessariamente,


periculosidade ou insalubridade, não se impede o requerimento de perito pela parte
interessada.

Questões contábeis, por exemplo, também podem exigir a perícia técnica em um processo
trabalhista.

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O Juiz pode também conceder que as partes escolham seus assistentes técnicos sem que
isso comprometa a atuação do perito judicial ou o processo.

Art. 826, CLT - É facultado a cada uma das partes apresentar um perito ou técnico.

A Perícia Trabalhista ligada à área contábil é responsável por:

• Analisar folhas de pagamento


• Recibos
• Mapas de produção
• FGTS
• Normatizações para prêmios de produção e/ou comissões
• Aumentos de salário
• Débitos trabalhistas
• Concessões de adicionais
• Horas extras

OBSERVAÇÃO:

Importante: no Procedimento Sumaríssimo, a atuação do perito é medida excepcional!

Art. 852, H, CLT - Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e


julgamento, ainda que não requeridas previamente. [...]
§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida
prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear
perito

O perito judicial desempenha papel fundamental em um processo trabalhista no que diz


respeito à prova.

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Art. 827, CLT - O juiz ou presidente poderá arguir os peritos compromissados ou os


técnicos, e rubricará, para ser junto ao processo, o laudo que os primeiros tiverem
apresentado.
Art. 848, CLT - Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, podendo o
presidente, ex officio ou a requerimento de qualquer juiz temporário, interrogar os
litigantes.
§ 1º - Findo o interrogatório, poderá qualquer dos litigantes retirar-se, prosseguindo a
instrução com o seu representante.
§ 2º - Serão, a seguir, ouvidas as testemunhas, os peritos e os técnicos, se houver.

Na fase de execução também existe a possibilidade de atuação de um perito judicial.

Art. 879, CLT - Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-se-á, previamente, a sua
liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por arbitramento ou por artigos. [...]
§6º Tratando-se de cálculos de liquidação complexos, o juiz poderá nomear perito para a
elaboração e fixará, depois da conclusão do trabalho, o valor dos respectivos honorários
com observância, entre outros, dos critérios de razoabilidade e proporcionalidade.

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"Os peritos judiciais não atuam no Tribunal Superior do Trabalho, pois, para a execução
da função precípua desta Corte, que é a uniformização de jurisprudência, o TST não examina
fatos e provas, não havendo necessidade, portanto, de esclarecimentos técnicos a serem
prestados por peritos."

https://www.tst.jus.br/cadastro-eletronico-de-peritos

1.1. Dos Honorários Periciais e a Lei nº 13.467/2017

Art. 790-B, CLT - A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte
sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita.
§1º Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo
estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
§2º O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais.
§3º O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de perícias.

➢ Discussão:

Art. 790, B, CLT - A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte
sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça gratuita.
§4º Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em juízo
créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro processo,
a União responderá pelo encargo.

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• Redação anterior à reforma trabalhista:

Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte


sucumbente na pretensão objeto da perícia, salvo se beneficiária de justiça gratuita

• Não esquecendo da Súmula 457 do TST, que segue mantida.

Súmula 457, do TST: A União é responsável pelo pagamento dos honorários de perito
quando a parte sucumbente no objeto da perícia for beneficiária da assistência judiciária
gratuita, observado o procedimento disposto nos arts. 1º, 2º e 5º da Resolução n.º 66/2010
do Conselho Superior da Justiça do Trabalho – CSJT.

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OBSERVAÇÃO:

ADIN 5766 – Ação Direta de Inconstitucionalidade

A inconstitucionalidade cingiu-se em:

a) o pagamento dos honorários periciais e sucumbenciais, quando a parte tiver obtido em


juízo, inclusive em outro processo, créditos capazes de suportar a despesas (mesmo que
destinatário da gratuidade da justiça)

b) o pagamento de custas, caso tenham dado ensejo à extinção, em virtudes do não


comparecimento á audiência, condicionando a propositura de nova ação a tal pagamento
(mesmo que destinatário da gratuidade da justiça)

Quanto aos honorários periciais, foco da aula, restou entendido pela Corte
Superior que:

1. É inconstitucional a legislação que presume a perda da condição de hipossuficiência


econômica para efeito de aplicação do benefício de gratuidade de justiça, apenas em
razão da apuração de créditos em favor do trabalhador em outra relação processual,
dispensado o empregador do ônus processual de comprovar eventual modificação na
capacidade econômica do beneficiário.

Por maioria de votos, o colegiado considerou inconstitucionais os dispositivos que


estabelecem a necessidade de pagamento de honorários periciais e advocatícios pela
parte derrotada (honorários de sucumbência), mesmo que esta seja beneficiária da
Justiça gratuita (artigo 790-B, caput e parágrafo 4º, da CLT) e o que autoriza o uso de
créditos trabalhistas devidos ao beneficiário de justiça gratuita, em outro processo, para
o pagamento desses honorários (artigo 791-A, parágrafo 4º). Integraram essa corrente
os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e
as ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber.

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