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Gabinete do Comandante Geral

ESTADO DE MATO GROSSO


POLÍCIA MILITAR
QUARTEL DO COMANDO GERAL

PORTARIA Nº 128/GCG/PMMT/09, de 1º de junho de 2009.

Padroniza e ressalta ritos e expedientes


usuais nos procedimentos e processos
administrativos no âmbito da Polícia Militar
do Estado de Mato Grosso, no sentido de
tornar pleno o exercício dos princípios
constitucionais da ampla defesa e do
contraditório aos policiais militares que se
vejam submetidos a processos
administrativos, da mesma sorte tem por
finalidade torná-los mais céleres e eficazes
na busca do interesse público, a anular no
curso processual as intervenções da defesa
de cunho meramente procrastinatórios, com
fulcro no artigo 5º, incisos LV e LXXVIII,
combinado com o artigo 37, caput, todos da
CRFB/88, adotando assim uma visão
garantista-administrativista.

O Comandante-Geral no uso de suas atribuições legais, conforme disposto no artigo 80, da


Constituição do Estado de Mato Grosso, faz regulamentar a matéria abaixo destacada, a fim
de construir uma relação de compatibilização entre os ritos e expedientes usuais nos cursos
procedimental e processual administrativos, e as normas materialmente constitucionais
encontradas no artigo 5º, incisos LV e LXXVIII, combinado com o artigo 37, caput, todos da
CRFB/88, notadamente aquelas introduzidas pelas emendas constitucionais de nº 19 de 1998
e a de nº 45 de 2004, com fulcro nas argüições a seguir construídas:

Considerando que a atividade de correição desenvolvida pela Egrégia Corregedoria Geral da


PMMT tem demonstrado que as autoridades policiais militares no exercício das atividades de
polícia judiciária militar notadamente àquelas ligadas à apuração de infração penal militar por
meio do Inquérito Policial Militar, bem como, no exercício das atividades ligadas à apuração
por meio da sindicância, e ao processamento e julgamento da falta administrativa por meio
dos processos administrativos, gênero dos quais são espécies o Processo Administrativo
Disciplinar Militar, o Conselho de Disciplina e o Conselho de Justificação, de forma
contumaz praticam atos procedimentais e processuais dissociados de uma padronização ora
quanto ao conteúdo, ora quanto à forma, cujo resultado implicar em prejuízo à administração
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pública militar, tal qual pode ocorrer com o próprio pleno exercício da ampla defesa e do
contraditório, direito inafastável do acusado.

Considerando que há expedientes administrativos utilizados pelas autoridades policiais


militares delegadas de tais atribuições no curso processual ou mesmo procedimental, que
sobremaneira engessam o seu regular desenvolvimento, mitigando assim a sua razoável
duração, a que se refere os casos de concessão de férias ou licença-prêmio, tal qual ocorre
com os policiais militares submetidos a processo ou procedimento administrativo, entre outras
situações que são apresentadas nos seus cursos que tendem a uma demasiada duração, a
contrariar a norma constitucional contida no artigo 5º, inciso LXXVIII, da CRFB/88, segundo
a qual todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação;

Considerando a novel realidade jurídica apresentada pelo ordenamento jurídico pátrio, donde
por vezes o legislador ordinário esquece-se do mote castrense, deixando de atualizar desta
forma o Código de Processo Penal Militar, tal qual ocorreu com as alterações introduzidas no
Código de Processo Penal por meio da Lei 10.792, de 1º de dezembro de 2003, dando nova
redação ao seu artigo 186, acrescendo-o de parágrafo único, cujo conteúdo determina que
depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será
informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de
não responder perguntas que lhe forem formuladas, de maneira que o silêncio, que não
importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa, compatibilizando-
o assim com o pleno exercício da ampla defesa e do contraditório. Algo que não alcançou o
CPPM, cujo artigo 305, se encontra em desuso, eis que sua redação é demasiadamente
antiquada à realidade jurídica que se apresenta, na medida em que determina que antes de
iniciar o interrogatório, o juiz observará ao acusado que, embora não esteja obrigado a
responder às perguntas que lhe forem formuladas, o seu silêncio poderá ser interpretado em
prejuízo da própria defesa, algo incongruente diante do sistema acusatório de persecução
penal pátrio, segundo o qual afasta a idéia de que o indiciado ou acusado possa representar
meio de prova;

Considerando o disposto na norma processual penal militar encontrada no artigo 3º, do


CPPM, segundo a qual o suprimento dos casos omissos naquele diploma legal será realizado
por meio dos seguintes institutos integrativos, a saber: pela legislação de processo penal
comum, quando aplicável ao caso concreto e sem prejuízo da índole do processo penal
militar; pela jurisprudência; pelos usos e costumes militares; pelos princípios gerais de
Direito; e pela analogia, fontes imediatas e mediatas do direito;

RESOLVO estabelecer as seguintes normas regulamentadoras:

Da citação

Conceito

Artigo 1º - A citação é o ato de chamamento ao processo do policial militar acusado.

Citação pessoal
§ 1º - O policial militar será citado pessoalmente, e lhe será entregue o documento citatório,
mediante recibo aposto na contrafé.

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Citação por edital


§ 2º - Na hipótese do policial militar acusado estar desertor, ausente ou esquivar-se da citação,
deverão ser adotadas as seguintes medidas:

I – o encarregado publicará a citação em edital no Diário Oficial, por três vezes ou, na falta
deste, em jornal que tenha circulação diária, ou mesmo em boletim interno do QCG, bem
como, fixará a citação em local ostensivo da Unidade.
II - não comparecendo o acusado ou seu defensor, o encarregado do processo solicitará
nomeação de defensor dativo para prosseguimento do processo.

§ 3º - O não atendimento da citação acarretará o prosseguimento do processo à revelia.

Do Defensor

Artigo 2º - O policial militar acusado em processo administrativo poderá constituir advogado


para defendê-lo no processo administrativo e, na falta deste, a autoridade delegada solicitará à
autoridade competente a designação de Oficial a fim de promover a sua defesa no curso
processual.

Ausência de Procuração
§ 1º - A constituição de defensor independerá de instrumento de mandato, se o acusado o
indicar por ocasião da qualificação e interrogatório ou em qualquer fase, por termo nos autos.

Réu revel. Nomeação obrigatória.


§ 2º - Nenhum acusado considerado revel será processado ou julgado sem defensor.

Substituição do dativo
§ 3º - A nomeação de defensor dativo não impede que o acusado, a qualquer tempo, apresente
advogado ou defensor público para substituição, sem prejuízo dos atos processuais já
praticados.

Defesa própria
§ 4º - A nomeação do defensor, atendidas as peculiaridades de cada processo, não obsta ao
policial militar acusado o direito de se defender, mas o encarregado manterá o defensor,
exceto com a recusa expressa do acusado, a qual constará dos autos.

Substituição por recusa


§ 5º - Na hipótese de recusa do defensor designado por motivo comprovado deverá ser feita a
substituição.

Presença do defensor
Artigo 3º - O defensor constituído ou dativo do policial militar acusado deverá estar presente
em todas as sessões do processo.

Não comparecimento
Artigo 4º - O não comparecimento do defensor, se justificado por motivo de força maior ou
caso fortuito, adiará o ato processual. Mas, em se repetindo a falta, o encarregado nomeará
defensor ad hoc, para efeito do ato, ou se a ausência perdurar, para prosseguir no processo.

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Parágrafo único - Ocorrendo as hipóteses previstas, o acusado poderá apresentar novo


defensor.

Informação
Artigo 5º - O policial militar acusado cuja defesa esteja sendo patrocinada por Defensor
Público, ao constituir Advogado, deverá informar de imediato a fim de evitar transtornos no
decorrer do processo.

Da vista aos autos

Artigo 6º - As vistas dos autos pelo defensor será em cartório, sempre que necessária sua
manifestação, podendo ser concedida a carga dos autos nos termos do Estatuto da Advocacia,
Lei nº 8.916, de 04 de julho de 1.994.

Da cópia dos autos


Parágrafo único - O fornecimento de cópia dos autos ocorrerá às expensas da parte
interessada, observadas as exceções previstas na legislação tributária.

Das intimações e notificações

Conceito

Artigo 7º - A intimação é o ato de dar ciência a pessoa sobre determinado ato processual já
praticado, ao passo que notificação é o ato de cientificar a pessoa de que deve comparecer
para a realização de determinado ato processual.

Conteúdo
§ 1º - A intimação ou notificação será expedida pelo encarregado do processo e conterá:

I - o nome do nome do encarregado do processo;


II - a indicação do tipo de processo administrativo;
III - o lugar, dia e hora em que deverá comparecer em determinado ato processual quando se
tratar de notificação, no caso de intimação deverá conter o conteúdo do ato processual;
IV - a especificação do objetivo;
V - no caso de acusado e/ou defensor, a indicação de que o não atendimento injustificável
acarretará o prosseguimento do processo à revelia;
VI - assinatura da autoridade.

Formas
§ 2º - A pessoa será intimada ou notificada pessoalmente, por preposto, parente ou cônjuge, a
quem será entregue o documento, mediante recibo aposto na contrafé.

Intimação nos autos


§ 3º - O policial militar acusado e o seu defensor serão intimados na própria sessão, constando
tal fato da ata.

§ 4º - Os agentes públicos deverão comparecer por meio de solicitação ou requisição à


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autoridade competente, devendo o ofício conter os requisitos previstos no § 1° deste artigo.

Dos impedimentos e suspeições no processo administrativo.

Dos impedimentos

Artigo 8º - São impedimentos do encarregado:

I - ter nível hierárquico ou antigüidade inferior ao acusado;


II- tiver subscrito o documento motivador do processo regular;
III - ter funcionado seu cônjuge, ou parente consangüíneo ou afim até o terceiro grau, como
defensor.

Parágrafo único - Os impedimentos de que trata este artigo também podem ser argüidos
contra os demais membros do processo administrativo, nos casos de Conselho de Justificação
e Conselho de Disciplina.

Dos casos de suspeição

Artigo 9º - São casos de suspeição do encarregado:

I - quando ele próprio ou seu cônjuge ou parente consangüíneo ou afim, até o terceiro grau
inclusive, for parte ou diretamente interessado no processo;
II - ser amigo íntimo ou inimigo do acusado;
III - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, adotante ou adotado, de um ou de outro,
estiver respondendo a processo disciplinar por fato análogo;
IV - se tiver aconselhado, previamente, o acusado em relação ao processo a que responderia;
V - se ele ou seu cônjuge for herdeiro presuntivo, donatário ou usufrutuário de bens do
acusado;
VI - se for credor ou devedor, tutor ou curador do acusado;
VII - se o acusado ou quem subscreveu o documento motivador do processo disciplinar, for
seu cônjuge, parente consangüíneo ou afim, até quarto grau inclusive.

Parágrafo único - Os impedimentos de que trata este artigo também podem ser argüidos
contra os demais membros do processo administrativo, nos casos de Conselho de Justificação
e Conselho de Disciplina.

Artigo 10 - É vedado opor impedimentos ou suspeições contra o encarregado de Inquérito


Policial Militar ou mesmo de Sindicância, mas este deverá declará-los quando ocorrer motivo
legal que seja aplicável, devendo a autoridade instauradora decidir por ato motivado nos
autos.

Dos impedimentos do defensor

Artigo 11 - É causa de impedimento do defensor:

I - ter subscrito o documento que originou o processo;


II - ser ou ter sido, nos seis meses anteriores à instauração do processo, Oficial de Justiça e
Disciplina,

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III - ser cônjuge ou parente consangüíneo ou afim, até o terceiro grau inclusive da autoridade
julgadora, de quem subscreveu o documento que deu origem ao processo ou do escrivão.

Parágrafo único - Sendo o impedimento do inciso III, superveniente à nomeação do


defensor, deverá ser afastada a pessoa que o tocar e não o defensor, salvo se dativo, caso em
que será substituído por outro.

Dos incidentes

Conceito de incidente
Artigo 12 - É incidente toda questão geradora de obstáculo ao desenvolvimento normal e
válido do curso processual-administrativo.

Exceção
Parágrafo único - Os incidentes não bloquearão o andamento normal dos procedimentos
meramente inquisitórios.

Proibição de instauração do processo

Artigo 13 - Nenhum policial militar será submetido a processo administrativo enquanto


estiver na condição de extraviado prevista no artigo 134, do Estatuto dos Militares Estaduais,
Lei Complementar nº 231, de 15 de dezembro de 2005.

Prosseguimento normal
Parágrafo único - O curso processual terá seu desenvolvimento normal quando o acusado
encontrar-se licenciado, exceto no caso previsto no "caput" deste artigo.

Da exceção de impedimento ou suspeição

Precedência de arguição de suspeição

Artigo 14 - A arguição de impedimento ou suspeição precederá a qualquer outra, salvo


quando fundada em motivo superveniente.

Questionamento pelo encarregado

Artigo 15 - O encarregado do processo argüirá aos demais membros da existência de


qualquer motivo de suspeição ou impedimento pelo qual possa ser recusado de atuar.

Declaração espontânea

Artigo 16 - Qualquer integrante do processo poderá declarar espontaneamente ser suspeito ou


impedido.

Motivação da declaração
§ 1º - O policial militar que se declarar suspeito ou impedido, espontaneamente ou não,
motivará as razões de tal ato, a não ser que alegue razão de foro íntimo.

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Questão de ordem íntima


§ 2º - Se a suspeição for de natureza íntima, comunicará os motivos ao encarregado, ou em se
tratando deste, à autoridade instauradora, podendo fazê-lo sigilosamente.

Recusa de integrante pelo acusado

Artigo 17 - Quando o acusado pretender recusar integrante do processo, fá-lo-á em petição


assinada por ele próprio ou por seu defensor, aduzindo as razões, acompanhadas de prova
documental ou do rol de testemunhas, que não poderá exceder a duas.

Aceitação da exceção

Artigo 18 - Recebida pelo encarregado do processo administrativo a arguição de


impedimento ou suspeição de qualquer dos integrantes do processo, alegada ou requerida, e
aceita pelo exceto, lavrar-se-á nos autos despacho motivado, suspendendo o processo,
juntando as razões escritas da exceção e remetendo-se à autoridade instauradora, para
substituição do exceto.

Rito da exceção
§ 1º - Não sendo aceita a exceção, sustará o processo e mandará autuar em separado o
requerimento, dando prazo de três dias para oferecimento de resposta e indicação de
testemunhas. Instruída exceção, decidirá sobre a procedência, fundado nas provas colhidas.

Arguição contra o encarregado


§ 2º - Se a exceção recair sobre o encarregado, após proceder como disposto no "caput" e § 1º,
determinará a remessa à autoridade instauradora, que decidirá a arguição.

Substituição do impedido ou suspeito

Artigo 19 - Determinada a substituição, mediante despacho da autoridade instauradora


publicado em boletim, dar-se-á prosseguimento ao processo.

Nulidade dos atos praticados


Parágrafo único - Serão considerados nulos os atos praticados, que apresentem vícios de
impedimento e/ou suspeição.

Improcedência da arguição

Artigo 20 - Se reconhecida que a matéria, argüida ou declarada de suspeição ou impedimento,


é inconsistente ou não tem base legal, após decisão motivada do encarregado ou da autoridade
instauradora, que constará dos autos, o feito terá seu prosseguimento normal.

Do Incidente de Insanidade

Adoção de medidas

Artigo 21 - Havendo dúvida a respeito da imputabilidade disciplinar do acusado, em virtude


de doença ou deficiência mental, o encarregado do processo, de ofício ou a requerimento do
defensor:

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I - Providenciará a apresentação do acusado ao Centro Médico da Corporação ou órgão oficial


similar, para fins de perícia médica, apresentando os quesitos necessários à realização do
exame;
II - Suspenderá o prazo de instrução do processo, na fase que se encontre, até a apresentação
do laudo, mandando certificar nos autos tal medida; e
III - Comunicará a decisão à autoridade instauradora que dará ciência à Corregedoria PM,
para fins de controle.

Perícia - Quesitos obrigatórios


§ 1° - Caso a perícia seja determinada de ofício pelo Presidente do processo, deverá ser
intimado o defensor para que, no prazo de até 03 (três) dias, ofereça os quesitos que entenda
necessários ao esclarecimento da verdade.

§ 2° - Quando o defensor requerer a realização de perícia deverá no ato do requerimento


apresentar os quesitos que entenda necessários ao esclarecimento da verdade.

Perícia - Quesitos obrigatórios

Artigo 22 - O documento requisitório de perícia, além de outros quesitos julgados


necessários, deverá conter os seguintes:

I - Se o policial militar acusado sofre de doença mental, desenvolvimento mental incompleto


ou retardado;
II - Se no momento em que ocorreu o fato motivador do processo, o acusado se achava no
estado referido no item anterior;
III - Se em virtude das circunstâncias referidas no item I, possuía o acusado capacidade de
entender o caráter ilícito do fato ou de se determinar de acordo com esse entendimento;
V - Se a doença ou deficiência mental do acusado, não lhe suprimindo, diminuiu-lhe
entretanto, consideravelmente, a capacidade de entendimento da ilicitude do fato ou a
autodeterminação, quando o praticou; e
VI - Se o policial militar acusado deve ou não ser considerado apto para o serviço policial-
militar e se é ou não necessária a internação hospitalar para tratamento médico -
psiquiátrico.

Parágrafo único - O laudo, além das respostas aos quesitos formulados, poderá conter
outros esclarecimentos julgados necessários pelos seus elaboradores.

Perícia - Análise do laudo

Artigo 23 - Recebido o laudo, o encarregado do processo convocará sessão para análise do


laudo e das respostas aos quesitos, à qual deverão comparecer todos os integrantes, o acusado
e o seu defensor.

Perícia - Prosseguimento do feito


Artigo 24 - Se os peritos consideraram o policial militar acusado imputável ou semi-
imputável, o rito processual terá prosseguimento normal, fazendo constar dos autos à
deliberação.

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Perícia - Arquivamento e reforma ou licença


Artigo 25 - Se os peritos consideraram o acusado inimputável, o processo será remetido à
autoridade instauradora, com proposta de arquivamento e reforma ou licenciamento para
tratamento de saúde, conforme dispõe o Estatuto dos Militares Estaduais.

Da decisão da autoridade instauradora

Artigo 26 - Na hipótese prevista no artigo anterior, e recebendo o processo, a autoridade


instauradora:
I - Arquivará o processo, ao receber o laudo, solicitando a baixa do policial militar acusado ao
Centro Médico ou proporá a reforma administrativa, conforme legislação pertinente;
II - Discordando, fundamentará sua decisão, adotando medidas para elaboração de novo
exame pericial.

Da imputabilidade diminuída

Artigo 27 - Ainda que o policial militar acusado seja considerado de imputabilidade


diminuída, de acordo com o contido no laudo, o processo prosseguirá normalmente.

Da doença superveniente ao processo


Artigo 28. Instaurado o processo administrativo disciplinar, caso o acusado venha a sofrer
alguma enfermidade física, deverá apresentar o respectivo atestado médico original no setor
de pessoal da UPM em que estiver lotado para as providências legais, bem como uma cópia
ao encarregado do processo. (Nova redação dada pela Portaria n.º 070/QCG/DGP/2012 de
14 de fevereiro de 2012, publicada no BGE n.º 496 de 08MAR2012).

Parágrafo único. No caso previsto neste artigo o processo seguirá normalmente. (Redação
inserida pela Portaria n.º 070/QCG/DGP/2012 de 14 de fevereiro de 2012, publicada no
BGE n.º 496 de 08MAR2012).

Artigo 28A. Havendo dúvida sobre a sanidade do acusado ao momento do fato gerador do
processo, devidamente corroborado com o histórico de transtornos e perturbações do militar
ao longo de sua carreira, o encarregado pode, de ofício, submetê-lo a exame da insanidade
mental. (Redação inserida pela Portaria n.º 070/QCG/DGP/2012 de 14 de fevereiro de 2012,
publicada no BGE n.º 496 de 08MAR2012).

Parágrafo único. A defesa poderá requerer a realização do exame, desde que comprove por
meio de documentos a necessidade da sua realização.

Artigo 28B. No caso de enfermidade psíquica, o acusado deverá fazer a entrega do respectivo
atestado original diretamente ao encarregado do processo, acompanhado de requerimento que
indique se a finalidade pretendida é apenas o afastamento do serviço ou se deseja também
suscitar incidente de insanidade mental. (Redação inserida pela Portaria n.º
070/QCG/DGP/2012 de 14 de fevereiro de 2012, publicada no BGE n.º 496 de 08MAR2012).

Parágrafo único. Sendo suscitado o incidente de insanidade mental, o encarregado de


imediato deverá notificar a defesa para que, no prazo de 02 (dois) dias, apresente seus
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quesitos a serem respondidos pela perícia.

Artigo 28C. Quando o atestado médico de enfermidade mental indicar licença por mais de
três dias ou for suscitado o incidente de insanidade mental, o encarregado deverá encaminhar
o documento à UPM de lotação do acusado solicitando que o militar seja apresentado à
Perícia Oficial, fins de homologação do atestado, bem como para que sejam respondidos os
quesitos da defesa, quando houver, além dos seguintes (Redação inserida pela Portaria n.º
070/QCG/DGP/2012 de 14 de fevereiro de 2012, publicada no BGE n.º 496 de 08MAR2012):

I – se o militar acusado sofre de doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou


retardado;

II – se ele tem condições de responder ao processo em andamento;

III - se no momento em que ocorreu o fato motivador do processo, o acusado se achava no


estado referido no inciso I;

IV - se em virtude das circunstâncias referidas no inciso I, possuía o acusado, na época dos


fatos, capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de se determinar de acordo com esse
entendimento;

V – se a doença ou deficiência mental do acusado, não lhe suprimindo, diminuiu-lhe,


entretanto, consideravelmente, a capacidade de entendimento da ilicitude do fato ou a auto-
determinação, quando o praticou; e

VI - se o policial militar acusado deve ou não ser considerado apto para o serviço policial-
militar e se é ou não necessária a internação hospitalar para tratamento médico - psiquiátrico.

VII – outros quesitos que o encarregado entender necessários.

§ 1º A UPM que receber a documentação descrita no caput deverá adotar as providências fins
de apresentação do militar acusado à Perícia Oficial com a indicação dos quesitos a serem
respondidos.

§2º No caso previsto neste artigo o processo será suspenso até a juntada do laudo, que deverá
ser assinado por um perito oficial, devendo o encarregado provocar a autoridade delegante
para a publicação do sobrestamento.

Artigo 28D. Quando o militar estiver respondendo a mais de um processo administrativo


disciplinar o atestado médico deverá ser protocolado a todos encarregados, e no caso de
enfermidade mental o atestado original será entregue ao encarregado do processo que possa
redundar em sanção mais gravosa. (Redação inserida pela Portaria n.º 070/QCG/DGP/2012
de 14 de fevereiro de 2012, publicada no BGE n.º 496 de 08MAR2012).

Artigo 28E. O encarregado verificará com a Perícia Oficial quais as necessidades para a
realização do exame. (Redação inserida pela Portaria n.º 070/QCG/DGP/2012 de 14 de
fevereiro de 2012, publicada no BGE n.º 496 de 08MAR2012).

§1º De posse dessas informações notificará o acusado e seu representante legal para

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comparecer em dia, hora e local agendado, para a realização do referido exame pericial.

§2º Caso não compareça na data agendada ou deixe de atender as exigências das necessidades
da perícia, o pedido de exame será considerado como medida protelatória e o encarregado
dará andamento ao processo, fundamentando sua decisão na avaliação dos mesmos pontos do
§ 1º do Artigo 28F.

Artigo 28F. Com a juntada do laudo pericial o encarregado deverá observar o seguinte:
I – se o militar, em razão da enfermidade, tem capacidade de responder o processo e era ao
tempo do fato inteiramente capaz de entender o caráter ilícito de sua conduta e se também
homologou os dias não trabalhados em conformidade com o atestado, o encarregado deverá
(Redação inserida pela Portaria n.º 070/QCG/DGP/2012 de 14 de fevereiro de 2012,
publicada no BGE n.º 496 de 08MAR2012):

a) informar ao Comandante da Unidade, Setor de Pessoal e autoridade delegante;


b) intimar o acusado e seu defensor, se houver, da juntada do laudo pericial;
c) dar andamento ao processo.

II - se o militar, em razão da enfermidade, não tem capacidade de responder o processo, mas


era ao tempo do fato inteiramente capaz de entender o caráter ilícito de sua conduta e houve a
homologação dos dias não trabalhados em conformidade com o atestado, o encarregado
deverá:

a) informar ao Comandante da Unidade, DGP e autoridade delegante;


b) intimar o acusado e seu defensor, se houver, da juntada do laudo pericial;
c) nomear curador especial para assistir o acusado no processo, que recairá, sobre o advogado
constituído nos autos em primeiro lugar, ou na falta deste, ao cônjuge ou companheiro(a),
parente consanguíneo ou afim, até o terceiro grau.
d) no caso da alínea anterior, se o acusado não era assistido por advogado constituído, o
encarregado provocará a autoridade delegante para que nomeie um defensor dativo e o
processo correrá acompanhado por este e, pelo curador especial.

III - se o militar, em razão da enfermidade, tem ou não capacidade de responder o processo e


era ao tempo do fato inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito de sua conduta e se
também homologa os dias não trabalhados em conformidade com o atestado, e ainda
menciona que o militar está apto para o serviço policial, o encarregado deverá:

a) informar ao Comandante da Unidade, DGP e autoridade delegante;


b) intimar o acusado e seu defensor, se houver, da juntada do laudo pericial;
c) elaborar relatório circunstanciado e remeter os autos a autoridade delegante sugerindo o
devido arquivamento em face da inimputabilidade.

IV – se o militar, em razão da enfermidade, tem ou não capacidade de responder o processo e


era ao tempo do fato inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito de sua conduta e se
também homologa os dias não trabalhados em conformidade com o atestado, e ainda
menciona que o militar não está apto para o serviço policial, o encarregado deverá:

a) informar ao Comandante da Unidade, DGP e autoridade delegante;


b) intimar o acusado e seu defensor, se houver, da juntada do laudo pericial;

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c) elaborar relatório circunstanciado e remeter os autos a autoridade delegante sugerindo o


devido arquivamento, com possibilidade, conforme o caso, de reforma e internação em
hospital psiquiátrico.

§1º Na hipótese do laudo pericial não precisar a sua incapacidade ou julgá-la prejudicada com
os elementos que lhe foram fornecidos, caberá ao encarregado uma análise no caso concreto
da sua imputabilidade administrativa disciplinar, a partir da avaliação dos seguintes pontos:

a) assentamentos funcionais;
b) alterações em sua prestação de serviço;
c) atestados médicos em sua ficha que indiquem seus transtornos;
d) pontualidade e assiduidade ao serviço;
e) carteira Nacional de Habilitação;
f) registro de arma de fogo;
g) boletins de ocorrências atendidas;
h) outros.

§2º Em caso de insanidade mental oriunda de dependência química e/ou alcoólica de militar
que o impossibilite de responder ao processo, devidamente comprovado por meio de laudo da
Perícia Oficial, o processo correrá normalmente com a presença de curador especial.”

Da falsidade de documento
Artigo 29 - Argüida a falsidade de documento constante dos autos do processo, o encarregado
procederá conforme o previsto nos artigos 163 a 169 do CPPM, no que for aplicável.

Do atestado médico
Artigo 30 – A apresentação de atestado médico pelo acusado no curso processual, não
determinará a sua paralisação.

Da organização dos autos

Forma
Artigo 31 - Os documentos que compõem o processo serão ordenados cronologicamente,
respeitando apenas a ordem dos anexos de determinado documento juntado.

Autenticação de cópias juntadas


§ 1º - As cópias reprográficas juntadas aos autos deverão ser autênticas ou autenticadas pela
repartição pública que as expediu, ou após comprovação de sua autenticidade pelo
encarregado do processo.

Numeração e rubrica
§ 2º - As páginas serão numeradas seqüencialmente e rubricadas pelo escrivão, anulando
ainda o verso em branco das folhas.

Qualidade dos documentos


§ 3º - Todo documento destinado à instrução dos procedimentos deve ter condições gráficas
satisfatórias, propiciando consulta e extração de cópias legíveis.

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Assinatura das peças dos autos


Artigo 32 - O encarregado deve assinar e rubricar os documentos, as atas de sessão, os
documentos probatórios e o relatório.

Assinatura dos membros


Parágrafo único - Nos processos colegiados os membros têm a mesma responsabilidade.

Abertura de novo volume


Artigo 33 – Abrir-se-á novo volume de autos quando atingido o número aproximado de 200
(duzentas) folhas.

Termo de recebimento
Artigo 34 - Recebida a portaria e seus anexos, após despacho da autoridade competente, o
encarregado na mesma data lavrará termo de recebimento, certificando a data, acostando-o
nos autos.

Parágrafo único: O prazo de autuação da portaria será de 48 (quarenta e oito) horas após a
lavratura do termo de recebimento, informando de tudo à autoridade instauradora.

Proibição de sindicância em caso de crime militar

Artigo 35 - É vedada a instauração de sindicância para apuração de infrações penas militares,


que deverá ser realizada por meio de Inquérito Policial Militar, nos termos do que dispõe a
norma processual penal militar contida no artigo 9º, do CPPM.

Independência de esferas julgadoras

Artigo 36 - O processo regular será instaurado independentemente da existência de outras


medidas cabíveis na esfera penal ou civil.

Independência de apuração de responsabilidade


§ 1° - A absolvição judicial pelo mesmo fato que originou o processo regular não se
constituirá em motivo impeditivo de apuração de responsabilidade disciplinar, por meio do
devido processo, salvo se a decisão judicial declarar a inexistência material do fato, do crime
ou negativa de autoria.
§ 2° - A absolvição judicial nas hipóteses tratadas na parte final do parágrafo anterior, não
obsta a apuração de outras condutas conexas, não abrangidas pela decisão criminal.

Dos fundamentos da portaria


Artigo 37 - A portaria constitui a peça inicial e acusatória do processo administrativo,
contendo:
Identificação
I - A identificação do Presidente, e dos membros nos órgãos colegiados;
Qualificação
II - a qualificação do autor ou autores, contendo o posto ou graduação, nome completo,
subunidade e Unidade a que pertence;
Tempo e lugar
III - O tempo e o lugar da infração administrativa;
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Definição da infração disciplinar


IV - a exposição resumida do fato censurável de natureza grave, suas circunstâncias e
antecedentes objetivos e subjetivos, precisamente definidos no tempo e no espaço;
A norma legal infringida
V - a adequação típica da conduta praticada, nos termos do artigo 13, do RDPMMT, Decreto
nº 1.329, de 21 de abril de 1978.
Fundamentos de convicção
VI - os fundamentos de convicção, com indicação das folhas do procedimento, nas quais
poderão ser encontrados os motivos expostos.
VII – o rol das testemunhas, em número não superior a 05 (cinco), com a indicação da sua
profissão e residência, se houver.

Pluralidade de acusados.
§ 1º - Se houver mais de um acusado a portaria deverá individualizar a conduta de cada um
dos acusados com observação do disposto nos incisos deste artigo;

Libelo acusatório.
§ 2º - O libelo acusatório deverá possuir relação de compatibilidade com o conteúdo da
portaria que inaugura o processo administrativo.

Da Qualificação e interrogatório do acusado ou indiciado

Artigo 38 - Os encarregados de processos e procedimentos administrativos, assim definidos,


deverão realizar a qualificação e interrogatório do indiciado, sindicado ou acusado na forma
prevista artigo 306 do Código de Processo Penal Militar (CPPM), atualizando-o com os
seguintes termos: “está sendo cientificado do seu direito de permanecer calado e de não
responder perguntas que lhe forem formuladas, de maneira que o seu silêncio, que não
importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa (...)”, nos termos
do disposto no artigo 186, do Código de Processo Penal Comum (CPP).

Artigo 39 – No curso dos processos administrativos deverá ser obedecida a seguinte ordem:
primeiramente proceder-se-á a redução a termo das declarações do ofendido, se houver, à
inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, e por derradeiro
qualificando e interrogando-se, o acusado, com base nas alterações recentemente introduzidas
no Código de Processo Penal, em seus artigos 400, 531 e 411, respectivamente por meio das
Leis 11.719, de 2.008 e 11.689, de 2008.

Da inquirição de testemunhas
Artigo 40 - A inquirição das testemunhas obedecerá às normas prescritas nos artigos 347 a
364, do CPPM, de maneira que qualificada a testemunha, far-lhe-á a leitura da portaria, antes
da prestação do depoimento. Se presentes várias testemunhas, ouvirão todas, ao mesmo
tempo, aquela leitura, finda a qual se retirarão do recinto da sessão as que não forem depor em
seguida, a fim de que uma não possa ouvir o depoimento da outra, que a preceder.

Ordem
Parágrafo único - Serão ouvidas, em primeiro lugar, as testemunhas arroladas pela acusação e
as referidas por estas, além das que forem substituídas ou incluídas posteriormente, de forma

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que por último serão ouvidas as testemunhas arroladas pela defesa, obedecidas as normas do
artigo 415 e seguintes do CPPM.

Das medidas cautelares

Artigo 41 - Os encarregados de IPM (Inquérito Policial Militar), quando da representação por


medidas cautelares que por si possuem natureza urgente e sigilosa, a saber, busca e apreensão
domiciliar, prisão preventiva, prisão temporária, quebras de sigilos, seqüestro de bens, entre
outras, endereçados a 11ª VCEJME, deverá ser encaminhada por meio de ofício, em envelope
lacrado, o qual não deve constar o nome das partes e o objeto do pedido, devendo constar
apenas o nome do Encarregado, o número da Portaria de instauração do IPM, com a devida
classificação se confidencial ou sigiloso, devendo ser protocolizado no Protocolo Geral do
Fórum Criminal da Capital.

Parágrafo único - Nos casos da medida cautelar a que se refere à Lei nº 9.296, de 24 de julho
de 1996, o encarregado de IPM deverá observar as normas contidas na Resolução nº 59, de 09
de setembro de 2008, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que pode ser pesquisada no
sitio: http://www.cnj.jus.br/, naquilo que deve ser aplicado no procedimento de interceptação
de comunicações telefônicas e de sistemas de informática e telemática, durante a fase de
apuração da infração penal militar.

Da Lavratura do auto de prisão em flagrante delito


Artigo 42 – Ocorrendo situação que implique a lavratura do auto de prisão em flagrante
delito, a autoridade policial militar, com base nas alterações introduzidas no artigo 304, do
Código de Processo Penal, por meio da Lei nº 11.113, de 13 de maio de 2005, com o objetivo
de agilizar a liberação das pessoas envolvidas, na condição de condutor, vítima e testemunhas,
deverá proceder de forma fragmentada, a saber:

I - ouvir o condutor em termo próprio, ainda que se trate do ofendido, entregando-lhe cópia do
seu termo de depoimento;
II - elaborar o "recibo de entrega do preso", fornecendo uma via ao condutor, dispensando-o
logo em seguida;
III - colher a declaração do ofendido, caso não seja o próprio condutor, e os depoimentos das
testemunhas, em peças independentes, dispensando cada parte após a respectiva oitiva e a
coleta isolada da assinatura no termo próprio;
IV – proceder ao interrogatório do preso em termo próprio;
V – redigir o auto de prisão em flagrante delito, englobando as peças produzidas.

§ 1º - O auto de prisão em flagrante delito somente será redigido após a oitiva e dispensa do
condutor, do ofendido e das testemunhas e depois do interrogatório do preso.

§ 2º - O auto de prisão em flagrante delito consistirá de um termo sintético, assinado pelo


Oficial responsável pela sua lavratura, pelo conduzido e pelo escrivão, onde estejam
objetivamente descritas as medidas de polícia judiciária militar adotadas, acostando-se a este
os termos relativos às oitivas e interrogatório efetuado se lavrados.

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Artigo 43 – A prisão do policial militar e o local onde se encontre serão comunicados


imediatamente ao juízo militar e à sua família ou a pessoa por ele indicada, e ainda com base
na redação dada ao artigo 304, do CPP, por meio da Lei nº 11.449, de 2007, deverá:

§ 1° - Dentro em 24h (vinte e quatro horas) depois da prisão, será encaminhado ao juízo
militar o auto de prisão em flagrante acompanhado de todas as oitivas colhidas e, caso o
autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública.

§ 2° - No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada
pela autoridade policial militar, com o motivo da prisão, o nome do condutor e o das
testemunhas

Artigo 44 – O policial militar preso em flagrante delito ou por qualquer outra prisão
provisória deverá, se possível, ser submetido a exame de lesões corporais, antes mesmo de ser
encaminhado à unidade de custódia com a finalidade de que se determine seu estado físico,
juntando os respectivos laudos aos autos do procedimento.

Do programa de proteção
Artigo 45 – Na hipótese de as vítimas ou testemunhas de crimes militares que estejam
coagidas ou expostas à grave ameaça em razão de colaborarem com a investigação no curso
do inquérito policial militar, bem como, de o indiciado colaborar voluntariamente com a
investigação policial militar na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime
militar, na localização da vítima com vida e na recuperação total ou parcial do produto do
crime, o encarregado do Inquérito Policial Militar adotara as medidas necessárias no sentido
de comunicar por meio de ofício ao representante do Ministério Público Estadual que atua no
Juízo Militar, ou ao próprio, a fim de que no primeiro caso possam ser incluídas no Programa
Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas, e no segundo caso de que seja
submetido às medidas de proteção de acusados que tenham voluntariamente prestado efetiva
colaboração à investigação policial, nos exatos termos do que dispõe a Lei n. 9.807, de 13 de
julho de 1999.

Parágrafo único - As medidas prevista no caput deste artigo devem ser, desde logo,
informadas à Corregedoria Geral.

Das férias e licenças


Artigo 46 – O encarregado e os demais membros de procedimentos e processos no curso
procedimental e processual terão interrompidos ou deixarão de gozar, na época prevista, o
período de férias ou de licença a que tiverem direito, registrando-se, então, o fato em seus
assentamentos e nos autos, com fulcro na inteligência do artigo 83, § 5°, combinado com o
artigo 101, § 3°, in fine, todos do Estatuto dos Militares Estaduais, Lei Complementar n. 231,
de 15 de dezembro de 2005.

Parágrafo único: Idêntico tratamento será dispensado ao acusado no curso processual.

Da nulidade

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Artigo 47 - A nulidade de ato no curso do processo administrativo somente será declarada se


houver efetiva demonstração de prejuízo à defesa ou à administração militar, devendo
qualquer incidente nesse sentido ser saneado de plano, com registro obrigatório nos autos.

Da aplicação
Artigo 48 - As normas contidas nesta portaria devem ser observadas notadamente pelos
encarregados e membros de procedimentos e processos administrativos e pelas autoridades
delegantes, de maneira que deverão ser aplicadas em relação aqueles instaurados no âmbito da
Polícia Militar do Estado de Mato Grosso, a partir da data de sua publicação, revogando-se as
normas internas que versarem sobre a matéria de forma diversa.

Quartel do Comando Geral, Cuiabá-MT, 1º de junho 2009.


Antonio Benedito de Campos Filho – Cel PM
Comandante-Geral da PMMT
RGPMMT 874.687

Índice
PORTARIA Nº 128/GCG/PMMT/09, de 1º de junho de 2009. ................................................ 1
Da citação ................................................................................................................................... 2
Citação pessoal ....................................................................................................................... 2
Citação por edital .................................................................................................................... 3
Do Defensor ............................................................................................................................... 3
Ausência de Procuração.......................................................................................................... 3
Réu revel. Nomeação obrigatória. .......................................................................................... 3
Substituição do dativo ............................................................................................................ 3
Defesa própria......................................................................................................................... 3
Substituição por recusa ........................................................................................................... 3
Presença do defensor .............................................................................................................. 3
Não comparecimento .............................................................................................................. 3
Informação .............................................................................................................................. 4
Da vista aos autos ....................................................................................................................... 4
Da cópia dos autos ...................................................................................................................... 4
Das intimações e notificações .................................................................................................... 4
Conceito .................................................................................................................................. 4
Conteúdo................................................................................................................................. 4
Formas .................................................................................................................................... 4
Intimação nos autos ................................................................................................................ 4
Dos impedimentos e suspeições no processo administrativo. .................................................... 5
Dos impedimentos .................................................................................................................. 5
Dos casos de suspeição ........................................................................................................... 5
Dos impedimentos do defensor .............................................................................................. 5
Dos incidentes ............................................................................................................................ 6
Conceito de incidente ............................................................................................................. 6
Exceção ................................................................................................................................... 6
Proibição de instauração do processo ..................................................................................... 6
Prosseguimento normal .......................................................................................................... 6
Da exceção de impedimento ou suspeição ............................................................................. 6
Precedência de arguição de suspeição ........................................................................................................ 6
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Questionamento pelo encarregado ............................................................................................................... 6


Declaração espontânea ................................................................................................................................ 6
Recusa de integrante pelo acusado ......................................................................................... 7
Aceitação da exceção.............................................................................................................. 7
Rito da exceção ....................................................................................................................... 7
Arguição contra o encarregado ............................................................................................... 7
Substituição do impedido ou suspeito .................................................................................... 7
Nulidade dos atos praticados .................................................................................................. 7
Improcedência da arguição ..................................................................................................... 7
Do Incidente de Insanidade .................................................................................................... 7
Adoção de medidas ...................................................................................................................................... 7
Perícia - Quesitos obrigatórios...................................................................................................................... 8
Perícia - Quesitos obrigatórios...................................................................................................................... 8
Perícia - Análise do laudo ............................................................................................................................. 8
Perícia - Prosseguimento do feito ................................................................................................................. 8
Perícia - Arquivamento e reforma ou licença ................................................................................................ 9
Da decisão da autoridade instauradora ....................................................................................... 9
Da imputabilidade diminuída ..................................................................................................... 9
Da doença superveniente ao processo ........................................................................................ 9
Da falsidade de documento ...................................................................................................... 12
Do atestado médico .................................................................................................................. 12
Da organização dos autos ......................................................................................................... 12
Forma .................................................................................................................................... 12
Autenticação de cópias juntadas ........................................................................................... 12
Numeração e rubrica ............................................................................................................. 12
Qualidade dos documentos ................................................................................................... 12
Assinatura das peças dos autos ............................................................................................. 13
Assinatura dos membros ............................................................................................................................ 13
Abertura de novo volume ..................................................................................................... 13
Termo de recebimento .......................................................................................................... 13
Proibição de sindicância em caso de crime militar .................................................................. 13
Independência de esferas julgadoras ........................................................................................ 13
Independência de apuração de responsabilidade .................................................................. 13
Dos fundamentos da portaria .................................................................................................... 13
Pluralidade de acusados. ....................................................................................................... 14
Libelo acusatório. ................................................................................................................. 14
Da Qualificação e interrogatório do acusado ou indiciado....................................................... 14
Da inquirição de testemunhas ................................................................................................... 14
Ordem ................................................................................................................................... 14
Das medidas cautelares ............................................................................................................. 15
Da Lavratura do auto de prisão em flagrante delito ................................................................. 15
Do programa de proteção ......................................................................................................... 16
Das férias e licenças ................................................................................................................. 16
Da nulidade ............................................................................................................................... 16
Da aplicação ............................................................................................................................. 17
Índice ........................................................................................................................................ 17

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