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Delimitação do tema
1.3. Problematização
A petição inicial é onde o autor, via de regra, vai formular sua acusação contra o
réu, expurgando todos os factos que tem contra o réu, e, por uma exigência legal, o
mesmo (autor) deverá se fazer acompanhar das provas que confirmem os factos que o
mesmo alega em relação à pessoa do réu, ou mesmo do direito que pretende reclamar,
reconhecer ou exigir, dependendo do tipo de acção em causa (art. 342.º CC, conjugado
com o n.º 2 do art. 467.º do CPC).
1
Acção é a forma pela qual se materializa um processo civil.
2
Documento pelo qual se intenta a acção ou se instaura um processo judicial.
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Pelo qual todos sujeitos de direito podem contradizer os factos contra sí formulados na Petição inicial, é
uma forma de autodefesa.
contestar dentro de vinte dias, a contar da citação". Assim como a petição inicial se deve
fazer acompanhar das provas que confirmem os factos alegados pelo autor, a
contestação deve se fazer acompanhar em anexo de todos os documentos e apresentar
em conjunto o rol de testemunhas, permitindo-lhe a lei requerer outras provas (art. 488,
n.º 2 CPC).
O problema em causa, é que o prazo dado para contestar, e é este mesmo prazo que a lei
dispõe em benefício do réu para reunir o rol de testemunhas e documentos probatórios
(prazo de 20 dias) mostra-me insuficiente por três vias:
2 - Caso o réu não conteste no prazo de 20 dias a contar do dia em que recebeu o
despacho de "citação" do tribunal, independentemente deste estar em processo
de levantamento de provas documentais ou reuniao do rol de testemunhas, o
mesmo fica sujeito ao risco de cair em "revelia"4 (art. 484, n.º1 conjugado com o
art. 480 ambos do CPC) e se for o caso, mesmo sem intenção por parte do réu, o
tribunal irá considerar confessados pelo réu os factos descritos contra si na
petição inicial.
Deste modo, o prazo dado para a contestação constitui uma limitação ao princípio do
contraditório, à medida que em detrimento deste derivam situações que impossibilitam
o réu de contestar em tempo útil. Pode por exemplo dar-se o caso de uma do réu estar
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Situação em que o réu não deduz oposição à petição inicial. Não contradiz à acusação.
viajando fora do país por motivos de força maior e não puder voltar a tempo útil e
colectar as provas e deduzir contradição à petição inicial em detrimento do prazo dado
pela lei.
O réu pode desanimar-se com a situação e cair em revelia (arts. 480, 484, n.º1
CPC) e disso resulta que têm-se por confessados os factos contra si arrolados e
pode lhe custar a perda da causa ou processo;
Uma deficiência na materialização do princípio da igualdade das partes - a
princípio porque estás devem dispor dos mesmos meios disponibilizados pelo
tribunal para reconhecerem seus direitos e ter as mesmas limitações face às
questões administrativas do processo.
Em face deste problema e das implicações que dele resultam somos remetidos à
seguinte questão de partida:
Até que ponto prazo ordinário para contestação no processo civil moçambicano
pode causar danos na esfera jurídica do réu?
1.5. Objectivos
a) Quanto à abordagem
b) Quanto à natureza
c) Quanto ao objecto
Nesta medida, e nos termos do do artigo n.º 1 do Código de Processo Civil, "a
ninguém é lícito o recurso à força, com o fim de realizar ou assegurar o seu próprio
5
Pimenta, P. (2014), Processo Civil Declarativo. p. 7
direito.6 Será necessário fornecer ao titular do direito meios que se mostram adequados
para que seja reposto o seu direito, tais meios passam pelo recurso ao tribunal e são
efetivados por via de um processo.
Surge desta forma a garantia do acesso à justiça, que segundo o artigo 2.º do
Código de Processo Civil, "consiste na protecção jurídica através dos tribunais, que
implica o direito de, em prazo razoável, obter ou fazer executar uma decisão judicial
com força de caso de julgado".7 O número 2 deste artigo acrescenta que "A todo o
direito excepto quando a lei determine o contrário, corresponde uma acção, destinada
a fazê-lo reconhecer em juízo ou a realizá-lo coercivamente, bem como as providências
necessárias para a cautelar o efeito útero da decisão"
O artigo 789.º do Código Civil traça a norma de conduta para esse caso,
celebrado o contrato de compra e venda o comprador deve pagar o preço e o vendedor
6
Art. 1 CPC
7
Art. 2.º, n.º1 CPC
deve entregar a coisa vendida, transferindo-se com isso a propriedade da coisa. Mas se
um deles não cumpre, por exemplo, o vendedor recebe o preço mas não entrega a coisa,
o direito Civil é insuficiente para reagir ao litígio, porque apenas traça a conduta para a
norma de conduta. Torna-se pois necessário instituir meios de imposição coactiva do
comando da norma, impondo oque deve ou não fazer.
Pimenta (2014) refere ainda que o princípio do dispositivo implica ainda que
sejam as partes já definir os contornos fácticos do litígio, ou seja, devem ser elas a
carregar para os autos os factos que sustentam as respectivas pretensões. O autor deverá
pois alegar os factos que dão consistência ao pedido por se formulado. ao réu competirá
alegar os factos que servem de base a sua defesa. Trata-se do princípio da
disponibilidade do objecto nas palavras de Teixeira de Souza citado por Pimenta (2014,
p. 15)
À luz da previsão contida no artigo 342.º CC aquele que invoca um direito cabe
fazer a prova dos fatos constitutivos do direito invocado (n.º 1), sendo que a prova dos
factos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito invocado compete aquele com
quem a invocação é feita (n.º 2) este preceito estabelece o ônus da prova dos factos que
sustentam as pretensões deduzidas pelas partes, sendo habitual afirmar-se que o autor
tem o ônus da prova quanto aos factos que integram a causa de impedir e que o réu tem
o ônus da prova quanto aos factos em que se baseia as excepções.
Na verdade, uma vez que a prova de tal facto pode provir de iniciativa da parte a
quem o mesmo aproveita, mas também pode resultar de diligência determinada
oficialmente pelo juiz no exercício dos poderes inquisitórios e até resultar da diligência
requerida pela parte contrária se o facto se provou, provado está e assim será
considerado. Se o facto não se provou então sim serão accionados os efeitos decorrentes
dessa falta de prova conforme os critérios de ônus da prova.
2.4.1.2. Contestação
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Art. 228.º e 233.º CPC
10
Art. 480.º CPC.
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Art. 486, n.º1 CPC.
autor. Por isso, e usuário distinguir-se, dentro da contestação a defesa propriamente dita
e a reconvenção. E naquela, o réu toma posição perante a presença contra se formulada
pelo autor; nesta o demandado passa ao contra-ataque, formulando pedidos contra o
autor.
Nos termos do artigo 486.º do Código de Processo Civil, o réu pode contestar
dentro do prazo de 20 dias, a contar da situação. O prazo começa a contar desde o termo
de depilação, quando esta haja lugar. O problema em causa, é que o prazo dado para
contestar, e é este mesmo prazo que a lei dispõe em benefício do réu para reunir o rol de
testemunhas e documentos probatórios (prazo de 20 dias) mostra-me insuficiente e caso
o réu não conteste no prazo de 20 dias a contar do dia em que recebeu o despacho de
"citação" do tribunal, independentemente deste estar em processo de levantamento de
provas documentais ou reuniao do rol de testemunhas, o mesmo fica sujeito ao risco de
cair em "revelia" (art. 484, n.º1 conjugado com o art. 480 ambos do CPC) e se for o
caso, mesmo sem intenção por parte do réu, o tribunal irá considerar confessados pelo
réu os factos descritos contra si na petição inicial.
ELEMENTOS PRÉ-TEXTUAIS
Declaração de honra
Dedicatória
Epigráfe
Resumo
ELEMENTOS TEXTUAIS
Capítulo I: Introdução
Introdudução
Contextualização/Problematização
Justificativa
Metodologia
Revisao de Literatura
Conclsuão
Referências bibliográficas
ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS
Anexos
Apêndices
Referências bibliográficas
Doutrina:
Badaró, G. H. (2008). Direito Processual Penal. Rio De Janeiro: Tomo I.
Legislacao:
Código Civil