• Como foi dito anteriormente, Charles recolheu seus contos da cultura popular francesa, isto é, das histórias ressoadas das vozes das classes populares; essas narrativas transmitidas oralmente pela ruas da França foram influenciadas por um amálgama literário constituídos das mais diversas fontes (orientais, greco-latinas...) absorvidas pelos povos do ocidente europeu. • Ainda que influenciadas por troncos literários de várias partes do mundo (alguns bem distantes culturalmente), as narrativas adaptaram-se ao contexto sócio histórico cultural de seus contadores (no nosso caso, os franceses). Segundo Darnton (2017): “como todos os contadores de histórias, os narradores camponeses adaptavam o cenário de seus relatos ao seu próprio meio; mas mantinham intactos os principais elementos, usando repetições, rimas e outros dispositivos mnemônicos.”. (p.30). • Quando os contos da tradição oral chegaram ao quarto do filho de Perrault (provavelmente pela babá da criança) e assim no próprio autor, este resolveu transcrevê-los, porém ele os retoca, os rebusca, para atender ao gosto dos sofisticados frequentadores dos salões onde os contos eram lidos. Dessa forma, essas narrativas passadas para o papel pelas elegantes penas de Charles Perrault passam a conter tanto elementos da cultura popular quanto valores burgueses