PONTO 2: Teoria da norma penal. Lei penal: fontes, características, interpretação, integração, vigência, e aplicação. A lei penal no tempo e no espaço. A lei penal em relação às pessoas. Conflito aparente de normas. Aplicação subsidiária do Título I da Parte Geral do Código Penal brasileiro. 1. Acerca das FONTES do direito penal militar, comente sobre como são divididas e tratadas na doutrina. Materiais Formais (mediatas e imediatas) Coimbra, 7ª Edição, pág 161/163 2. Considerando que o CPM foi baixado pelo Decreto-Lei 1.001. de 1969, como aceitar que um diploma de tal natureza verse sobre matéria de cunho penal? Recepcionado como lei ordinária. Coimbra, 7ª Edição, pág 163 3. O que são Banhos ou Bandos Militares? Tais institutos são admitidos no ordenamento jurídico brasileiro? Jorge Alberto Romeiro - “Éditos ou proclamações com força de lei, emanados pelos Comandantes Supremos das Forças Armadas de um país em guerra, a fim de integrarem as leis penais e processuais bélicas vigentes, modificando-las ou ditá-las ex novo, quando as circunstâncias do front o exigirem”. Impossibilidade de aplicação de tal fonte do DPM/DPPM, em homenagem ao princípio da legalidade, sob o aspecto da reserva legal. Coimbra, 7ª Edição, pág 163. 4. Embora parte da doutrina não admita que haja espécies de interpretação, por considerarem-na um processo único, há quem enumere algumas formas de interpretação conforme a fonte. Comente cada uma dessas classificações. Doutrinária, jurisprudencial e autêntica. Coimbra, 7ª Edição, pág 166. 5. Qual o papel da Exposição de Motivos na interpretação do CPM? Materialização da interpretação autêntica. Intenção do legislador. Coimbra, 7ª Edição, pág 166. 6. Considerando que o CPM é anterior à CF/88, qual o papel do intérprete quando de sua aplicação nos dias atuais? Filtro constitucional. 7. É possível, ainda, classificar a interpretação em declarativa, restritiva e extensiva. Conceitue cada uma delas e dê exemplos de verificação no CPM. Declarativa - absorção exata do texto - motim, 149 CPM, crime plurissubjetivo. Restritiva - restrição dos termos do texto - cabeça, 53 § 5º CPM, para crimes plurissubjetivos. Extensiva - ampliação dos termos do texto - deserção especial, 190 CPM, preceito secundário ao desertor capturado. Coimbra, 7ª Edição, pág 168 8. Diante de um conflito aparente de normas, qual espaço tem o princípio in dubio pro reo? Aplicação da norma mais benéfica no momento de apreciação das provas, bem como na análise dos pressupostos processuais, dos elementos constitutivos, impeditivos, extintivos e mitigadores do crime … Coimbra, 7ª Edição, pág 169, rodapé 11. 9. Diferencie interpretação analógica de analogia. Coimbra, 7ª Edição, pág 169 e 170. 10. Diferencie lacuna de silêncio eloquente. 11. O artigo 22 do CPM, em interpretação autêntica, traz o conceito de MILITAR, sem incluir expressamente os militares estaduais. À luz da CF/88 como tal dispositivo deve ser considerado? Coimbra, 7ª Edição, pág 175. 12. Para efeitos de aplicação do CPM o atirador do Tiro de Guerra é considerado militar? Coimbra, 7ª Edição, pág 173. 13. O que justifica a aplicação irrestrita da extraterritorialidade no Direito Penal Militar? Coimbra, 7ª Edição, pág 208. 14. De acordo com o Código Penal Militar, quando e onde o crime é considerado praticado? Coimbra, 7ª Edição, pág 195. 15. Comente acerca da natureza da Lei 13.491/2017 e sua aplicação em conflitos intertemporais. Coimbra, pág 207. 16. Quanto aos jurisdicionados da JME, pela previsão do artigo 125, § 4º da CF/88, aquele que não é militar do Estado não pratica o crime militar em âmbito estadual ou o pratica, devendo ser julgado por esse fato pela Justiça comum? Coimbra, 7ª Edição, pág 215.
Direito Processual Penal Militar
PONTO 6: Comunicação dos atos processuais. As provas no Direito Processual Penal Militar. Prazos processuais. Defeitos processuais. Nulidades. 1. É cabível a citação por hora certa no PPM? Não. 2. Há resquícios do sistema da prova tarifada no CPPM? Quais? 294, CPPM 315, parágrafo único, CPPM 3. Quais os sistemas de avaliação da prova pelo magistrado? Qual o sistema adotado pelo CPPM? Íntima convicção - Tribunal do Júri Prova tarifada Livre convencimento motivado ou Persuasão racional. 4. O fato axiomático depende de prova? Não. O fato axiomático é sinônimo de prova evidente, que não depende de prova por guardar coerência lógica com outro fato já demonstrado. Artigo 28, CPPM - Dispensa de inquérito. MPE ORAL, PÁG 702 5. O que se entende por serendipidade? Existem graus dela? MPE ORAL, PÁG 703 6. O que se entende por prova de fora da terra? Produzida em juízo diverso - exemplo: por carta precatória. MPE ORAL, PÁG 703 7. Comente acerca da presença do postulado nemo tenetur se detegere nas disposições do CPPM. É válido para testemunha? 296, § 2º, CPPM. Sim, sobre fato que a possa incriminar. 8. Como é tratada a confissão na aplicação da lei penal e processual penal militar? É possível a aplicação da atenuação da pena em virtude da confissão espontânea nos termos do CP? Não, por não haver lacuna no CPM. 9. Comente sobre a previsão do artigo 305, CPPM (o silêncio poderá ser interpretado em prejuízo da própria defesa) e 308, CPPM (o silêncio não importará em confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz). 10. O que significa testemunha fedatária? Instrumentária. Desconhecem os fatos, testemunha apenas de atos instrumentais e procedimentais, como as testemunhas de apresentação. MPE ORAL, PÁG 707. 11. O que se entende por teoria da fonte independente no âmbito das provas? Teoria da exceção da fonte independente. Necessária demonstração inequívoca de que a nova prova advém de fonte autônoma, sem vínculo com a prova originariamente ilícita. MPE ORAL, PÁG 707. 12. Quanto à fundamentação das decisões judiciais, é necessário o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas? Posicionamento do Supremo Tribunal Federal, que pacificou o entendimento sobre a fundamentação das decisões judiciais através do Tema 339, segundo o qual o art. 93, IX, da Constituição Federal exige que o acórdão ou a decisão sejam fundamentados, ainda que sucintamente, sem determinar, contudo, o exame pormenorizado de cada uma das alegações ou provas. 13. Sobre o que trata o princípio da correlação? Seria caso de nulidade, a condenação por fatos que não se encontram descritos na denúncia? Em todo caso deve ser oportunizado o exercício do contraditório e da ampla defesa? 14. O julgador pode dar aos fatos definição jurídica diversa daquela constante na denúncia? Em que situação? Desde que exista pedido formulado pelo órgão ministerial nesse sentido, em alegações finais, e que a outra parte tenha tido a oportunidade de respondê-la, nos termos do art. 437 do CPPM. 15. Considerando que o MP não formulou, em alegações finais escritas, pedido no sentido de imputar ao réu delito diverso do contido na denúncia, não tendo também aditado a denúncia nesse sentido, o órgão julgador pode alterar a definição jurídica do fato na sentença, incluindo elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação? Não. 16. Caso acontecesse a alteração nessas condições, seria o caso de decretação da nulidade? Depende. Caso a condenação seja dissonante dos termos da inicial acusatória e não seja oportunizado ao réu o exercício do contraditório e da ampla defesa, a fim de que se manifestasse sobre a mudança de imputação, necessária seria a decretação da nulidade da sentença. 17. E se o recurso for exclusivamente da defesa, é possível reconhecer a nulidade da sentença condenatória? Não, existindo recurso exclusivamente da defesa, não é possível reconhecer-se a nulidade da sentença condenatória. Sobre o tema, a Súmula n. 160 do Supremo Tribunal Federal dispõe que "é nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da acusação, ressalvando os casos de recurso de ofício". Assim, sendo o caso de recurso exclusivo da defesa, é inviável a anulação de atos praticados visando à realização de novo julgamento. 18. A Súmula 160 do Supremo é aplicada mesmo em caso de nulidade absoluta? Sim.
Questões 14 a 20: JULGADO TJMMG- LINK:
http://cp.tjmmg.jus.br/jurisprudencia/assets/pdfs/Ap%20Cr%20eproc%20 0000125-82.2016.9.13.0002.pdf Processo eproc n. 0000125-82.2016.9.13.0002 Relator: Desembargador Fernando Armando Ribeiro Revisor: Desembargador Osmar Duarte Marcelino Julgamento: 11/04/2023 Publicação: 24/04/2023 Decisão: MAJORITÁRIA 19. É caso de nulidade o encarregado do IPM ser ouvido no processo como testemunha? Não. Compulsando o Código de Processo Penal Militar (CPPM), art. 351, e em complementação o Código de Processo Penal (CPP), art. 202, não há qualquer vedação expressa ou subentendida, em relação ao testemunho do policial militar ou civil, que tenha participado da investigação criminal. Os depoimentos prestados por policiais, a respeito das funções que desempenham na qualidade de agentes públicos, possuem presunção de veracidade e os atos por eles praticados, no exercício do cargo, gozam de presunção de legitimidade, motivo pelo qual, seus testemunhos constituem relevantes elementos probatórios. É pacífica a jurisprudência dos Tribunais nesse sentido. Questão 21: JULGADO TJMMG Embargos Declaratórios n. 200054571.2021.9.13.0004 citado no julgado de LINK: http://cp.tjmmg.jus.br/jurisprudencia/assets/pdfs/Ap%20Cr%20eproc%20 2000537-94.2021.9.13.0004.pdf
Da não violação ao princípio constitucional da presunção de inocência (art. 5º, LVII, CF/88) em face da execução provisória da pena após condenação em segunda instância