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FACULDADE DE ROLIM DE MOURA.

CURSO DE DIREITO.

CURSO DE DIREITO DO TRABALHO II.

PROFESSOR JOSÉ ROBERTO COELHO MENDES

JÚNIOR.
Módulo 1. Regulamento do trabalho. Regulamentação geral

do trabalho. Jornada de trabalho: trabalho intermitente, home office, trabalho

extraordinário, trabalho noturno, trabalho insalubre e perigoso, horários de

trabalho, turnos ininterruptos de revezamento, regime compensatório, banco


de horas e intervalos. Repouso intra e interjornadas. Repouso semanal e em

feriados.

Aula 5 – Trabalhado insalubre e perigoso.

Insalubridade.

Conceito: o adicional de insalubridade é um direito

previsto pela legislação trabalhista para todos os trabalhadores que


exercem atividades que os expõem a agentes nocivos à saúde, sem

perigo de morte iminente.

Segurança, saúde e higiene no ambiente de trabalho são

direitos sociais garantidos a todos os trabalhadores pela Constituição e pela


CLT.
CF.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,

além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por

meio de normas de saúde, higiene e segurança;


XXIII – adicional de remuneração para as atividades

penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

CLT.

Art. 192. O exercício de trabalho em condições


insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério

da Economia – Secretaria de Trabalho, assegura a percepção de

adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por

cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo, segundo se classifiquem

nos graus máximo, médio e mínimo.

Esse adicional não é assegurado aos trabalhadores

domésticos.

CLT.

Art. 189. Serão consideradas atividades ou operações

insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de

trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima


dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade

do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.


Exercer atividades insalubres gera um plus à remuneração

dos profissionais expostos, uma forma de compensação pelos prejuízos

decorrentes desses riscos a longo prazo. Há diferentes riscos passíveis de

gerar esse benefício, definidos pela NR-15.

CLT.
Art. 190. O Ministério da Economia – Secretaria de

Trabalho aprovará o quadro das atividades e operações insalubres e

adotará normas sobre os critérios de caracterização da insalubridade, os

limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de proteção e o


tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes.

Parágrafo único. As normas referidas neste artigo

incluirão medidas de proteção do organismo do trabalhador nas

operações que produzem aerodispersoides tóxicos, irritantes, alérgicos

ou incômodos.

Aerodispersoide é a dispersão de partículas sólidas ou

líquidas no ar, é uma espécie de mistura de substâncias sólidas ou líquidas

com o ar que respiramos. As partículas dispersas no ar têm entre 0,5 e 200


mícrons de tamanho. Exemplos:

a) poeira – britagem, terraplanagem, detonação de rochas,

destruição de paredes, cimento, lixamento, peneiramento de minérios, corte

de granito com maquita etc;


b) névoa – spray;

c) neblina;

d) fumo – fumo de chumbo (Pb), quando se fazem pontas

em arames e fumo de zinco (Zn), na galvanoplastia (recobrimento metálico).


Principais doenças causadas pela poeira: silicose (causada

pela sílica), bagaçose (causada pelo bagaço da cana), beriliose (causada pelo

berílio), asbestose (causada pelo asbesto).

Principal doença causadas pelo fumo: febre dos fundidores,

comum nas indústrias que trabalham com fundição de metais.


De acordo com o Ministério da Saúde, são considerados

nocivos à saúde dos trabalhadores os ruídos excessivos, a radiação, as

temperaturas extremas e os agentes químicos. Por isso, algumas das

principais profissões consideradas insalubres são a de radiologista, a


operação de petróleo e gás e a mineração. Mas é a NR-15, quem define de

forma plena os agentes insalubres:

a) ruído contínuo ou intermitente;

b) ruído de impacto;

c) temperaturas extremas (calor e frio);


d) radiações ionizantes e não ionizantes;

e) condições hiperbáricas;

f) vibrações;

g) umidade;
h) agentes químicos;

i) poeiras minerais;

j) agentes biológicos.

A NR-15 define que existem 3 graus de insalubridade e que


cada nível dá direito a um percentual de compensação diferente:

a) atividades insalubres em grau mínimo – 10%;

b) atividades insalubres em grau médio – 20%;

c) atividades insalubres em grau máximo – 40%.


A base de cálculo é o salário-mínimo e não o salário do

trabalhador, mas pode ser o piso da categoria em casos determinados por

norma coletiva. Vamos calcular os três adicionais de insalubridade, com base

no salário-mínimo atual, que é de R$ 1.100,00.

R$ 1.100,00 x 0,1 (10%) = R$ 110,00

R$ 1.100,00 x 0,2 (20%) = R$ 220,00

R$ 1.100,00 x 0,4 (40%) = R$ 440,00

Se um trabalhador exerce atividade exposto a mais de

um grau de insalubridade, a NR-15 estabelece que seja considerado


apenas o de grau mais elevado para acréscimo salarial.

O adicional pode ser reduzido ou suspenso se as condições

nocivas à saúde diminuírem ou forem eliminadas com a realização de reformas

ou uso de equipamentos de proteção individual (EPI). Insalubridade não é

eterna nem gera qualquer direito adquirido.

CLT.

Art. 191. A eliminação ou a neutralização da

insalubridade ocorrerá:
I – com a adoção de medidas que conservem o ambiente

de trabalho dentro dos limites de tolerância;

II – com a utilização de equipamentos de proteção

individual ao trabalhador, que diminuam a intensidade do agente


agressivo a limites de tolerância.
Parágrafo único. Caberá às Superintendências

Regionais do Trabalho, comprovada a insalubridade, notificar as

empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou neutralização, na

forma deste artigo.

Art. 194. O direito do empregado ao adicional de


insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à

sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas

expedidas pelo Ministério da Economia – Secretaria de Trabalho.

O adicional gera reflexos sobre 13o, férias + 1/3, aviso

prévio, FGTS + 40%, saldo de salário, horas extras e adicional noturno,

mas não gera reflexos sobre DSR, porque é pago de forma global e

mensal.

O adicional de insalubridade deve ser pago em dinheiro,


junto ao salário. É proibida a conversão em produtos ou outras comodidades

ao empregado.

O empregado passa a ter direito ao adicional de

insalubridade a partir da inclusão da atividade nos quadros aprovados pelo


Ministério da Economia – Secretaria de Trabalho. É fundamental que a

empresa realize as perícias necessárias, caso trabalhe com alguma condição

de insalubridade. Caso contrário, a empresa pode sofrer multas e ações

trabalhistas.

CLT.
Art. 196. Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho

em condições de insalubridade ou periculosidade serão devidos a contar


da data da inclusão da respectiva atividade nos quadros aprovados pelo

Ministro do Trabalho, respeitadas as normas do artigo 11.

Um laudo pericial de insalubridade observa:

a) forma definida pela legislação em função do grau do

agente nocivo;

b) tipo de atividade desenvolvida;


c) limites de tolerância;

d) taxas de metabolismo;

e) tempo de exposição.

Quem pode fazer o laudo é o profissional competente e


devidamente registrado no Ministério da Economia – Secretaria de Trabalho e,

na Justiça do Trabalho, o médico do trabalho ou o engenheiro do trabalho.

CLT.

Art. 195. A caracterização e a classificação da


insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério da

Economia – Secretaria de Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo

de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no

Ministério da Economia - Secretaria de Trabalho.


§ 1º É facultado às empresas e aos sindicatos das

categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério da

Economia – Secretaria de Trabalho a realização de perícia em

estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e


classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas.
§ 2º Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade,

seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de associado,

o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não

houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério da

Economia – Secretaria de Trabalho.


§ 3º O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica

a ação fiscalizadora do Ministério da Economia – Secretaria de Trabalho,

nem a realização ex officio da perícia.

CPC.
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova

do fato depender de conhecimento técnico ou científico.

§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais

legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente

inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.


§ 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem

realizar consulta pública, por meio de divulgação na rede mundial de

computadores ou em jornais de grande circulação, além de consulta

direta a universidades, a conselhos de classe, ao Ministério Público, à


Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados do Brasil, para a indicação

de profissionais ou de órgãos técnicos interessados.

§ 3º Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações

periódicas para manutenção do cadastro, considerando a formação


profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos peritos

interessados.

§ 4º Para verificação de eventual impedimento ou

motivo de suspeição, nos termos dos arts. 148 e 467, o órgão técnico ou
científico nomeado para realização da perícia informará ao juiz os nomes

e os dados de qualificação dos profissionais que participarão da

atividade.

§ 5º Na localidade onde não houver inscrito no cadastro

disponibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha


pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico

comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da

perícia.

Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no


prazo que lhe designar o juiz, empregando toda sua diligência, podendo

escusar-se do encargo alegando motivo legítimo.

§ 1º A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze)

dias, contado da intimação, da suspeição ou do impedimento

supervenientes, sob pena de renúncia ao direito a alegá-la.


§ 2º Será organizada lista de peritos na vara ou na

secretaria, com disponibilização dos documentos exigidos para

habilitação à consulta de interessados, para que a nomeação seja

distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade técnica e a área


de conhecimento.

Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar

informações inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à parte e

ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5


(cinco) anos, independentemente das demais sanções previstas em lei,

devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo órgão de classe para

adoção das medidas que entender cabíveis.


Como a legislação estabelece quais são os agentes

considerados nocivos à saúde, não será suficiente o laudo pericial para que o

empregado tenha direito ao respectivo adicional. É preciso que a atividade

esteja prevista como insalubre na NR-15. Exemplos:

a) pedreiro não recebe adicional de insalubridade pelo


contato com o cimento;

b) não faz jus ao adicional de insalubridade o balconista de

farmácia que aplica injeções;

c) empregado de condomínio não tem direito a adicional de


insalubridade por exposição à radiação solar;

d) propagandista de medicamentos não recebe adicional de

insalubridade.

RECURSO DE EMBARGOS. ADICIONAL DE


INSALUBRIDADE - TRABALHO EM LOCAIS DESTINADOS AO

ATENDIMENTO SÓCIO EDUCATIVO DO MENOR INFRATOR - FUNDAÇÃO

CASA - NÃO ENQUADRAMENTO DA ATIVIDADE NO ROL PREVISTO NO

ANEXO 14 DA NR 15 DO MTE - ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL Nº 4, I,


DA SBDI-1. Nos termos do item I da Orientação Jurisprudencial nº 4 da

SBDI-1, "Não basta a constatação da insalubridade por meio de laudo

pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo adicional,

sendo necessária a classificação da atividade insalubre na relação oficial


elaborada pelo Ministério da Economia - Secretaria de Trabalho". Sendo

assim, além da constatação, por laudo pericial, do contato do empregado

com agente insalubre, é necessário o enquadramento de sua atividade

no rol taxativo contido no Anexo 14 da NR 15 do MTE. Posto isso, convém


observar que esta Corte vem entendendo que o contato com pacientes

ou materiais infectocontagiosos em locais destinados ao atendimento

socioeducativo do menor infrator não se encontra previsto na referida

norma, pelo que é indevido o adicional de insalubridade, sendo errônea

a equiparação de tais ambientes com aqueles destinados a pacientes em


isolamento, hospitais ou outros estabelecimentos destinados aos

cuidados da saúde humana. Recurso de embargos conhecido e

desprovido. (E-RR - 1600-72.2009.5.15.0010 , Relator Ministro: Renato de

Lacerda Paiva, Data de Julgamento: 13/10/2016, Subseção I


Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT

05/05/2017).

Súmula 448, do TST.

ATIVIDADE INSALUBRE. CARACTERIZAÇÃO.

PREVISÃO NA NORMA REGULAMENTADORA Nº 15 DA PORTARIA DO


Ministério da Economia – Secretaria de Trabalho Nº 3.214/78.

INSTALAÇÕES SANITÁRIAS.

I – Não basta a constatação da insalubridade por meio

de laudo pericial para que o empregado tenha direito ao respectivo


adicional, sendo necessária a classificação da atividade insalubre na

relação oficial elaborada pelo Ministério da Economia – Secretaria de

Trabalho.

II – A higienização de instalações sanitárias de uso


público ou coletivo de grande circulação, e a respectiva coleta de lixo,

por não se equiparar à limpeza em residências e escritórios, enseja o

pagamento de adicional de insalubridade em grau máximo, incidindo o


disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE nº 3.214/78 quanto à

coleta e industrialização de lixo urbano.

Requisitos de um laudo pericial.

CPC.

Art. 473. O laudo pericial deverá conter:

I – a exposição do objeto da perícia;

II – a análise técnica ou científica realizada pelo perito;


III – a indicação do método utilizado, esclarecendo-o e

demonstrando ser predominantemente aceito pelos especialistas da área

do conhecimento da qual se originou;

IV – resposta conclusiva a todos os quesitos

apresentados pelo juiz, pelas partes e pelo órgão do Ministério Público.


§ 1º No laudo, o perito deve apresentar sua

fundamentação em linguagem simples e com coerência lógica, indicando

como alcançou suas conclusões.

§ 2º É vedado ao perito ultrapassar os limites de sua


designação, bem como emitir opiniões pessoais que excedam o exame

técnico ou científico do objeto da perícia.

§ 3º Para o desempenho de sua função, o perito e os

assistentes técnicos podem valer-se de todos os meios necessários,


ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos

que estejam em poder da parte, de terceiros ou em repartições públicas,

bem como instruir o laudo com planilhas, mapas, plantas, desenhos,


fotografias ou outros elementos necessários ao esclarecimento do

objeto da perícia.

Vamos conhecer um laudo pericial de insalubridade em

caso concreto.

Periculosidade.

TST.
Súmula 453. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.

PAGAMENTO ESPONTÂNEO. CARACTERIZAÇÃO DE FATO

INCONTROVERSO. DESNECESSÁRIA A PERÍCIA DE QUE TRATA O ART.

195 DA CLT. O pagamento de adicional de periculosidade efetuado por

mera liberalidade da empresa, ainda que de forma proporcional ao tempo


de exposição ao risco ou em percentual inferior ao máximo legalmente

previsto, dispensa a realização da prova técnica exigida pelo art. 195 da

CLT, pois torna incontroversa a existência do trabalho em condições

perigosas.

Conceito: adicional de periculosidade é uma verba

destinada ao empregado que trabalha em contato permanente com

elementos que possam provocar danos à integridade física ou morte de


modo imediato.

CF.
Art. 7° São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,

além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

XXIII – adicional de remuneração para as atividades

penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

CLT.
Art. 193. § 1° O trabalho em condições de

periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por

cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações,

prêmios ou participações nos lucros da empresa.


Art. 193. São consideradas atividades ou operações

perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério da

Economia – Secretaria de Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou

métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de

exposição permanente do trabalhador a:


I – inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;

II – roubos ou outras espécies de violência física nas

atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial.

§ 4o São também consideradas perigosas as atividades


de trabalhador em motocicleta.

Dessa forma, nos termos do inciso I, trabalham sob

condições perigosas os operadores de distribuidoras de gás, trabalhadores do


setor elétrico, frentistas de postos de gasolina, operários de manutenção,

operadores de equipamentos de raios-X, trabalhadores em usinas nucleares,

entre outros.
Já nos termos do inciso II, temos trabalhadores de

segurança e vigilância patrimonial, atividades que os expõem de forma

permanente a roubos e outros tipos de violência física. Entram nesse rol os

vigilantes bancários, segurança patrimonial de empresas e seguranças

pessoais.
Os motociclistas, nos termos do parágrafo 4°, exercem atividades que são

perigosas porque trabalham com moto.

CLT.
Art. 193. § 1º O trabalho em condições de

periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por

cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações,

prêmios ou participações nos lucros da empresa.


TST.

Súmula 191. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.

INCIDÊNCIA. BASE DE CÁLCULO.

I – O adicional de periculosidade incide apenas sobre o

salário básico e não sobre este acrescido de outros adicionais.


II – O adicional de periculosidade do empregado

eletricitário, contratado sob a égide da Lei nº 7.369/1985, deve ser

calculado sobre a totalidade das parcelas de natureza salarial. Não é

válida norma coletiva mediante a qual se determina a incidência do


referido adicional sobre o salário básico.

III – A alteração da base de cálculo do adicional de

periculosidade do eletricitário promovida pela Lei nº 12.740/2012 atinge

somente contrato de trabalho firmado a partir de sua vigência, de modo


que, nesse caso, o cálculo será realizado exclusivamente sobre o salário

básico, conforme determina o § 1º do art. 193 da CLT.

Exemplo 1 – motoboy

Base de cálculo (salário-base) = R$ 2.000,00

Adicional = 30%
Valor a ser pago = R$ 600,00

Exemplo 2 – eletricista

Trabalhador foi admitido em 1-3-2005 e recebeu

benefícios da empresa.
Base de cálculo 1 (salário-base) = R$ 3.000,00

Base de cálculo 2 (bônus por desempenho mensal) =

R$ 500,00

Adicional = 30%
Valor a ser pago = R$ 1.050,00

O valor integra o salário do empregado para efeito de

cálculo da remuneração de férias + 1/3, 13°, saldo de salário, horas extras,

adicional noturno, aviso prévio e FGTS + 40%.


O valor não reflete no RSR, porque é pago sobre o salário,

de forma global e mensal.

No caso do eletricitário, é diferente. Não reflete sobre horas

extras nem adicional noturno, para que não haja bis in idem. Como é variável,
deve refletir sobre o RSR.
O adicional de periculosidade só deve ser pago enquanto o

trabalhar estiver submetido às condições de perigo no seu ambiente de

trabalho. Além disso, é necessário que o empregado esteja exposto às

condições de perigo de forma constante. Um empregado que tenha contato

eventual com materiais perigosos, não tem direito ao adicional.


Apenas as atividades consideradas pela legislação como

perigosas devem receber o adicional.

Para o recebimento do adicional é necessária

primeiramente a realização de perícia, com o fim de averiguar o


enquadramento nos casos previstos em lei.

É indispensável que o trabalhador esteja enquadrado nas

condições técnicas estabelecidas pela NR 16.

O simples fato de ocupar cargo considerado como via de

regra “perigoso” não garante ao trabalhador o recebimento do adicional de


periculosidade.

A situação de periculosidade deve ser atestada através de

laudo técnico, emitido por Engenheiro de Segurança do Trabalho ou por

Médico do Trabalho.
NR 16:

Anexo 1 – explosivos

Anexo 2 – inflamáveis

Anexo * - radiações ionizantes ou substâncias radioativas


Anexo 3 – roubos e violência física para profissionais de

segurança pessoal ou patrimonial


ATIVIDADES OU OPERAÇÕES DESCRIÇÃO

Segurança patrimonial e/ou pessoal na preservação do patrimônio em estabelecimentos públicos


Vigilância patrimonial
ou privados e da incolumidade física de pessoas.

Segurança de eventos Segurança patrimonial e/ou pessoal em espaços públicos ou privados, de uso comum do povo.

Segurança nos transportes


Segurança patrimonial e/ou pessoal nos transportes coletivos e em suas respectivas instalações.
coletivos
Segurança patrimonial e/ou pessoal em áreas de conservação de fauna, flora natural e de
Segurança ambiental e florestal
reflorestamento.

Transporte de valores Segurança na execução do serviço de transporte de valores.

Escolta armada Segurança no acompanhamento de qualquer tipo de carga ou de valores.

Segurança pessoal Acompanhamento e proteção da integridade física de pessoa ou de grupos.

Supervisão/fiscalização Supervisão e/ou fiscalização direta dos locais de trabalho para acompanhamento e orientação
Operacional dos vigilantes.
Execução de controle e/ou monitoramento de locais, através de sistemas eletrônicos de
Telemonitoramento/ telecontrole
segurança.

Anexo 4 – energia elétricas

Anexo 5 – motocicleta

A insalubridade e a periculosidade possuem semelhanças,

pois, ambas colocam o trabalhador em condições de risco, mas são conceitos


bastante diferentes.

A periculosidade trata de riscos imediatos, que podem

causar acidentes graves capazes de levar a óbito, lesão corporal com

mutilação parcial ou irreparável.

A insalubridade trata de situações que colocam em risco a


saúde do trabalhador a médio e longo prazo, tirando ou diminuindo a

possibilidade de uma vida saudável após a aposentadoria ou encerramento do

contrato.

A CLT e a NR 16 indicam que o trabalhador deve optar pelo


adicional mais vantajoso, de modo que não são cumulativos.
Semelhança: os adicionais só são devidos ao trabalhador

enquanto ele realizar atividades perigosas ou insalubres.

Vamos conhecer um laudo pericial de periculosidade em

caso concreto.

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