Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
GRADUADO EM DIREITO – FDV (FACULDADE DE DIREITO DE VITÓRIA); PÓS-GRADUADO EM DIREITO EMPRESARIAL - FGV
(FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS);
MESTRE EM DIREITO PROCESSUAL – UFES; ADVOGADO – CÍVEL, FAMÍLIA E TRABALHISTA; PROFESSOR DE LEGISLAÇÃO E
NORMAS TÉCNICAS E PERÍCIA JUDICIAL – UVV – PÓS DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO; PROFESSOR DA
PÓS DE DIREITO DE FAMÍLIA – FDV; PROFESSOR DA GRADUAÇÃO (DIREITO) DA ESTÁCIO;
CONTATOS:
E-MAIL – daniloribeiro19905.adv@gmail.com
2
BIBLIOGRAFIA
CARDOSO, Álvaro. Stress no trabalho: uma abordagem pessoal e empresarial. Rio de Janeiro:
Revinter, 2001.
CORRÊA, José Aldo Peixoto. Introdução à perícia judicial de insalubridade. Livraria Del Rey Editora
Ltda, 1998, BH.
PRATES, Clarice Couto e Silva de Oliveira. A prova pericial no processo de acidente do trabalho.
Editora Forense, 2000, RJ.
YE, Zung Che. Perícias de engenharia de segurança do trabalho: Aspectos processuais e casos
práticos. 2° Ed. Editora Juruá, 2012.
SALIBA, Messias Tuffi. Aspectos técnicos e práticos. 17. ed. Ed. LTr, 2019.
3
PERÍCIA JUDICIAL TRABALHISTA
• A perícia judicial trabalhista é necessária em casos de processos em que ocorrem pedidos de
adicional de insalubridade, de periculosidade e questões médicas.
• Durante o processo judicial, o juiz poderá solicitar ao perito a perícia para desvendar fatos ou
objetos, revelando a verdade real que será usada como prova técnica, através da materialização
do laudo pericial. O trabalho de perícia será desenvolvido conforme a legislação vigente no
Código de Processo Civil.
• O Perito Judicial Trabalhista tem como função avaliar todos os casos relacionados à Justiça do
Trabalho quando nomeado por um Juiz. É seu dever emitir laudos periciais quando requerido pelo
juiz trabalhista e quando o perito aceita o encargo para atuar na perícia.
4
PREMISSAS INICIAIS - CONCEITOS
Perito: De acordo com Rui Juliano “ele move-se como se fosse um profissional
liberal, sendo nomeado especificamente para realizar perícia em processo que
necessite de conhecimento técnico e científico. O resultado final da perícia será a
emissão de um laudo pericial. A pessoa nomeada deverá possuir especialidade
em que a perícia exige conhecimentos, a fim de suprir as insuficiências técnicas
naturais do magistrado (juiz)”. É o auxiliar da justiça e confiança do juiz.
Imparcialidade: o perito deve ser imparcial – deve ser equidistante das partes e ser
comprometido com a verdade técnica.
Honorários do perito: arbitrados pelo juiz trabalhista e pagos por quem requereu a
perícia ou se a parte estiver beneficiada pela gratuidade de justiça, quem arcará com
os honorários é a União (em matéria trabalhista – Justiça do Trabalho).
5
PREMISSAS INICIAIS - CONCEITOS
Assistente técnico: profissional liberal que “será contratado, pago e nomeado pela
parte (empregado ou empregador) que estiver disposta a tanto”. O assistente técnico
dialogará com o advogado da parte (que o contratou) e reportará os fatos ocorridos
durante a perícia, por meio de um parecer técnico.
Honorários do assistente técnico: arbitrado por ele mesmo e pago por quem o
contratou (empregado ou empregador).
OS PRINCÍPIOS DA PERÍCIA JUDICIAL
• Técnica e Qualidade para desenvolver o trabalho pericial
O perito Judicial deve se manter constantemente atualizado e elaborar o Laudo Pericial com
embasamento técnico e metodológico, conforme artigos e publicações da área na qual atua. O Laudo
Pericial não é um documento apropriado para criar teses.
O principal ponto de crítica de juízes e advogados das causas é a falta de clareza e objetividade no
Laudo Pericial. O Perito deve ter em mente que o Laudo é destinados a servir como prova técnica no
processo, portanto, textos muito técnicos e prolixos tendem a ter mais impugnações pelas partes.
Devido à grande quantidade de processos, muitos magistrados dão atenção especial à conclusão,
portanto, esse ponto do laudo pericial deve ser irretocável.
7
PROVA E LAUDO PERICIAL – CPC/15
LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015
• Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do
laudo.
• III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser predominantemente aceito pelos
especialistas da área do conhecimento da qual se originou;
• IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do Ministério
Público.
8
FLUXOGRAMA BÁSICO DA PROVA PERICIAL
• Nomeação do perito pelo juiz e determinação do prazo para entrega do laudo pericial (art. 465,
CPC/15);
• Impedimento ou suspeição do perito (arts. 148, 156, 467, CPC/15); Se improcedente esta
alegação, segue o fluxo para a perícia. Se procedente esta alegação, nomeia-se novo perito.
• Nomeação do perito pelo juiz e determinação do prazo para entrega do laudo pericial (art. 465,
CPC/15);
• Impedimento ou suspeição do perito (arts. 148, 156, 467, CPC/15); Se improcedente esta
alegação, segue o fluxo para a perícia. Se procedente esta alegação, nomeia-se novo perito.
• 10Se o perito aceitar, o juiz o intima para dar início à perícia judicial;
FLUXOGRAMA BÁSICO DA PROVA PERICIAL
• As partes terão ciência da data e do local da vistoria (indicados pelo juiz ou pelo perito) para o
início dos trabalhos periciais (art. 474, CPC/15);
• O perito pode pedir prorrogação do prazo, desde que justificadamente (art. 476, CPC/15);
• O juiz intima as partes para se manifestar sobre o laudo, podendo as partes concordarem ou
impugnarem o laudo (art. 477,§1, CPC/15);
• Se houver concordância com o laudo, o processo segue para sentença, oportunidade esta que o
juiz apreciará o laudo podendo considerá-lo ou deixar de considerar as conclusões do laudo (art.
479, CPC/15);
11
FLUXOGRAMA BÁSICO DA PROVA PERICIAL
• Se houver manifestação das partes com parecer divergente e quesitos elucidativos;
• Se os esclarecimentos do perito não satisfizerem, o juiz determinará nova perícia, por iniciativa
própria ou a pedido de alguma das partes. A nova perícia só ocorrerá quando a matéria não
estiver suficientemente esclarecida (art. 480, CPC/15);
OBS: lembrando que esta segunda perícia tem os mesmos fatos da primeira perícia e aquela se
rege pelas disposições desta. A segunda perícia visa corrigir possível omissão ou inexatidão dos
resultados da primeira perícia. A segunda perícia não substitui a primeira, sendo assim, o juiz
aprecia o valor da primeira e da segunda (art. 480, §3º, CPC/15).
12
O QUE UM LAUDO PERICIAL DEVE CONTER?
• Art. 473, CPC/15. O laudo pericial deverá conter:
• IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do
Ministério Público.
13
CASO PRÁTICO
COMO ELABORAR UM LAUDO PERICIAL NA JUSTIÇA DO TRABALHO
• PROCESSO N: XXXXXXXXXXXXXXXXX
• RECLAMANTE: JOÃO (EMPREGADO)
• RECLAMADA: JL JARDINAGEM
• INICIAL: O Reclamante foi admitido para trabalhar na função de jardineiro em 01/09/12 recebendo
o salário de R$ 1.144,00. Foi demitido sem justa causa, em 01/02/2016, conforme Termo de
Rescisão do Contrato de Trabalho e CTPS. Os pedidos do empregado foram os seguintes:
reconhecimento do acúmulo de função (plus salarial de 30%) de jardineiro com a de operador de
máquinas (roçadeira a gasolina, soprador); mexia com venenos para controle de ervas daninhas,
conforme PPP; adicional de insalubridade ou periculosidade e incorporação ao salário; assistência
judiciária gratuita, prova pericial.
• CONTESTAÇÃO: A Reclamada refutou todos os pedidos do Reclamante e argumentou que não
houve acúmulo de funções, não havia exposição a agentes insalubres ou periculosos. Sustentou
que os contracheques, TRCT, o PPP, o exame demissional e carta de referência com referência a
função de jardineiro apenas. Afirmou não haver prova no processo sobre o uso efetivo de produtos
defensivos e que pela CCT não há previsão de pagamento para insalubridade para o jardineiro.
Que ao consultar as NR 15 e 16, as atividades de jardineiro não são insalubres ou perigosas. No
ASO demissional constou como apto o empregado e que este não estava exposto a riscos físicos,
14químicos, biológicos. Apresentou alguns PPRA´s.
CASO PRÁTICO
COMO ELABORAR UM LAUDO PERICIAL NA JUSTIÇA DO TRABALHO
• No dia da perícia, houve medição do ruído acima do limite de tolerância.
• QUESITOS DO RECLAMANTE: o Reclamante não apresentou quesitos, mas confirmou que usava os EPI´s, tais
como: protetor auricular, luva de pano, avental, botina e óculos.
• QUESITOS DA RECLAMADA:
• 5) Se a perícia constatou agente insalubre (químico ou físico), informar através de avaliação quantitativa a
intensidade e o tempo de exposição do Reclamante ao agente.
• R: 90,4 Db. A exposição se dava de modo intermitente, pois variava os locais de trabalho, prestava serviços em
condomínios residenciais e comerciais.
• 6) Quais foram os equipamentos utilizados na medição para análise do agente insalubre?
• R: Dosímetro.
• 7) Caso a perícia constante ambiente insalubre, qual o limite de tolerância para o agente insalubre?
• R: 85 Db.
• 8) Se o Reclamante estivesse exposto ao agente insalubre, os EPI´s, de acordo com a NR 6 e NR 15 neutralizaria
ou minimizaria o agente agressor?
• R: A empresa não fez comprovação de entrega de EPI´s com os números de CA.
15
DOCUMENTOS ESSENCIAIS PARA ANÁLISE ANTES DE
CONFECCIONAR O LAUDO PERICIAL
16
DOCUMENTOS ESSENCIAIS PARA ANÁLISE ANTES DE CONFECCIONAR O LAUDO PERICIAL
Reclamação Trabalhista (RT): pode ser chamada também de inicial ou peça inaugural, que
consiste na versão do empregado, isto é, na narração dos fatos, que ocorreram na empresa. O
empregado deve provar sua versão anexando documentos, pedindo para ouvir testemunhas e
pedindo prova pericial. Avalie bem todas as provas.
Contestação: pode ser chamada também de defesa, que consiste na versão da empregadora
(empresa), via de regra, negando todos os argumentos do empregado. A empresa deve provar
sua versão anexando documentos, pedindo para ouvir testemunhas e pedindo prova pericial.
Avalie bem todas as provas.
17
DOCUMENTOS ESSENCIAIS PARA ANÁLISE ANTES DE CONFECCIONAR O LAUDO PERICIAL
Ata de audiência: nata vai constar quem é o perito designado (nomeado), o perito deve ficar
atento ao objeto da perícia, se esta discute insalubridade ou periculosidade, verificar o prazo de
entrega do laudo, se atentar a pedir prorrogação do prazo, caso não possa cumprir o disposto
pelo juiz, avaliar se foi deferido o benefício de gratuidade de justiça (isentando o reclamante de
custas e despesas processuais), ver sobre o arbitramento dos honorários prévios para analisar se
aceita ou recusa o encargo dado pelo juiz.
18
DOCUMENTOS ESSENCIAIS PARA ANÁLISE DEPOIS DE
CONFECCIONAR O LAUDO PERICIAL
19
DOCUMENTOS ESSENCIAIS PARA ANÁLISE DEPOIS DE CONFECCIONAR O LAUDO PERICIAL
20
HONORÁRIOS PERICIAIS – PRÉVIOS E FINAIS
• Quem paga os honorários periciais complementares (finais)? A parte que foi sucumbente
(perdedora), ou seja, vencida no processo.
• O perito pode pedir adiantamento dos honorários periciais para satisfazer as despesas da perícia?
Sim, honorários periciais prévios e o adiantamento honorários periciais finais.
• O que o perito deve considerar para arbitrar seus honorários periciais? Número total de horas
gastas, especificar as horas trabalhadas para cada atividade, especificar custos diretos e
indiretos.
21
HONORÁRIOS PERICIAIS – CLT
• § 1o Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo
estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)
• § 2o O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais. (Incluído pela Lei
nº 13.467, de 2017)
22
HONORÁRIOS PERICIAIS – CLT
23
REALIZANDO A PERÍCIA
24
REALIZANDO A PERÍCIA – O QUE AVALIAR?
25
REALIZANDO A PERÍCIA – O QUE AVALIAR?
• Período de trabalho e função (ou funções) exercida pelo empregado durante todo o
contrato de trabalho;
26
REALIZANDO A PERÍCIA – O QUE AVALIAR?
27
REALIZANDO A PERÍCIA – O QUE AVALIAR?
• O Laudo Pericial deverá apresentar dados para serem utilizados como prova no processo judicial.
O mesmo é fruto de um labor imparcial eminentemente técnico, portanto, deve ser bem
fundamentado, citando as legislações correlatas, normas regulamentadoras do MTE, normas da
ABNT, normas internacionais e trazendo as bibliografias pertinentes;
• O perito deve avaliar bem o posto de trabalho do Reclamante empegado, fazer bem as medições
primando pela melhor técnica e usando equipamentos confiáveis de medição.
• Nas avaliações quantitativas, deve-se: definir o local de coleta, realizar a coleta, determinar as
características do produto; analisar amostra em laboratório; método da coleta, método de análise,
período de amostragem, data da análise, identificação do responsável encarregado pela análise;
certificado de análise.
28
REALIZANDO A PERÍCIA – O QUE AVALIAR?
• O laudo pericial deve ser objetivo e claro, ter coerência de raciocínio e com argumentação clara.
Não deve ter duplo sentido para não confundir quem o lê (juiz, advogados, partes do processo e
pessoas leigas) ou induzir a decisão do juízo, deve-se evitar linguagem técnica, a fim de que
todos que o lerem entendam os procedimentos e técnicas adotados na perícia e sua conclusão.
• Da mesma forma, não deve conter erros ortográficos e de concordância verbal e nominal, além da
linguagem utilizada pelo perito ao redigir o laudo, que deverá ser acessível para o entendimento
de todas as pessoas que o lerem, também é importante que não haja uso de termos técnicos e
específicos.
29
EXERCÍCIO
TEORIA SOBRE PERÍCIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO
• 1) O perito judicial possui prazo para entrega do laudo? Qual seria o prazo? Caso o perito não
consiga entregar no prazo fixado pelo juiz, o que ele deve fazer?
• 2) Na sua visão, se o perito judicial for amigo ou inimigo de alguma das partes (empregado ou
empregador), o que ele deverá fazer? Quais argumentos ele pode sustentar diante desta
hipótese?
• 4) Numa perícia judicial, o perito fica limitado a que no processo? O perito pode extrapolar o que
foi discutido entre as partes? Quais peças processuais, ele deve analisar para fazer o laudo
pericial?
• 5) Após a entrega do laudo pericial, se o perito tiver seu laudo impugnado, o que ele deverá fazer?
30