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INTRODUÇÃO À PERÍCIA E ASSISTÊNCIA

TÉCNICA EM SEGURANÇA DO TRABALHO

Prof. MSc. Danilo Ribeiro Silva dos Santos


19/09/2020
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CURRÍCULO LATTES DO PROFESSOR DANILO RIBEIRO
DANILO RIBEIRO SILVA DOS SANTOS

 TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO PELO ANTIGO CEFETES;

 GRADUADO EM DIREITO – FDV (FACULDADE DE DIREITO DE VITÓRIA); PÓS-GRADUADO EM DIREITO EMPRESARIAL - FGV
(FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS);

 MESTRE EM DIREITO PROCESSUAL – UFES; ADVOGADO – CÍVEL, FAMÍLIA E TRABALHISTA; PROFESSOR DE LEGISLAÇÃO E
NORMAS TÉCNICAS E PERÍCIA JUDICIAL – UVV – PÓS DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO; PROFESSOR DA
PÓS DE DIREITO DE FAMÍLIA – FDV; PROFESSOR DA GRADUAÇÃO (DIREITO) DA ESTÁCIO;

CONTATOS:

 E-MAIL – daniloribeiro19905.adv@gmail.com

 Linkedin – Danilo Ribeiro Silva dos Santos

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BIBLIOGRAFIA
CARDOSO, Álvaro. Stress no trabalho: uma abordagem pessoal e empresarial. Rio de Janeiro:
Revinter, 2001.

CORRÊA, José Aldo Peixoto. Introdução à perícia judicial de insalubridade. Livraria Del Rey Editora
Ltda, 1998, BH.
PRATES, Clarice Couto e Silva de Oliveira. A prova pericial no processo de acidente do trabalho.
Editora Forense, 2000, RJ.
YE, Zung Che. Perícias de engenharia de segurança do trabalho: Aspectos processuais e casos
práticos. 2° Ed. Editora Juruá, 2012.

JULIANO, RUI. Manual de perícias.

SALIBA, Messias Tuffi. Aspectos técnicos e práticos. 17. ed. Ed. LTr, 2019.

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PERÍCIA JUDICIAL TRABALHISTA
• A perícia judicial trabalhista é necessária em casos de processos em que ocorrem pedidos de
adicional de insalubridade, de periculosidade e questões médicas.

• Durante o processo judicial, o juiz poderá solicitar ao perito a perícia para desvendar fatos ou
objetos, revelando a verdade real que será usada como prova técnica, através da materialização
do laudo pericial. O trabalho de perícia será desenvolvido conforme a legislação vigente no
Código de Processo Civil.

• O Perito Judicial Trabalhista tem como função avaliar todos os casos relacionados à Justiça do
Trabalho quando nomeado por um Juiz. É seu dever emitir laudos periciais quando requerido pelo
juiz trabalhista e quando o perito aceita o encargo para atuar na perícia.

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PREMISSAS INICIAIS - CONCEITOS
 Perito: De acordo com Rui Juliano “ele move-se como se fosse um profissional
liberal, sendo nomeado especificamente para realizar perícia em processo que
necessite de conhecimento técnico e científico. O resultado final da perícia será a
emissão de um laudo pericial. A pessoa nomeada deverá possuir especialidade
em que a perícia exige conhecimentos, a fim de suprir as insuficiências técnicas
naturais do magistrado (juiz)”. É o auxiliar da justiça e confiança do juiz.

 Imparcialidade: o perito deve ser imparcial – deve ser equidistante das partes e ser
comprometido com a verdade técnica.

 Honorários do perito: arbitrados pelo juiz trabalhista e pagos por quem requereu a
perícia ou se a parte estiver beneficiada pela gratuidade de justiça, quem arcará com
os honorários é a União (em matéria trabalhista – Justiça do Trabalho).

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PREMISSAS INICIAIS - CONCEITOS

 Assistente técnico: profissional liberal que “será contratado, pago e nomeado pela
parte (empregado ou empregador) que estiver disposta a tanto”. O assistente técnico
dialogará com o advogado da parte (que o contratou) e reportará os fatos ocorridos
durante a perícia, por meio de um parecer técnico.

 Parcialidade: o assistente técnico é contratado por uma das partes (empregado ou


empregador) do processo e, portanto, ele se compromete em trazer a visão técnica
para corroborar a tese do empregado ou do empregador.

 Honorários do assistente técnico: arbitrado por ele mesmo e pago por quem o
contratou (empregado ou empregador).
OS PRINCÍPIOS DA PERÍCIA JUDICIAL
• Técnica e Qualidade para desenvolver o trabalho pericial

O perito Judicial deve se manter constantemente atualizado e elaborar o Laudo Pericial com
embasamento técnico e metodológico, conforme artigos e publicações da área na qual atua. O Laudo
Pericial não é um documento apropriado para criar teses.

• Objetividade e clareza nas informações

O principal ponto de crítica de juízes e advogados das causas é a falta de clareza e objetividade no
Laudo Pericial. O Perito deve ter em mente que o Laudo é destinados a servir como prova técnica no
processo, portanto, textos muito técnicos e prolixos tendem a ter mais impugnações pelas partes.

• A perícia judicial deve ser conclusiva

Devido à grande quantidade de processos, muitos magistrados dão atenção especial à conclusão,
portanto, esse ponto do laudo pericial deve ser irretocável.
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PROVA E LAUDO PERICIAL – CPC/15
LEI Nº 13.105, DE 16 DE MARÇO DE 2015

Código de Processo Civil.


• Art. 464. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.

• Art. 465. O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para a entrega do
laudo.

• Art. 473. O laudo pericial deverá conter:

• I - a exposição do objeto da perícia;

• II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito;

• III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser predominantemente aceito pelos
especialistas da área do conhecimento da qual se originou;

• IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do Ministério
Público.
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FLUXOGRAMA BÁSICO DA PROVA PERICIAL

• O juiz determina a prova pericial (arts. 464 a 484, CPC/15);

• Nomeação do perito pelo juiz e determinação do prazo para entrega do laudo pericial (art. 465,
CPC/15);

• Escusa do perito (art. 467, CPC/15);

• Novo ciclo de nomeação do perito;

• Impedimento ou suspeição do perito (arts. 148, 156, 467, CPC/15); Se improcedente esta
alegação, segue o fluxo para a perícia. Se procedente esta alegação, nomeia-se novo perito.

• As partes apresentam quesitos e assistentes técnicos (art. 465, CPC/15);

• O perito estima seus honorários (art. 465, §2º, CPC/15);

• O juiz arbitra os honorários do perito (art. 465, §3º, CPC/15);

• Se o perito aceitar, o juiz o intima para dar início à perícia judicial;


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FLUXOGRAMA BÁSICO DA PROVA PERICIAL
• O juiz determina a prova pericial (arts. 464 a 484, CPC/15);

• Nomeação do perito pelo juiz e determinação do prazo para entrega do laudo pericial (art. 465,
CPC/15);

• Escusa do perito (art. 467, CPC/15);

• Novo ciclo de nomeação do perito;

• Impedimento ou suspeição do perito (arts. 148, 156, 467, CPC/15); Se improcedente esta
alegação, segue o fluxo para a perícia. Se procedente esta alegação, nomeia-se novo perito.

• As partes apresentam quesitos e assistentes técnicos (art. 465, CPC/15);

• O perito estima seus honorários (art. 465, §2º, CPC/15);

• O juiz arbitra os honorários do perito (art. 465, §3º, CPC/15);

• 10Se o perito aceitar, o juiz o intima para dar início à perícia judicial;
FLUXOGRAMA BÁSICO DA PROVA PERICIAL
• As partes terão ciência da data e do local da vistoria (indicados pelo juiz ou pelo perito) para o
início dos trabalhos periciais (art. 474, CPC/15);

• O perito pode pedir prorrogação do prazo, desde que justificadamente (art. 476, CPC/15);

• O perito protocola o laudo no processo (art. 477, CPC/15);

• O juiz intima as partes para se manifestar sobre o laudo, podendo as partes concordarem ou
impugnarem o laudo (art. 477,§1, CPC/15);

• Levantamento dos honorários periciais;

• Se houver concordância com o laudo, o processo segue para sentença, oportunidade esta que o
juiz apreciará o laudo podendo considerá-lo ou deixar de considerar as conclusões do laudo (art.
479, CPC/15);

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FLUXOGRAMA BÁSICO DA PROVA PERICIAL
• Se houver manifestação das partes com parecer divergente e quesitos elucidativos;

• Se os esclarecimentos do perito satisfizerem, o processo segue para o juiz dar a sentença.

• Se os esclarecimentos do perito não satisfizerem, o juiz determinará nova perícia, por iniciativa
própria ou a pedido de alguma das partes. A nova perícia só ocorrerá quando a matéria não
estiver suficientemente esclarecida (art. 480, CPC/15);

 OBS: lembrando que esta segunda perícia tem os mesmos fatos da primeira perícia e aquela se
rege pelas disposições desta. A segunda perícia visa corrigir possível omissão ou inexatidão dos
resultados da primeira perícia. A segunda perícia não substitui a primeira, sendo assim, o juiz
aprecia o valor da primeira e da segunda (art. 480, §3º, CPC/15).

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O QUE UM LAUDO PERICIAL DEVE CONTER?
• Art. 473, CPC/15.  O laudo pericial deverá conter:

• I - a exposição do objeto da perícia;

• II - a análise técnica ou científica realizada pelo perito;

• III - a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e demonstrando ser predominantemente


aceito pelos especialistas da área do conhecimento da qual se originou;

• IV - resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do
Ministério Público.

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CASO PRÁTICO
COMO ELABORAR UM LAUDO PERICIAL NA JUSTIÇA DO TRABALHO
• PROCESSO N: XXXXXXXXXXXXXXXXX
• RECLAMANTE: JOÃO (EMPREGADO)
• RECLAMADA: JL JARDINAGEM
• INICIAL: O Reclamante foi admitido para trabalhar na função de jardineiro em 01/09/12 recebendo
o salário de R$ 1.144,00. Foi demitido sem justa causa, em 01/02/2016, conforme Termo de
Rescisão do Contrato de Trabalho e CTPS. Os pedidos do empregado foram os seguintes:
reconhecimento do acúmulo de função (plus salarial de 30%) de jardineiro com a de operador de
máquinas (roçadeira a gasolina, soprador); mexia com venenos para controle de ervas daninhas,
conforme PPP; adicional de insalubridade ou periculosidade e incorporação ao salário; assistência
judiciária gratuita, prova pericial.
• CONTESTAÇÃO: A Reclamada refutou todos os pedidos do Reclamante e argumentou que não
houve acúmulo de funções, não havia exposição a agentes insalubres ou periculosos. Sustentou
que os contracheques, TRCT, o PPP, o exame demissional e carta de referência com referência a
função de jardineiro apenas. Afirmou não haver prova no processo sobre o uso efetivo de produtos
defensivos e que pela CCT não há previsão de pagamento para insalubridade para o jardineiro.
Que ao consultar as NR 15 e 16, as atividades de jardineiro não são insalubres ou perigosas. No
ASO demissional constou como apto o empregado e que este não estava exposto a riscos físicos,
14químicos, biológicos. Apresentou alguns PPRA´s.
CASO PRÁTICO
COMO ELABORAR UM LAUDO PERICIAL NA JUSTIÇA DO TRABALHO
• No dia da perícia, houve medição do ruído acima do limite de tolerância.
• QUESITOS DO RECLAMANTE: o Reclamante não apresentou quesitos, mas confirmou que usava os EPI´s, tais
como: protetor auricular, luva de pano, avental, botina e óculos.
• QUESITOS DA RECLAMADA:
• 5) Se a perícia constatou agente insalubre (químico ou físico), informar através de avaliação quantitativa a
intensidade e o tempo de exposição do Reclamante ao agente.
• R: 90,4 Db. A exposição se dava de modo intermitente, pois variava os locais de trabalho, prestava serviços em
condomínios residenciais e comerciais.
• 6) Quais foram os equipamentos utilizados na medição para análise do agente insalubre?
• R: Dosímetro.
• 7) Caso a perícia constante ambiente insalubre, qual o limite de tolerância para o agente insalubre?
• R: 85 Db.
• 8) Se o Reclamante estivesse exposto ao agente insalubre, os EPI´s, de acordo com a NR 6 e NR 15 neutralizaria
ou minimizaria o agente agressor?
• R: A empresa não fez comprovação de entrega de EPI´s com os números de CA.

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DOCUMENTOS ESSENCIAIS PARA ANÁLISE ANTES DE
CONFECCIONAR O LAUDO PERICIAL

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DOCUMENTOS ESSENCIAIS PARA ANÁLISE ANTES DE CONFECCIONAR O LAUDO PERICIAL

 Reclamação Trabalhista (RT): pode ser chamada também de inicial ou peça inaugural, que
consiste na versão do empregado, isto é, na narração dos fatos, que ocorreram na empresa. O
empregado deve provar sua versão anexando documentos, pedindo para ouvir testemunhas e
pedindo prova pericial. Avalie bem todas as provas.

 Contestação: pode ser chamada também de defesa, que consiste na versão da empregadora
(empresa), via de regra, negando todos os argumentos do empregado. A empresa deve provar
sua versão anexando documentos, pedindo para ouvir testemunhas e pedindo prova pericial.
Avalie bem todas as provas.

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DOCUMENTOS ESSENCIAIS PARA ANÁLISE ANTES DE CONFECCIONAR O LAUDO PERICIAL

 Ata de audiência: nata vai constar quem é o perito designado (nomeado), o perito deve ficar
atento ao objeto da perícia, se esta discute insalubridade ou periculosidade, verificar o prazo de
entrega do laudo, se atentar a pedir prorrogação do prazo, caso não possa cumprir o disposto
pelo juiz, avaliar se foi deferido o benefício de gratuidade de justiça (isentando o reclamante de
custas e despesas processuais), ver sobre o arbitramento dos honorários prévios para analisar se
aceita ou recusa o encargo dado pelo juiz.

 Petição de quesitos do Reclamante (empregado) e da Reclamada (empresa): avalie bem se


todos os quesitos se referem ao objeto (assunto) da perícia. Se o pedido do empregado for
apenas de insalubridade, as perguntas técnicas (quesitos) devem ficar limitadas a este tipo de
adicional. Se o pedido for de periculosidade, as perguntas técnicas (quesitos) devem ficar
limitadas a este tipo de adicional.

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DOCUMENTOS ESSENCIAIS PARA ANÁLISE DEPOIS DE
CONFECCIONAR O LAUDO PERICIAL

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DOCUMENTOS ESSENCIAIS PARA ANÁLISE DEPOIS DE CONFECCIONAR O LAUDO PERICIAL

 Petição de esclarecimentos periciais do Reclamante (empregado) e da


Reclamada (empresa): avalie bem se os pedidos de esclarecimentos procedem e se
focam na técnica.

 Pareceres dos assistentes técnicos do Reclamante (empregado) e da Reclamada


(empresa): avalie bem se os pareceres procedem e focam no objeto da perícia e na
técnica, bem como as medições dos agentes feitas.

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HONORÁRIOS PERICIAIS – PRÉVIOS E FINAIS

• Quem arbitra na Justiça do Trabalho os honorários periciais prévios (iniciais)? O juiz.

• Quem arbitra na Justiça do Trabalho os honorários periciais complementares (finais)? O perito


nomeado.

• Quem paga os honorários periciais complementares (finais)? A parte que foi sucumbente
(perdedora), ou seja, vencida no processo.

• O perito pode pedir adiantamento dos honorários periciais para satisfazer as despesas da perícia?
Sim, honorários periciais prévios e o adiantamento honorários periciais finais.

• O que o perito deve considerar para arbitrar seus honorários periciais? Número total de horas
gastas, especificar as horas trabalhadas para cada atividade, especificar custos diretos e
indiretos.

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HONORÁRIOS PERICIAIS – CLT

• Art. 790-B da CLT.  A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é


da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da
justiça gratuita. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

• § 1o  Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite máximo
estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)

• § 2o  O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais. (Incluído pela Lei
nº 13.467, de 2017)

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HONORÁRIOS PERICIAIS – CLT

• § 3o  O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de


perícias. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

• § 4o  Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha obtido em


juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro
processo, a União responderá pelo encargo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

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REALIZANDO A PERÍCIA

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REALIZANDO A PERÍCIA – O QUE AVALIAR?

• Vistoria do local de trabalho do empregado (Reclamante);

• Acompanhamento do empregado (Reclamante), para que este possa descrever as


atividades realizadas. OBS: confronto da entrevista com a inicial.

• Coletar as atividades do empregador;

• Avaliar os processos e procedimentos de entrega dos EPI´s e constatação de EPC da


empresa (Reclamada);

• Analisar todos os postos de trabalho do empregado de acordo com o período


trabalhado (e requerido na ação) pelo empregado naquela empresa Reclamada;

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REALIZANDO A PERÍCIA – O QUE AVALIAR?

• Conferir permanência do empregado ao agente insalubre ou perigoso, se a exposição


se dava de forma habitual, intermitente ou eventual;

• Verificar os termos de entrega de EPI´s e os comprovantes de todos os treinamentos.

• Comprovante de Certificados de Aprovação dos EPI´s (CA´s);

• Período de trabalho e função (ou funções) exercida pelo empregado durante todo o
contrato de trabalho;

• Avaliar os métodos operacionais;

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REALIZANDO A PERÍCIA – O QUE AVALIAR?

• Fazer perguntas na entrevista com o Reclamante e Reclamada, a saber:

• Havia fornecimento de EPI´s pela Reclamada na época em que trabalhava o Reclamante? Se


sim, quais?

• Os EPI´s eram utilizados efetivamente pelo Reclamante?

• Havia troca/substituição de EPI´s?

• O local de trabalho sofreu modificações arquitetônicas?

• Houve inclusão ou retirada de novas máquinas, móveis e equipamentos no local de trabalho?

• O Reclamante se deslocava para outros postos de trabalho?

• A exposição ao agente insalubre ou perigoso se dava de que forma?

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REALIZANDO A PERÍCIA – O QUE AVALIAR?

• O Laudo Pericial deverá apresentar dados para serem utilizados como prova no processo judicial.
O mesmo é fruto de um labor imparcial eminentemente técnico, portanto, deve ser bem
fundamentado, citando as legislações correlatas, normas regulamentadoras do MTE, normas da
ABNT, normas internacionais e trazendo as bibliografias pertinentes;

• Fundamentar com avaliações qualitativas do agente e quantitativas;

• O perito deve avaliar bem o posto de trabalho do Reclamante empegado, fazer bem as medições
primando pela melhor técnica e usando equipamentos confiáveis de medição.

• Nas avaliações quantitativas, deve-se: definir o local de coleta, realizar a coleta, determinar as
características do produto; analisar amostra em laboratório; método da coleta, método de análise,
período de amostragem, data da análise, identificação do responsável encarregado pela análise;
certificado de análise.

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REALIZANDO A PERÍCIA – O QUE AVALIAR?

• O laudo pericial deve ser objetivo e claro, ter coerência de raciocínio e com argumentação clara.
Não deve ter duplo sentido para não confundir quem o lê (juiz, advogados, partes do processo e
pessoas leigas) ou induzir a decisão do juízo, deve-se evitar linguagem técnica, a fim de que
todos que o lerem entendam os procedimentos e técnicas adotados na perícia e sua conclusão.

• Da mesma forma, não deve conter erros ortográficos e de concordância verbal e nominal, além da
linguagem utilizada pelo perito ao redigir o laudo, que deverá ser acessível para o entendimento
de todas as pessoas que o lerem, também é importante que não haja uso de termos técnicos e
específicos.

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EXERCÍCIO
TEORIA SOBRE PERÍCIA NA JUSTIÇA DO TRABALHO

• RESPONDA JUSTIFICADAMENTE COM BASE NAS LEGISLAÇÕES ESTUDADAS:

• 1) O perito judicial possui prazo para entrega do laudo? Qual seria o prazo? Caso o perito não
consiga entregar no prazo fixado pelo juiz, o que ele deve fazer?

• 2) Na sua visão, se o perito judicial for amigo ou inimigo de alguma das partes (empregado ou
empregador), o que ele deverá fazer? Quais argumentos ele pode sustentar diante desta
hipótese?

• 3) Em quais circunstâncias o perito judicial pode ser substituído pelo juiz?

• 4) Numa perícia judicial, o perito fica limitado a que no processo? O perito pode extrapolar o que
foi discutido entre as partes? Quais peças processuais, ele deve analisar para fazer o laudo
pericial?

• 5) Após a entrega do laudo pericial, se o perito tiver seu laudo impugnado, o que ele deverá fazer?
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