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ATOS PROCESSUAIS
Ato processual é, portanto, toda conduta dos sujeitos do processo que tenha por
efeito a criação, modificação ou extinção de situações jurídicas processuais. São atos
processuais, p. ex., o oferecimento de uma denúncia ou de uma petição inicial, um
interrogatório, uma sentença. E são fatos processuais stricto sensu o decurso de um
prazo (que, em regra, tem por consequência a preclusão), a morte da parte (CPC, art.
265, inc. I; CPP, arts. 60, inc. II, e 62) ou do procurador (CPC, art. 265, inc. I), a
transferência, promoção ou aposentadoria do juiz (CPC, art. 132), os acontecimentos
que caracterizam a força maior (CPC, art. 265, inc. V; CPP, art. 363, inc. I) etc.
Ainda no que diz respeito aos atos processuais, deve-se explanar acerca dos
problemas afetos a temática. A esse respeito, a questão dos vícios processuais
está intrinsecamente relacionada aos atos processuais, uma vez que a eficácia
destes necessita da obediência a legalidade formal.
Desse modo, figuram como requisitos do ato processual: o idioma, a forma escrita, a
publicidade e a assinatura.
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Os prazos atinentes aos atos processuais são contínuos e peremptórios, nos termos
da legislação processual penal. Significa dizer que não serão interrompidos
durante sua duração, tampouco serão prorrogáveis, em conformidade com o art. 798,
CPP.
Classificação
Atos judiciais
Já no que diz respeito aos atos processuais a serem praticados pelos auxiliares da
Justiça, deve-se afirmar que estes são em geral atos de movimentação,
documentação, comunicação e execução.
Quanto à classificação e à citação por hora certa, aduz Capez (2012, p. 572):
A citação, no processo penal, pode ser:
a) real, pessoal ou in faciem: é a feita efetivamente na própria pessoa do
acusado, gerando a certeza de sua realização. Procede-se mediante mandado (CPP,
art. 351), carta precatória (CPP, art. 353) ou de ordem (determinada por órgão de
jurisdição superior), requisição (CPP, art. 358) e carta rogatória (CPP, arts. 368 e
369);
b) ficta ou presumida: é realizada por meio da publicação ou afixação em local
determinado, de editais contendo a ordem de citação (CPP, arts. 361 e s.).
Desta forma, como foi dito que a citação chama o acusado à defesa, a ausência
desta acarretará à revelia. Assim sendo, o réu deverá sofrer os efeitos desta, que
segundo Nestor Távora (2013, p. 697): “Uma vez verificada a revelia do réu ausente
injustificadamente, deve ser ela decretada pelo magistrado.“
Os atos processuais das partes, por sua vez, dividem-se em atos postulatórios,
dispositivos, instrutórios e reais.
Além da classificação usual, há atos processuais neutros, que são aqueles que são
dotados de eficácia jurídica, atendendo apenas a critérios de eficácia técnica e formal.
Nesse diapasão, os atos postulatório como pode-se perceber pela nomenclatura,
vincula-se a ação de pleitear, de postular. Dão-se nas situações em que a parte
pleiteia determinado provimento por parte do Poder Judiciário.
Atos dispositivos são atos através dos quais a parte dispõe de certa posição
jurídica, tal como ocorre na hipótese prevista pelo art. 49 e 50, CPP, renúncia ao
direito de queixa.
Finalmente, atos reais são aqueles que se dão por meio de condutas materiais,
como por exemplo, comparecer à audiência, prestar depoimento etc.
Grandes partes dos atos processuais são ditos simples, uma vez que se exaurem
em apenas uma conduta e resultam da manifestação de vontade de uma só
pessoa ou de um só órgão colegiado.
No que diz respeito à audiência, pontua Cintra, Grinover e Dinamarco (2012, p. 375):
“Audiência é a reunião do juiz com os advogados das partes, Ministério Público,
testemunhas etc., na qual o primeiro deles torna contato direto com a parte viva da
instrução da causa (ouvindo perito, partes, testemunhas, tomando as alegações finais
do advogado); é na audiência que se manifesta em sua essência o princípio da
oralidade.”
A Corte Suprema estabeleceu regras para definir o início do prazo processual penal,
conforme entendimento sumulado a seguir:
Assim, para a contagem do prazo, devemos utilizar a data em que o réu foi citado,
data a partir da qual fluirá o prazo. Os prazos são contados excluindo-se o dia do
início e incluindo-se o dia do final.
Se o termo inicial ou final do prazo cair em dia não útil prorroga-se o prazo para o
primeiro dia útil subsequente, nos termos do art. 798, §1º do CPP.
Importante destacar que a contagem dos prazos processuais penais sempre será
feita de forma contínua, NÃO sendo aplicáveis as modificações na contagem dos
prazos do Novo Código de Processo Civil.
O Código de Processo Penal possui norma expressa no §1 do art. 798 não gerando
qualquer tipo de lacuna no assunto, conforme se observa:
“Art. 798 (…)
§ 1o Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do
vencimento.”
Tal diferença se dá para garantir às partes possibilidade de manifestação, exercício
do contraditório e ampla defesa. Na prática, isso significa mais tempo para a defesa
nos atos processuais.