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ILUSTRÍSSIMA SENHORA SECRETÁRIA DA SECRETARIA DE

SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CURITIBA - PARANÁ

Auto de Infração n.º: 127551

Nome do Autuado: MADAM CENTRO DE ESTÉTICA E BELEZA

Número do CNPJ do Autuado: 30.390.872/0001-74

Amanda Niccole Paes, brasileiro, solteira, empresaria, portador da


cédula de identidade nº 12914229-4 SSP/MA, e CPF Nº:
095.185.649-90, residente e domiciliado na rua Rua Saara, 26,
Bairro Rio Verde - Colombo, PR, vem através do presente
instrumento, , apresentar IMPUGNAÇÃO E DEFESA ao Auto
Termo n.º: 127551, lavrado em 29 de novembro de 2022, conforme
explanado a seguir.

I – DOS FATOS

No dia 29/11/2022, fiscais de posturas desta comarca


compareceram no estabelecimento da
IMPUGNANTE/desefendente, supramencionado, e a autuaram por
supostamente ter infracionado a Lei municipal 9000/1996 em
seus artigos 95, 96, 98 e incisos, artigo 106 inciso CXII, artigo
108 c/c Resolução nº 56/2009.
É a síntese do necessário.

DO DIREITO

Preliminarmente

O todavia no ato da autuação o equipamento não estava em uso,


apenas tinha em deposito, o que são duas coisas completamente
diferentes, pois após a aquisição do mesmo, estaria buscando a
sua legalidade através de medida liminar para daí então pô-lo em
uso, mas frisa-se mais de uma vez que o mesmo está até então
sem utilização.

Ainda na Toada Supra, há que se ressaltar que o mesmo foi


adquirido de segunda mão, e que para a ora peticionante colocar o
mesmo em funcionamento necessita não só das autorizações,
licenças e alvarás de praxe, também adequar as instalações, tanto
físicas quanto elétricas.

O órgão público não pode estender a interpretação de uma norma


para prejudicar o seu munícipe. De fato, sequer no código penal é
permitido analogia “in malam parten”, ou seja dar interpretação
extensiva a uma norma de maneira que venha prejudicar o “réu”.

Observe que no ato da criação de uma lei, o legislador não está


limitado a criar apenas um verbo incriminador, todavia se assim o
faz, o órgão aplicador não pode acrescentar ou dar entendimento
diverso do que efetivamente está escrito.
Assim sendo Ilustre Secretário, há que se sopesar que ter algo em
depósito não significa que o mesmo estar em uso, pois como muito
bem puderam ver as agentes de saúde desta distinta secretaria
municipal, trata-se de aparelho usado e adquirido assim, ainda que
onde nomenclaturaram “sala 4” trata-se da sala depósito do
estabelecimento da ora impugnante/defendente, tanto que há
diversos outros equipamentos em desuso, alguns danificados bem
como produtos diversos.

Portanto em sede preliminar requer o efetivo cancelamento do


auto/termo nº 127551 por não expressar a verdade real dos fatos, e
por não caracterizar ato infracional ter o equipamento em depósito.

Do mérito.

Consta ainda, em uma mentira despudorada, do auto de infração


que a outrora autuadapossui o equipamento com marcas de uso.

Ora Mui Ilustre Secretário, há que se ressaltar que por tratar-se de


equipamento adquirido de segunda mão, junto no pacote de compra
de diversos itens e equipamentos ligados ao ramo de estética,
jamais poderiam as diletas agentes de saúdem, as Sras. Leticia
Machado, Enfermeira, Matrícula 138007, e Gisele Kleina, Cirurgiã
Dentista, Matrícula 52481, jamais poderiam ter lavrado o termo na
ordem que foi, pois nada impede ter em depósito, como é a verdade
real dos fatos que envolvem esta emblemática situação que passa a
ora impugnante/defendente.
Reitero que é uma mentira despudorada das agentes, uma vez que
fora informado, e há testemunhas, que o equipamento não esteve,
estava ou estará em uso, não só pela ausência das formalidades
para tal, mas também pela adequação do espaço e instalações e
fontes de energia, etc...

Se as agentes não acreditaram no apresentado ou ainda assim


quiseram aplicar a data venia, descabida autuação, pelo menos não
poderia dizer no AI que a autuada não soube explicar o
funcionamento do equipamento, pois a mesma jamais o viu em
funcionamento e assim não poderia lhes dar as devidas
informações sob pena de estarem, arbitrariamente, cerceando e
suprimindo a defesa ora apresentada.

Datíssima venia Ilustre Secretária de Saúde, mas ainda dentro do


gigantesco desconhecimento das agentes acerca do equipamento
tido como fato gerador da autuação, cumpre colacionar e destacar
em sua íntegra a Resolução 56/2009:

RESOLUÇÃO Nº 56, DE 9 DE NOVEMBRO DE 2009

Proíbe em todo território


nacional o uso dos
equipamentos para
bronzeamento artificial, com
finalidade estética, baseada na
emissão da radiação
ultravioleta (UV).

A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da atribuição que lhe
confere o inciso IV do art. 11 do Regulamento aprovado pelo Decreto nº 3.029, de 16 de abril de 1999, e
tendo em vista o disposto no inciso II e nos §§ 1º e 3º do art.
54 do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da Portaria nº 354 da ANVISA, de 11 de agosto
de 2006, republicada no DOU de 21 de agosto de 2006, em reunião realizada em 9 de novembro de
2009.

Considerando que a Vigilância Sanitária tem como missão precípua a prevenção de agravos à
saúde, a ação reguladora de garantia de qualidade de produtos e serviços, que inclui a aprovação de
normas e suas atualizações, bem como a fiscalização de sua aplicação;

Considerando a necessidade de implementar ações que venham contribuir para o controle de bens
de consumo que, direta ou
indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao
consumo;

Considerando a Resolução RDC nº 56, de 06 de abril de 2010, que estabelece os requisitos


essenciais de segurança e eficácia
aplicáveis aos produtos para saúde e determina que os possíveis riscos associados a tecnologia devem
ser aceitáveis em relação ao
benefício proporcionado pelo uso do produto;

Considerando a reavaliação da IARC - InternationalAgency for Researchon Câncer (instituição


vinculada à Organização Mundial
da Saúde - OMS) em julho de 2009, na qual foi considerada que exposição aos raios ultravioletas possui
evidências suficientes para
considerá-la carcinogênica para humanos;

Considerando que não existem benefícios que contraponham os riscos decorrentes do uso dos
equipamentos para bronzeamento artificial estético; e

Considerando as dificuldades de se determinar um nível de exposição seguro ao uso dos


equipamentos para bronzeamento artificial estético;

Adotou a seguinte Resolução de Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente, determino a sua


publicação:

Art.1º Fica proibido em todo o território nacional a importação, recebimento em doação, aluguel,
comercialização e o uso dos equipamentos para bronzeamento artificial, com finalidade estética,
baseados na emissão de radiação ultravioleta.

§ 1º Os equipamentos para bronzeamento artificial considerados nesta resolução são os aparelhos


emissores de radiação ultravioleta (UV) destinados ao bronzeamento artificial estético.

§ 2º A proibição não se aplica aos equipamentos com emissão de radiação ultravioleta,


registrado ou cadastrado na ANVISA conforme regulamento sanitário aplicável, destinados a
tratamento médico ou odontológico supervisionado.

Art. 2º Revoga-se a Resolução RDC nº 308, de 14 de novembro de 2002.

Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

DIRCEU RAPOSO DE MELLO


grifos nossos

Ainda na mesma toada Ilma. Secretária:

Art. 108 - O


auto de infração será lavrado na sede do órgão competente, ou
no local em que for verificada a infração pela autoridade de vigilância
sanitária e conterá:

I - o nome do infrator ou responsável, seu domicílio ou residência e demais


elementos necessários à sua qualificação e identificação;

II - o local, data e hora em que a infração foi constatada;

III - o dispositivo legal transgredido e a descrição da infração;


IV - o preceito legal que autoriza a imposição de penalidade;

V - as assinaturas do autuante, do autuado ou seu representante legal, e


nas suas recusas, de duas testemunhas, devendo o fato constar no
respectivo auto;

VI - o prazo de interposição de defesa, quando cabível.

§ 1º - O auto de infração será lavrado em três (03) vias, destinando-se a


primeira a formação do processo administrativo, a segunda será entregue
ao autuado e a terceira permanecerá no bloco para fins de controle interno
da autoridade de vigilância sanitária.

§ 2º - As omissões ou incorreções não acarretarão nulidade do auto de


infração, quando no processo constarem elementos suficientes a
comprovar a ocorrência da infração e/ou a responsabilidade do infrator.

§ 3º - Os servidores ficam responsáveis pelas declarações que fizerem no


auto de inflação, sendo passíveis de punição, por falta grave, em casos de
falsidade ou omissão dolosa, apuradas administrativamente.

Grifo nosso

Vejamos, Ilma. Julgadora, a lei é clara, todavia, como já informado,


o equipamento que estava e está em desuso, enquadra-se
perfeitamente no §2º acima destacado. Assim sendo não se falar
em aplicação da infração.

Desta forma não existe a subsunção do fato a norma no caso em


tela e o auto/termo de infração nº 127551 deve ser anulado.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto requer a presente AIF/DUF nº 127551 seja anulada


por ser a medida lídima da mais cristalina justiça.

Curutiba, 13 de dezembro de 2022.

Amanda Niccole Paes

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