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2º Grupo

Anara Vicente Chipirone


António Jorge

TEMA: Mandato

Universidade Rovuma
Extensão de Niassa
2022
2º Grupo
Anara Vicente Chipirone
António Jorge

TEMA: Mandato
(Licenciatura em Direito)

Trabalho de Direito Civil da Obrigações II, a


ser apresentado no Departamento de Direito
para fins avaliativos, sob orientação do Dr.
Isaac Mepina.

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2022
Índice
1.Introdução.......................................................................................................................3

2.A Problemática...............................................................................................................3

3.Objectivos.......................................................................................................................4

3.1.Objectivo Geral:.......................................................................................................4

3.2.Objectivos Específicos.........................................................................................4

3.Metodologia....................................................................................................................4

4.Perguntas de Pesquisa.....................................................................................................4

5.Hipótese..........................................................................................................................5

6.Justificativa.....................................................................................................................5

7.Relevância do Tema.......................................................................................................5

8.Petição Inicial.................................................................................................................6

8.1.Conceito...................................................................................................................6

8.1.2.Estrutura da petição inicial................................................................................6

8.1.5.Vicissitudes da petição inicial................................................................................13

8.1.6.Indeferimento liminar.............................................................................................13

8.1.7.Os motivos que dão lugar ao indeferimento são vários:.........................................13

9.Contestação...................................................................................................................15

9.1.Conceito.................................................................................................................15

9.1.2.Elementos da contestação...............................................................................16

Conclusão........................................................................................................................20

Referência Bibliográfica..................................................................................................21
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1.Introdução
A presente trabalho tem por objectivo central abordar os aspectos processuais relativos a
elaboração da petição inicial assim como a contestação.
Em prol deste fim, será, inicialmente, explanado a actuação da jurisdição que, na
perspectiva do Direito Democrático, somente se legitima com a observância dos
princípios institutivos do processo. E este, por sua vez, baliza a estrutura técnica do
procedimento, que é instaurado por acto praticado pelo autor: a petição inicial e a
contestação que é a resposta do réu.
Após realizar a conceituação, pretende-se realizar incursões sobre os requisitos formais
da petição inicial assim como a contestação, elencados no Código Processual Civil, a
saber: o endereço, o cabeçalho ou intróito, a amarração e a conclusão, Designar o
tribunal onde a acção é proposta e identificar as partes, indicando os seus nomes,
domicílio ou sedes e, sempre que possível, profissão e locais de trabalho; Indicar a
forma do processo; Expor os factos e as razões de direito que servem de fundamento à
acção; Formular o pedido; Declarar o valor da causa e propositura da acção.

2.A Problemática
A questão da elaboração da petição inicial assim como da contestação tem sido
apontada como um dos maiores desafios que um profissional de Direito enfrenta
actualmente. De uma forma geral, é importante que um profissional procurar criar seu
próprio método de trabalho, autêntico e eficiente, para aplicação em todo e qualquer
caso. Cada um tem seu próprio sistema para execução das tarefas profissionais,
entretanto, é importante que, seja qual for o método, deva-se ter em mente, que o
mesmo deverá obedecer a certas regras primordiais, tais como a determinação de
objectivos a serem alcançados, organização. Deve o profissional de Direito ter um
cadastro do cliente, com todos os seus dados, para no caso de necessidades futuras,
poder fazer uma consulta rápida e precisa. Deve, também, manter activa uma pasta, quer
seja física ou electrónica, dos processos de seus clientes, de forma a ter sempre em mãos
todos os dados e andamento dos processos, sendo certo que este arquivo bem
organizado lhe será muito útil no trâmite dos processos, com em épocas futuras,
servindo de fonte de consulta, ainda que arquivado esteja o processo em questão.
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3.Objectivos.

3.1.Objectivo Geral:
 Abordar os aspectos processuais relativos a elaboração da petição inicial assim
como a contestação.

3.2.Objectivos Específicos
 Conceituar a petição inicial e as suas fases;

 Identificar a estrutura petição inicial;

 Conceituar a contestação e as suas fases;

 Analisar os elementos da contestação;

3.Metodologia
Em torno da metodologia ,usamos o metodo analitico ,visto que o trabalho em si só, dá
por analizar como funciona a petição inicial e a contesta ção , para a concretizarcao do
trabalho usamos a legislação, algumas teses cientificas, doutrinas encontradas na
Biblioteca e alguns sites da internet,vide na referência Bibliografica e nela foram
usadas as normas APA’S.

4.Perguntas de Pesquisa

 Porque que é necessário Designar o tribunal onde a acção é proposta e


identificar as partes, indicando os seus nomes, domicílio ou sedes e, sempre que
possível, profissão e locais de trabalho; Indicar a forma do processo; Expor os
factos e as razões de direito que servem de fundamento à acção; Formular o
pedido; Declarar o valor da causa são elementos essenciais para formular uma
petição inicial
 O que o réu deve alegar em matéria de defesa na contestação, seja processual,
seja material?

 Quais os factos que devem ser explanados na aplicação de tal Direito e quais os
mecanismos existentes para garantia da efectivação dos direitos do réu?

 Porque a petição inicial e a contestação, são os elementos indispensáveis para a


materialização da justiça?
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5.Hipótese
H1- A petição inicial é precisamente o acto processual pelo qual o titular do direito
violado ou ameaçado, nas acções de condenação, requer do tribunal o meio de tutela
jurisdicional destinado à reparação da violação ou ao afastamento da ameaça. Nas
acções de simples apreciação requer a obtenção da declaração da existência ou
inexistência dum direito ou dum facto, nas ações constitutivas pretende exercer um
direito potestativo

H2- A contestação pode consistir na impugnação dos factos articulados pelo autor ou na
invocação de uma ou várias excepções dilatórias ou peremptórias (art. 487º CPC). A
escolha da modalidade da defesa (por impugnação ou por excepção) é condicionada
pela posição que o réu pretende assumir na acção (arts. 487º/2 e 493º/2 e 3 CPC).
6.Justificativa
A razão que nos leva o estudo deste tema incide com base nos argumentos jurídicos
apresentados, defende-se que a petição inicial é o acto processual que exterioriza o
direito constitucionalizado de movimentar a jurisdição (direito de acção), com a
consequente instauração do procedimento. Nesse rumo, a petição apta é requisito de
admissibilidade para o julgamento de mérito da causa, por isso a importância do estudo
do tema exposto, isto é, a elaboração da petição inicial assim como a contestação.
No entanto, pretendemos com este estudo fazer entender que por causa da morosidade
processual, o autor da causa assim como o reu vê os seus direitos a serem violados, sem
poder intervir de alguma maneira, a espera de uma decisão jurisdicional que pode durar
por muito tempo.

7.Relevância do Tema
Este trabalho tem grande relevância porque diante dos argumentos expendidos nesta
pesquisa, infere-se que a petição inicial assim como a contestação são actos processuais
formais e solenes, sendo que a inobservância dos requisitos estabelecidos na lei, implica
em inexistência de um pressuposto de desenvolvimento de validade do procedimento, a
saber, “petição inicial apta” e constitui também uma grande ferramenta uma vez,
olhando num contesto de abrangência, ele engloba situações que possuem um impacto
para os profissionais de Direito, que maioritariamente denotamos que há uma grande
ligação com a lei, e assim sendo, este tratará um benefício ou interesse da colectividade.
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8.PETIÇÃO INICIAL

8.1.Conceito
Petição inicial é documento, apresentado ao juiz competente, em que a parte autora
alega seus direitos e exige providências jurisdicionais ou seja é o articulado em que
autor propõe uma acção, formulando pedido de tutela jurisdicional, expondo as razões
de factos e de direitos. A importância da petição inicial como instrumento de proposição
da acção resulta do princípio da iniciativa das partes que é, no fundo, corolário do
princípio do dispositivo nos termos do n.º 1 do artigo 3, e n.°1 do artigo 264 CC.

Esta peça consiste no requerimento em que o autor, dirigindo-se ao tribunal competente,


indica a forma do processo que pretende instaurar, identificar as partes, expõe os factos
e as razões de direito que servem de fundamento à acção (causa de pedir), formula o
pedido, indica o valor da causa e, caso se revele necessário, junta os documentos que
sustentam os factos articulados, apresenta o rol de testemunhas, podendo, igualmente,
requerer outras provas.

Segundo Antunes Varela, a acção não pode nascer da iniciativa do juiz, uma vez que
admitir o contrário seria fomentar situações numerosas de injustiça relativa, visto o juiz
não poder, por sua iniciativa, acudir a todas as situações de ilicitudes no foro do direito
privado.

E, por conseguinte, ao titular do direito violado que incumbe requerer do tribunal o


meio de tutela jurisdicional adequado à reparação do seu direito (nemo iudex sine
actore, neprocedatexofficio).

A petição inicial é precisamente o acto processual pelo qual o titular do direito violado
ou ameaçado, nas acções de condenação, requer do tribunal o meio de tutela
jurisdicional destinado à reparação da violação ou ao afastamento da ameaça. Nas
acções de simples apreciação requer a obtenção da declaração da existência ou
inexistência dum direito ou dum facto, nas ações constitutivas pretende exercer um
direito potestativo. E a sua importância basilar resulta precisamente de não haver acção
sem que haja petição inicial apresentada pelo autor, isto é, não há concessão oficiosa da
tutela jurisdicional nos termos dos artigos 467. ° n.° 1, 264. °, n.°1 e 3. °, n.°1, 1.ᵃ parte.
8.1.2.Estrutura da petição inicial
A petição inicial estrutura-se em quatro partes fundamentais: o endereço, o cabeçalho
ou intróito, a amarração e a conclusão.
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 Endereço consiste na designação do tribunal onde a acção é proposta e ao qual a


petição é dirigida. Esta designação pressupõe a previa determinação do tribunal
competente para apreciar o pleito, o que se faz analisando as regras das
competências internacional e da competência interna em razão da matéria,
hierarquia, território e valor.
 Logo a seguir ao endereço, vem a parte, anterior à articulação, a que na
linguagem corrente se dá o nome de cabeçalho ou intróito, com a identificação
das partes e a indicação da forma do processo correspondente à pretensão.

Para identificar as partes, deve usar-se a referência ao nome, profissão, domicilio,


(pessoa singular) ou sede (pessoas colectivas) e local do trabalho.

Em alguns casos, é conveniente indicar o estado civil das partes, para determinar a
capacidade judiciária e a legitimidade, bem como a idade, naquelas situações em que a
parte ou partes sejam solteiras (por causa da determinação da capacidade judiciaria). Na
menção da forma do processo, bastará a expressão ‘’ com processo especial”, quando à
acção proposta corresponda qualquer dos processos especiais previstos na lei. Tratando-
se de acção sujeita ao processo comum, torna-se necessário indicar a forma de processo
comum aplicável (acção com processo ordinário, sumário ou sumaríssimo).

Feita a identificação das partes e a indicação da forma de processo aplicável, vem a


parte substancial da petição, chamada a narração.

 Narração é a exposição dos factos e das razoes de direito que servem de


fundamento à acção, nos termos do artigo 467. °, n.º 1, alínea c do CPC. A
exposição fáctica, designada causa de pedir, é das indicações mais importantes,
assumindo particular relevância. Na verdade, se na narração devem constar os
factos e as razões de direito, a alegação fáctica se reveste de maior importância,
tendo em conta o disposto no artigo. 664. °, segundo o qual o juiz não está
sujeito às alegações das partes no que tange à indagação, interpretação e
aplicação das regras de direito, mas só pode servir-se dos factos articulados
pelas partes.

Deste modo, o autor deve expor de forma clara e concreta os factos que servem de base
à sua pretensão, indicando o modo, o local e o tempo em que os factos arrolados
ocorreram.
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 Finda a narração, segue-se a conclusão. A conclusão consiste na formulação do


pedido, o qual expressa a tutela jurisdicional pretendida pelo autor, nos termos
do artigo 467. °, n.º 1, alínea d.

O pedido é um elemento fundamental da acção, na medida em que é por ele se


estabelecem, desde logo, os limites da sentença, no caso de acções serem julgadas
procedentes. Na verdade segundo o artigo 661. °,n.º 1 do CPC, a sentença não pode
condenar em quantidade superior ou em objecto diverso do que se pedir. O pedido
deduzido na conclusão da petição inicial representar o corolário lógico dos factos
descritos na narração, devendo ser expressamente formulado na conclusão não bastando
que apareça acidentalmente referido na narração da petição. Para além das indicações
acima referidas, há outras que sendo complementares (artigo 467. °, n.°1. ° ss 1, alínea
e. CPC), tem relevância pratica muito importante. Os aspectos constantes dos
endereços, intróito, narração e conclusão, são elementos essenciais.

Para além deles, é necessário ainda a indicação do valor da causa (artigo 305. °, ss.
CPC) e a junção, fazendo menção disso, do rol das testemunhas e dos documentos
destinados a fazer prova dos factores nele alegados, nos termos do disposto no n.º 2, do
artigo 467.

Trata-se de elementos que não sendo essenciais, regra geral a sua ausência não
compromete o êxito da acção, mas não deixam por isso, considerando as consequências
da sua omissão, de serem necessários para o bom andamento da sua causa. Por exemplo,
se o autor não indicar o valor da causa, pode ser convidado a fazê-lo, sob pena de
indeferimento, se não arrola as testemunhas, não o pode fazer mais tarde.

Acresce, ainda que caso existam testemunhas, as mesmas devem ser arrolados logo na
petição inicial, pois se isso não ocorrer não pode o autor, mais tarde, indica-las (artigos
512. °, 619. °, n° 2, do CPC) pois, depois dos articulados, a lei só admite a sua alteração
(artigos. 512. °, 631. ° do CPC), desistência (artigo 619. °, n.º 1 do CPC) ou substituição
(artigo 631. ° do CPC).

Por último, é necessária a assinatura da petição pelo autor ou pelo seu patrono, o que
confere autenticidade ao documento, sendo que, no caso de assinatura pelo patrono, se
dever-se-á juntar a respectiva procuração forense e indicar o número da carteira
profissional. Ao lado das menções essenciais discriminadas na lei, outras há que, não
sendo necessárias, a prática tem consagrado como habituais. Entre elas se destaca o
pedido de citação do réu. Não é necessário, uma vez que, segundo a prescrição expressa
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do artigo 478. °, 1 do CPC, não havendo motivo para indeferimento liminar e estando a
petição em termos de ser recebida, o juiz ordenará a citação do réu.

A citação do demandado nasce assim de uma prescrição da lei e não do requerimento do


autor. Já assim não será, porém, se o autor pretender a citação antecipada do réu (citação
antes da distribuição artigo 478. °, 2 do CPC) ou de citação dele para confessar ou negar
a firma do título de obrigação que serve de base à acção, tendo em vista a condenação
provisória do devedor (artigo491. ° do CPC). No primeiro caso, terá o autor não só de
requerer, mas inclusivamente de justificar a citação antecipada. No segundo o caso, não
será necessária a justificação, mas será essencial o requerimento da citação para o efeito
previsto.
8.1.3.Propositura da acção
Uma vez elaborada, a petição deve ser apresentada em juízo se dar início à acção ou
instancia, a qual nos termos do n.°1 do artigo. 267. °, inicia-se pela proposição da acção,
considerando-se esta proposta, intentada ou pendente logo que seja recebida na
secretaria a respectiva petição inicial. Este momento é determinante para o efeito de
impedir a caducidade do direito de propositura da acção, pois é o que deve ser
considerado para se considerar pendente a causa. Tendo em conta os casos que a lei
impõe um prazo para a propositura da acção, fácil é compreender o alcance prático do
momento e data da propositura da acção.

Entregue a petição na secretaria, a data dessa entrega relevará para verificar se o direito
de propositura da acção caducou ou não e em alguns casos mesmo para saber qual é a
lei aplicável ao processo. A petição inicial pode ser recusada pela secretaria (artigo. 213.
° do CPC), quando estiver errado o endereço, quando falta a assinatura, pois, esta
garante a sua autenticidade, quando falte a identificação das partes ou indicação do
valor da causa nos termos d o artigo 314. °, n.3. Recebida a petição inicial pela
secretaria, deverá, nesse mesmo dia, ser registada num livro próprio, registo esse que
fixa a data de entrada da acção, iniciando-se por conseguinte, o processo. Procede-se,
depois, à distribuição e indicação da secção em que o processo há –de correr nos termos
do artigo 209. ° do código processual civil.
8.1.4.Requisitos da petição inicial artigo 467.ºCPC
 Designar o tribunal onde a acção é proposta e identificar as partes, indicando os
seus nomes, domicílio ou sedes e, sempre que possível, profissão e locais de
trabalho;
 Indicar a forma do processo;
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 Expor os factos e as razões de direito que servem de fundamento à acção;


 Formular o pedido;
 Declarar o valor da causa.
8.4.1.Designar o tribunal
Designação de tribunal pressupõe a prévia determinação do tribunal competente para
apreciar o pleito, o que faz analisando as regras da competência internacional, interna
em razão da matéria, hierarquia, território e o valor.

A designação do juiz ou do tribunal não é, rigorosamente, conteúdo da petição inicial,


está no alto da folha, encimando a petição. Ao julgador ou ao tribunal é que se dirige o
adestramento da aspiração à tutela jurídica. Tanto o réu não é sujeito de relação
legalística directa entre autor e ele, que a petição se dirige ao juiz, não como
intermediário entre ele e o réu, e sim como aparelho do Estado, com procurações para
aplicar o direito que incidiu no caso e resolver as questões. Contraproducente seria o
autor não indicar seu interlocutor.
8.4.2.Os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicílio e residência do autor e
do réu
O segundo pressuposto (requisito) da petição inicial é o descobrimento identitário do (s)
autor (es) e do (s) réu (s), sendo de notar que se exige a mesma pormenorização a
respeito de ambos. Talvez a magna condição sine qua non seja tal validação activa
porque a coisa julgada actua como conversação de conhecimento definitivo, e não como
declaração simples de vontade. E conveniente indicar o estado civil das partes, para
determinar a capacidade judiciária e a legitimidade, bem como a idade, naquelas
situações em que a parte ou partes sejam solteiras (por causa da determinação da
capacidade judiciaria).

Estado civil é a situação jurídica de uma pessoa em relação à família ou à sociedade,


considerando-se o nascimento, a filiação, o sexo. Trata-se, em suma, de enquadrar o
indivíduo dentro do direito e dentro da própria sociedade em que vive. Nestes termos
mais largos, não se pode duvidar de que a situação de convivência é um estado civil por
definir uma situação jurídico-familiar, com consequências que interessam a toda a
sociedade.

Então, profissão (actividade empregaríeis), domicílio (local da possível citação) e


residência do autor e do réu não correspondem a informações prévias imprescindíveis.
Mas, prevenção devida pode ser dispensada: Se X entra em lide contra Y em nome de Z
existe uma solicitação em falso nome oponível (ressalvadas excepções legitimadas) aos
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interesses declarados por quem recebe deferimento ou indeferimento da solução


proposta. Casos emblemáticos já foram julgados aceitando-se a autorização parcial do
litisdenunciante perante litisdenunciado determinado. Digno de nota é que pessoas
jurídicas devem, sob pena de ineficácia do processo desde logo firmado, ser claramente
nominadas.
8.4.3.Indicar a forma de processo
A indicação da forma do processo, se é especial ou comum, sendo que neste segundo
caso se é especial ou seja para determinar a forma de processo aplicável, é necessário
verificar se à questão corresponde algum dos processos especiais previstos na lei, se
assim for, está classificada a acção como especial, independentemente do valor da
causa. Caso contrário a acção é comum. Sendo comum, há que atentar ao objecto e ao
valor da causa, se este exceder a alçada do tribunal judicial de província (superior a 50
salários mínimos) ou, mesmo que não exceda, tratando-se duma acção sobre estado de
pessoas ou interesses imateriais, a acção é ordinária, caso contrário, é sumaria.

Expor as razões de facto e de direito é designado Causa de pedir

Conjunto de fundamentos de facto e de direito da pretensão alegada pelo autor. Integra a


norma ou as normas alegadas, os factos principais como substracto concreto dessas
normas, os factos instrumentais alegados como substracto concreto desses factos
principais. Do facto e fundamento jurídico deve decorrer o pedido que deve ser claro e
preciso. Ele define a lide e é o objecto do processo. O pedido imediato pede a
providência jurisdicional (condenação) e o mediato uma providência sobre um bem
jurídico material (pagamento).
8.4.4.Formular o pedido
O pedido é a providência de tutela jurisdicional solicitado pelo autor (o reconhecimento
judicial da sua propriedade sobre determinada coisa, a entrega ou restituição dessa
coisa, a condenação do réu numa prestação de certo montante, etc.). É objecto da acção.

Podemos, assim, dizer que o pedido é um elemento essencial da petição inicial, pois por
ele se estabelecem os limites da sentença, se a acção vier a ser julgada procedente. A
formulação do pedido reveste também a maior importância, porque o juiz não pode
condenar em quantidade superior ou em objecto diverso do que se pedir, nos termos do
661. °, n.°1, do CPC. É em face do pedido concreto formulado pelo autor que se
determina o valor da acção e, eventualmente, a competência do tribunal e a
possibilidade de recurso. Dependendo do pedido formulado pelo autor, a acção terá um
ou outro valor e o tribunal competente será um e não outro. O pedido deve ser
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inteligível (perceptível), idóneo (deve referir-se a uma tutela que o direito concede) e
preciso (claro). Para além disso, regra geral, o pedido deve ser único fixo, de prestação
liquida e de prestação já vencida, salvo os casos de pedidos alternativos (artigo. 468. °
do CPC), pedidos subsidiários (artigo. 469. ° CPC) pedido cumulativo (artigo 470. °
CPC), pedidos genéricos (artigo. 471. °) e pedido de prestações vincendas (artigo.
472.°)
8.4.5.Declarar o valor da causa
Segundo o n.°1 do artigo 305. ° a toda causa deve ser atribuído um valor certo, expresso
em moeda legal, o qual representa a utilidade económica imediata do pedido, valor esse
que servirá de base para determinar a competência do tribunal, a forma do processo
comum e a relação da causa com a alçada do tribunal, por ele se definindo o valor da
acção, a forma do processo, o tribunal competente e a possibilidade de recurso. O valor
da causa, deve retratar o estado de fato e de direito existente no momento que se
apresenta a petição inicial.

Deve então o autor demonstrar aquilo que se trata e sua conformidade legal para a
cobrança em juízo, dessa forma o valor da causa, quando não vinculado
processualmente, tem um cunho subjectivo peculiar, porque vai exprimir o quanto
significativo daquele litígio mediante os factores que levaram o demandante a agir, não
é apenas o objecto em si que o decidirá, nesse sentido são claras palavras de Humberto
Theodoro Júnior (2008,p.284), quando assevera que : o valor da causa não corresponde
necessariamente ao valor do objecto imediato material ou imaterial, em jogo no
processo, ou sobre o qual versa a pretensão do autor perante o réu. É o valor que se pode
atribuir à relação jurídica que se afirma existir sobre tal objecto.

Portanto um mesmo objecto poderá dar origem a várias situações fáctico jurídicas um
automóvel, por exemplo, pode estabelecer as mais diversas situações, como a compra, a
venda, o aluguel, empréstimo, sinistro, etc, e decorrendo qualquer problema
relacionado, o valor da causa, estará assentado ao tipo de relação constituída, e não
precisamente ao valor do objecto em si, porém, é óbvio que ele influenciará, só que
relativamente. Em qualquer hipótese há de haver sempre um valor económico que
deverá ser fixado, toda causa que se pretenda a prestação jurisdicional deverá ser
valorada.

Na ausência de alguns dos citados requisitos será ela considerada incompleta, o que
poderá ensejar sua emenda, ou seu indeferimento, frustrando a pretensão do autor de
pleitear o que acha seu de direito, este, não chegando nem ao menos ser apreciado
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materialmente, porque formalmente foi indeferida a inicial por não preencher as


determinadas condições, o que em regra resultaria na extinção do processo sem
resolução do mérito, culminando numa sentença terminativa. Absolutamente
compreensível à intenção do legislador em enumerar tais requisitos como obrigatórios
para admitir a peça introdutória da acção, por ela ser, sobretudo a protagonista da
demanda e para identifica-la o mais individualmente possível.

8.1.5.Vicissitudes da petição inicial

A ineptidão da petição inicial é um vício de tal modo grave que a petição não se pode
aproveitar, devendo ser inutilizada. Tem como efeito o indeferimento liminar da petição
(art.474. °, n.°1 alínea a} e artigo 193 CPC). Outro vício é o erro na forma do processo
que importa apenas a anulação dos actos que não possam ser aproveitados, devendo
praticar-se os que forem estritamente necessários para que o processo se aproxime,
quando possível, da forma estabelecida pela lei (art.199. CPC).

8.1.6.Indeferimento liminar

Nos casos indicados no art. 474. °, deve o juiz indeferir liminarmente a petição inicial, o
que equivale a matar à nascença a acção. O indeferimento liminar é vício de tal forma
grave que a acção não tem o mínimo de viabilidade, nem tem condições para prosseguir
e, ainda que prosseguisse, certamente viria a terminar mais tarde por esses mesmos
motivos. Segundo Alberto Lopes de Freitas, uma acção manifestamente destinada ao
insucesso, sem viabilidade de qualquer ordem, não pode ter outra sorte que não seja o
indeferimento liminar.

8.1.7.Os motivos que dão lugar ao indeferimento são vários:

O primeiro grupo é constituído pelas causas de ineptidão da petição, as quais implicam


a nulidade de todo o processo. A petição é inepta quando falte ou seja ininteligível o
pedido ou a causa de pedir. Com efeito, como a causa de pedir constitui o fundamento
de pretensão de tutela jurisdicional formulado pelo autor, terá de invocado de forma
compreensível, sem o que faltará a base, o importante da acção, e não pode esta subsistir
nessa situação. Não basta uma menção da situação factual que fundamente a acção, é
necessário o relato concreto e especifico dos factos cuja verificação faz nascer o direito
invocado pelo autor. O pedido é determinante, pois o tribunal só conhece daquilo que se
pede e na medida do que se lhe pede (art.661. ° CPC), pelo que não havendo pedido, ou
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sendo incompreensível, o juiz não tem condições de saber o que pretende o autor com a
propositura da acção.

É igualmente inepta a petição inicial quando o pedido esteja em contradição com a


causa de pedir. O pedido constitui a consequência ou corolário lógico do que se alega na
narração como causa de pedir, realmente é por causa disso ou em virtude disso, que se
pede, logo o pedido há-de ser formulado de acordo com o seu fundamento. Aliás, não
basta solicitar a tutela jurisdicional do tribunal é necessário dizer por que se pede.
Verificando-se contradição entre estes dois elementos, a petição inicial deverá ser
liminarmente indeferida. Há contradição entre o pedido e causa de pedir quando o autor,
invocando a nulidade de contrato, caba por pedir a condenação do réu no cumprimento
de uma obrigação resultante desse mesmo contrato.

É também inepta a petição quando se cumulem pedidos substancialmente


incompatíveis. Como já se referiu do pedido, o autor pode formular contra o réu dois ou
mais pedidos, cumulando-o na petição inicial. No entanto, o artigo. 470. ° do CPC,
estabelece certas limitações para a cumulação, como é a necessidade de haver
compatibilidade entre os pedidos a cumulados.

A petição deve ser liminarmente indeferida quando a acção for proposta fora de tempo,
incluindo-se nessa situação, tanto a prematuridade, com a sua extemporaneidade, desde
que quando a esta última seja de conhecimento oficioso, o que acontece quando a acção
verse sobre matéria excluída da disponibilidade das partes (art.333. ° C.C). Petição
deve, igualmente, ser liminarmente indeferida quando, por outro motivo, seja manifesta
a improcedência ou inviabilidade da acção. Este indeferimento liminar corresponde a
um julgamento antecipado do mérito da causa, por o juiz ter concluído que não assiste
razão ao autor em face do direito material.

A petição inicial deve, ser liminarmente indeferida quando, por outro motivo, seja
manifesta a improcedência ou inviabilidade da acção. Este indeferimento liminar
corresponde a um julgamento antecipado do mérito da causa, por o juiz ter concluído
que não assiste razão ao autor em face do direito material. Por exemplo, uma acção em
que o autor pretende obter o cumprimento dum contrato – promessa de venda de terra
ou de venda duma parcela no espaço, não poderá prosseguir, devendo indeferir – se a
petição, pois é evidente a inviabilidade da acção, considerando tratar-se da venda de
objectos física e legalmente impossíveis (artigos. 86 da CRM e 280. Do C.C).
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9.CONTESTAÇÃO

9.1.Conceito
A contestação é a resposta do réu à petição inicial do autor, ou seja, é a manifestação da
posição do réu perante aquele articulado do autor.

A contestação pode ser entendida num sentido material ou formal:

 A contestação em sentido material é qualquer acto praticado pelo réu, no qual


essa parte mostre a sua oposição ao autor e ao pedido formulado por esta parte
(arts. 486º/2 e 487º/1 CPC).
 A contestação em sentido formal é o articulado de resposta do réu à petição
inicial do autor: à contestação em sentido formal referem-se por exemplo os arts.
488º e 489º/1 CPC.

O réu pode tomar uma de duas atitudes fundamentais perante a petição inicial: opor-se
ao pedido do autor ou não se opor a ele. A opção por uma destas condutas depende dos
factos averiguados pelo mandatário do réu e das provas de que esta parte possa dispor,
havendo, naturalmente, que observar o dever de verdade que recai sobre essa parte (art.
456º/2-a, b CPC) e o dever de não advogar contra a lei expressa e de não usar meios ou
expedientes ilegais que obriga o mandatário (art. 78º-b EOA).

A contestação do réu marca a sua oposição relativamente ao pedido do autor. A


contestação pode consistir na impugnação dos factos articulados pelo autor ou na
invocação de uma ou várias excepções dilatórias ou peremptórias (art. 487º CPC). A
escolha da modalidade da defesa (por impugnação ou por excepção) é condicionada
pela posição que o réu pretende assumir na acção (arts. 487º/2 e 493º/2 e 3 CPC).

Em conjunto com a contestação ou independente dela, o réu pode formular um pedido


reconvencional contra o autor (art. 501º CPC). Sempre que o pedido reconvencional não
esteja sujeito a qualquer preclusão se não for formulado na acção pendente, a opção pela
sua formulação nessa acção só deve ser tomada quando for possível coligir, no prazo de
contestação, todos os elementos necessários para a sua procedência.

A Reconversão deve ser deduzida separadamente na contestação, na qual devem ser


expostos os seus fundamentos, formulado o correspondente pedido e indicado o seu
valor (art. 501º/1 e 2 CPC).
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O réu pode contestar no prazo de 20 dias a contar da sua citação (art. 486º CPC). A esse
prazo acresce uma dilação de 5 dias quando a citação não tenha sido realizada na
própria pessoa do réu (arts. 236º/2 e 240º/2 e 3 CPC) e quando o réu tenha sido citado
fora da comarca sede do Tribunal onde pende a acção (art. 252º-A/1 CPC).
9.1.2.Elementos da contestação
O articulado de contestação apresenta o mesmo conteúdo formal da petição inicial (art.
488º CPC).

1. Na contestação deve o réu individualizar a acção e expor separadamente as


excepções que deduza, os factos, as razões de direito e as conclusões da defesa. 2.
Com a contestação o réu deve, desde logo, juntar documentos e apresentar o rol
de testemunhas, podendo requerer outras provas.
2. A contestação (em sentido material) está submetida a uma regra de concentração
ou de preclusão: toda a defesa deve ser deduzida na contestação (art. 489º/1
CPC), ou melhor, no prazo da sua apresentação (art. 486º/1 CPC), pelo que fica
precludida quer a invocação dos factos que, devendo ter sido alegados nesse
momento, não o foram, quer a impugnação, num momento posterior, dos factos
invocados pelo autor. Se aqueles factos forem invocados fora do prazo
determinado para a contestação, o Tribunal não pode considerá-los na decisão da
causa; se o fizer, incorre em excesso de pronúncia, o que determina a nulidade
daquela decisão (art. 668º/1-d, 2ª parte CPC).

Para determinar a incidência desta regra de concentração ou de preclusão, importa ter


presente que, na contestação, o réu tanto pode alegar factos novos que fundamentam
uma excepção dilatória ou peremptória, como limitar-se a impugnar os factos invocados
pelo autor na petição inicial (art. 487º/2 CPC).
9.1.3.Conteúdo material
A contestação pode revestir as modalidades de defesa por impugnação e por excepção
(art. 487º/1 CPC). A defesa por impugnação pode ser directa ou de facto ou indirecta ou
de direito:

 A impugnação directa ou de facto consiste na contradição pelo réu dos factos


articulados na petição inicial (art. 487º/2, 1ª parte CPC);
 A impugnação é indirecta ou de direito quando o réu afirma que os factos
alegados pelo autor não podem produzir o efeito jurídico pretendido por essa
parte (art. 487º/2, 1ª parte in fine CPC).
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A impugnação directa é um meio de defesa do réu; como o Tribunal conhece


oficiosamente a matéria de direito (art. 664º, 1ª parte CPC), este órgão, mesmo sem essa
impugnação, deve controlar se os efeitos jurídicos pretendidos pelo autor podem
decorrer dos factos alegados por esta parte. A delimitação entre a impugnação indirecta
e a excepção peremptória faz-se, por isso, através do seguinte critério:

- Se o réu se limita a negar o efeito jurídico pretendido pelo autor, isto é, a atribuir uma
diferente versão jurídica dos factos invocados pelo autor, há impugnação indirecta;

- Se, pelo contrário, o réu opõe a esse efeito a alegação de um facto impeditivo,
modificativo ou extintivo, verifica-se a dedução de uma excepção peremptória.

a) Defesa por excepção:

Consiste na invocação de factos que obstam à apreciação do mérito da acção ou que,


servindo de causa impeditiva, modificativa ou extintiva do direito invocado pelo autor,
importam a improcedência total ou parcial do pedido (art. 487º/2, 2ª parte CPC). No
primeiro caso, o réu alega a falta de um pressuposto processual e invoca uma excepção
dilatória (art. 493º/2 CPC); no segundo, o réu opõe uma excepçãoperemptória (art.
493º/3 CPC).

b) Defesa por impugnação:

A impugnação directa deve abranger os factos principais articulados pelo autor na


petição inicial (art. 490º/1 CPC); se assim não suceder, consideram-se admitidos por
acordo os factos que não forem impugnados (art. 490º/2, 1ª parte CPC).

A contestação produz efeitos processuais, inclui-se a possibilidade, admitida em certos


casos, de réplica do autor (art. 502º/1 e 2 CPC). E substantivos, importa referir que a
contestação torna litigioso o direito afirmado ou a coisa discutida em juízo, o que revela,
por exemplo, para a proibição da cessação daquele direito (art. 579º CC) e da venda
desse direito ou coisa (art. 876º CC).
9.1.4.Resposta a Contestação
É a resposta do autor à contestação do réu. A réplica pode ser entendida num sentido
formal ou material: naquela primeira acepção, a réplica é o articulado que o autor
apresenta em resposta à contestação do réu; em sentido material, a réplica consiste na
contestação de uma excepção oposta pelo réu ou na dedução de uma excepção contra o
pedido reconvencional formulado pelo réu (art. 502º/1 e 2 CPC). Se aquele articulado
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contiver aquela impugnação ou a dedução daquela excepção, a réplica em sentido


formal é-o também em sentido material.

A réplica é admissível sempre que o réu deduza alguma excepção ou formule um pedido
reconvencional (art. 502º/1 CPC): naquele primeiro caso, a réplica destina-se a
possibilitar a impugnação pelo autor da excepção invocada pelo réu ou a alegação de
uma contra-excepção; no segundo, a réplica permite a apresentação pelo autor de
qualquer contestação, por impugnação ou por excepção (art. 487º/1 CPC), do pedido
reconvencional. A réplica encontra a sua justificação nos princípios da igualdade das
partes (art. 3º-A CPC) e do contraditório (art. 3º/1 e 3 CPC).

A falta da réplica ou a não impugnação dos factos novos alegados pelo réu implica, em
regra, a admissão por acordo dos factos não impugnados (art. 505º CPC). Esta admissão
não se verifica nas situações previstas do art. 490º/2 CPC, e, além disso, há que
conjugar o conteúdo da réplica com o da petição inicial, pelo que devem considerar-se
impugnados os factos alegados pelo réu que forem incompatíveis com aqueles que
constarem de qualquer desses articulados do autor.

Se o réu tiver formulado um pedido reconvencional, a falta de réplica implica a revelia


do reconvindo quanto a esse pedido (art. 484º/1 CPC). Essa revelia é inoperante nas
condições referidas no art. 485º CPC, mas, se for operante, determina a confissão dos
factos articulados pelo réu como fundamento do seu pedido reconvencional (art. 484º/1
CPC).

Acessoriamente a estas funções, a réplica pode ser utilizada para o autor alterar
unilateralmente o pedido ou a causa de pedir (art. 273º/1 e 2 CPC)
9.1.5.Articulados supervenientes
Os articulados supervenientes são utilizados para a alegação de factos que, dada a sua
superveniência, não puderam ser invocados nos articulados normais (art. 506º/1 CPC).
Essa superveniência pode ser objectiva ou subjectiva:

 É objectiva quando os factos ocorrem posteriormente ao momento da


apresentação do articulado da parte (art. 506º/2, 1ª parte CPC);
 É subjectiva quando a parte só tiver conhecimento de factos ocorridos depois de
findar o prazo de apresentação do articulado (art. 506º/2, 2ª parte CPC).

A superveniência objectiva é facilmente determinável: se o facto ocorreu depois da


apresentação do articulado da parte, ele é necessariamente superveniente. Mais
complexa é a aferição da superveniência subjectiva, porque importa verificar em que
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condição se pode dar relevância desconhecimento do facto pela parte. O art. 506º/4
CPC, estabelece que o articulado superveniente deve ser rejeitado quando, por culpa da
parte, ele for apresentado fora de tempo, isto é, quando a parte não tenha tido
conhecimento atempado do facto por culpa própria (art. 506º/3 CPC). Portanto, a
superveniência subjectiva pressupõe o desconhecimento não culposo do facto.
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Conclusão
Depois da pesquisa feita sobre o Tema notou-se que a petição inicial é o documento que
começa todo um processo judicial. Tendo esse peso, é notável a importância da mesma
para o advogado, para a parte representada e para os julgadores, que, a partir dela, terão
uma dimensão das necessidades da parte.

Por isso, é imprescindível que todo o advogado saiba fazer uma boa petição inicial, pois
falhas, erros e descuidos podem custar não só a reputação do profissional, como
também a própria acção, que pode ser de suma importância para a parte.

Por outro temos a contestação é a resposta do réu à petição inicial do autor, ou seja, é a
manifestação da posição do réu perante aquele articulado do autor. Pode ser entendida
num sentido material ou formal. A contestação em sentido material é qualquer acto
praticado pelo réu, no qual essa parte mostre a sua oposição ao autor e ao pedido
formulado por esta parte (arts. 486º/2 e 487º/1 CPC).

Praticar a petição inicial assim como a contestação é muito importante para os


profissionais de Direito, independente do tempo em que actuam na área.
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Referência Bibliográfica
Legislação:

 Lei nº 1/2018 de 12 de Junho (Constituição da Republica de Moçambique)


 Decreto-lei n.º 47 344, de 25 de Novembro de 1966 [aprova o código civil]

Doutrinas:

Batista.J. J.(2006), Processo Civil I. 8ᵃ ed. Coimbra Editora.

Ribeiro. L.M.(2016).Código de Processo Civil de Moçambique. 2ᵃ ed. Revista e


actualizada.

Theodoro Júnior.H. (2000).Curso de Direito Processual Civil. 22ª ed., Rio de Janeiro:
Forense, vol I.

http://direitomozeam.blogspot.com/p/direito-processual-civil-i-1-nocoes.html 

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