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Contencioso
Administrativo e
Tributário
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INTRODUÇÃO
Conceitos fundamentais da Teoria Geral do Processo
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O processo declarativo tem o seu início com a propositura da acção pelo autor,
mediante a entrega ou envio da petição inicial. Com a apresentação da petição inicial, o
autor dá o impulso sem o qual não pode existir o processo, pois os tribunais são órgãos
passivos, que só actuam por iniciativa de quem a eles se dirige.
Com a propositura da acção pelo autor constitui-se a instância, ou seja, a
relação jurídica processual que se vai desenvolver entre as partes e o tribunal ao longo
de toda a precedência da causa.
Na petição inicial, o autor identifica o sujeito ou sujeitos que deverão sofrer os
efeitos da providência que é requerida ao tribunal. Estes são os sujeitos contra os quais
a acção é proposta e que nela hão-de figurar perante o tribunal, como demandados,
em posição contraposta à do autor.
Partes e tribunal são assim os sujeitos do processo declarativo.
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A. O tribunal administrativo
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B. As partes
Partes num processo declarativo são os sujeitos jurídicos que nele figuram
como autor e como demandados e o autor que desencadeou o processo, formulando a
pretensão perante o tribunal, e aquele ou aqueles contra quem a acção foi proposta e
que foram citado como demandados na petição do autor.
Os processos administrativos são desencadeados por particulares, pessoas
privadas, singulares ou colectivas, que se dirigem aos tribunais administrativos
alegando a ofensa de um direito subjectivo ou de algum interesse legalmente
protegido por parte de uma entidade pública.
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ii. Nem todas as acções propostas nos tribunais administrativas são intentadas
contra entidades públicas. Quando há particulares que são beneficiários da
decisão tomada pela entidade pública, estes devem ser demandados
juntamente com a entidade pública, como contra-interessados, art. 10º/1, 57º
e 68º/2.
O processo administrativo pode mesmo ter apenas sujeitos privados como
partes.
C. O Ministério Público
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São quatro os tipos de pretensões que podem ser deduzidos por referência a
actos administrativos.
Dois desses tipos de pretensões correspondem ao conceito de impugnação de
actos administrativos, art. 50º/1, referimo-nos à anulação e à declaração de nulidade
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julgou procedente esse vicio, por forma a não ficar impedida de renovar o acto
anulado.
A perspectiva enunciada conduz ao reconhecimento de que todas as
possíveis causas de invalidade de que padeça o acto impugnado integram a
mesma causa de pedir, que se reporta ao acto impugnado na globalidade da
causas de invalidade que contra ele possam ser deduzidas, sem que a
identificação em juízo de qualquer delas envolva, por isso, uma ampliação do
objecto do processo. Recai sobre o autor o ónus de invocar todos os eventuais
vícios de que tenha conhecimento superveniente que possam ser invocados
contra o acto impugnado, para o que dispõe da possibilidade de apresentar um
articulado superveniente, art. 86º. E se o processo impugnatório vier a ser
julgado improcedente, o caso julgado constitui um obstáculo de natureza
substantiva a que o interessado volte a impugnar de novo o mesmo acto, ainda
que porventura esteja em prazo para o fazer, invocando causas de invalidade
que devia ter invocado mas não invocou da primeira vez.
Esta solução não constitui mera expressão do princípio iura novit curia,
que se limita a permitir que o juiz aplique uma norma que o autor não tenha
indicado, ou uma norma diferente daquela que por ele tivesse sido
erradamente indicada, desde que o autor tenha qualificado correctamente a
conduta como ilegal, por referência ao conteúdo material de uma norma
efectivamente existente, o que já se afiguraria indiscutível, mesma na ausência
da previsão do art. 95º/3.
A determinação introduzida pelo art. 95º/3 tem em vista algo de
qualitativamente distinto do mero exercício do poder de requalificação
normativa dos argumentos invocados, que é inerente ao princípio iura novit
curia. Está em causa a identificação de ilegalidades diversas daquelas que foram
alegadas pelo autor, pois quanto maior for o numero de vícios que o tribunal
identifique por sua própria iniciativa, maior será a extensão das preclusões que
da sentença se projectarão sobre o ulterior exercício do poder por parte da
Administração.
Desde que se aceite que a pretensão anulatória que é deduzida no
processo impugnatório se reporta ao acto impugnado na globalidade das
causas de invalidade que contra ele possam ser deduzidas, sem que a
identificação em juízo de qualquer delas envolva, por isso, uma ampliação do
objecto do processo, será de reconhecer que a identificação, pelo tribunal de
causas de invalidade não invocadas não o afasta do objecto do processo, com o
consequente alargamento dos poderes inquisitórios que o art. 90º/3 confere ao
juiz, uma vez que a procura da verdade material pelo juiz só tem como fronteira
os limites do processo.
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podem ter de ser propostas por contraentes privados, como por contraentes públicos,
na medida em que os contraentes públicos não podem decretar unilateralmente a
anulação dos seus contractos através da emissão de acto administrativo, pelo que, em
caso de litígio, têm de recorrer à via jurisdicional.
Essas pretensões tanto podem ser deduzidas por particulares, seja contra
entidades públicas, seja contra outros particulares, como entidades públicas contra
particulares ou entidades públicas.
As pretensões de condenação dirigidas à realização de prestações que podem
ter por objecto o pagamento de quantias, a entrega de coisas ou a prestação de factos,
mas não dependem da prática de um acto administrativo. Em dois tipos de
circunstâncias:
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tanto podem ter de ser propostas por contraentes privados, como por contraentes
públicos, pelo menos no âmbito das relações constituídas por contractos que a lei não
qualifique como contractos administrativos, art. 4º/1 e) ETAF e 37º/1 l) CPTA.
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O art. 37º/1 j) CPTA faz referência genérica aos outros tipos de pretensões
dirigidas a obter a realização de prestações de facto, de coisa ou de quantia.
Justificam aqui menção especial a pretensões dirigidas à condenação à remoção
de situações constituídas em via de facto, sem título que as legitime, que a alínea i) do
nº1 do art. 4º do ETAF veio tornar claro que devem ser deduzidas perante a jurisdição
administrativa e fiscal, e não perante os tribunais judiciais.
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mesmo resulta, no que diz respeito ao contencioso dos procedimentos em massa, art.
99º/1.
Já no que respeita ao contencioso pré-contratual, o art. 100º/1, mesmo sem lei,
os tribunais administrativos já vinham assumindo procedendo a uma interpretação
extensiva do regime, de estender o âmbito de aplicação desta forma de processo a
acções de condenação à prática de actos administrativos. E nada justificava que, no
importante domínio do contencioso relativo aos procedimentos de formação dos
contractos referidos no art. 100º/1, que +e autonomizado o CPTA precisamente
porque o DUE preconiza o reforço da tutela dos eventuais lesados por ilegalidades
cometidas, existisse uma diminuição da efectividade dessa tutela, por comparação com
o regime ordinário da acção administrativa. No âmbito do contencioso pré-contratual,
tanto podem ser deduzidas pretensões impugnatórias, dirigidas contra actos
administrativos de conteúdo positivo, como pretensões de condenação à prática de
actos administrativos, em situações de omissão ou de recusa da prática de tais actos.
O art. 103º submete ainda ao regime do contencioso pré-contratual a
impugnação dos programas dos procedimentos, dos cadernos de encargos e outros
documentos conformadores dos procedimentos pré-contratuais.
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Nos arts. 104º a 108º do CPTA, este institui uma forma específica de processo
urgente que visa dar resposta mais célere às questões que possam surgir no domínio
particularmente sensível do exercício dos direito dos cidadãos à informação e de
acesso aos documentos administrativos, trata-se do processo de intimação para a
prestação de informações, consulta de processos e passagem de certidões.
À partida, a dedução deste tipo de pretensões poderia seguir a forma da acção
administrativa. Não é, no entanto, assim porque, em razão da presuntiva urgência na
satisfação das situações jurídicas substantivas em causa, o CPTA prevê esta forma
específica de processo urgente, mediante a qual se faz valer de modo mas célere o
direito a prestações que, se não houvesse urgência nem fosse possível a adopção de
um processo simplificado, seriam accionadas segundo a forma da acção administrativa.
Nos arts. 109º a 111º do CPTA, este institui a intimação para protecção de
direitos, liberdades e garantias, que pode ser requerida quando a célere emissão de
uma decisão de mérito que imponha a adopção de uma conduta positiva ou negativa
se revele indispensável para assegurar o exercício, em tempo útil, de um direito,
liberdade ou garantia, por não ser possível ou suficiente, nas circunstâncias do caso, o
decretamento provisório de uma providência cautelar, segundo o art. 131º, art.
109º/1.
Pode dizer-se que a jurisprudência tem adoptado uma postura de relativa
abertura, que não se afigura criticável, no que respeita à delimitação concreta das
situações jurídicas subjectivas que considera exprimirem o exercício de direitos,
liberdades e garantias, que tem estendido a situações em que as situações subjectivas
em causa resultam da concretização legislativa de direitos fundamentais como tem
sucedido no domínio dos direitos sociais, como o ensino superior, por exemplo.
No que diz respeito ao conteúdo da decisão que dê provimento ao processo, há
que distinguir dois tipos de situações. Em princípio, o juiz determina o comportamento
concreto a que o destinatário é intimado e, sendo caso disso, o prazo de cumprimento
e o responsável pelo mesmo, podendo impor, desde logo ou em despacho ulterior, o
pagamento de sanção pecuniária compulsória para o caso do incumprimento da
intimação, art. 111º/2 e 4. Quando esteja em causa a obtenção de um acto
administrativo estritamente vinculado, designadamente de execução de um acto
administrativo já praticado, o art. 109º/3, confere ao tribunal o poder de proceder à
execução específica desse dever, emitindo sentença constitutiva, destinada a produzir
os mesmos efeitos do acto devido e a substituir o acto ilegalmente recusado ou
omitido.
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O art. 161º faculta a quem não tenha lançado mão, no momento próprio, do
meio processual adequado para fazer valer o seus interesses, a possibilidade de exigir
que a entidade pública em causa de comporte para consigo como se tivesse sido ele a
obter sentenças transitadas em julgado que, na realidade, foram proferias contra essa
mesma entidade no âmbito de processos intentados por terceiros.
Ao interessado cabe naturalmente demonstrar o preenchimento dos
pressupostos da extensão de efeitos. O art. 161º/5, estabelece entretanto que, no caso
de haver contra-interessados que não tenham tomado parte no processo em que a
sentença foi proferida, a extensão dos respectivos efeitos só pode ser requerida se o
interessado tiver, ele próprio, lançado tempestiva mão da via judicial, embora esse
processo se encontre pendente.
Na hipótese da Administração não dar acolhimento à pretensão que lhe foi
apresentada pelo interessado, o art. 161º admite que ele se lhe dirija ao tribunal que
proferiu a sentença cujos efeitos ele pretende ver estendidos, para lhe pedir que, uma
vez comprovada a existência da exigida identidade de situações entre o caso julgado
em tribunal e aquele que lhe diz respeito, ele determine a extensão ao seu caso dos
efeitos da sentença ou acórdão que naquele caso foi proferida, ou seja, que emita uma
pronúncia que, determinando que na esfera jurídica do interessado se produzam os
mesmo efeitos que a precedente sentença, em situação jurídica perfeitamente
idêntica, tinha projectado na esfera jurídica de outrem, vai equivaler, em relação a
interessado, à sentença que este teria obtido se tivesse intentado um processo do
mesmo tipo daquele no âmbito do qual a sentença foi proferida.
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MAA: considera que as alíneas a), b), c), d), h), i), j), m) e n), do artigo 4º/1, tal
como as alíneas do nº3 e a alínea b) do nº4, apenas se limitam a explicitar o
alcance referido no citério constitucional presente na alínea o) do art. 4º/1,
trata-se apenas de aplicar o critério da existência de um litigio sobre uma
relação jurídica administrativa ou fiscal.
No que respeita às demais situações previstas no art. 4º, deve entender-
se as normas que afastam o critério constitucional presente na alínea o) devem
ser vistas como normas especiais em relação a esse critério, que visam derrogá-
lo, prevalecendo sobre ele, para o efeito de ampliarem ou restringirem o
âmbito da jurisdição.
O autor coloca a questão de saber se alguns dos preceitos do art. 4º não
deverão ser objecto de uma interpretação restritiva, à luz do critério da alínea
o), de modo a evitar que conduzam à ampliação do âmbito da jurisdição.
Segundo o autor, não se pode deixar de assumir que o legislador do art. 4º não
desconhece a existência do critério constitucional, pelo que, quando consagra
soluções com um alcance mais amplo ou mais restrito do que aquele que
resultaria da sua escrita aplicação, não pode ter deixado de pretender ampliar
ou restringir o âmbito da jurisdição. É o que resulta da letra dos preceitos, como
também do seu espírito.
Assim para MAA, é essa a finalidade que justifica a existência do art. 4º
na economia do actual ETAF.
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- Em primeiro lugar, os critérios enunciados nos artigos 16º a 22º do CPTA, que
permitem identificar o ponto de referência a adoptar para determinar o
tribunal territorialmente competente;
- Uma vez identificado o local a adoptar como ponto de referência, cumpre
identificar o tribunal cujo âmbito de jurisdição abrange o local em causa. O DL
325/2003 de 29 de Dezembro delimita o tribunal competente em razão do
território.
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O CPTA contém disposições cujos efeitos se projectam neste plano, o art. 10º/2
estabelece que, embora as acções que tenham por objecto acções ou omissões de
entidades públicas sejam propostas contra a pessoa colectiva de direito público, no
caso do Estado elas são propostas contra o Ministério a cujos órgãos seja imputável o
acto jurídico impugnado ou sobre cujo órgãos recaia o dever de praticar o actos
jurídicos ou observar os comportamentos pretendidos. Esta solução implica a
atribuição de personalidade e capacidade judiciária aos Ministérios.
O art. 10º/6 estabelece que nos processos respeitantes a litígios entre órgãos
da mesma pessoa colectiva, a acção é proposta contra o órgão cuja conduta deu
origem ao litígio, o que implica atribuição de personalidade e capacidade judiciária aos
órgãos públicos.
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B. Patrocínio judiciário
Legitimidade processual
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expropriativo do seu imóvel, mas sem que esse procedimento tenha sido ainda
efectivamente desencadeado; ou na questão de saber se o funcionário tem interesse
em agir perante a mera instauração de um inquérito à sua actuação, de cujos
resultados ainda dependerá a decisão de lhe instaurar ou não um procedimento
disciplinar.
Num dos domínios em que, precisamente, ele assume maior relevo, a que faz
referência expressa no art.39º/1 e que diz respeito às acções meramente declarativas
ou de simples apreciação, que visam acorrer a lesões efectivas, resultantes da
existência de situações graves de incerteza objectiva, ou a ameaças de lesão,
resultantes do fundado receio da verificação de condutas lesivas num futuro próximo,
determinadas por uma incorrecta avaliação da situação existente.
A estas acções acrescem as acções preventivas, dirigidas à condenação à
omissão de perturbações ilegais ainda não ocorridas, que se dirigem à imposição de
deveres de abstenção e, portanto, à obtenção de uma tutela inibitória, em situações de
ameaça de agressões ilegítimas, art. 39º/2.
Mas não é só nestes dois domínios que se coloca a questão da existência de
interesse processual ou interesse em agir. No contencioso de impugnação de actos
administrativos, a questão tende, contudo, a ser tradicionalmente confundida com
outras, a da legitimidade activa e a da impugnabilidade do acto administrativo.
LEGITIMIDADE PROCESSUAL
O autor: o regime da legitimidade activa
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estabelece entre as pessoas e uma acção com um objecto determinado, porquanto não
se trata de saber se uma pessoa, em si mesma, tem personalidade ou capacidade
judiciaria, mas de saber se ela se apresenta em posição de figurar como parte numa
concreta acção, de moldar os requisitos de que dependa a legitimidade activa segundo
critérios variáveis, regimes diferenciado consoante os diferentes tipos de acções.
Regimes especiais
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Pelo MP, art. 77º-A/1 b), admitido a impugnar todo e qualquer contrato, no
único propósito de defender a legalidade democrática e promover a realização do
interesse público, art. 51º do ETAF.
Pelas demais pessoas e entidades que, segundo o art. 9º/2, podem agir em
defesa dos valores que esse preceito enuncia, art. 77º-A/1 b).
Por quem, tendo tomado parte no procedimento que precedeu a celebração do
contrato, tiver impugnado as decisões tomadas no âmbito desse procedimento, com
fundamento na ocorrência de ilegalidade pré-contratuais no âmbito do procedimento
que precedeu a celebração do contrato, art. 77º-A/1 d).
Pelos participantes no procedimento que precedeu a celebração do contrato –
porventura, um concurso, por alegada desconformidade entre o clausulado do
concreto e os termos resultantes da adjudicação, art. 77º-A/1 e).
Por quem alegue que o clausulado do contrato não corresponde aos termos
que tinham sido inicialmente estabelecidos e que justificadamente o tinham levado a
não participar no procedimento pré-contratual, embora preenchesse os requisitos
necessários para o efeito, art. 77º-A/1 f).
Por quem tenha sido prejudicado pelo facto de não ter sido adoptado o
procedimento pré-contratual exigido por lei, art. 77º-A/1 c).
Por quem tenha sido ou possa vir a ser previsivelmente lesado nos seus direitos
ou interesses pela execução do contrato, art. 77º-A/1 g).
Para além das partes na relação contratual, art. 77º-A/2 a), as acções dirigidas a
obter a execução de contractos também podem ser propostas pelas seguintes
entidades:
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b. Contencioso pré-contratual
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material controvertida, tal como está é configurada pelo autor: o autor deve demandar
em juízo quem alegadamente estiver colocado no âmbito dessa relação em posição
contraposta à sua.
O art. 10º/7 determina que nem só entidades públicas podem ser demandadas
perante os tribunais administrativos.
O art. 10º/2 define que, por regras, em todas as acções intentadas contra
entidades públicas, a legitimidade passiva corresponde à pessoa colectiva e não a um
órgão que dela faça parte. Quando esteja em causa uma conduta, activa ou omissiva,
de um órgão do Estado que esteja integrado num Ministério, a legitimidade passiva
não corresponde à pessoa colectiva, ma ao Ministério a que o órgão pertence.
O art. 10º/7 veio tornar claro que quando um pedido principal deva ser
deduzido contra um Ministério, este tem legitimidade passiva em relação aos pedidos
que com aquele sejam cumulados. Pense-se no exemplo do pedido de reparação de
danos que seja cumulado no processo de impugnação de acto administrativo de
condenação à prática de acto administrativo.
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B. Regime da coligação
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B. Tempestividade da impugnação
a. Prazos
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O CPTA alega nos arts. 72º e ss., um conjunto de disposições respeitantes aos
processos que tenham por objecto a declaração da ilegalidade de normas emanadas ao
abrigo de disposições de direito administrativo, art. 72º/1.
No que diz respeito ao prazo de impugnação das normas regulamentares a
regra é a ausência de prazo, art. 74º/1, o art. 144º/2 do CPA veio estabelecer que os
regulamentos que enfermem de ilegalidade formal ou procedimental da qual não
resulte a sua inconstitucionalidade só podem ser impugnados ou declarados
oficiosamente inválidos pela Administração no prazo de 6 meses, a contar da data da
respectiva publicação, salvo nos caos de carência absoluta de forma legal ou de
preterição de consulta pública exigida por lei. Por conseguinte, o nº2 do art. 74º prevê
este prazo de 6 meses.
Segundo o art. 144º/2 do CPA e o art. 74º/2 do CPTA, este prazo só se aplica à
acções de impugnação directa de regulamentos imediatamente operativos, no termos
em que essa impugnação é admitida pelo art. 73º, e não às acções de impugnação de
actos administrativos de aplicação de regulamentos não imediatamente operativos,
que não ao passivei de impugnação directa.
Já a propositura de acções de condenação à emissão de normas, previstas no
art. 77º, não depende de prazo, podendo estas acções ser propostas durante todo o
tempo em que se mantenha a situação de omissão ilegal.
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Contencioso eleitoral
O art. 99º/2 fixa o prazo de um mês para a propositura das acções e determina,
por outro lado, que elas sejam propostas no tribunal da sede da entidade demandada.
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O autor deve utilizar a forma processual que a lei faz corresponder ao tipo de
pretensão que deduz perante o tribunal, cabendo-lhe identificar na petição inicial a
forma de processo que pretende utilizar.
O erro quanto ao tipo de acção ocorre quando a lei faz corresponder a
determinada situação um determinado tipo de acção, não permitindo a formulação de
pretensão de tipo diverso. É o que ocorre no caso previsto no art. 51º/4, em que se
estabelece que a dedução de um pedido de estrita anulação não é o modo adequado
de reagir contenciosamente contra um acto de conteúdo negativo, pelo que se
determina que, quando um tal pedido seja deduzido, o juiz convide o autor a substituir
a petição, para efeito de deduzir o pedido adequado, de condenação à prática do acto
devido, e, se a petição for substituída, há lugar à repetição dos actos praticados ao
longo do processo, a começar pela citação dos demandados para contestar, com o que
fica sanado o erro ocorrido. Se não houver substituição da petição, há absolvição da
instância, art. 87º/7.
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PROCESSOS DECLARATIVOS
Formas do processo declarativo e âmbito da sua aplicação
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deverem ser realizadas em audiência final, ele seja notificado para alegar, nos termos
do art. 91º-A. (A Jéssica é linda!! <3)
Segundo o art. 87º, o processo é concluso ao juiz no termo dos articulados, cujo
conteúdo lhe cumpre analisar. Este artigo prevê a eventualidade de ser necessário
proferir despacho pré-saneador, destinado a providenciar pelo suprimento de
excepções dilatórias ou pelo aperfeiçoamento dos articulados, ou a determinar a
junção de documentos com vista a permitir a apreciação de excepções dilatórias ou o
conhecimento, no todo ou em parte, do mérito da causa no despacho saneador.
No despacho de aperfeiçoamento, destinado a convidar as partes a corrigir a
irregularidades dos articulados, o juiz fixa prazo para o suprimento ou correcção do
vício, designadamente por faltarem requisitos legais ou não ter sido apresentado
documento essencial ou de que a lei faça depender o prosseguimento da causa, art.
87º/2. Caso o autor não proceda ao suprimento ou correcção dentro do prazo que lhe
foi fixado para o efeito, há lugar à absolvição da instância, art. 87º/7.
Mas se o juiz determinar a absolvição da instância sem ter previamente emitido
despacho de aperfeiçoamento, o art. 87º/8 admite o autor a apresentar nova petição
na qual observe as prescrições em falta, dispondo do prazo de quinze dias, contado
desde a data da notificação da decisão.
O art. 87º-A prevê a realização de audiência prévia, esta permite ao juiz já de
posse de um conhecimento profundo do processo promover a discussão entre as
partes, com vista a obter uma definição mais precisa da matéria de facto controvertida
e do âmbito do litígio, e programar o andamento subsequente do processo.
Não resulta daí que a realização de audiência prévia seja sempre necessária.
O art. 88º refere-se ao despacho saneador, estabelecendo que ele é proferido
quando haja que conhecer das excepções dilatórias e nulidades processuais que hajam
sido suscitadas pelas partes, ou que, em face dos elementos constantes dos autos, o
juiz deva apreciar oficiosamente, ou que conhecer, total ou parcialmente, do mérito da
causa, quando a questão seja apenas de direito ou quando, sendo também de facto, o
estado do processo permita, sem necessidade de mais indagações, a apreciação dos
pedidos ou de alguns dos pedidos deduzidos, ou de alguma excepção perentória.
Só há lugar à prolação de despacho saneador quando cumpra tomar uma
decisão, de forma ou de mérito, destinada a formar caso julgado formal em relação às
questões prévias suscitadas ou, sendo caso disso, caso julgado material em relação ao
mérito da causa, no todo ou em parte, art. 88º/4.
São duas as hipóteses em que o art. 88º/1 prevê a prolação de despacho
saneador:
i. Alínea a), quando haja que conhecer das excepções dilatórias e nulidades
processuais que hajam sido suscitadas pelas partes, ou que o juiz deva
apreciar oficiosamente. O saneador é o único momento do processo e que
este tipo de questões pode ser apreciado sem que o tribunal possa, em caso
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ii. Alínea b), quando o juiz proferir o saneador sentença, quando, no despacho
saneador, já esteja em condições de conhecer total ou parcialmente do
mérito da causa, por o estado do processo permitir, sem necessidade de
mais indagações, a apreciação dos pedidos ou de algum dos pedidos
deduzidos, ou de alguma excepção peremptória.
No âmbito da acção administrativa, pode ser proferido saneador
sentença, sem que haja, previamente, lugar à apresentação de alegações
escritas pelas partes.
São poucas as especificidades que, nos arts. 90º e 91º, o CPTA introduz em
matéria de instrução:
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iii. Quando tenha lugar, art. 91º/1, a audiência final processa-se nos termos
previsto na lei processual civil. Nesse sentido, o art. 91º/2 remete para o
CPC.
Num ponto, porém, o art. 91º afasta o CPC, diz ele respeito às alegações
das partes. Embora a alínea e) do nº3 do art. 91º preveja que n termo daa
audiência final, sejam realizadas alegações orais, nas quais os advogados
exponham as conclusões, de facto e de direito, que hajam extraído da prova
produzida, podendo cada advogado replicar uma vez, o art. 91º/5
estabelece um regime específico quanto a essa matéria.
Este preceito salvaguarda o tradicional direito das partes de alegarem
por escrito, a menos que voluntariamente prescindam de o fazer.
Vicissitudes da instância
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O regime do art. 45º articula-se com o dos artigos 166º e 163º. É evidente a
complementaridade existente entre os dois regimes, o primeiro diz respeito aos
processos declarativos e o segundo aos processos de execução para prestação de
factos ou de coisas. O art. 45º permite apurar a existência de causas de legítimas de
inexecução, que, a não serrem apurada nessa sede, poderiam vir a ser invocadas como
fundamento de oposição à sentença, no âmbito do processo de execução para
prestação de factos ou de coisas. E é precisamente porque o art. 45º prevê a
possibilidade de o demandado invocar, no processo declarativo, as causa legítimas que
possam obstar à execução da sentença que, nessa sede, o autor pretende ver
proferida, que, no âmbito do processo de execução para prestações de factos ou de
coisa, o art. 163º/3 só permite a invocação como fundamentos de oposição à execução
de causas legítimas de inexecução supervenientes ou que a Administração não
estivesse em condições de invocar no momento oportuno do processo declarativo.
O art. 45º tem em vista dois tipos diferentes de situações: aquele em que a
satisfação dos interessados do autor obsta a existência de uma situação de
impossibilidade absoluta e aquele em que o cumprimento por parte da Administração,
dos deveres a que seria condenada originaria um excepcional prejuízo para o interesse
público.
No tipo de situação previsto em primeiro lugar, o preceito faz referência à
satisfação dos interesses do autor. A fórmula utilizada pretende ter um alcance
abrangente, dirigido a incluir no seu âmbito de aplicação, tanto processos de
condenação, quando se verifica que existe uma situação que impossibilita a satisfação
dos interesses do autor, como processos de impugnação, em que o autor se move no
propósito de obter um resultado, mas, por não proceder à cumulação de pedidos
condenatórios, esse propósito fica subjacente ao processo, sem ser nele explicitado.
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As duas alíneas do nº1 do art. 45º-A explicitam duas situações que por se
enquadrarem na previsão do art. 45º, e encontram submetidas ao correspondente
regime.
A alínea a) do art. 45º-A determina a situação de quando tenha sido deduzido
pedido respeitante à invalidade de contrato por violação das regras relativas ao
respectivo procedimento de formação, se verifique que já não é possível reinstruir o
procedimento pré-contratual, por entretanto ter sido celerado e executado o contrato.
A alínea b) do art. 45º-A/1 determina a situação de, quando, tendo sido
deduzido pedido respeitante à invalidade de contrato por violação das regras relativa
ao respectivo procedimento de formação, o tribunal proceda, segundo a lei
substantiva, ao afastamento da invalidade do contrato, em resultado da ponderação
dos interesses públicos em presença.
A previsão tem em vista a possibilidade de o tribunal poder afastar a anulação
de contractos públicos inválidos, por aplicação dos princípios da proporcionalidade e
da boa-fé. E tem o alcance de acrescentar a essa previsão o reconhecimento ao
interessado na anulação do direito a ser indemnizado.
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nº2, admitindo, nesse caso, que, se o interessado entender que o novo acto incorre nas
mesmas ilegalidades, ele possa requerer, dentro do prazo de impugnação contenciosa,
a reabertura do processo contra o acto em questão, sendo aproveitada a prova
produzida e dispondo o autor da faculdade e oferecer novos meios de prova.
O art. 64º/5 estende a aplicação do disposto nos números anteriores aos casos
de revogação do acto impugnado com efeitos retroactivos, quando a eta haja ludar ao
abrigo do disposto no nº1 do art. 171º do CPA. O nº6 tem em vista as situações
previstas nos artigos 164º e 173º do CPA, de ratificação, reforma ou conversão, ou
renovação sanatória, do acto impugnado na pendência do processo impugnatório.
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