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15/12/2020 RESOLUÇÃO Nº 165, DE 7 DE AGOSTO DE 2020 - RESOLUÇÃO Nº 165, DE 7 DE AGOSTO DE 2020 - DOU - Imprensa Nacional

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO


Publicado em: 14/08/2020 | Edição: 156 | Seção: 1 | Página: 99
Órgão: Defensoria Pública da União/Conselho Superior da Defensoria Pública da União

RESOLUÇÃO Nº 165, DE 7 DE AGOSTO DE 2020

Considerando o interesse público na edição de uma resolução que discipline a concessão do


adicional de insalubridade no âmbito da Defensoria Pública da União.

Considerando a necessidade de adotar medidas para aperfeiçoar o procedimento de concessão


do benefício de adicional de insalubridade.

Considerando o disposto no artigo 136 da Lei Complementar 80/94, de 12 de janeiro de 1994,


que prevê a aplicação subsidiária da Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990.

Considerado o previsto no artigo 68 da Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e no artigo 12, da


Lei 8.270 de dezembro de 1991.

O CONSELHO SUPERIOR DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO, no uso das atribuições que lhe
confere o Inciso I, do Art. 10, da Lei Complementar 80, de 12 de janeiro de 1994, resolve:

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Resolução disciplina a concessão do adicional de insalubridade previsto no artigo 68


da Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e no artigo 12, da Lei 8.270 de dezembro de 1991.

Art. 2º A caracterização da insalubridade para a concessão do adicional respeitará as normas


estabelecidas para as/os trabalhadoras/es em geral e o previsto nesta Resolução.

CAPÍTULO II

DA INSALUBRIDADE

Art. 3º A insalubridade e seus graus serão definidos com base na Norma Regulamentadora nº 15
[NR 15], aprovada pela Portaria MTE nº 3.214, de 8 de junho de 1978, e os valores dos adicionais serão
calculados conforme a legislação.

Art. 4º A insalubridade será aferida de acordo com o tempo de efetiva exposição em atividades
ou operações insalubres.

§ 1º Para fins da aferição prevista no caput, considera-se:

I - exposição eventual ou esporádica: aquela que ocorre por tempo inferior à metade da jornada
de trabalho mensal;

II - exposição habitual: aquela que ocorre por tempo igual ou superior à metade da jornada de
trabalho mensal; e

III - exposição permanente: aquela que ocorre de forma constante, durante toda a jornada
laboral.

§ 2º A previsão específica de tempo de exposição contida em Anexo ou Tabela da NR 15


prevalecerá sobre o disposto no § 1º deste artigo.

Art. 5º Não geram direito ao adicional de insalubridade as atividades:

I - em que a exposição a circunstâncias ou condições insalubres seja eventual ou esporádica;

II - em que não há obrigatoriedade e habitualidade do contato com o fator de risco;

III - que são realizadas em local inadequado, em virtude de questões gerenciais ou por
problemas organizacionais de outra ordem, que não os fatores e agentes de risco previstos na NR 15;

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IV - em que o/a servidor/a ocupe função de chefia ou direção, com atribuição de comando
administrativo, exceto quando respaldado por laudo técnico individual que comprove a exposição em
caráter habitual ou permanente;

V - que envolvam o contato com fungos, ácaros, bactérias e outros microorganismos presentes
em documentos, livros, processos e similares, carpetes, cortinas e similares, sistemas de condicionamento
de ar ou instalações sanitárias;

VI - em que o/a servidor/a somente mantenha contato com pacientes em área de convivência
e circulação, ainda que o/a servidor/a permaneça nesses locais; e

VII - em que o/a servidor/a manuseie objetos que não se enquadrem como veiculadores de
secreções da/o paciente, ainda que sejam prontuários, receitas, vidros de remédio, recipientes fechados
para exame de laboratório e documentos em geral.

CAPÍTULO III

DA PERÍCIA E DO LAUDO TÉCNICO

Art. 6º A insalubridade será aferida por meio de perícia e da elaboração de laudo técnico por
agente público, de qualquer esfera da federação, ocupante de cargo ou posto militar de médica/o com
especialização em medicina do trabalho, ou de engenheira/o ou arquiteta/o com especialização em
segurança do trabalho.

Art. 7º A/O Secretaria/o-Geral Executiva/o - SGE/DPGU envidará esforços para a celebração


de acordos de cooperação ou parceria com órgãos públicos da federação, com o fim de obter a
colaboração de profissionais aptos a realização de perícia e elaboração de laudo técnico.

Parágrafo único. Caracterizada a efetiva necessidade, e frustrados os esforços para a


celebração de acordo de cooperação ou parceria, poderão ser contratados serviços de profissionais com
as qualificações especificadas no caput, por meio de credenciamento ou de outro modo legalmente
admitido, para a realização de perícia e elaboração de laudo técnico.

Art. 8º Poderão ser contratados serviços de terceiras/os para a dosagem e medição de agentes
físicos e químicos ou para a identificação de agentes biológicos, com a finalidade de auxiliar na análise
pericial e expedição de laudo técnico, desde que supervisionado por servidor/a da área de saúde e
segurança do trabalho.

Art. 9º O laudo técnico deverá apresentar, de forma objetiva, a condição fática caracterizadora
da insalubridade, quando constatada na perícia, indicando os elementos probatórios consistentes com as
conclusões.

§ 1º As condições de insalubridades que não puderem ser examinadas diretamente pela/o


perita/o, mas que sejam relevantes para a demanda, deverão ser comprovadas por meio probatório
legalmente admitido.

§ 2º O exame pericial deve tomar como parâmetro inicial as informações sobre as atividades e
condições de trabalho da/o pericianda/o apresentadas no requerimento do benefício.

§ 3º O laudo pericial deve seguir o modelo anexo a esta Resolução e deverá conter os seguintes
requisitos mínimos:

I - a identificação da/o perita/o responsável, a data e o local da realização da perícia;

II - as qualificações funcionais da/o pericianda/o e a identificação do local de seu exercício;

III - a descrição das atividades e operações realizadas pela/o pericianda/o;

IV - a caracterização do ambiente de trabalho da/o pericianda/o;

V - a identificação dos fatores causadores da insalubridade, quando for o caso;

VI - a indicação do grau de agressividade à pessoa, especificando o limite de tolerância quanto


ao tempo de exposição;

VII - a indicação da quantidade de tempo efetivo de exposição da/o pericianda/o à situação de


insalubridade durante a jornada de trabalho;

VIII - a indicação do grau de insalubridade com respectivo percentual no caso;


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IX - a apresentação ou indicação dos elementos probatórios oficiais que caracterizem a


insalubridade nos casos em que as atividades da/o pericianda/o sejam realizadas em ambientes externos
à DPU;

X - a indicação dos elementos probatórios da realização, pela/o pericianda/o, da frequência


das atividades externas ao ambiente da DPU nos últimos três meses anteriores ao da realização da perícia,
tais como relatórios, laudos, registros oficiais;

XI - a descrição dos métodos, das técnicas e/ou das aparelhagens utilizadas;

XII - a indicação expressa das medidas corretivas necessárias para eliminar ou neutralizar o
risco, ou para proteger contra seus efeitos.

Art. 10 O laudo técnico não tem prazo de validade, devendo ser realizado novo exame pericial e
elaborado novo laudo, quando houver alteração substantiva no ambiente ou no processo de trabalho, ou
na legislação pertinente, ou, ainda, a critério da Secretaria de Gestão de Pessoas - SGP/SGE/DPGU.

CAPÍTULO IV

DO PROCEDIMENTO

Art. 11 A/O interessada/o deve apresentar o requerimento do adicional de insalubridade à/ao


Chefe da Unidade/Setor onde exerce suas atividades, por meio de processo no SEI.

Art. 12 O requerimento do adicional de insalubridade deverá conter:

I - as qualificações funcionais da/o requerente;

II - a indicação do local de exercício;

III - a descrição completa das atividades que realiza e supostamente configuram a situação de
insalubridade.

Art. 13 No caso de atividade realizada em ambientes externos à DPU, e insalubres nos termos da
lei, a/o interessada/o deverá apresentar relatório oficial de atividades que indique a quantidade de horas
dedicadas efetivamente a tais atividades, relativo, pelo menos, aos últimos três meses anteriores ao do
requerimento.

Art. 14 A/O Chefe imediata/o da/o Requerente deverá se manifestar sobre as informações
apresentadas no requerimento relativas às atividades e ao local de sua realização.

Art. 15 A/O Chefe da Unidade/Setor encaminhará o processo à SGE/DPGU, acostando outras


informações que entender relevantes para a análise da demanda.

Art. 16 A SGE/DPGU apreciará a demanda e diligenciará junto à SGP/SGE/DPGU o


agendamento da perícia aplicável ao caso.

Art. 17 A/O perita/o juntará diretamente o laudo pericial no processo ou o encaminhará à SGP.

Art. 18 Instruído o processo, a SGP realizará análise de conformidade da demanda, e o


encaminhará à SGE para decisão.

CAPÍTULO V

DO JULGAMENTO

Art. 19 Compete à/ao Secretária/o-Geral Executiva/o a decisão sobre a concessão, alteração,


suspensão ou cancelamento do adicional de insalubridade, bem como a adoção das medidas necessárias
à eliminação ou à redução das causas da insalubridade, e à proteção contra seus efeitos.

Parágrafo único. Os atos indicados no caput serão publicados no Boletim Interno Eletrônico da
DPU - BEIDPU e registrados pela SGP/SGE/DPGU no sistema informatizado oficial.

CAPÍTULO VI

DO PAGAMENTO

Art. 20 A execução do pagamento do adicional de insalubridade somente será processada à


vista de portaria de concessão, cabendo à SGP conferir a exatidão dos documentos para sua
implementação.

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Parágrafo único. Para fins de pagamento do adicional, será observado o teor da respectiva
portaria.

CAPÍTULO VII

DO CANCELAMENTO E DA SUSPENSÃO DO BENEFÍCIO

Art. 21 O pagamento do adicional de insalubridade será cancelado quando alteradas as


condições que fundamentaram a concessão, e será suspenso quando o/a servidor/a se afastar do
exercício de suas atividades.

Parágrafo único. Não ocorrerá a suspensão do benefício nas seguintes hipóteses de


afastamento do exercício:

I - fruição de férias;

II - casamento ou união estável;

II - em razão de falecimento de familiar, como previsto no item "b" do inciso III do art. 97 da Lei
nº 8.112/90;

III - em razão da licença para tratamento da própria saúde, da licença à gestante, ou da licença
em decorrência de acidente em serviço.

Art. 22 A SGP/SGE/DPGU manterá atualizados os dados relativos às/aos servidoras/es que


fazem jus ao adicional, devendo adotar as medidas necessárias sempre que identificada alteração nas
condições que caracterizaram a insalubridade e fundamentaram a concessão do benefício.

§ 1º Nas hipóteses em que ocorrer alteração que implique na mudança da atividade ou do


ambiente de trabalho objetos da perícia que fundamentou a concessão do adicional, este será cancelado
sem necessidade da realização de nova perícia.

§ 2º Identificada a situação prevista no §1º, a SGE abrirá procedimento para averiguação,


solicitando as manifestações do beneficiário e da Chefia imediata sobre a mudança detectada.

Art. 23 A Chefia da Unidade/Setor informará imediatamente à SGP sempre que tomar


conhecimento de alteração no ambiente ou nas atividades do/a servidor/a exposto/a à situação de
insalubridade.

Art. 24 O adicional de insalubridade não se acumula com qualquer outro adicional relativo a
segurança e saúde no trabalho, e será mantido apenas enquanto permanecer a situação constatada no
laudo técnico.

CAPÍTULO VIII

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 25 Respondem nas esferas administrativa, civil e penal, as/os peritas/os e dirigentes que
cometam atos para a concessão ou autorização de pagamento do adicional de insalubridade em
desacordo com o previsto nesta Resolução e com a legislação vigente.

Art. 26 Poderão ser utilizadas, subsidiária e supletivamente, as normas de regulamentação da


insalubridade da Administração Pública Federal.

Art. 27 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

GABRIEL FARIA OLIVEIRA


Presidente do Conselho

Este conteúdo não substitui o publicado na versão certificada.

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