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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A)

JUIZ(A) DA 7ª VARA DO TRABALHO DE SÃO LUÍS –


MA – JUSTIÇA DO TRABALHO DA 16ª REGIÃO.

LAUDO PERICIAL DE EXAME DE ADICIONAL


DE INSALUBRIDADE E/OU PERICULOSIDADE

Nº. 045/2014

DANILO MARTINS DE CARVALHO, abaixo


assinado, Engenheiro Mecânico e de Segurança do Trabalho,
registrado junto ao Conselho Regional de Engenharia e
Arquitetura / CREA sob o nº. 4236/D – MA, residente e
domiciliado à Rua das Quaresmeiras, nº. 05, quadra 05, Bairro
São Francisco, São Luís – MA, CEP 65.076-270, telefone
celular (98) 8864 2196, nomeado como Perito Oficial por Vossa
Excelência na Ação Trabalhista (Processo Judicial nº. 0016890-
88.2014.5.16.0022), movido por Aldir Jorge Penha Gomes,
contra Consorcio de Alumínio do Maranhão Consorcio ALUMAR
e Outros, vem mui respeitosamente apresentar seu laudo
técnico, descrevendo com verdade os resultados e avaliações,
bem como todas as circunstâncias encontradas nos locais
perquiridos.
A presente Peça informativa será
desenvolvida em partes de acordo como se segue:
I – HISTÓRICO fl. 2;
II – OBJETIVO DOS EXAMES fl. 2;
III – METODOLOGIA fl. 3;
IV – DOS EXAMES fl. 4;

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V – RESPOSTA QUESTIONÁRIO fl. 17 a 31;
VI – CONCLUSÃO PERICIAL fl. 31;
VII – RELATÓRIO FOTOGRÁFICO fl. 34.

I – HISTÓRICO
Em cumprimento a determinação Judicial
proferida pelo M.M. Juiz(a) da 7ª Vara do Trabalho de São
Luís/MA - 16ª Região, o signatário compareceu como marcado,
no dia 28 de outubro de 2014, as 08:00 horas junto às
instalações da reclamada, situada no Distrito Industrial, Km 18,
BR 135, Bairro Pedrinhas, São Luís-MA., a fim de iniciar os
exames periciais visando esclarecer, o enquadramento do
reclamante em situação de INSALUBRIDADE E/OU
PERICULOSIDADE.

II – OBJETIVO DOS EXAMES

A Perícia em questão tem como objetivo:


Avaliar os riscos existente onde laborava o
Reclamante que exercendo as atividades de OPERADOR de
REDUÇÃO, COORDENADOR e ENCARREGADO de
PRODUÇÃO, admitido em 04 de dezembro de 1989 e afastado
em 04 fevereiro de 2014, pleiteia a percepção de Adicional de
INSALUBRIDADE E/OU PERICULOSIDADE, alegando ter
trabalhado em condições insalubres e perigosas quando do seu
pacto laboral.

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Analisar os diversos aspectos para atingir um
adequado encaminhamento e correta interpretação final deste
Laudo Pericial sem subjetivismo e com embasamento técnico
legal;
Proceder a coletas de elementos técnicos das
atividades realizadas pelo Reclamante, com a finalidade de
identificar a existência de condições de risco, visando
caracterizar o direito à percepção dos Adicionais de
Insalubridade e/ou periculosidade;
Oferecer assim subsídios para o decisum
deste Doutor Juízo quanto à matéria depreendida.

III – METODOLOGIA
Como metodologia de trabalho, adotei: a
verificação “ in loco” , com avaliações qualitativas, juntamente
com a técnica de coleta de informações gerais, oitiva de
funcionários que atuavam com o Reclamante e de
representantes legais das partes, visando esclarecer o real
histórico das atividades realizadas pelo Reclamante em seu
pacto laboral.
A metodologia utilizada na elaboração
deste Laudo segue também o prescrito na NR-15 “ Atividades e
Operações Insalubres” e seus Anexos 1, 2, 3, 8, 12, e 13 –
Portaria Nº 3.214/78 de 08 de junho de 1978 do Ministério do
Trabalho e Emprego que regulamenta a Lei n°6.514/77 CLT, de
22 de dezembro de 1977, NR-10 “ Segurança em Instalações e
Serviços Elétricos” NR-16 Atividades e Operações Perigosas,

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NR-18 Trabalho na Industria da Construção Civil e seus anexos,
NR-19 Explosivos, NR-20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis,
NR-21 Trabalho a Céu Aberto e NR-22 Segurança e Saúde
Ocupacional na Mineração.

IV – DOS EXAMES
O signatário precedeu a minuciosos exames
das condições de trabalho do Reclamante, utilizando-se de
recursos técnicos adequados, em conformidade com os
procedimentos técnico-normativos sistematizados pela
Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho/MTe; com
contemplação legal dada pela Lei nº. 6.514 CLT, de 22 de
dezembro de 1977 prescritos nos Art. 189 a 197; a portaria
3.311/89; as NR 01, NR 06, NR 07, NR 09, NR 10, NR 11, NR
12, NR 15, NR 16, NR 17, NR 19, NR 20, NR 21, NR 22, NR 33
e NR 35.
Conforme Art. 157 e 158 da já citada Lei 6.514
de 22 de dezembro de 1977:
Art. 157 – Cabe às Empresas
I. Cumprir e fazer cumprir as normas de
segurança e medicina do trabalho;
II. Instruir o empregado, através de
ordens de serviço, quanto às
precauções a serem tomadas no
sentido de evitar acidentes do trabalho
ou doenças ocupacionais.
III. Adotar as medidas que lhes sejam
determinadas pelo órgão regional
competente;

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IV. Facilitar o exercício de fiscalização
pela autoridade competente.
Art. 158 Cabe aos empregados:
I. Observar as normas de segurança e
medicina do trabalho, inclusive as
instruções de que trata o item II do
artigo anterior;
II. Colaborar com a Empresa na
aplicação dos dispositivos deste
capítulo.
Capitulo Único – Constitui ato faltoso
do empregado a recusa injustificada:
a) À observância das instruções
expedidas pelo empregador na
forma do item II do artigo anterior;
b) Ao uso dos equipamentos de
proteção individual fornecido pelo
empregador.

Conforme já descrito, no dia 28 de outubro de


2014 às 08h00min horas, compareci no endereço informado a
fim de iniciar os exames periciais.
Por ocasião dos exames levados a efeito
neste dia, prestaram colaboração para o desenvolvimento deste
trabalho, mediante levantamento de dados, acompanhamento
da visita e fornecimento de informações, as seguintes pessoas:
 Pelo Reclamante:
O próprio.
Dr. Paulo Roberto Almeida – Advogado.
 Pela Reclamada:

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Sra. Elina Sena Santiago de Sá– Engenheira
de Segurança e Higienista Ocupaciona;
Dr. Tarcisio Almeida Araújo – Advogado;
Sr. João José Barrico de Sousa – Assistente
Técnico;
Sr. Rafael Bacelar – Supervisor de
Revestimento;
Sr. Kledilson França Pinheiro – Coordenador
de Produção da Sala de Cubas.
Sr. James Rodrigues Silva – Encarregado
de Produção e paradigma.
Os trabalhos foram iniciados em área interna
da Reclamada onde fiz as colocações pertinentes.
Ficou patente a necessidade de oitiva de
funcionários ou ex-funcionários da Reclamada que conheciam o
Reclamante e que tinham com ele laborado. Facultei às partes o
chamamento de informantes dentro de sua conveniência.
Assim sendo, iniciamos os trabalhos periciais
com a coleta de informações pelo Reclamante:
Sr. Aldir – Informou que suas atividades
sempre foram desenvolvidas na área de produção e no salão de
cubas; que foi contratado inicialmente como Auxiliar de Redução
e sua última função/cargo foi de Encarregado de Produção; que
recebeu EPI´s para desenvolver suas atividades; que sua
atividade como Operador de Redução era diretamente e
permanentemente no salão de cubas, com a temperatura

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sempre muito elevada; que apesar de receber máscara para
trabalhar sempre ficava exposto a gases, vapores e particulados
de produtos químicos proveniente do processo da fabricação do
alumínio; que na sua atividade exigia um esforço físico muito
grande; que devido às metas a serem cumpridas nunca tinha
tempo para o descanso, apesar da Reclamada disponibilizar
espaço para isso; que ficava exposto a agentes nocivos e
perigosos no desenvolvimento de suas atividades.
Pela Reclamada: Sra. Elina: Informou que a
Reclamada tem política de Saúde e Segurança do Trabalho
muito atuante e rigorosa, tanto com seus empregados como com
as Empresas terceirizadas; que todos os empregados são
treinados e qualificados para exercerem suas atividades; que
todos recebem EPI´s adequados para desenvolverem suas
atividades; que os ambientes e as atividades são
constantemente monitoradas garantido condições necessárias
para evitar danos à saúde dos trabalhadores; que a Reclamada
disponibiliza sala climatizada e com conforto para descanso dos
trabalhadores que atuam nos salões de cubas; que os
encarregados tem suas atividades desenvolvidas em sala
climatizada e que vão até a sala de cubas eventualmente; que o
Reclamante trabalhou na função de Operador de Redução até o
ano de 2009; que a partir deste ano foi promovido ao cargo de
Coordenador de Produção e posteriormente em 2010 passou a
exercer o cargo de Encarregado de Produção; que nestas duas
últimas funções ia até a sala de cubas de modo eventual.

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Encerrada a oitiva, passamos a visitar as
áreas indicadas pelas partes onde o Reclamante laborou na
Reclamada, ou seja, nos salões de cubas. (Ver Relatório
Fotográfico).
Após as oitivas e visitas, decidi encerrar essa
etapa e concluir sobre o histórico das atividades desenvolvidas
pelo Reclamante.

Cabe às Empresas:

Art. 157 da CLT


I. Cumprir e fazer cumprir as normas de
segurança e medicina do trabalho;
II. Instruir o empregado, através de
ordens de serviço, quanto às
precauções a serem tomadas no
sentido de evitar acidentes do trabalho
ou doenças profissionais.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO RECLAMANTE /


OUTROS ASPECTOS

a. Descrição das atividades:

O Reclamante foi contratado pela Reclamada


na função de OPERADOR DE REDUÇÃO até 30 de junho de
2009, passando para COORDENADOR DE PRODUÇÃO até 31
de dezembro de 2009 e finalmente ENCARREGADO DE
PRODUÇÃO até seu desligamento da Reclamada ocorrido em

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04 de fevereiro de 2014. Nestes cargos, desenvolveu as
seguintes atividades:
OPERADOR DE REDUÇÃO de 04/12/1989 a 30/06/2009:
Rastelar cubas, Corrida de metal e banho, Troca de anodo,
Medição de voltagem dos anodos da cuba e adicionar fluoreto,
Inspeções visuais nas cubas, Retirar Burn-Off, Instalar e Retirar
placas de desvios, Verificação da reação de anodos fora de
faixa, Preparação de cadinho e tampa, Operar cubas novas,
Ligar e desligar cubas, Operar ponte ECL, Trocar anodos com
ponte ECL e Trocar Burn-Off com ponte ECL.
COORDENADOR DE PRODUÇÃO de 01/07/2009 a 31/12/2009:
Coordenar e manter as atividades operacionais em geral, Manter
variáveis do processo sobre controle, Liderar equipe sobre sua
responsabilidade.
ENCARREGADO DE PRODUÇÃO de 01/01/2010 a 04/02/2014:
Coordenação das atividades relativas a produção, Correções de
distorções dos padrões estabelecidos, Participar do fechamento
de inventários mensal e anual da produção cumprindo as metas
de segurança, meio ambiente e qualidade dentro dos padrões,
prazos e custos estabelecidos pela Reclamada.

b. Local de trabalho:

Os locais levados a exames por ocasião dos


trabalhos periciais quando o Reclamante exerceu a função de
Operador de Produção, foram os salões de cubas, com
características de construção industrial, com piso cimentado e

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isolado, cobertura em estrutura e telhas metálicas, ventilação e
iluminação natural e forçada, com pé direito com
aproximadamente 10 metros. Na função de Coordenador e
Encarregado o local visitado é constituído de sala climatizada
com móveis e equipamentos de trabalho, tendo como principal
ferramenta computadores, impressoras e demais equipamentos
de um escritório, pisos e paredes revestidas, paredes pintadas,
portas e janelas e com iluminação e ventilação natural e forçada.
Nas funções de Coordenador e Encarregado de Produção o
Reclamante adentrava nos salões de cuba de modo eventual,
segundo suas informações e declarações do paradigma James
Rodrigues.

Ficou claro, em face de oitivas acima


descritas, que o Reclamante laborava em atividades
eminentemente voltadas para o setor de produção de alumínio,
produto final produzido pela Reclamada.

c. Dos equipamentos de proteção individual:

Por ocasião dos exames periciais, apesar de


solicitado, não foi disponibilizado a Ficha de Controle e Entrega
dos Equipamentos de Proteção Individual – EPI´s, necessários
para o desenvolvimento das atividades inerentes à área de risco
do Reclamante, apenas foi disponibilizado no ID 6ª7e493 em
28/08/2014, os EPI´s adquiridos pela Reclamada, sem contudo
ter apresentado o recebimento pelo Reclamante.

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d. Das condições de risco:

Ficou evidenciado que o Reclamante laborava


em área que expunha a condição de fator de riscos, sendo os
principais ruídos, calor, eletricidade e explosão:
Ruído – Exposição ao agente nocivo ocorria de forma habitual
e permanente, não ocasional nem intermitente durante a jornada
de trabalho, atenuado pelo uso de EPI fornecido pela
Reclamada.
Calor – A exposição ao agente nocivo ocorria de forma habitual
e permanente, não ocasional nem intermitente durante a jornada
de trabalho. Apesar da reclamada disponibilizar de ambiente
climatizado e com acomodações para o descanso do
trabalhador, não evidenciamos durante a realização da pericia
que iniciou às 09:00 nos salões de cubas e encerrou às 12:00 hs
a utilização da sala de vivencia por nenhum trabalhador, sendo
informado pelo Reclamante que devido às metas a serem
cumpridas, raramente algum trabalhador utiliza o espaço, a não
ser para beber água.
Eletricidade – A exposição a este agente perigoso ocorria de
modo habitual e intermitente quando o Reclamante exerceu a
função de Operador de Redução nas atividades de desligamento
de Cubas com Pot Switch de modo habitual. A exposição aos
agentes periculosos são atenuados e muito raramente

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eliminados devido a falhas operacionais, mecânicas e
principalmente por descumprimento de procedimentos.
Ergonômico – Na atividade de Operador de Redução em
praticamente todas as etapas da atividade havia risco
ergonômico por postura inadequado podendo haver torção
lombar devido ao esforço nas atividades;
Queimaduras, Esmagamento, Quedas de mesmo nível e nível
diferente, Explosão, Inalação de Gases e particulados, etc.,
Todos estes riscos estão relacionados à atividade do
Reclamante quando exerceu a função de Operador de Redução.

e. Dos aspectos legais e normativos:

No tocante aos aspectos legais, alem do


fundamento cientifico, faz-se necessário o fundamento legal
para a caracterização do adicional de insalubridade.

Art. 189 da CLT:


“ Serão consideradas atividades ou
operações insalubres aquelas que, por
sua natureza, condições ou métodos de
trabalho, exponham os empregados a
agentes nocivos à saúde, acima dos
limites de tolerância fixados em razão
da natureza e da intensidade do agente
e do tempo de exposição aos seus
efeitos” .
Art. 190 da CLT:
O Ministério do Trabalho aprovará o
quadro das atividades e operações
insalubres e adotará normas sobre os

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critérios de caracterização da
insalubridade, os limites de tolerância
aos agentes agressivos, meios de
proteção e o tempo máximo de
exposição do empregado a esses
agentes.
Parágrafo único – As normas referidas
neste artigo incluirão medidas de
proteção do organismo do trabalhador
nas operações que produzem
aerodispersóides tóxicos, irritantes,
alergênicos ou incômodos.
Art. 191 da CLT:
A eliminação ou a neutralização da
insalubridade ocorrerá:
I – com a adoção de medidas que
conservem o ambiente de trabalho
dentro dos limites de tolerância;
II – com a utilização de equipamentos
de proteção individual ao trabalhador,
que diminuam a intensidade do agente
agressivo a limites de tolerância.
Parágrafo único – Caberá às
Delegacias Regionais do Trabalho,
comprovada a insalubridade, notificar as
empresas, estipulando prazos para sua
eliminação ou neutralização, na forma
deste artigo.
Artigo 193 da CLT:
São consideradas atividades ou
operações perigosas, na forma da
regulamentação aprovada pelo
Ministério do Trabalho, aquelas que, por

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sua natureza ou métodos de trabalho,
impliquem o contato permanente com
inflamáveis ou explosivos em condições
de risco acentuado.
§ 1º - O trabalho em condições de
Periculosidade assegura ao empregado
um Adicional de 30% (trinta por cento)
sobre o salário sem os acréscimos
resultantes de gratificações, prêmios ou
participações nos lucros da empresa.
§ 2º - O empregado poderá optar pelo
Adicional de insalubridade que
Por ventura lhe seja devido.
Artigo 195 da CLT:

A caracterização e a classificação da
insalubridade e da periculosidade,
segundo as normas do Ministério do
Trabalho, far-se-ão através de perícia a
cargo de Médico do Trabalho ou
Engenheiro do Trabalho, registrados no
Ministério do Trabalho.

Decreto n° 92.212 que regulamenta a Lei n° 7.369/85.

Art.1º - São atividades em condições de


periculosidade de que trata a Lei nº
7.369, de 20 de setembro de 1985,
aquelas relacionadas no Quadro de
Atividade/Área de Risco, integrantes do
Quadro anexo a este Decreto.

Art 2º - É exclusivamente susceptível de


gerar direito à percepção do adicional
de periculosidade de que trata à Lei nº
7.369, de 20 de setembro de 1985, o

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exercício das atividades constantes do
Quadro anexo, desde que em caráter
permanente nas Áreas de Risco
especificadas.

Temos na NR-15:
15.1.5 – Entende-se por limite de
tolerância, para fins dessa norma, a
concentração ou intensidade máxima ou
mínima, relacionada com a natureza e o
tempo de exposição ao agente, que não
causará dano à saúde do trabalhador,
durante a sua vida laboral.
A Lei 2.573/55
Instituiu o direito ao recebimento do
Adicional de Periculosidade aos
empregados que estão em contato com
as substancias inflamáveis.

Resumo de Periculosidade:

1 - Risco de vida eminente;


2 - Contato permanente com explosivos
(art. 193, CLT), inflamáveis (art. 193,
CLT), energia elétrica (lei 7.369/85),
radiação ionizante ou substancias
radioativas (portaria nº 3.393/87),
Vigilantes e Seguranças privados (Lei
12.740/12) e mais recente, trabalho em
motocicletas (Lei 12.799/2014).

Alem do fundamento científico, faz-se


necessário o fundamento legal para a caracterização da
insalubridade e/ou periculosidade, na falta de qualquer um dos

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dois, não é possível o enquadramento, sob pena de nulidade
jurídica.
Condições de Perigos e Risco:

Definições de Perigos e Riscos voltados para


Saúde e Segurança do Trabalho:
Perigo: É uma condição ou conjunto de circunstâncias do
ambiente de trabalho ou cenários externos (exposição) que tem
o potencial de causar ou contribuir para uma lesão ou morte
(dano) do trabalhador.

Risco: É a lesão ou morte (dano) do trabalhador proveniente do


perigo (exposição) encontrado no ambiente de trabalho ou em
suas atividades laborais.

Os riscos existentes no ambiente de trabalho


do Reclamante voltado para a insalubridade estavam
principalmente na atividade de Operador de Redução causadas
pelos agentes de risco ruído, vapores, gases, poeiras e calor.

Os riscos voltados para a Periculosidade a que


o Reclamante estava submetido era em operações com
eletricidade no Desligamento de Cuba com Pot Switch que
acontecia de modo habitual.

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Toda a Legislação Trabalhista trata da
atenuação ou eliminação do RISCO e não do PERIGO como
medidas preventivas para evitar o dano ao trabalhador.

V – RESPOSTAS QUESTIONÁRIOS
QUESITOS DA RECLAMADA

1 – Informar o período não prescrito de interesse à perícia.


Resposta: Segundo a Legislação vigente cinco anos retroativos
à data do Processo Trabalhista, ou seja, 2009 a 2014.
2 – Informar o exato local de trabalho habitual do reclamante.
Se mais que um local, informá-los, assim como o tempo de
permanência em cada um destes locais entendidos como postos
de trabalho habituais.
Resposta: Ver fl. 9 deste Laudo.
3 – Informar as atividades habituais realizadas pelo reclamante,
bem como suas respectivas frequências dentro da jornada.
Resposta: Ver fl. 8 deste Laudo
4 – Por se tratar de perícia técnica relacionada à insalubridade e
periculosidade, queira o Sr. Perito informar a observância do
disposto nos Artigos 189, 190, 191 e 193 da CLT.
Resposta: Ver fl. 12 deste Laudo.
5 – Informar os instrumentos utilizados e as metodologias
aplicadas em relação a cada agente ambiental avaliado.
Resposta: Analisamos as avaliações apresentadas pela
Reclamada.

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6 – Informar o tempo dedicado à avaliação de cada um dos
agentes.
Resposta: Variável.
7 – Informar os resultados das respectivas avaliações
realizadas.
Resposta: Os riscos avaliados pela Reclamada fora dos limites
de tolerância foram adotadas medidas técnicas e utilização de
EPI´s adequados para atenuar ou neutralizar estes agentes,
ficando somente o agente calor como prejudicial devido à
jornada de trabalho fora dos limites de tolerância quanto ao
tempo de exposição.
8 – No caso de avaliação qualitativa de agente ambiental,
informar, para cada agente:
8.a) A atividade acompanhada pelo Perito e a sua detalhada
descrição;
Resposta: Ver fl. 8 deste Laudo.
8.b) O agente ambiental de interesse;
Resposta: Ver fl. 11 deste Laudo.
8.c) O nome do paradigma que realizou a atividade;
Resposta: James Rodrigues como Encarregado de Produção.
Os paradigmas Operadores de Produção foram observados
mais não fizeram comentários.
8.d) Se produto químico, a quantidade ou o volume utilizado;
Resposta: Prejudicada.
8.e) A frequência de realização da atividade avaliada;

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Resposta: Período da visita ao local de trabalho do Reclamante,
das 08:30 hs às 12:00 hs.
8.f) O tempo de duração da atividade avaliada;
Resposta: Idem.
8.g) As medidas de proteção existentes.
Resposta: EPC´s e EPI´s fornecidos e utilizados pelo
Reclamante, com observação à resposta do quesito 7 e item
Dos Equipamentos de Proteção Individual na fl. 10 deste Laudo.
9 – Em relação à segurança e proteção do reclamante, informar
as medidas administrativas ou organizativas observadas, assim
como as medidas de proteção coletiva e equipamentos de
proteção individual. Estas medidas são satisfatórias? Em caso
de resposta negativa, justificar tecnicamente.
Resposta: Ver resposta quesito anterior.
10 – Informar o resultado da oitiva de paradigmas quanto ao
fornecimento e pronta disponibilidade dos referidos EPI’ s,
assim como sobre os treinamentos e demais ações da
reclamada relacionados à importância e obrigatoriedade de uso
destes equipamentos.
Resposta: Constatamos política de Saúde e Segurança eficaz
da Reclamada. Todos os paradigmas são treinados em Saúde e
Segurança do Trabalho.
11 – Caso o Perito não tenha realizado a oitiva de paradigmas,
justificar.
Resposta: Os Operadores de Redução estavam em atividade e
não houve manifestação. O paradigma da função Encarregado

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de Produção acompanhou parcialmente a visita com os demais
membros da comitiva.
12 – Informar a conclusão dos trabalhos periciais à luz do
disposto nos Artigos 189, 190 e 191 da CLT.
Resposta: Ver Conclusão Pericial na fl. 31 deste Laudo.
13 – Na eventualidade de caracterização da condição de
insalubridade, especificar o enquadramento legal que ampara a
conclusão do laudo.
Resposta: Idem.
14 – De acordo com o acompanhamento das atividades
habituais do reclamante, informar os riscos de interesse
observados.
Resposta: Ver fl. 11 deste Laudo.
15 – Em relação a cada risco mencionado na resposta ao
quesito anterior, informar os critérios técnicos observados na
análise pericial relacionada ao pleito do reclamante.
Resposta: Ver fl. 31 Conclusão Pericial, deste Laudo.
16 – Informe o que o ilustre Perito considera “ exposição
permanente” e “ risco acentuado” com base no Artigo 193 da
CLT.
Resposta: Permanente é durante toda a jornada de trabalho.
Acentuado que causa lesão grave podendo chegar a óbito.
17 – Entende o Perito que adotadas medidas de controle de
riscos organizativas, coletivas e individuais para a segurança e
proteção do reclamante, o risco restará controlado, não

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caracterizando risco acentuado? Sim ou não? Na eventualidade
de resposta negativa, justificar tecnicamente.
Resposta: Sim.
18 – Considerando os locais de trabalho, as atividades
executadas pelo reclamante e as respostas aos quesitos
anteriores, ocorreu exposição permanente e em condição de
risco acentuado a agente considerado perigoso na forma da Lei?
Sim ou Não?
Resposta: Sim.
19 – Em caso de resposta positiva ao quesito anterior, informar:
19.a) O agente;
Resposta: Eletricidade.
19.b) A frequência de realização da atividade;
Resposta: Como Coordenador e Encarregado de Produção,
Eventual; Como Operador de Redução, Habitual permanente.
19.c) O efetivo tempo de exposição durante a realização da
atividade;
Resposta: Idem.
19.d) A condição de risco acentuado observada em perícia e a
justificativa técnica desta classificação em que o Expert firmou
sua convicção.
Resposta: Eletricidade é um risco acentuado que pode levar a
óbito.
20 – Informar a conclusão dos trabalhos periciais à luz do
disposto no Artigo 193 da CLT.
Resposta: Ver fl. 31, Conclusão Pericial deste Laudo.

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21 – Na eventualidade de caracterização da condição de
periculosidade, especificar o enquadramento legal que ampara a
conclusão do laudo.
Resposta: Ver resposta quesito 19.

QUESITOS DO RECLAMANTE

1 – Queira, por favor, o nobre perito engenheiro descrever todas


as atividades do reclamante no setor de sala de cubas na
Alumar?
Resposta: Ver fl. 8 deste Laudo.
2 – Queira, por obséquio, o nobre perito informar por quanto
tempo o reclamante laborou como operador de redução?
Resposta: Segundo dados do PPP, 04 de dezembro de 1989 a
30 de junho de 2009.
3 – No mesmo sentido, a partir de quando o reclamante passou
a exercer a atividade de Encarregado?
Resposta: 01 de janeiro de 2010, segundo dados do PPP.
4 – Como encarregado, o reclamante também atuava
diretamente na área operacional, ensinando como realizar
determinadas tarefas, realizando as mesmas atividades do
operador e estando exposto aos mesmos fatores de riscos do
operador de cubas?
Resposta: Eventualmente, sim.
5 – Queira, por favor, o ilustre perito, avaliar os riscos da
atividade de “ corrida de metal (corrida de banho)” .

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Analisando, para tanto, o mapeamento de riscos (elaborado pela
Alumar) juntado na documentação de ID 858807.
Resposta: Riscos Físicos, Químicos, Mecânicos e Ergonômicos.
6 – Queira, por favor, o ilustre perito, avaliar os riscos da
atividade de “ corrida de metal (preparação de cadinho e
tampa)” . Analisando, para tanto, o mapeamento de riscos
(elaborado pela Alumar) juntado na documentação de ID
858819.
Resposta: Idem.
7 – Queira, por favor, o ilustre perito, avaliar os riscos da
atividade de “ desligamento de cubas com pot swich” .
Analisando, para tanto, o mapeamento de riscos (elaborado pela
Alumar) juntado no ID 858826.
Resposta: Idem.
8 – Queira, por favor, o ilustre perito, avaliar os riscos da
atividade de “ rastelamento” . Analisando o mapeamento de
riscos (elaborado pela Alumar) juntado no ID 858830.
Resposta: Idem.
9 – Queira, por favor, o ilustre perito, avaliar os riscos da
atividade de “ troca de anodo (retirada de bur-off e anodo
quebrado” . Analisando, para tanto, o mapeamento de riscos
(elaborado pela Alumar) juntado no ID 858836.
Resposta: Idem.
10 – Queira, por favor, o ilustre perito, avaliar os riscos da
atividade de “ colocar e retirar placas de desvio da cuba” .

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Analisando, para tanto, o mapeamento de riscos (elaborado pela
Alumar) juntado no ID 858800.
Resposta: Idem.
11 – Queira, por favor, o ilustre perito, avaliar os riscos da
atividade de “ corrida de metal (medição de metal de
levantamento de quadro” . Analisando, para tanto, o
mapeamento de riscos (elaborado pela Alumar) juntado no ID
858816.
Resposta: Idem.
12 – Queira, por favor, o ilustre perito, avaliar os riscos da
atividade de “ corrida de metal – reduzir perda de grampos” .
Analisando, para tanto, o mapeamento de riscos (elaborado pela
Alumar) juntado no ID 858822.
Resposta: Idem.
13 – Queira, por favor, o ilustre perito, avaliar os riscos da
atividade de “ corrida de metal – elevação do barramento
anódico com quadro auxiliar” . Analisando, para tanto, o
mapeamento de riscos (elaborado pela Alumar) juntado no ID
858828.
Resposta: Idem.
14 – Queira, por favor, o ilustre perito, avaliar os riscos da
atividade de “ religamento de cubas” . Analisando, para tanto,
o mapeamento de riscos (elaborado pela Alumar) juntado no ID
858832.
Resposta: Idem.

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15 – Queira, por favor, o ilustre perito, avaliar os riscos da
atividade de “ troca de anodo (retirada de pig com ponte ECL” .
Analisando, para tanto, o mapeamento de riscos (elaborado pela
Alumar) juntado no ID 858837.
Resposta: Idem.
16 – Queira, por favor, o ilustre perito, avaliar os riscos da
atividade de “ checagem de cubas e levantamento de quadro
auxiliar” ?
Resposta: Idem.
17 – Queira, por favor, o ilustre perito, avaliar os riscos das
atividades de “ partida de cubas novas (colocar e retira placas
de desvio das cubas)” ?
Resposta: Idem.
18 – Queira, por favor, o ilustre perito, avaliar os riscos da
atividade de “ medição de quadro e quadro auxiliar” ?
Resposta: Idem.
19 – Queira, por favor, o ilustre perito, avaliar os riscos da
atividade de “ troca de anodo/operacional/troca de anodos” .
Analisando, para tanto, o mapeamento de riscos (elaborado pela
Alumar) juntado no ID 858838.
Resposta: Idem.
20 – Nas tarefas descritas nos itens anteriores, o periciado
soerguia peso, adotava posição desconfortável, precárias,
cansativas, efetuava movimentos de flexão e rotação de tronco,
movimentos de arremesso ou de vai-e-vem de ombros,
utilizando alguma ferramenta manual (alavanca, marreta,

25
martelete pneumático, pneutorque), com riscos aos seus
membros superiores (coluna vertebral e aos ombros)?
Resposta: Sim.
21 – As reclamadas deferiram, ao periciado, ginástica laboral
compensatória (no curso da jornada de trabalho)?
Resposta: Sim.
22 – As reclamadas deferiram, ao periciado, ginástica laboral de
relaxamento (no final da jornada de trabalho)?
Resposta: Não evidenciamos.
23 – Caso deferida a ginástica laboral preparatória, esta se
mostrou suficiente para evitar o adoecimento do periciado?
Resposta: A avaliação médica seria mais adequada.
24 – No conjunto de atividade do periciado, havia exposição a
particulado, ruído, inalação de gases, queda de carga suspensa,
chicoteamento por mangueira, queda de mesmo nível ou de
nível diferente, risco de queimadura, riscos de arco elétrico, arco
voltaico e choque elétrico?
Resposta: Na função de Operador de Redução, SIM.
25 – Havia exposição a calor?
Resposta: Sim.
26 – Havia riscos de heat stress (estresse térmico) e
queimadura?
Resposta: Sim.
27 – Caso positiva a resposta anterior, os valores da
temperatura do ambiente de trabalho do periciando

26
apresentaram-se acima dos limites de tolerância fixados no
anexo 3 da NR-17 do Ministério do Trabalho?
Resposta: Pelo resultado das avaliações apresentado pela
Reclamada, Não. O tempo de exposição ao calor no período
avaliado foi superior ao limite de tolerância, assim como a
temperatura percebida/sentida no local ser superior a
apresentada na avaliação.
28 – Quanto ao elemento calor (temperatura), a atividade do
obreiro pode ser classificada como INSALUBRE? Em que grau?
Resposta: Sim. Grau médio, ou seja, 20%.
29 – O reclamante, no seu setor de trabalho (sala de cubas),
especialmente próximo às cubas eletrolíticas, esteve exposto a
risco elétrico, arco voltaico (arco elétrico) e ou choque elétrico?
Resposta: Sim.
30 – O que ocorre durante a partida de uma ciua nova ao
levantar os anodos para determinar a distância anodo/catodo?
Quais os riscos?
Resposta: Situação Indeterminado.
31 – Ao vazar banho líquido em cada cuba o que acontece se a
calha estiver fria?
Resposta: Choque térmico.
32 – O que ocorre ao retirar uma cuba furada de operação e os
anodos saírem do banho?
Resposta: Situação indeterminada.

27
33 – Porque é terminantemente proibido alguém estando sobre
a passarela de uma cuba tocar ou entregar algum objeto ao
operador de ponte?
Resposta: Há diferença de potencial entre as partes, podendo
ocorrer descarga elétrico.
34 – Porque é terminantemente proibido que alguém esteja
sobre as passarelas das cubas durante o retorno da energização
da linha?
Resposta: Risco de descarga Elétrico.
35 – O que acontece se alguém tocar na estrutura do prédio
(linha 1 e parte da linha 3) e ao mesmo tempo estiver tocando
uma cuba?
Resposta: Idem.
36 – O que ocorre quando o isolamento de um moitão na cabine
ou carro das pontes falha durante uma operação?
Resposta: Descarga com arco elétrico.
37 – Tal exposição pode ser considerada como habitual e
intermitente?
Resposta: Pelo que foi avaliado sim.
38 – Qual a tensão aproximada do setor onde laborava o
reclamante (operador de cubas), onde laborava o reclamante?
Resposta: Não evidenciamos.
39 – Houve eliminação total dos riscos de arco voltaico ou arco
elétrico e choque elétrico?

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Resposta: Não. Arco e Choque Elétrico podem ocorrer por falha
operacional, stress, falha humana, falha mecânica, todas de
forma eventual.
40 – Sob essas condições de riscos, a atividade do periciado
pode ser considerada como perigosa? Em que grau
(percentual)?
Resposta: Quando exercia a função de Operador de Redução,
Sim. Adicional de periculosidade é de 30%.
41 – Quanto à insalubridade, por atuação de agentes químicos,
o trabalhador, no setor de redução (sala de cubas), esteve
exposto a hidrocarbonetos policíclicos aromáticos = HPA
(benzeno, benzopireno, xileno, fenol, naftaleno, antraceno e
piridina), agentes químicos cancerígenos, resultantes da queima
de coque de petróleo, voláteis de piche de alcatrão e óleo
combustível, que compõem o anodo e o catodo, provenientes da
queima desses agentes nos fornos eletrolíticos?
Resposta: Na função de Operador de Redução, Sim.
42 – Caso tenha havido exposição a tais hidrocarbonetos, é
verdade que o anexo 13 da NR 15, Portaria 3.214/78 considera
tais agentes químicos como insalubre por tipo de manuseios,
independentemente da concentração, por não existirem limites
minimamente seguros de exposição ao trabalhador? Explique,
por favor.
Resposta: Não.
43 – Com relação aos ditos hidrocarbonetos, há EPI capaz de
eliminar os riscos à saúde do trabalhador? Explique, por favor.

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Resposta: Sim. Todo risco pode ser eliminado ou atenuado com
uso de técnicas e EPI´s apropriados que são testados e
aprovados pelo MTe.
44 – Além dos hidrocarbonetos, houve exposição a algum outro
produto químico elencado no anexo 13 da NR-15 da Portaria
3.214/78?
Resposta: Não evidenciamos.
45 – É verdade que a exposição aos produtos constantes no
anexo 13 da NR-15, da Portaria 3.214/78, confere direito ao
adicional de insalubridade em grau máximo?
Resposta: Sem adoção de técnicas e EPI´s adequados, Sim.
46 – O reclamante laborava fazendo horas extras?
Resposta: Não evidenciamos.
47 – Em sendo afirmativa a resposta ao quesito anterior, tal a
dilação da jornada de trabalho aumentava o tempo de exposição
aos riscos ocupacionais, elevando a probabilidade de
adoecimento do reclamante?
Resposta: Se houver risco e houver dilação da jornada de
trabalho é obvio que sim.
48 – É verdade que os limites de tolerância (LT) levam em conta
apenas o tempo de exposição à jornada normal de trabalho, ou
seja, de até 8 horas diárias; sendo enfraquecidos quando se
tratar de labor prestado em horas extras (aumento da exposição
e potencialização do dano físico);

30
Resposta: Jornada de trabalho é o tempo que o trabalhador
desenvolve suas atividades e o tempo de exposição é o tempo
total dessa atividade. Quanto maior o tempo maior a exposição.
49 – As condições de trabalho do reclamante são as mesmas
apontadas no laudo pericial ambiental de ID 858861 (PERÍCIA
DETECTOU PERICULOSIDADE + INSALUBRIDADE NA SALA
DE CUBAS I) e ID 858865 [PERÍCIA DETECTOU
PERICULOSIDADE + INSALUBRIDADE NA SALA DE CUBAS
2(ANEXOS)]? Assim, todos os operadores de redução da sala
de cubas estão expostos a riscos de choque elétrico, arco
elétrico e arco voltaico e a insalubridade (por exposição a calor),
conforme concluiu o perito engenheiro Gairo Oliveira Garreto
(vide ID´s 858861 e 858865)?
Resposta: Para a função de Operador de Redução, Sim.

VI – CONCLUSÃO PERICIAL
De acordo com os elementos presentes nos locais periciados, à
apreciação dos dados técnicos durante os exames, bem como
as informações colhidas “ in-loco” , e em conformidade com o
consubstanciado no Capítulo III – Dos Exames, desta Peça
Informativa, por verdade, ressume-se que:
a. Considerando o disposto no Art. 166 da Consolidação das
Leis do Trabalho “
O fornecimento pelo empregador dos
equipamentos de proteção ou a
adoção de técnicas de proteção ao
trabalhador, eximirão a empresa do

31
pagamento do adicional, salvo quando
não for eliminado o risco resultante da
atividade do trabalhador em
condições insalubres. (grifo nosso)
b. Considerando que a exposição em área de risco de natureza
física como ruído e temperatura ocorria durante o pacto laboral
do Reclamante de modo habitual e permanente;
c. Considerando que as atividades em área de risco do
Reclamante se enquadram naquelas citadas no Art. 189 da CLT
que contempla o direito ao adicional de insalubridade quando
não há medidas mitigadoras para atenuar ou eliminar os riscos e
que estejam acima dos limites de tolerância e o tempo de
exposição;
d. Considerando que a atividade do Reclamante na função de
Operador de Redução envolvia agente periculosos com
eletricidade e que a exposição ao agente ocorria de modo
habitual/permanente;
e. Considerando que o Reclamante ficou exposto a agentes
insalubres e perigosos de forma habitual/permanente quando
exerceu a função de Operador de Redução no período de
04/12/1989 a 31/12/2009;
f. Considerando que o Reclamante ficou exposto a agentes
insalubres e perigosos de forma eventual/intermitente quando
exerceu as funções de Coordenador de Produção e
Encarregado de Produção no período de 01/07/2009 a
04/02/2014;

32
ANTE O EXPOSTO, CONCLUO:

PELA CARACTERIZAÇÃO COMO INSALUBRE E PERIGOSAS


AS ATIVIDADES DO RECLAMANTE NO PERÍODO DE
04/12/1989 a 31/12/2009, SENDO A INSALUBRIDADE EM
GRAU MÉDIO, OU SEJA, 20% e A PERICULOSIDADE EM
30%.
Nada mais havendo a lavrar, foi encerrado
presente laudo Técnico Pericial, que redigido pelo Perito Oficial
acima qualificado, vai elaborado em 48 laudas, Relatório
Fotográfico, assinada eletronicamente por Certificação Digital.
É proibido o uso total ou parcial do conteúdo
deste Laudo Técnico Pericial em distinto Processo Judicial, sem
autorização expressa desse Perito, sob pena de
Responsabilidade Legal, salvo interesse e necessidade do
Ilustríssimo Juiz da 7ª Vara do Trabalho de São Luís-MA.

São Luís (MA), 10 de dezembro de 2014

____________________________________
Danilo Martins de Carvalho
Engº. Mecânico e de Segurança do Trabalho
CREA 4236/D – MA.

33
VI – RELATÓRIO FOTOGRÁFICO

34
FOTO 1 – Sala de Coordenação e Encarregado de Produção.

FOTO 2 – Sala de Coordenação e Encarregado de Produção.

35
FOTO 3 – 21 funcionários atualmente na atividade por turno no setor do Reclamante.

FOTO 4 – 18 funcionários na atividade por turno no setor do Reclamante na sua época.

36
FOTO 5 – Paradigma em operação de troca de anodos.

FOTO 6 – Voltimetro de uma cuba.

37
FOTO 7 – Talha de troca de anodos.

FOTO 8 – Entrada sala de vivência. Não evidenciamos uso por nenhum paradigma.

38
FOTO 9 – Sala de vivência internamente.

FOTO 10 – Cuba em manutenção.

39
FOTO 11 – Vista geral de um salão de cubas.

FOTO 12 – Paradigma em ação na sala de cubas.

40
FOTO 13 – Idem.

FOTO 14 – Cadinho sendo preparado para iniciar operação decorrida de metal.

41
FOTO 15 – Corrida de metal.

FOTO 16 – Anodo para reposição.

42
FOTO 17 – Tampa de Cadinho.

FOTO 18 – Anodos resfriados após retirada das cubas.

43
FOTO 19 – Anodo usado e novo.

FOTO 20 – Anodo novo e anodo incandescente após retirada da cuba.

44
FOTO 21 – Begs com metais para banho dos anodos.

FOTO 22 – Retirada de anodo incandescente de uma cuba em manutenção.

45
FOTO 23 – Idem.

FOTO 24 – Paradigmas iniciando atividade de “corrida de banho”.

46
FOTO 25 – Idem.

FOTO 26 – Corrida de banho.

47
FOTO 27 – Idem.

FOTO 28 – Idem.

48

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