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TRIBUNAL DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO

CORREIÇÃO PARCIAL
Processo n. 0000069-50.2019.9.13.0000
Referência: Processo n. 0000613-63.2018.9.13.0003
Relator: para o acórdão Juiz Fernando Armando Ribeiro
Julgamento: 19/02/2019
Publicação: 27/02/2019
Decisão: MAJORITÁRIA

EMENTA
CORREIÇÃO PARCIAL – CRIME DO ESTATUTO DO
DESARMAMENTO – AMPLIAÇÃO DA COMPETÊNCIA DA
JUSTIÇA MILITAR PELA LEI N. 13.491/17 – A ADOÇÃO PELA
MAGISTRADA DE PROCEDIMENTO PREVISTO NO CPPM NÃO
CARACTERIZA ATO TUMULTUÁRIO – RECURSO A QUE SE
NEGA PROVIMENTO.

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, sendo corrigente
Renne Flávio Nunes Caetano e corrigida a Juíza de Direito Titular da 3ª
AJME, acordam os juízes da Primeira Câmara, por maioria, nos termos do
voto do juiz Fernando Armando Ribeiro, em negar provimento ao recurso,
mantendo a decisão da juíza de 1º grau de jurisdição.
Vencido o juiz Osmar Duarte Marcelino, que deu provimento à
correição parcial, para determinar a aplicação dos procedimentos
previstos no Código de Processo Penal Militar à ação penal de origem,
desde o seu ingresso nesta Justiça especializada, anulando-se todos os
atos praticados sob o manto do Código de Processo Penal comum.
Relator para o acórdão juiz Fernando Armando Ribeiro.

RELATÓRIO
Cuida-se de correição parcial apresentada por Renne Flávio Nunes
Caetano, por meio da qual busca a suspensão do processo criminal de
origem, em trâmite na 3ª Auditoria da Justiça Militar Estadual (AJME).
Segundo o fundamento essencial da correição, no dizer do
corrigente, como consta do evento 1, verbis:

[...]
A Lei 13.491/17, que alterou a redação do art. 9º do Código Penal
Militar (CPM), aumentou o rol de crimes militares e igualmente
ampliou a competência da Justiça Militar trazendo uma nova
categoria de crimes militares.
Ao lado da tradicional classificação dos crimes propriamente
militares (aqueles previstos exclusivamente no CPM), contemplada
na CF (art. 5º, LXI, in fine) e no CP (art. 64, II), e dos crimes
impropriamente militares (aqueles que possuem igual definição no
Código Penal Comum), a referida Lei agora instituiu os crimes
militares por extensão (aqueles previstos exclusivamente na
legislação penal comum, isto é, no Código Penal e na legislação
extravagante).
Acontece que a Juíza titular da 3ª Auditoria Militar do Estado de
Minas Gerais, no processamento dos autos de referência, do qual se
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apura a prática de um crime militar por extensão, adotou


procedimento diverso daquele que determina o Código de Processo
Penal Militar, com fundamento de que o rito do crime em apuração é
determinado pela legislação dos procedimentos comuns (ordinário,
sumário ou sumaríssimo), tumultuando o processo.
[...]

Conforme se extrai dos autos, o corrigente foi denunciado pela


prática do crime previsto no art. 16 do Estatuto do Desarmamento (Lei n.
10.826/03), cujo delito passou, com o advento da Lei n. 13.491/17, a ser
de competência da Justiça Militar estadual.
Ofertada a denúncia pelo Ministério Público, com o trâmite do feito
na Justiça Militar estadual, diga-se, na 3ª AJME, o douto Juiz de Direito
Substituto da 3ª AJME – Dr. André de Mourão Motta –, durante período de
férias da juíza titular, recebeu a denúncia, e, na mesma decisão,
entendeu que se tratava de delito da competência do Conselho
Permanente de Justiça, adotando, por conseguinte, o rito do Código de
Processo Penal Militar.
Quando retornou de suas férias, a douta Juíza de Direito Titular da
3ª AJME, em decisão retificadora, entendeu pela aplicação do Código de
Processo Penal brasileiro à espécie, afastando “a competência do
escabinado, restrita aos crimes militares previstos no subsistema jurídico-
penal-militar”; declarou a competência do Juiz singular e determinou o
prosseguimento do feito nos termos do Código de Processo Penal
brasileiro.
A douta Juíza entende, ainda, que a Lei n. 13.491/17 alterou apenas
a competência, sem alterar o procedimento, bem como que o Código de
Processo Penal brasileiro traz procedimento mais garantista, com maiores
possibilidades de defesa ao acusado.
Já o Ministério Público, em audiência de instrução realizada no dia
21 de novembro de 2018, ratificou os fundamentos da Defensoria Pública
quanto à aplicação do Código de Processo Penal Militar aos crimes
militares, quaisquer que sejam eles, entendendo que a competência para
o julgamento do feito, por não se tratar de crime praticado contra civil, é
do Conselho Permanente de Justiça.
O corrigente, por sua vez, busca a aplicação do procedimento
criminal previsto no Código de Processo Penal Militar ao caso posto, por
vislumbrar que a alteração da competência atrai, desde já, a incidência da
norma processual penal militar, além de considerar necessário o respeito
aos princípios da especificidade e da segurança jurídica.
Para justificar o abuso de poder, o corrigente invoca o art. 467, i, c/c
o art. 500, IV, todos do Código de Processo Penal Militar (CPPM).
Com a inicial, vieram aos autos os documentos de fls. 09/21.
Em decisão liminar, acostada às fls. 23/24 e versos, este Juiz
Relator determinou a suspensão da ação penal de origem até o
julgamento do mérito desta correição parcial, por entender que a
aplicação da lei processual penal comum ao caso em análise pode
acarretar prejuízos à defesa e causar insegurança jurídica, conforme as
razões expostas no referido decisum.

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A douta Juíza de Direito Titular da 3ª AJME, ora Corrigida,


apresentou manifestação às fls. 28/39 dos autos, reafirmando seu
entendimento de que “a especialidade da lei penal e processual penal
militar não se confunde com a nova competência da Justiça Militar [...]”.
O Ministério Público do Estado de Minas Gerais, através do
eminente Procurador de Justiça oficiante neste Tribunal, nos termos da
manifestação de fls. 43/44, entende que a correição parcial não tem
cabimento na espécie, porque a adoção de procedimento diverso para as
ações que apuram os crimes por extensão está em conformidade com o
Código de Processo Penal Militar, não existindo erro procedimental, e a
Lei n. 13.491/17 apenas ampliou a competência da Justiça Castrense,
sem alterar a forma como os crimes são processados e julgados.
É o relatório.

VOTOS
JUIZ FERNANDO ARMANDO RIBEIRO, RELATOR PARA
O ACÓRDÃO
A Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais assevera, em
síntese, que a Lei n. 13.491/17, que alterou a redação do art. 9º do
Código Penal Militar, aumentou o rol de crimes militares e igualmente
ampliou a competência da Justiça Militar, trazendo uma nova categoria de
crimes militares, qual seja, a dos crimes militares por extensão (previstos
exclusivamente na legislação penal comum e na legislação extravagante).
Diz que a MMª Juíza titular da 3ª AJME, no processamento dos autos de
referência, nos quais se apura a prática do crime previsto no art. 16 do
Estatuto do Desarmamento (Lei n. 10.826/03), adotou procedimento
diverso daquele que determina o Código de Processo Penal Militar, com
fundamento de que o rito do crime em apuração é determinado pela
legislação dos procedimentos comuns (ordinário, sumário ou
sumaríssimo), previsto no sistema jurídico-processual penal comum,
tumultuando, assim, o processo.
Sobre a matéria, corroboro posicionamento que já sustentei quando
da análise do pedido liminar formulado nos autos da Correição Parcial
Processo n. 0002949-49.2018.9.13.0000, que vai ao encontro da posição
adotada pela MM Juíza Titular da 3ª AJME.
Afirmei naquela oportunidade que, com o advento da Lei n.
13.491/2017, que deu nova redação ao inciso II do art. 9º do Código
Penal Militar, houve a ampliação da competência desta Justiça
especializada.
Antes do advento da referida lei, para se enquadrar como crime
militar com base no dispositivo citado, a conduta praticada pelo agente
deveria ser prevista no Código Penal Militar. Com a mudança, a conduta
que atrai a competência da Justiça castrense com base no dispositivo já
mencionado pode estar prevista no Código Penal Militar ou na legislação
penal comum.
Entretanto, conforme já mencionado, houve a ampliação apenas da
competência. Assim, a alteração da competência para julgamento de tais
crimes para a Justiça militar não poderia, a meu ver, alterar as premissas

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que fundamentavam a aplicação das normas aplicáveis anteriormente a


eles.
Conforme destacado pela magistrada de primeiro grau, a Lei n.
13.491/2017 provocou uma significativa alteração de competência da
Justiça castrense, na medida em que os crimes praticados por militares
no exercício de sua função, nos moldes do art. 9º, II, do CPM, antes
afetos à justiça comum, passam a ser processados e julgados pela
Justiça castrense. Neste universo, inclui-se um amplo rol de crimes
previstos na legislação penal, código penal e legislação extravagante, que
vão desde crimes de abuso de autoridade e tortura a crimes de trânsito.
Trata-se de crimes considerados militares apenas por ficção ou extensão,
na medida em que não estão previstos no Código Penal Militar. Adoto,
assim, as premissas fixadas na manifestação da MMª Juíza de Direito
Titular da 3ª AJME:

Os crimes militares por ficção não são crimes militares, porque


a sua origem, a sua raiz e a sua essência residem no Código
Penal Comum ou na legislação penal extravagante. E,
consequentemente, eles devem ser vistos em sua essência,
inclusive, no tocante às disposições penais e processuais
penais que lhes são inerentes, ou seja, com os atributos
específicos de que são portadores. Quer significar inteireza e
plenitude de aplicação de cada crime em conformidade com o
subsistema jurídico que o rege, o disciplina e o regula.

Considero que a alteração de competência para julgamento dos


crimes não constitui justificativa razoável para que sejam alterados os
procedimentos que já os regiam, com toda a principiologia neles inscrita.
Em verdade, causaria estranheza que o mesmo militar, a depender de
estar em trabalho ou não, pudesse ser processado pelo mesmo crime
com base em diplomas normativos diferentes.
Além dessa preocupação com a uniformidade, milita também em
favor da aplicação da legislação processual comum o fato de essa estar
em maior sintonia com os princípios do contraditório e da ampla defesa,
“tanto na palavra escrita, quanto na palavra oral”, conforme bem destacou
a MMa. Juíza a quo.
Ante o exposto, nego provimento ao presente recurso.
É como voto.

JUIZ OSMAR DUARTE MARCELINO, RELATOR VENCIDO


Eminentes Juízes, a questão posta para análise pode, à primeira
vista, parecer complexa, mas a aparente complexidade cai diante da
vontade da lei, objetivamente estabelecida.
Neste sentido, após reapreciar a matéria, não vejo como me afastar
das razões de decidir já lançadas na decisão liminar de fls. 23/24 e versos
dos autos.
Em primeiro lugar, tenho que não me agrada a separação dos
crimes militares além daqueles conceituados como crimes ditos próprios e
crimes ditos impróprios. Para mim, não existem os tais crimes militares
por extensão.

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Onde estão estes crimes por extensão em nosso ordenamento


jurídico, ou melhor, onde estão eles no Código Penal Militar?
Essa nomenclatura, dada por doutrinadores àqueles crimes que
ingressarão na Justiça Militar oriundos da ampliação de competência
introduzida pela Lei n. 13.491/17, não faz jus à objetividade estabelecida
na própria norma.
Em todas as ações que envolvam crimes militares, definidos assim
pelo art. 9º do CPM, estamos diante de crimes militares, próprios ou
impróprios, conforme a possibilidade ou não da sua prática por civis,
divisão que nunca obstou a aplicação do Código de Processo Penal
Militar.
O certo é que o dispositivo supracitado diz que são crimes militares
os delitos insertos no rol que apresenta, e nele está, atualmente, o crime
cuja prática é imputada ao corrigente na ação de origem, bem como estão
todos os demais crimes a que se refere a Lei n. 13.491/17.
Posso concordar que se trate de um crime militar impróprio, mas
realmente não coaduno com o vocábulo “extensão”.
Prossigo, observando o que diz o art. 1º, III, do Código de Processo
Penal brasileiro, como abaixo se extrai:

Art. 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por


este Código, ressalvados:
[...]
III - os processos da competência da Justiça Militar;
[...]
(sem grifo no original)

Vejam, Vossas Excelências, que o processo penal comum rege-se


pelas normas do Código de Processo Penal, ressalvando-se, ou
excetuando, os processos de competência da Justiça Militar.
Então, com referência à manifestação da douta Juíza corrigida e à
manifestação do Ministério Público, que invocam uma mera modificação
de competência e não do procedimento, nos termos do art. 1º do Código
de Processo Penal brasileiro, como exposto acima, se o processo de
origem é de competência da Justiça Militar, como é o caso, não tenho
dúvida de que há expressa vedação para a aplicação da legislação
processual penal ordinária ou comum.
A lei é firme ao dizer que o processo penal reger-se-á pelo Código
de Processo Penal, e o processo penal militar reger-se-á pelo Código de
Processo Penal Militar, aplicando-se o último nos processos de
competência da Justiça Militar.
Se a lei quisesse dizer diferente, teria dito que o Código de Processo
Penal comum não se aplicaria aos feitos que envolvessem os crimes
militares previstos na lei penal militar, ou, ainda, que envolvessem os
crimes militares próprios. Mas não é isso que diz o texto da lei, que revela
de forma clara a sua vontade, qual seja a de que a regra estabelecida
para a aplicação do Código de Processo Penal Militar se assenta na
competência da Justiça Militar.
Essa também é a regra do art. 1º, cabeça, do Código de Processo
Penal Militar, verbis: “Art. 1º O processo penal militar reger-se-á pelas

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normas contidas neste Código, assim em tempo de paz como em tempo


de guerra, salvo legislação especial que lhe for estritamente aplicável”.
Mas aqui não estamos diante de qualquer legislação especial que
lhe seja estritamente aplicável, como pode ocorrer em relação aos delitos
relativos à organização criminosa, por exemplo, com previsão de
procedimento especial.
E mais, ao tratar da aplicação subsidiária do processo penal militar,
o § 2º do art. 1º do Código de Processo Penal Militar é enfático ao
determinar que “aplicam-se, subsidiariamente, as normas deste Código
aos processos regulados em leis especiais”, como se nos apresenta o
caso em estudo.
Segundo o dispositivo acima, temos que aplicar aos delitos previstos
na lei especial “Estatuto do Desarmamento” as normas instrumentais do
Diploma Processual Penal Militar.
Não podemos criar embaraços à aplicação do Código de Processo
Penal Militar, que exige interpretação literal de suas expressões,
conforme, inclusive, prevê o seu art. 2º.
Quanto às garantias, ressalto que o processo penal comum é bem
garantista, mas não é mais garantista que o processo penal militar, sendo
que podem até se igualar quanto ao máximo de garantias, mas o
processo penal militar tem peculiaridades que garantem maior
elasticidade ao princípio da ampla defesa para os militares, a quem é
especialmente dirigida a norma instrumental própria.
O corrigente, em sua peça, dá exemplos de maior garantia para a
defesa dos militares em face da especificidade, citando o ato de
interrogatório e a apresentação do rol de testemunhas da defesa.
Então, a aplicação do Código de Processo Penal comum pode
acarretar aos militares submetidos ao processo criminal nos crimes de
competência da Justiça Militar prejuízos à ampla defesa em sua maior
acepção político-jurídica.
Por isso fiz questão de tratar da necessidade de interpretação literal
dos regramentos inseridos no Código de Processo Penal Militar, pois,
quando há uma possibilidade de prejuízos à defesa, o Codex em
referência proíbe, expressamente, a interpretação não literal, como bem
observamos no já citado art. 2º do diploma legal. Confira-se:

Código de Processo Penal Militar


Art. 2º A lei de processo penal militar deve ser interpretada no sentido
literal de suas expressões. Os termos técnicos hão de ser entendidos
em sua acepção especial, salvo se evidentemente empregados com
outra significação.
[...]
§ 2º Não é, porém, admissível qualquer dessas interpretações,
quando:
a) cercear a defesa pessoal do acusado;
b) prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou lhe desvirtuar
a natureza;
[...]

Continuo, trazendo à baila o que nos é imposto, como dever e não


como faculdade, pelo art. 6º do Código de Processo Penal Militar:

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Art. 6º Obedecerão às normas processuais previstas neste Código,


no que forem aplicáveis, salvo quanto à organização de Justiça, aos
recursos e à execução de sentença, os processos da Justiça Militar
Estadual, nos crimes previstos na Lei Penal Militar a que
responderem os oficiais e praças das Polícias e dos Corpos de
Bombeiros Militares.

Nos dizeres do dispositivo legal acima, se o crime está previsto na


Lei Penal Militar, como é a hipótese dos autos, consoante o art. 9º do
Código Penal Militar, sendo o processo de competência da Justiça Militar,
parece óbvio que o processo deve obedecer às normas processuais
previstas no Código de Processo Penal Militar.
Lado outro, se flexibilizarmos em relação à expressa vedação legal
para adoção de procedimento penal comum aos delitos de competência
da Justiça Militar, expresso meu temor de que, daqui a pouco, poderão
alguns dizer que é indispensável a representação da vítima para os
crimes cuja exigência é condição para a ação penal, ou, por idêntico
fundamento, poderão dizer que cabe a ação penal militar privada.
Sabemos que, tratando-se da ação penal militar e do seu exercício,
a ação penal é pública e somente pode ser promovida por denúncia do
Ministério Público, nos termos do art. 29 do Código de Processo Penal
Militar.
Vejam, Vossas Excelências, aonde poderemos chegar pela
inobservância da pura e simples objetividade da lei processual penal
militar, que estampa com intensa propriedade a vontade de se aplicar aos
processos de competência da Justiça Militar o Código de Processo Penal
Militar.
Dessa forma, entendi, e entendo, que a aplicação da lei processual
penal comum ao caso em análise realmente pode acarretar prejuízos à
defesa e causar insegurança jurídica, razão pela qual há erro
procedimental na adoção do procedimento penal comum, passível de
correição, à míngua de recurso próprio na norma processual.
Ante o exposto, dou provimento à correição parcial, para
determinar a aplicação dos procedimentos previstos no Código de
Processo Penal Militar à ação penal de origem, desde o seu ingresso
nesta Justiça especializada, anulando-se todos os atos praticados sob o
manto do Código de Processo Penal comum.
É como voto.

JUIZ RÚBIO PAULINO COELHO


Nego provimento à correição parcial, acompanhando o voto do
eminente juiz Fernando Armando Ribeiro, vogal.

Belo Horizonte, sala das sessões do Tribunal de Justiça Militar


do Estado de Minas Gerais, aos 19 de fevereiro de 2019.

Juiz Fernando Armando Ribeiro


Relator para o acórdão

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