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CURSO DE DIREITO
TURMA: 6NTA
QUERELA NULLITATIS
BELÉM – PA
2022
1 Introdução
2 Noções gerais
A querela nullitatis faz parte da área que trata da nulidade do processo, pois é
considerada um meio de correção das falhas processuais. Historicamente, foi dividia
em: (a) querela nullitatis sanabilis, para os erros menos graves no procedimento; (b)
querela nullitatis insabilis para os erros mais graves. Hoje, aquela está absorvida pela
apelação e, na concretude, as razões de nulidade transformaram-se em sua
fundamentação.
Assim, fica evidente a distinção entre uma sentença inexistente (que não possui
pressupostos processuais de existência) e uma sentença nula (na qual o processo
chega a existir, mas não possui pressupostos processuais de validade). De acordo
com Pinho (2022), pressupostos de validade “são requisitos para o desenvolvimento
válido e regular da relação processual. Se ausentes, não será possível a efetivação
de eventual sentença de mérito, muito embora o processo tenha existido”. (p. 488).
Percebe-se, desse modo, uma relação copiosa de sentenças, que, por serem
inexistentes, nunca transitariam em julgado, e ficariam sujeitas à declaração de
inexistência.
Apesar disso parecer muito improvável, visto que ninguém lúcido iria dar
validade a uma sentença proferida a “non judice”, não se pode negar a possibilidade
de, por exemplo, um magistrado já aposentado, não atento ao término de sua
judicância, proferir sentença, sem que as partes percebam o imbróglio, e a sentença
consiga, sob a égide judicial, gerar efeitos por longa data.
Neste sentido, também não se concebe uma sentença que não tenha parte
dispositiva e que, por consequência, não apresente comando algum. Isso não quer
dizer que sentenças sem motivação ou com defeito em seu comando normativo sejam
impugnáveis por meio de querela nullitatis. As sentenças assim proferidas são
viciadas, indubitavelmente. Porém, existem e geram efeitos, razão pela qual devem
ser impugnadas por ação rescisória, dentro do prazo estabelecido em lei de 02 anos.
Passado este lapso temporal, a decisão, ainda que viciada, torna-se intocável.
Não se nega que o tempo cronológico e sua posição dentro do Direito são eixos
elementares da segurança jurídica e, por isso, evitam que conflitos e incertezas se
perpetuem no tempo, causando instabilidade e violando a dignidade da pessoa
humana.
Tal orientação vai ao encontro da lição Canotilho (1999), que discorre que, num
Estado Democrático de Direito, a segurança, a confiança e a separação de poderes
não devem ser entendidas
Por fim, não custa lembrar a principal finalidade do processo, qual seja: julgar
o mérito e satisfazer os direitos pleiteados com a maior celeridade possível. Nas
palavras de Pinho (2022) que
Nery Jr, N. Princípios do Processo na Constituição Federal. 13. ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2017.