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DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA SEGURANÇA DO TRABALHO E HIGIENE OCUPACIONAL

Conhecendo a evolução da engenharia de Segurança do Trabalho.


INSTRUTORA: ALDENY NUNES ADELINO, TEC. SEGURANÇA DO TRABALHO
REGISTRO: PI/0004468
DATA: 17/10/2023
Vimos anteriormente que o processo de industrialização brasileiro foi lento,
entretanto, a organização dos segmentos sociais que estavam direta e
indiretamente envolvidos no processo de prevencionismo conseguiu se
sensibilizar para a necessidade da regulamentação da Engenharia de Segurança
como profissionalização. Alguns decretos e leis foram importantes.

Destaca-se, inicialmente, o Decreto no 70.861, de 25/7/1972, regulamentado pela


Portaria no 3.236, de 27/7/1972. Essa legislação instituiu o Plano Nacional de
Valorização do Trabalhador, que foi responsável pela criação dos primeiros
cursos de formação de profissionais de segurança.

A necessidade de formação emergencial de profissionais de segurança do


trabalho foi reforçada pela Portaria no 3.237, de 27/7/1972, que criou a
obrigatoriedade por parte das empresas de manter Serviços Especializados em
Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho
Essa Portaria definia como integrante dos Serviços Especializados os
engenheiros de segurança do trabalho, da seguinte forma: “São
considerados engenheiros de segurança do trabalho, para fins desta
Portaria, aqueles que, possuidores de título de formação de engenheiros,
comprovem uma das seguintes condições:

I – Conclusão de curso de especialização em Engenharia de


Segurança do Trabalho ou Higiene Industrial, ministrado por
Universidade ou instituição especializada, reconhecidas e
autorizadas, com currículos aprovados pelo Ministério do Trabalho
e Previdência Social – MTPS, através do DNSHT.
A partir de 1973, a proliferação de cursos para capacitação de profissionais de
segurança e saúde foi significativa. Apesar da quantidade significativa de
profissionais capacitados, não havia o reconhecimento necessário à
Segurança e Saúde do Trabalhador (SST). No caso dos engenheiros, o próprio
sistema CONFEA/CREA não reconhecia a profissão, negando-se, inclusive, a
anotar na carteira do profissional que havia realizado a capacitação em SST.
(FARO, 1982).

O anseio dos profissionais somente tornou-se realidade por meio da Lei no


7.410, de 27/11/1985 e o Decreto no 95.530, de 9/4/1986. Essa legislação
permitiu o exercício da profissão de engenheiro de segurança do trabalho,
somente para aqueles portadores de curso de especialização em nível de pós-
graduação.
A Resolução no 1.073, de 19 de abril de 2016, regulamentou a atribuição de títulos,
atividades, competências e campos de atuação profissionais aos profissionais registrados
no Sistema Confea/Crea para efeito de fiscalização do exercício profissional no âmbito da
Engenharia e da Agronomia, incluídos aí os engenheiros de segurança do trabalho.

O profissional de segurança do trabalho atua conforme sua formação, quer seja


médico, técnico, enfermeiro ou engenheiro. O campo de atuação é vasto.

Em geral, o engenheiro e o técnico de segurança atuam em empresas


organizando programas de prevenção de acidentes, orientando a CIPA e os
trabalhadores quanto ao uso de equipamentos de proteção individual;
elaborando planos de prevenção de riscos ambientais; fazendo inspeção de
segurança, laudos técnicos e ainda organizando e dando palestras e
treinamento.
O médico e o enfermeiro do trabalho dedicam-se à parte de saúde
ocupacional, prevenindo doenças, fazendo consultas, tratando ferimentos,
ministrando vacinas, fazendo exames de admissão e periódicos nos
empregados.
O incremento do setor produtivo no Brasil aponta para uma crescente demanda por
engenheiros de segurança.

O papel do engenheiro de segurança teve uma percepção durante muito tempo de um


profissional descartável, que existia no quadro das empresas somente para cumprir
determinante legal, tanto o é que na publicação do Regime Jurídico Único dos
Servidores Públicos Civis Federais, esse profissional foi excluído, assim como a
necessidade de se estabelecer um serviço especializado de segurança e Medicina do
Trabalho (SESMT). Tal visão tem mudado fortemente, apresentando uma demanda
cada vez maior por parte das empresas para esse profissional, haja vista consolidar a
imagem de que o engenheiro de segurança ultrapassa as suas responsabilidades frente
à legislação vigente, atuando de forma efetiva na melhoria dos processos e condições
de trabalho, aumentando a competitividade da empresa.
O PRIMEIRO FORMATO DE SESMT

Em 1967 surge através da CLT o Decreto Lei número 229 de 28/0267 cria no Brasil o
Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), e a CIPA
(Comissão Interna de Prevenção de Acidentes).
É importante ressaltar que o SESMT era facultativo, não existia obrigatoriedade e o
país não tinha condições nem intenção de fiscalizar. Resultado, nada de concreto
aconteceu.
Em 1972 a Portaria número 3237 de 27/07/72 criou o SESMT obrigatório. Era o fim
do serviço facultativo e o começo da profissionalização do segmento. Criou-se
também os cursos de formação, essa fase foi um divisor de águas na história do
SESMT.
Os integrantes do SESMT

Quem determina os membros desse grupo é a NR 4. Portanto, tudo é feito


pensando na melhor maneira de proteger e cuidar dos membros de uma
instituição. Veja só quem são esses integrantes.
•Médico;
•Engenheiro de segurança do trabalho;
•Enfermeiro;
•Técnico em segurança do trabalho;
•Auxiliar de enfermagem.
Veja a seguir a função principal de cada um desses integrantes.

1 – Médico
Faz todos os atendimentos dentro da companhia. Então, é sua função garantir o bem-
estar dos membros da instituição. Além disso, o médico também realiza perícias sempre
que é necessário.

2 – Engenheiro
Busca reduzir ao máximo as possibilidades de tragédias dentro do espaço corporativo.
Por isso a necessidade de se ter uma boa formação técnica para criar as alternativas de
prevenção e contenção.

3 – Enfermeiro e auxiliar
São os responsáveis pelo relacionamento com os pacientes todos os dias, auxiliando no
que for necessário. Dessa forma, eles prestam uma grande ajuda também aos médicos
que trabalham dentro da empresa.

4 – Técnico de segurança
É sua função analisar todo o local e examinar ferramentas úteis contra acidentes. Ainda,
o técnico investiga acidentes e tenta descobrir as causas para pensar em medidas de
proteção boas e eficazes.
O Técnico de Segurança do Trabalho é o profissional capacitado para
atuar na empresa buscando evitar acidentes e doenças do trabalho. É
um dos profissionais que compõem o SESMT segundo a Norma
Regulamentadora 4 (NR 4).
Ele trabalha se apoiando nas Normas Regulamentadoras do Ministério
do Trabalho (NRs), nas (NBRs) Normas Brasileiras da ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas), na CLT (Consolidação das Leis do
Trabalho), nas NTs (Normas Técnicas) do Corpo de Bombeiros e
outras.
LEGISLAÇÕES E MUDANÇAS NO NOME DA PROFISSÃO

1 – SUPERVISOR DE SEGURANÇA DO TRABALHO


1972: Portaria 3.237 MTPS Supervisor de Segurança do Trabalho 140 h Primário Fundacentro.

2 – INSPETOR DE SEGURANÇA DO TRABALHO


1976: Parecer 775/76 C.F.E Inspetor de Segurança do Trabalho Fundacentro – 1º Grau.

3 – TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO


1985: Decreto 92.530 de 09.04.86 Regulamenta a Lei 7.410 e cria a profissão de Técnico de
Segurança do trabalho – Passa o curso da Fundacentro para o MEC, supervisor/inspetor vira TST
1987: Parecer 632/87 C.F.E regulamenta o curso em nível técnico (passa da Fundacentro para o
MEC).
1988: Primeiro curso de TST a ser iniciado no Brasil – Sena Aires
1999: Técnico em Segurança do Trabalho – Eixo Tecnológico: Ambiente, Saúde e Segurança –
RESOLUÇÃO CNE/CEB N.º 04/99 Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Profissional de Nível Técnico 2012: Resolução CNE/CEB nº. 04/12 – Eixo Tecnológico: Segurança
REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO

A profissão é regulamentada pela Lei número 7.410, de 27 de Novembro de 1985.


1986 – A Lei n° 9235 de 09/04/86 regulamentou a categoria de Técnico de Segurança do Trabalho
. Que na década de 50 eram chamados de “Inspetores de Segurança”.

Durante o crescimento industrial o Brasil se via na vergonhosa posição de campeão de


acidentes de trabalho. Nesse cenário e a título de emergência a função Inspetor de
Segurança foi criada.

O curso de formação a princípio ministrado diretamente pela Fundacentro. O curso era


feito presencialmente com carga horária de 100 horas. A apostila tinha mais de 200
páginas, muitos ex-Inspetores ainda possuem a apostila até hoje.

Logo depois o Ministério do Trabalho autorizou que instituições de ensino ministrassem o


curso de formação. A Fundacentro tinha a missão de supervisioná-los. Mesmo assim, os
cursos de formação na Fundacentro existiram até 1986.
No sistema Federal de Ensino, a Escola Técnica Federal de Pernambuco oferece o Curso
de Inspetor de Segurança do Trabalho, somente a partir de 1975.
Em 1976, o Conselho Federal de Educação pronuncia-se a favor da habilitação de
Inspetor de Segurança do Trabalho. Atende proposta da FUNDACENTRO,por intermédio
do Parecer n° 775/76.

Mais tarde, em 1980, o Conselho Federal de Educação permite que as escolas registrem
os diplomas no MEC mesmo sem serem conveniadas com a FUNDACENTRO. E elimina a
exigência de que a instituição de ensino tenha convênio com a FUNDACENTRO.
O incentivo do governo cria uma onda de novos cursos pelo Brasil cerca de
100.000 profissionais são formados entre 1974 e 1985.
Os recém formados reclamam de pouco conhecimento. Na época o
governo legaliza o exercício da profissão de Técnico de Segurança do
Trabalho apenas aos portadores de certificados obtidos em sistemas de
ensino de 2º grau (atual ensino médio), os que foram formados em caráter
prioritário no período entre 1972 e 1985, e também os que possuem
registro profissional no Ministério do Trabalho.
Em 1985 a profissão finalmente regulamentada pela Lei n° 7.410,
de 27de novembro do mesmo ano, e Decreto n° 92.350, de 09 de
abril de 1986, sendo denominada “Técnico de Segurança do
Trabalho”. A criação da Lei unifica e corrige desequilíbrios e
outros erros da formação do profissional. Os cursos que tinha
caráter precário são também normatizados e com isso eleva-se o
nível da instrução dos profissionais da área.

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