Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
contatomunhoz@ig.com.br
1. Introdução
O referido artigo traz como finalidade a aplicação da perícia nas
atividades insalubres, conceituando e caracterizando todos os meios para se
chegar ao laudo pericial, que, irá auxiliar o juiz a fundamentar sua sentença de
forma favorável ou contrária a insalubridade alegada pelo reclamante da ação
trabalhista.
a) critérios quantitativos
b) critérios qualitativos
3. Prova pericial
Para obter-se a verdade de determinado fato controverso em uma lide,
os meios para se conseguir são as provas, que auxiliam o juiz a construir sua
convicção. As provas não têm caráter impositivo perante o juiz, e sim,
obedecem ao princípio do livre convencimento.
Estipulada na Seção VII do Código de Processo Civil, a prova pericial se
trata de uma perícia, que pode ser feita de 3 (três) maneiras: exame, vistoria ou
avaliação; sendo realizadas no ambiente de trabalho e/ou no empregado. Nota-
se:
Art. 420. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação.
(BRASIL, CPC, 1973)
4. Perícia
Com relação à perícia, há uma controversa entre o Código de Processo
Civil e a Consolidação das Leis do Trabalho, pois, no artigo 427 do CPC diz
que o juiz pode dispensar a perícia quando as partes apresentarem na petição
inicial ou na contestação documentos e/ou pareceres técnicos, nesses termos:
Art. 427. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na
inicial e na contestação, apresentarem sobre as questões de fato
pareceres técnicos ou documentos elucidativos que considerar
suficientes. (BRASIL, CPC, 1973)
4.1.Perícia Extrajudicial
O requerimento à perícia extrajudicial é uma faculdade das empresas e
sindicatos conforme o § 1º do artigo 195 da CLT:
4.2.Perícia Judicial
Anteriormente citado, a perícia judicial se diferencia dos demais tipos de
provas, pois, contrai-se 3 (três) características:
a) A perícia é realizada sob direção e autoridade do juiz, assim:
O magistrado pode deferir ou indeferir a prova formulada através
da perícia como estipula os artigos 130, 420 e 427 do CPC:
Lembrando que na situação do artigo 427, não será usado nas ações
trabalhistas visto que no artigo 195 antes citado estabelece que se faça prova
quanto à insalubridade a referida perícia.
5. Perito
De antemão, pode-se afirmar que perito é o especialista, indivíduo que
detém conhecimento técnico e suficiente para formular o laudo pericial com
total imparcialidade, destreza e capacidade intelectual.
Dá-se o conceito de perito:
Especialista em determinado setor, profissional qualificado em
determinada área. Profissional de determinada área chamado a
prestar esclarecimentos técnicos para o qual tem qualificação.
(www.dicionarioinformal.com.br/perito)
O Código de Processo Civil conceitua o perito como um auxiliar do juízo:
Art. 139. São auxiliares do juízo, além de outros, cujas atribuições
são determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão,
o oficial de justiça, o perito, o depositário, o administrador e o
intérprete. (BRASIL, CPC, 1973)
[...]
[...](www.portal.mte.gov.br/data/files/NR-04%20(atualizada).pdf).
II – ao serventuário da justiça;
III – ao perito;
IV – ao intérprete.
7. Laudo pericial
Conceitua-se laudo pericial da seguinte forma:
a) Critério adotado
b) Instrumentos utilizados
c) Metodologia de avaliação
e) Dados obtidos
g) Conclusão pericial
8.1.Ruído
8.1.1. Ruído contínuo ou intermitente
De acordo com Márcia e Tuffi:
8.2.Calor
Tratando-se do agente “calor”, transcreve-se o anexo 3 (três) da NR 15
onde cita os aparelhos para medições, locais e até mesmo as equações para
se chegar ao cálculo da insalubridade à título de curiosidade:
1 – A exposição ao calor deve ser avaliada por meio do “Índice de
Bulbo Úmido Termômetro de Globo” (IBUTG) definido pelas
equações que seguem:
Onde:
Tg = temperatura do globo
8.3.Iluminação
O livro “insalubridade e periculosidade” ressalta um fato muito
importante, pois, no ano de 1978, o agente iluminação foi juntado na NR-15,
anexo 4 (quatro) , onde citava um nível mínimo de iluminação para cada
profissão, assim, a insalubridade era caracterizada pela falta de iluminação,
sendo que, no mesmo anexo não citava questões referentes ao excesso de
iluminação, o qual também poderia lesionar a saúde do trabalhador.
Já no ano de 1990, surge a portaria 3.435 que revoga expressamente o
anexo 4 (quatro) da NR-15, excluindo assim, a iluminação como agente
insalubre.
8.4.Radiações ionizantes
Relacionado à avaliação:
[...] As medições dos níveis de radiação exigem técnicas
especializadas, normatizadas pelo CNEN. Dentre os instrumentos
usados nessa avaliação, estão os dosímetros de filmes, que
fornecem a dose equivalente recebida pelo empregado durante a
jornada, e os contadores Geiger, que avaliam a intensidade de
radiação instantânea. Assim, as perícias de insalubridade que
envolvem radiações ionizantes devem ser realizadas por profissionais
especializados em radioproteção e credenciados pelo CNEN.
(SALIBA; CORRÊA, 2011, p. 65)
8.5.Pressões hiperbáricas
O trabalho realizado sob pressões hiperbáricas esta relacionado à
atividade conjunta com ar comprimido ou atividade submersa. Esse tipo de
exposição causa um risco eminente à vida do trabalhador, caracterizando-se o
pagamento do grau máximo do adicional (40% sobre o salário mínimo).
8.7.Vibração
O anexo 8 (oito) da NR-15 dispõe sobre a vibração da seguinte forma:
1. As atividades e operações que exponham os trabalhadores, sem a
proteção adequada, às vibrações localizadas ou de corpo inteiro,
serão caracterizadas como insalubres, através de perícia realizada no
local de trabalho.
a) o critério adotado;
b) o instrumental utilizado;
c) a metodologia de avaliação;
8.8.Frio
Referente ao agente “frio”, definição face ao anexo 9 (nove) da NR-15:
1. As atividades ou operações executadas no interior de câmaras
frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares, que
exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção adequada, serão
consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção
realizada no local de trabalho. (www.portal.mte.gov.br/data/files/NR-
15%20(atualizada_2011).pdf)
8.9.Umidade
Anexo 10 (dez) da Norma Regulamentadora 15 discorre:
1. As atividades ou operações executadas em locais alagados ou
encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir danos à
saúde dos trabalhadores, serão consideradas insalubres em
decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho.
(www.portal.mte.gov.br/data/files/NR-15%20(atualizada_2011).pdf)
9. Considerações finais
Conclui-se que, a Consolidação das Leis do Trabalho juntamente com o
Código de Processo Civil exercem corretamente sua função referente ao
trabalhador, colocando-o no mesmo patamar de seu empregador perante a lei.
Com relação à insalubridade, é de plena importância esse adicional ao
empregado, pois, o mesmo sofre danos freqüentes a sua saúde
desencadeando doenças e transtornos que ferem não somente ao trabalhador,
mas sim, toda sua família que na maioria dos casos dependem da força de
trabalho do responsável familiar para o sustento de todos.
Pode-se avaliar a importância do perito desde sua nomeação até a
entrega do laudo, e eventualmente, sua presença na audiência para esclarecer
alguns pontos que ficaram obscuros no laudo. A qualificação profissional foi
abordada com uma grande relevância, pois, é imprescindível a especialização
e grande desempenho do perito, para que assim, não seja destituído. Tratando-
se dos assistentes técnicos, a letra da lei não especifica o grau de qualificação
dos mesmos, porém, ressalta-se que é aconselhável, da mesma forma que o
perito, que os assistentes sejam especializados na área em que foi contratado
para auxiliar.
Após citar as especificações dos especialistas, a formação do laudo
pericial foi explorada expondo as regras de elaboração, critérios adotados
pelos peritos e o valor do documento como prova, esclarecendo que a decisão
do juiz não se restringe ao resultado da perícia, o laudo é somente uma das
provas para formar o entendimento do juiz.
A Norma Regulamentadora 15 exibe todos os tipos de agentes
insalubres, os limites de tolerância referente ao nível e tempo de exposição ao
agente. Este artigo esmiuçou todos os tipos de atividades insalubres
apresentando os instrumentos que são utilizados na perícia para a formulação
do laudo.
Sendo assim, é reforçado o entendimento que o adicional de
insalubridade é mais do que um merecimento, e sim, uma necessidade
perdurável ao empregado que sofre danos periódicos à sua saúde referente à
exposição aos agentes insalubres.
De acordo com a opinião do autor deste artigo, há somente um único
contraponto a se fazer que se destina a base de cálculo do adicional de
insalubridade, que, utiliza-se do salário mínimo calcular o adicional. O autor
entende que, por se tratar de atividades que causam danos ao trabalhador,
mesmo cessando as operações insalubres, em determinados casos haverá um
reflexo desse dano ao restante de sua vida. Desta forma, defende-se a
mudança do salário mínimo para o salário recebido pelo empregado com
relação à base de cálculo.
Acentua-se a grande relevância de Primo A. Brandimiller, Márcia
Angelim Chaves Corrêa, Tuffi Messias Saliba, dentre outros escritores para
com a causa relacionada à Higiene do Trabalho e afins.