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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA

INSTITUTOS DE CIÊNCIAS JURÍDICAS – ICJ


CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

SILAS SANTOS ANTONIO JUNIOR

NULIDADES E PRECLUSÃO NO PROCESSO JUDICIÁRIO DO TRABALHO

BELÉM-PA
2023.1
SILAS SANTOS ANTONIO JUNIOR

NULIDADES E PRECLUSÃO NO PROCESSO JUDICIÁRIO DO TRABALHO

Artigo apresentado como pré requisito


para compor a nota da 2ª avaliação da
disciplina Processo Trabalhista,
ministrada pela Professor Océlio JC
Morais, da turma 8nna do curso de Direito
da Unama.

Área de Conhecimento: Processo


Trabalhista

BELÉM-PA
2023.1
NULIDADES E PRECLUSÃO NO PROCESSO JUDICIÁRIO DO TRABALHO

Silas Santos Antônio Junior 1

SUMÁRIO: 1 INTRODUÇÃO; 2 ANÁLISE DE NULIDADES NO PROCESSO


TRABALHISTA – UMA CONCISA EXPLANAÇÃO; 3 ANÁLISE DE PRECLUSÕES NO
PROCESSO TRABALHISTA – UMA CONCISA EXPLANAÇÃO; 4 EVITANDO
NULIDADES E PRECLUSÕES NO PROCESSO TRABALHISTA; 5 CONCLUSÃO E por fim
a REFERÊNCIA.

RESUMO

Nulidades e preclusões são temas fundamentais no processo. Ambos os conceitos


visam garantir a passagem e a segurança jurídica do processo trabalhista, evitando
abusos e eternização do litígio.
Palavras - Chave: Processo do Trabalho, segurança Jurídica, Princípios,
Conceitos, Fundamentos Processuais.

1
Graduando do Curso de Direito pela Universidade da Amazônia – UNAMA – E-mail:
silassantosjr@hotmail.com
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1 INTRODUÇÃO

As nulidades e preclusões no processo do trabalho surgiram como


consequência do desenvolvimento do sistema processual e do reconhecimento da
importância de estabelecer regras claras para a condução dos processos
trabalhistas.
Ao longo do tempo, foram identificadas situações em que atos processuais
eram expressões de forma irregular, comprometendo a lisura e andamento do
processo. Para evitar abusos, garantir a igualdade entre as partes e a segurança
jurídica, foram proferidas normas que determinam a invalidação dos atos
processuais que contrariem a lei (nulidades) e a perda de oportunidades processuais
por falta de manifestação no prazo estabelecido (preclusão).
Portanto, alcançaram como instrumentos fundamentais para assegurar a
regularidade e a eficiência do processo do trabalho.
Com isso, nulidade e preclusão são temas que se enquadram no âmbito do
direito processual. O direito processual trabalhista engloba as normas e os princípios
que regem os procedimentos e trâmites específicos dos processos trabalhistas,
incluindo ações judiciais relacionadas a direitos do trabalho, como conflitos entre
empregador e empregado, entre outros.
No processo do trabalho, as nulidades e preclusões desempenham um papel
essencial na garantia da regularidade e eficiência do procedimento judicial. As
nulidades referem-se à invalidação de atos processuais que violam as normas
legais, enquanto a preclusão diz respeito à perda de oportunidades processuais pela
falta de manifestação dentro dos prazos estabelecidos. Ambos os conceitos têm
como objetivo assegurar a segurança jurídica, a igualdade entre as partes e a
celeridade processual. Ao evitar a perpetuação de vícios e a procrastinação
injustificada, as nulidades e preclusões ocorreram para a justiça material e
efetivação da solução dos conflitos trabalhistas.
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2 ANÁLISE DE NULIDADES NO PROCESSO TRABALHISTA – UMA CONCISA


EXPLANAÇÃO

As nulidades no direito processual trabalhista ocorrem quando algum ato


processual é influenciado de forma irregular, em desacordo com as normas legais ou
princípios fundamentais do processo. Essas irregularidades podem comprometer a
validade e a eficácia dos atos processuais, prejudicando a garantia de um processo
justo e equilibrado.
As nulidades podem ser alegadas pelas partes ou identificadas de ofício pelo
juiz (Ex Officio). Quando uma nulidade é constatada, o ato ou o procedimento
afetado pode ser declarado inválido, sendo anulado retroativamente.
Algumas nulidades comuns podem ser relacionadas a vícios na citação,
intimação, ausência de contraditório, cerceamento de defesa, desrespeito aos
prazos processuais, entre outros.
Existem três tipos principais de nulidades no processo trabalhista que podem
ocorrer:
1. Nulidade absoluta: É a nulidade mais grave, pois afeta princípios
fundamentais do processo e é insanável, ou seja, não pode ser sanada ou
corrigida. A nulidade absoluta ocorre quando há violação de normas ou regras
processuais essenciais, que comprometem os direitos fundamentais das
partes. Por exemplo, a falta de citação do réu ou a ausência de intimação
para participação em audiência.
2. Nulidade relativa: Também conhecida como anulabilidade, refere-se a
irregularidades processuais que podem ser sanadas, desde que a parte
prejudicada alegue e comprove o prejuízo sofrido. Essas nulidades podem ser
arguidas pelas partes durante o processo ou em momento oportuno, como a
falta de intimação de uma audiência ou a realização de uma prova sem a
presença de uma das partes.
3. Nulidade por prejuízo efetivo: Trata-se de uma nulidade que ocorre quando
uma irregularidade processual efetivamente prejudica a parte,
comprometendo seu direito de defesa ou a igualdade de tratamento
processual. Nesse caso, o prejuízo deve ser comprovado pela parte
prejudicada, demonstrando que a irregularidade afetou o resultado do
processo ou sua capacidade de apresentar uma defesa adequada.
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É importante ressaltar que a identificação e declaração das nulidades no


processo do trabalho são de responsabilidade do juiz, que avalia cada caso concreto
considerando os princípios do devido processo legal, ampla defesa e contraditório.
Contudo, nem toda irregularidade gera nulidade. Existem requisitos formais
essenciais, chamados de "requisitos de validade", cuja violação pode acarretar
nulidade. Além disso, a parte prejudicada pela nulidade deve alegá-la no momento
oportuno, sob pena de preclusão.
Identificados tais fundamentos, existem alguns requisitos de validade para a
configuração de nulidades, que podem variar de acordo com a legislação aplicável e
com os princípios processuais específicos da matéria trabalhista. Existem alguns
requisitos comuns que podem ser destacados:
1. Competência: É necessário que o juízo que conduza o processo do trabalho
seja competente para apreciar o caso, considerando a matéria, o valor e a
territorialidade.
2. Capacidade e representação adequada: As partes envolvidas devem possuir
capacidade para estar em juízo e estar devidamente representadas, quando
necessário, por meio de advogado legalmente habilitado.
3. Citação e intimação válidas: O demandado deve estar regularmente inscrito
para participar do processo e tomar conhecimento das ações propostas
contra si. Além disso, as partes devem ser intimadas corretamente das
decisões, despachos e audiências, garantindo-lhes o direito de se manifestar
e de se defender.
4. Contraditório e ampla defesa: As partes devem ter a oportunidade de
apresentar suas alegações, provas e argumentos, sendo garantido o princípio
do contraditório, permitindo que ambas as partes se manifestem e
controvertem as questões pendentes.
5. Decisões fundamentadas: As decisões judiciais devem ser devidamente
fundamentadas, indicando as razões de fato e de direito que as embasam.
6. Respeito aos prazos e diligências: O processo do trabalho está sujeito a
prazos e diligências específicas, que devem ser observados e cumpridos
pelas partes e pelo juízo.
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7. Observância do devido processo legal: Todas as etapas do processo devem


seguir o princípio do devido processo legal, garantindo-se a igualdade de
tratamento, o direito à ampla defesa e o contraditório.

A análise da validade e da configuração de nulidades específicas dependerá


das circunstâncias do caso concreto e das normas cumpridas.

3 ANÁLISE DE PRECLUSÕES NO PROCESSO TRABALHISTA – UMA CONCISA


EXPLANAÇÃO

No procedimento trabalhista, a preclusão refere-se ao princípio que


estabelece limites temporais para o exercício de determinados direitos processuais
pelas partes. É um mecanismo que visa garantir a ordem dos procedimentos
jurídicos. Contudo, é uma figura processual que implica na perda da oportunidade de
praticar determinado ato ou exercer determinado direito processual.
Existem três tipos principais de preclusão no processo do trabalho:
1. Preclusão temporal: Também conhecida como preclusão pro judicato, refere-
se à perda do direito de praticar determinados atos processuais em
momentos específicos do processo. Por exemplo, se uma parte não
apresentar sua defesa dentro do prazo estabelecido, ocorrerá a preclusão
temporal e ela não poderá mais apresentar a defesa em momento posterior, a
menos que haja uma hipótese de reabertura do prazo prevista na lei.
2. Preclusão lógica: Refere-se à impossibilidade de se adotar uma posição
processual incompatível com uma posição anteriormente assumida pela
parte. Por exemplo, se uma parte apresenta uma contestação alegando
determinados fatos e depois manifesta-se em sentido contrário, ocorrerá a
preclusão lógica, pois ela não pode assumir posições contraditórias ao longo
do processo.
3. Preclusão consumativa: Também chamada de preclusão por consumação,
refere-se à impossibilidade de repetir um ato processual já realizado. Por
exemplo, se uma parte já produziu uma prova ou apresentou uma petição, ela
não poderá repetir esse ato posteriormente.
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É importante destacar que as preclusões são estabelecidas para garantir a


regularidade e o andamento do processo, e o não cumprimento dos prazos ou a
prática de atos em desacordo com os princípios processuais podem acarretar
consequências negativas para as partes, como a perda de direitos processuais ou a
inadmissibilidade de determinadas alegações ou provas. Portanto, é fundamental
que as partes e seus advogados estejam atentos aos prazos e às regras
processuais para evitar a ocorrência das preclusões.
Para que ocorra a preclusão nos procedimentos processuais, encontramos
alguns requisitos de validade que podem ser resumidos da seguinte forma:
1. Prazos processuais: A preclusão está diretamente relacionada aos prazos
processuais estabelecidos pela legislação ou determinados pelo juiz. Para
que ocorra a preclusão, é necessário o transcurso do prazo sem que a parte
tenha praticado o ato correspondente.
2. Ciência inequívoca: A parte deve ter ciência inequívoca do prazo e da
necessidade de praticar o ato processual. Isso significa que a parte deve
estar ciente da existência do prazo e das consequências de não praticar o ato
dentro do período estabelecido.
3. Dilação probatória: Em alguns casos, a preclusão pode estar relacionada à
dilação probatória, ou seja, à perda da oportunidade de produzir provas em
determinada fase processual.
4. Decisões interlocutórias: A preclusão também pode ocorrer em relação a
decisões interlocutórias, ou seja, decisões proferidas pelo juiz durante o
andamento do processo. Nesses casos, a parte deve manifestar sua
discordância ou buscar as medidas cabíveis dentro do prazo estabelecido.

Saliento, que os requisitos de validade para a preclusão podem variar de


acordo com a natureza dos atos processuais e as particularidades do caso concreto.

4 EVITANDO NULIDADES E PRECLUSÕES NO PROCESSO TRABALHISTA

Entendendo que as nulidades e as preclusões tem prejuízo direto no decorrer


do processo do trabalho, aos advogados devem correr o cuidado na intenção de
evita-las durante os procedimentos processuais do trabalhistas, é fundamental que
as partes e seus advogados estejam atentos e ajam de acordo com as regras e
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prazos estabelecidos. Algumas medidas importantes a serem adotadas são estar


sempre atentos ao conhecimento das normas processuais, onde é essencial que as
partes e seus advogados conheçam as normas processuais aplicáveis ao processo
do trabalho. Isso inclui familiarizar-se com a legislação pertinente, como a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), os Códigos de Processo Civil e de
Processo do Trabalho, além de regulamentos e súmulas pertinentes. Juntamente
com o acompanhamento regular do processo de perto onde é crucial para não
perder prazos e cumprir corretamente as determinações judiciais. Manter-se
atualizado sobre as intimações e decisões é fundamental para evitar preclusões.
Organização e planejamento: Ter um sistema de organização eficiente, como
um calendário de prazos e uma agenda atualizada, pode ajudar a evitar
esquecimentos e a cumprir as diligências dentro dos prazos estabelecidos. A
atuação diligente onde as partes devem agir de forma diligente ao longo do
processo, respondendo tempestivamente às intimações, requerendo o que for
necessário, juntando documentos e provas relevantes e comparecendo às
audiências designadas.
Com isso, entendemos a importância do andamento do processo sem
alterações mais significativas, com um bom conhecimento das áreas especificas e
seus procedimentos legais.
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5 CONCLUSÃO

Os procedimentos processuais do trabalho desempenham um papel


fundamental na busca pela justiça e equidade nas relações trabalhistas. A correta
aplicação das normas e princípios processuais assegura a proteção dos direitos dos
trabalhadores e empregadores, promove a efetividade das decisões judiciais e
contribui para a pacificação dos conflitos laborais.
A importância dos procedimentos processuais do trabalho reside na garantia
de um processo justo, transparente e ágil. Por meio desses procedimentos, são
assegurados o contraditório, a ampla defesa e o devido processo legal, princípios
essenciais para a construção de uma decisão fundamentada e imparcial.
Além disso, os procedimentos processuais do trabalho permitem a produção
de provas, a manifestação das partes e o controle da regularidade das etapas do
processo. Esses elementos contribuem para a formação de um ambiente jurídico
seguro, em que os direitos e deveres das partes são adequadamente analisados e
protegidos.
A eficiência dos procedimentos processuais do trabalho também é
fundamental para a celeridade na solução dos conflitos trabalhistas. Ao estabelecer
prazos, determinar a sequência dos atos processuais e evitar a perpetuação de
vícios, os procedimentos processuais promovem uma tramitação mais ágil e efetiva
das demandas trabalhistas.
Dessa forma, é inegável a importância dos procedimentos processuais como
nulidades e preclusões na intenção de corrigir vícios processuais e melhorar a
segurança no decorrer dos processos. A observância rigorosa desses
procedimentos assegura a igualdade entre as partes, a segurança jurídica e a
efetiva aplicação dos direitos trabalhistas, contribuindo para um ambiente de
trabalho mais justo e equilibrado.
O cumprimento adequado dessas regras fortalece a confiança no sistema
judiciário, assegurando que os direitos das partes sejam protegidos e que as
decisões sejam tomadas com base na legalidade e na imparcialidade.
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REFERÊNCIA

MASCARO, Amauri. Direito do Trabalho.

PRECLUSÃO NO DIREITO DO TRABALHO Jusbrasil. Disponível em: <URL>.

METON, Francisco, NULIDADES PROCESSUAIS, p.385 p.387

BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Art. 794, 795. Consolidação das Leis
do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 2021.

CONDE, Eliane. Direito Processual do Trabalho. 2022

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